quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Desmatamento na Amazônia sobe 129%; Acre está fora da lista dos estados campeões em queimadas


O desmatamento da floresta amazônica cresceu 129% nos últimos quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados divulgados na última semana pela ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

De agosto a novembro de 2012, 1.206 km² de vegetação da Amazônia Legal foram destruídos, aponta o Imazon. É praticamente a mesma extensão da cidade do Rio de Janeiro, e mais do que os 527 km² devastados no mesmo período de 2011.

Órgãos ambientais interrompem 30 desmatamentos no Pará. (Foto: Nelson Feitosa / Divulgação)Desmatamento atinge região de floresta amazônica no Pará (Foto: Nelson Feitosa / Divulgação)

A ONG usa dados de satélite para fazer um levantamento independente da destruição da Amazônia, o chamado Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). As informações são diferentes das fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o levantamento usado pelo governo federal. Por isso, os dados não podem ser comparados.

O estado em que ocorreu maior desmatamento, no período, foi o Pará (51% do total desmatado). Em seguida estão Mato Grosso (21%), Rondônia (13%) e Amazonas (12%). Foram destruídos 613 km² de floresta só no Pará, de acordo com o Imazon.

 
Aquecimento no desmate
Para o pesquisador do Imazon, Heron Martins, a detecção mostra que "pode ter ocorrido um aquecimento no desmate" nos últimos meses, mesmo com anúncios recentes de queda na devastação da Amazônia.

"Nos quatro meses, no acumulado, estamos muito acima do que ficou no acumulado do ano passado", pondera Martins. "Isso já foi reportado principalmente para as autoridades do Pará, em algumas reuniões com governo e com municípios", afirma.

Uma das razões apontadas pelo pesquisador para o aumento no desmate no território paraense é o asfaltamento da rodovia BR-163, que forna mais fácil o acesso tanto por motoristas quanto por exploradores de madeira ilegal na região do oeste do estado. "O asfalto em si não é o problema, mas a obra sem fiscalização facilita o acesso por parte de quem vai desmatar", diz Martins.

Grande parte do desmatamento na Amazônia ocorre de julho a outubro, meses de maior seca, segundo o pesquisador. A partir de novembro, a chuva dificulta a extração ilegal da madeira, o que não significa que a destruição da mata desapareça. "Existem casos em que continua havendo desmatamento, nestes outros períodos", diz Martins.

Faixa de floresta tropical devastada próximo ao Parque Nacional da Amazônia (Foto: Nacho Doce/Reuters) 
Imagem mostra mata preservada e área devastada
na Amazônia (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Novembro

Considerando apenas novembro, foram detectados 55 km² de desmatamento na Amazônia Legal, segundo o Imazon. É mais do que a devastação ocorrida no mesmo mês em 2011, quando 16 km² da floresta foram perdidos. Os dados, no entanto, estão comprometidos devido à cobertura de nuvens neste mês, o que prejudicou o registro do satélite, afirma a ONG.

Para Martins, o desmatamento também está ligado à redução de sete Unidades de Conservação ambiental no país. A construção de hidrelétricas motivou a redução da área de cinco, dessas sete. "Além do fato em si, de reduzir a área protegida, isso gera expectativa de que outras unidades de conservação podem ser diminuídas", o que motiva madeireiros ilegais e outros agentes da devastação da floresta, diz o pesquisador.

Desmatamento Amazônia 2012 (Foto:  )
Balanço anual

Segundo o monitoramento anual do Inpe, o chamado Prodes, foram desmatados 4.656 km² da Amazônia no período de agosto de 2011 e julho de 2012, mais de três vezes o tamanho da capital paulista. A área desmatada é 27% menor que a registrada anteriormente, entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o Inpe começou a fazer a medição, em 1988.

Segundo o governo federal, a estimativa possui margem de erro de 10%, e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano. As informações do Prodes consolidam dados coletados ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares.

São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso. Segundo o Ibama, entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram registrados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal.
Fonte: g1.globo.com/natureza

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mordida de piranha é mais 'forte' que de tiranossauro e tubarão, diz estudo

Com os músculos da mandíbula superdesenvolvidos, capazes de exercer uma força equivalente a 30 vezes o seu peso, a piranha negra (Serrasalmus rhombeus) é uma máquina de morder que deixa no "chinelo" o restante do reino animal.

O grande tubarão branco, a hiena e o crocodilo têm dentes muito afiados, mas, se a mordida deles for relacionada com a massa e o tamanho dos bichos, o campeão disparado é mesmo a piranha negra.

A força da mordida dela chega a 320 Newtons, quase três vezes mais que a exercida por um crocodilo do mesmo tamanho.

Piranha negra (Foto: National Geographic Society/Nature Scientific Reports)Dr. Justin Grubich, da Universidade Americana do Cairo, no Egito, segura exemplar de piranha negra pego em uma expedição ao Rio Xingu, na Amazônia (Foto: National Geographic Society/Nature Scientific Reports)

Esse peixe tropical supera, inclusive, monstros pré-históricos como o tiranossauro e o megalodonte, ancestral gigante do tubarão branco, segundo estudo publicado na revista "Nature Scientific Reports".

Os cientistas arriscaram seus dedos para capturar 15 piranhas negras em um braço do Rio Amazonas e usar nelas um aparelho de medição de mandíbulas.

Piranha negra (Foto: National Geographic Society/Nature Scientific Reports)Pesquisadores americanos Steve Huskey e Justin Grubich avaliam a força da mordida de uma piranha negra durante expedição ao Rio Xingu, na Amazônia (Foto: National Geographic Society/Nature Scientific Reports)
 
Os peixes, que mediam de 20 a 37 centímetros de comprimento, "prestaram-se de boa vontade ao jogo, praticando mordidas defensivas", disseram os biólogos.

"Ainda que as anedotas referentes a vítimas reduzidas a esqueletos em águas infestadas de piranhas sejam geralmente exageradas, as eficácia da mordida desses animais não é", acrescentaram os autores, citando casos em que esses animais carnívoros cortaram de uma vez ossos de dedos humanos e os comeram.

Piranha negra (Foto: Steve Huskey/Nature Scientific Reports)Esqueleto de piranha negra mostra os dentes em detalhes (Foto: Steve Huskey/Nature Scientific Reports)
 
Fonte: g1.globo.com/natureza.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Furacões no Ártico influenciam clima e circulação da água polar, diz estudo


Cientistas americanos e britânicos relatam a primeira evidência conclusiva de que os furacões no Ártico, conhecidos como "baixas polares", exercem um papel importante sobre o clima e a circulação da água nesse oceano.

A descoberta foi possível graças à criação do primeiro modelo de alta resolução para estudar os efeitos climáticos causados por esse fenômeno. Os resultados dos pesquisadores da Universidade de Massachusetts em Amherst, nos EUA, e da Universidade de Anglia do Leste, no Reino Unido, estão descritos na edição deste domingo (16) da revista "Nature Geoscience".

Esses furacões apresentam um "olho" central de baixa pressão e podem provocar fortes ventos e ondas de quase 11 metros de altura, capazes de afundar pequenos navios e cobrir plataformas com um gelo espesso, ameaçando a exploração de petróleo e gás na região.

Furacão Ártico baixa polar (Foto: Courtesy of NEODAAS Dundee Satellite Receiving Station)Tempestade polar gera ventos com força de furação sobre o Atlântico Norte, mas têm tamanho pequeno, razão pela qual fica de fora de mapas (Foto: Courtesy of NEODAAS Dundee Satellite Receiving Station)
 
Segundo os autores, o modelo analisou a força dos ventos dessas tempestades e aponta para condições climáticas potencialmente mais frias na Europa e na América do Norte neste século do que outros trabalhos já previram.

O geocientista americano Alan Condron e o colega britânico Ian Renfrew explicam que, todos os anos, milhares de ciclones como esses ocorrem nas áreas polares do Atlântico Norte, mas nenhum modelo moderno havia conseguido simular isso, o que tornava difícil verificar, de forma confiável, as alterações na Europa e na América do Norte nas próximas duas décadas.

"Antes de as baixas polares serem vistas pela primeira vez por satélites, marinheiros frequentemente voltavam do Ártico com histórias de encontros com tempestades violentas que pareciam surgir do nada. Por causa do pequeno tamanho delas, muitas vezes ficavam de fora dos mapas meteorológicos", diz Condron, que atua na área de oceanografia física.

Os cientistas explicam que, ao retirar calor do oceano, as baixas polares favorecem que a água mais fria e densa do Atlântico Norte afunde, o que impulsiona uma circulação oceânica chamada termoalina, que transporta o calor para Europa e a América do Norte.

A descoberta também contradiz o que modelos climáticos antigos indicavam: que o calor se movia do norte em direção aos polos. Outras pesquisas têm apontado ainda que o número de baixas polares deve diminuir em um período de 20 a 50 anos.

"Se isso for verdade, poderemos ver um enfraquecimento da circulação termoalina, que pode ser capaz de compensar parte do aquecimento previsto para a Europa e a América do Norte em um futuro próximo", diz Condron.

Fonte G1

sábado, 15 de dezembro de 2012

Relatório vazado na internet reafirma influência humana sobre o aquecimento global


Os cientistas especializados em clima estão mais certos do que nunca de que os humanos são responsáveis pelo aquecimento global, pela elevação dos níveis das marés e pelos casos de clima extremo, de acordo com um relatório preliminar feito por um painel de especialistas.

O documento preliminar, que foi vazado na internet e ainda pode ser modificado antes da divulgação da versão final, em 2013, mostrou que o aumento nas temperaturas médias globais desde a era pré-industrial deve exceder os 2ºC até 2100, e pode chegar a 4,8ºC.

"É extremamente provável que as atividades humanas tenham causado mais da metade do aumento observado na média global das temperaturas da superfície desde os anos 1950", diz o relatório preliminar do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Na linguagem usada pelo IPCC, "extremamente provável" significa um nível de certeza de ao menos 95%. O nível seguinte é "praticamente certo", ou 99%, a maior certeza possível para os cientistas.

O relatório anterior do IPCC, de 2007, informou que havia uma certeza de ao menos 90% de que as atividades humanas, principalmente a queima dos combustíveis fósseis, eram a causa do aumento das temperaturas. O documento preliminar apareceu em um blog cético à mudança climática.

O IPCC informou que o post prematuro e não autorizado com o documento poderá provocar confusão, porque o relatório ainda estava sendo feito e provavelmente mudaria antes de sua divulgação.

Uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, destinada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não produziu avanço signicficativo. Três países - Canadá, Rússia e Japão - abandonaram o Protocolo de Kyoto e seus limites às emissões.

Degelo na Groenlândia pode não impactar tanto a elevação do nível do mar, afirmam cientistas (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)Degelo da calota polar  na Groenlândia  (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)

Os EUA nunca ratificaram o pacto. O Protocolo também exclui os países em desenvolvimento, onde as emissões aumentam com maior rapidez.

Um grupo de países concordou em estender o Protocolo de Kyoto até 2020, mas o conjunto é responsável por menos de 15% das emissões mundiais de gases-estufa. As nações em desenvolvimento afirmaram que pressionarão, no ano que vem, por um mecanismo radical da ONU que os compense pelo impacto da mudança climática.

O IPCC afirmou ter um alto grau de confiança de que a atividade humana tenha causado as mudanças em larga escala nos oceanos, nas placas de gelo ou nas geleiras das montanhas e nos níveis dos oceanos na segunda metade do século 20, de acordo com o relatório preliminar. O documento afirma que os casos de clima extremo também mudaram em razão da influência humana.
Ameaça às cidades
O relatório prevê cenários com um aumento nas temperaturas entre 0,2 e 4,8ºC neste século - uma faixa mais estreita do que em 2007. Mas, em quase todos os cenários, o aumento seria maior do que 2ºC.
Em 2010, governos de vários países prometeram tentar conter o aumento global de temperaturas em mais de 2ºC, considerado pelos cientistas o limite máximo a fim de evitar mais climas extremos, secas, inundações e outros impactos da mudança climática.

As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera eram as mais altas em 800 mil anos, segundo o relatório preliminar. O documento também afirma que os níveis dos oceanos devem subir para entre 29 e 82 centímetros até o fim do século - em comparação com os 18 a 59 centímetros projetados no relatório de 2007.

O aumento no nível dos oceanos pode ameaçar os habitantes de áreas de baixa altitude, de Bangladesh às cidades de Nova York, Londres e Buenos Aires. O fenômeno aumenta o risco de ondas de tempestades, erosão na costa e, no pior dos casos, a inundação completa de grandes áreas de território.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Desmate da Amazônia gera mais CO2 que total de carros do país, diz Imazon


Mesmo com o registro de queda recorde no desmatamento da Amazônia Legal deste ano,  os efeitos da destruição da mata persistem, como a emissão de CO2, afirma Paulo Barreto,  pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em uma estimativa, o pesquisador avalia que o desmate entre 2011 e 2012 tenha levado à liberação de 245,3 milhões de toneladas de CO2 no ar, mais que o dobro de todas as emissões do gás por carros e veículos de passeio leves (121,6 milhões de toneladas) no Brasil no mesmo período.

Barreto fez o cálculo com base no monitoramento anual feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que indica que de agosto de 2011 a julho de 2012 houve o desmatamento de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente no fim de novembro.
Greenpeace documenta área de desmatamento no município de Lábrea no sul do Amazonas (Foto: Greenpeace / Marizilda Cruppe) 
Área de desmatamento no município de Lábrea, no sul do Amazonas (Foto: Greenpeace / Marizilda Cruppe)

O tamanho do desmatamento é 27% menor que o registrado anteriormente, no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a fazer a medição, em 1988.

Além do Prodes, Barreto levou em conta previsões do Imazon sobre a emissão de CO2 por km² de floresta destruída e dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de outubro de 2012, que apontam a existência de 41,9 milhões de carros e veículos leves no país.
O levantamento foi apresentado no 6º Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, realizado na última semana em Belém (PA).

O pesquisador afirma que o cálculo das emissões por veículos desconsiderou que existem carros movidos a álcool e outros combustíveis que não gasolina, o que indica que o valor relativo aos veículos está superestimado. Foram desconsiderados caminhões e motos. "Se você incluir o etanol, a comparação seria ainda pior para o lado do desmatamento", pondera.

Barreto diz ter feito a conta "considerando, em média, que eles [os veículos] rodam 30 mil km por ano". Em média, cada veículo emite 2,9 toneladas de CO2 equivalente, levando em conta apenas os movidos a gasolina, de acordo com os cálculos do pesquisador.
 
Milhões de árvores
Barreto estima ainda que, no período avaliado (de agosto de 2011 a julho de 2012), foram derrubadas 232,8 milhões de árvores na Amazônia - o que equivale a cortar mais de uma árvore por habitante do país.
O filhote de caiarara aparece agarrado à sua mãe apenas uma semana após seu nascimento no zoológico Ramat Gan Safari, em Telavive (Israel). A espécie vive no norte da Amazônia brasileira, bem como em países vizinhos na região, como as Guianas e a Venezuel (Foto: AFP) 
Macacos caiarara, espécie do norte da Amazônia
brasileira, em zoológico de Israel (Foto: AFP)
Além disso, foram afetados pelo desmatamento cerca de 8,3 milhões de aves e 270 mil macacos, segundo Barreto. Para chegar ao número de animais atingidos, o pesquisador disse ter usado previsões que constam em um estudo do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Comemorar, mas nem tanto
"Acho que tem que comemorar que o desmatamento caiu 27%, mas o número restante ainda é muito alto", afirmou o pesquisador. Para ele, a destruição da floresta amazônica não está contida.
Para o pesquisador, é essencial ampliar medidas bem-sucedidas para proteger a floresta amazônica, como "melhorar a eficácia da fiscalização" e "demarcar e vigiar as unidades de conservação e as terras indígenas". A fiscalização deve agir principalmente "por meio do confisco de bens e equipamentos envolvidos em atividades ilegais", ponderou Barreto no levantamento.
Desmatamento Amazônia 2012 (Foto:  )
Segundo o governo federal, a estimativa de 4.656 km² de desmatamento indicada pelo Prodes possui margem de erro de 10%, e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano.

As informações do Prodes consolidam dados coletados ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso.

Desmatamento por estados
Dados do Inpe apontam que, no período avaliado, o Pará foi o estado que mais desmatou a Amazônia. Em um ano, foi responsável por devastar mais de um terço da área desmatada registrada pelo sistema Prodes (1.699 km²).

Mato Grosso foi o segundo estado que mais devastou a floresta (777 km²), seguido de Rondônia (761 km²), Amazonas (646 km²), Acre (308 km²) e Maranhão (267 km²). Completam a lista Roraima (114 km²), Tocantins (53 km²) e Amapá (31 km²).

De acordo com o Ibama, entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram registrados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Custos sociais de Belo Monte chegam a R$ 1 bilhão, diz estudo

Os custos sociais da construção da usina de Belo Monte, no Pará, são estimados em cerca de US$ 502,7 milhões, segundo estudo do professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP),  Wilson Cabral de Sousa Júnior, especialista em análise de impactos ambientais.

A cifra, que equivale a R$ 1 bilhão em valores atuais, é atribuída no estudo a fatores de degradação que vão ser causados pelas obras, como perda da qualidade da água, da atividade pesqueira tradicional e ornamental, prejuízos com turismo e o custo da emissão de CO2 e de metano na atmosfera.

A pesquisa foi publicada no relatório "O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade no Século 21: Oportunidades e Desafios", entregue no 6º Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, que acontece em Belém (PA) até a próxima sexta-feira (7). O relatório havia sido divulgado inicialmente em novembro, e foi preparado por organizações como o WWF, a ONG International Rivers e o Instituto Socioambiental (ISA), além de pesquisadores de questões ambientais.

A previsão de custo social de Belo Monte, de R$ 1 bilhão, equivale ao gasto total do Ministério da Educação com assistência aos estudantes de universidades federais nos últimos cinco anos, segundo o site da pasta. Entre os fatores avaliados, o que mais pesa é o valor das emissões de carbono, afirmou o professor do ITA. 

A Norte Energia ressaltou ainda que os investimentos para compensação dos impactos sociais, econômicos e ambientais estimados pela empresa para Belo Monte são da ordem de R$ 3,2 bilhões, incluindo "reforma e ampliação das redes de ensino e de saúde, geração de renda e emprego, regularização fundiária e relocação de famílias", entre outras ações.

A companhia disse ainda que todos os fatores mencionados pelo professor do ITA em seu levantamento foram considerados no dimensionamento dos impactos da usina.
Perspectiva divulgada pela Norte Energia de como ficará a Casa de Força principal da usina de Belo Monte (Foto: Divulgação/Norte Energia)Perspectiva divulgada pela Norte Energia de como ficará a Casa de Força principal da usina de Belo Monte (Foto: Divulgação/Norte Energia)
Subestimado
O cálculo de R$ 1 bilhão em custos ambientais está subestimado, aponta o pesquisador do ITA. “Ele está correto para as premissas da análise, porém o custo socioambiental pode ser muito maior a partir de valores que não calculamos", disse. Ele cita a perda de biodiversidade como um dos fatores que não foram incluídos na conta. Outras variáveis que não foram levadas em consideração são os valores da terra inundada e o deslocamento da população local.

Para Sousa Júnior, as medidas de compensação das obras “cobrem parcialmente” os danos que vão ser causados por Belo Monte, e não vão ser suficientes. “Há danos que podem ser irreversíveis, como a perda de habitats aquáticos”, disse.

Sem certezas
Para o diretor do Programa Amazônia da International Rivers, Brent Millikan, a construção de Belo Monte deve ter um custo social grande. "Tem uma série de impactos que essa população pode sofrer. Na realidade a gente não sabe, tem incertezas. Teve muitas dúvidas sobre esta questão na época que estava se discutindo a concessão ou não da licença prévia, ou seja, se o empreendimento tinha viabilidade ambiental ou não", afirma.

Millikan cita a população que está na região da Volta Grande do Rio Xingu, que podem “ficar numa situação muito ruim", na sua avaliação, com um provável desvio do curso do rio. "O rio vai ficar numa seca permanente, 80% do seu fluxo deve ser desviado", afirma.

Questionada, a Norte Energia nega que vá alterar o curso do Rio Xingu, e diz que a “empresa se comprometeu a garantir a vazão indicada nos estudos ambientais para cada período do ano”.
 
Fonte G1

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cobra é flagrada devorando gnu na África do Sul

Tamanho da presa é incomum pelo que se conhecia do réptil.
Imagem foi feita no Parque Kruger, no nordeste do país.


Cobra come filhote de gnu (Foto: Caters)Foto de Rudi Hulshof mostra o momento em que a cobra expande sua mandíbula para devorar o gnu (Foto: Caters)

Uma foto divulgada pela agência Caters mostra o momento em que uma cobra píton devora um filhote de gnu no Parque Kruger, na África do Sul. Os gnus são um tipo grande de antílopes que vivem na porção mais ao sul do continente africano. Eles habitam as savanas e formam grandes grupos.

Segundo a agência, a imagem é rara porque se considerava que esse tipo de serpente normalmente se alimenta de animais muito menores. O autor da foto é Rudi Hulshof.

Cobra come filhote de gnu (Foto: Caters)Detalhe do flagrante feito no Parque Kruger (Foto: Caters)
 
Fonte: G1

 

 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Machu Pichu: Uma das sete maravilhas do mundo

 
No dia 1º de dezembro visitei a cidade sagrada dos Incas, no Peru. Impressionante poder ver a tecnologia empregada para a construção da cidade erguida toda sobre pedras. Machu-Pichu, uma das sete maravilhas do mundo.