Animais gigantes que viveram no Brasil há milhões de anos estão sendo encontrados no Acre durante escavações para a reforma de uma rodovia. Os achados mais recentes dos pesquisadores ainda estão em fase de identificação, mas uma das peças já reconhecidas mostra um jacaré de mais de 10 metros de comprimento, o Mourasuchus, que vivia na pré-história.
Pesquisas indicam que há oito milhões de anos, não havia ali floresta, mas um enorme pantanal. Os dinossauros já haviam desaparecido havia muito tempo e a Amazônia era habitada por grandes mamíferos, como o mastodonte, um parente do elefante.
Pesquisas indicam que há oito milhões de anos, não havia ali floresta, mas um enorme pantanal. Os dinossauros já haviam desaparecido havia muito tempo e a Amazônia era habitada por grandes mamíferos, como o mastodonte, um parente do elefante.
Ossos desses animais são guardados em um acervo no Acre, que tem a maior e melhor coleção de partes de animais pré-históricos da Amazônia. São mais de 5 mil peças, sendo que 800 foram encontradas durante as obras da BR-364, que liga a capital, Rio Branco, à cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.
Uma das peças do acervo acreano é a o osso da perna de um toxodonte, antepassado dos atuais hipopótamos africanos. O mais temido predador desse período era um réptil, o purussauros. De ponta a ponta, o bicho media mais de 12 metros.
“Existem registros de purussauros na Colômbia, na Venezuela, no Equador, mas o maior de todos é tipicamente encontrado na nossa região.”, afirma o paleontólogo Jonas Filho.
Outra peça interessante é a carapaça da tartaruga mata-matá, que mede 2,46 metros – pelo menos quatro vezes maior do que uma tartaruga adulta que vive hoje na região.
Os pesquisadores acreditam que esses gigantes desapareceram depois de uma grande seca provocada pelo surgimento da Cordilheira dos Andes. Foi nessa época que começaram a surgir muitos dos animais que hoje povoam a floresta amazônica.
“Essa é uma extinção que a própria natureza se encarregou de repor. Em uma extinção provocada, pode não haver tempo suficiente para que a gente possa recuperar um ambiente já degradado”, afirma Jonas.
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