Camarão-rosa, cação, surubim. A preocupação com a sobrevivência dessas espécies e com o consumidor atento às questões ambientais já leva empresas a buscarem selos de pesca sustentável. O primeiro selo que chega ao Brasil é o Friend of the Sea, certificação italiana conferida a empresas que obedecem a critérios de pesca e aquicultura com menor impacto ambiental. A entidade já certificou 135 espécies e 120 empresas em 35 países.
Outra certificação que está chegando ao país é a MSC - sigla em inglês para Conselho de Manejo Marinho -, selo criado pela organização não-governamental (ONG) WWF em 1997. De acordo com Laurent Viguié, vice-presidente da Trace Register, empresa que desenvolveu um sistema de rastreabilidade para pescado, a MSC abrirá um escritório no País em janeiro de 2011. "Com 8,5 mil quilômetros de costa, é um bom negócio para o Brasil investir em certificações, até para garantir a pesca no futuro", diz.
Várias das espécies de peixes e de crustáceos consumidas pelos brasileiros estão ameaçadas pela sobrepesca. Segundo o Censo da Vida Marinha do Ministério do Meio Ambiente, das 1.209 espécies de peixes catalogadas na costa e nos rios, 32 estão sendo exploradas além de sua capacidade de regeneração. No caso dos crustáceos, a sobrepesca ameaça 10 de 27 espécies.
Varejo
As redes de varejo já começaram a enxergar os benefícios do pescado sustentável. O Walmart elaborou uma política específica para a compra de pescado, que inclui um acordo de cooperação com o Ministério da Pesca. "Parar de vender peixe por causa da sobrepesca não é solução, e sim o manejo do pescado e o investimento em sistemas de rastreabilidade", diz Cristiane Urioste, diretora de sustentabilidade da rede. Hoje a rede tem controle de 40% dos crustáceos que comercializa.
No Pão de Açúcar, a aposta será no desenvolvimento da cadeia de fornecedores da Amazônia. "Queremos construir uma cadeia constante, baseada no trabalho com os ribeirinhos", afirma Paulo Pompilio, diretor de relações institucionais da rede. Um dos desafios será fazer com que os preços não se tornem proibitivos. "Não pode ser um produto 'gourmet'. Se o pirarucu custar R$ 35 o quilo, as pessoas vão preferir o bacalhau", analisa.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo.
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