Sexta-feira, 11 de Junho de 2010
Em 2009, cerca de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora foram produzidos, contra 28,3 milhões em 1998, o que significa diminuição de praticamente 50%. Em 2004, o volume foi de 24,5 milhões de metros cúbicos. A análise foi feita com base em entrevistas em 846 madeireiras (38% do total da região).
De acordo com os autores do relatório, divulgado nesta sexta-feira (11), há três motivos principais para a drástica queda entre 2004 e 2009.
Em primeiro lugar, vem o fato de a madeira tropical estar sendo substituída por outros produtos, como forros de PVC, esquadrias de alumínio, e fôrmas de metal usadas na construção civil.
Também o MDF, feito a partir de madeira replantada, vem sendo mais utilizado pela indústria moveleira. Outro fator importante, aponta o relatório, foi o aumento na fiscalização da extração ilegal de madeira na Amazônia, especialmente a par-
tir de 2005, com a criação do Plano de Combate ao Desmatamento. Some-se a isso a crise econômica internacional de 2009, que afetou as exportações. O número de empregos no setor caiu de 353 mil, em 1998, para 203 mil, no ano passado.
Em 2009, o levantamento identificou 2.226 empresas madeireiras em funcionamento na Amazônia Legal. Essas empresas extraíram em torno de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora - o que equivale a 3,5 milhões de árvores.
Cerca de 47% desse material foi extraído no Pará, contra 28% de Mato Grosso e 16% de Rondônia. O resto veio do Acre e do Amazonas (3% cada), seguidos de Amapá, Maranhão e Roraima (com cerca de 1% cada um). Não houve produção significativa no Tocantins.
A receita bruta estimada do setor madeireiro em 2009 foi de cerca de R$ 4,94 bilhões. O processamento dos 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora resultou na produção de 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira processada. A maioria (72%) tem baixo valor agregado (ripas, caibros, tábuas e similares). Outros 15% foram transformados em madeira beneficiada com certo grau de agregação de valor (pisos, esquadrias, madeira aparelhada). O restante (13%) virou madeira laminada e compensada. Isso leva a um rendimento médio de processamento de 41%.
Em 2004, fatores como câmbio favorável e o aumento da demanda por madeira
amazônica no mercado europeu, norte-americano e asiático fizeram a proporção de madeira amazônica exportada chegar a 36%. Em 2009, porém, a parte que foi mandada ao mercado externo caiu para 21%. Dos 79% que ficam no mercado interno, São Paulo é o maior estado consumidor.
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