O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009, divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), aponta que as mulheres – maioria entre o 1,5 bilhão de pessoas que sobrevivem com US$ 1 ou menos por dia – sofrem as piores consequências das mudanças climáticas.
O representante do Unfpa no Brasil, Harold Robinson, explicou que as mulheres pagam os preços mais altos em termos da perda de colheita, falta de água e destruição de habitações, uma vez que são maioria da força de trabalho na agricultura, têm menor acesso a trabalho e à renda e apresentam menor mobilidade. “Elas estão mais vulneráveis aos desastres ambientais”, disse.
O representante do Fundo Populacional da Organização das Nações Unidas no Brasil Harold Robinson lança o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009. O documento, intitulado Enfrentando um Mundo em Transição: Mulheres, População e Clima, mostra que os investimentos que permitem às mulheres o empoderamento, sobretudo nas áreas de educação e saúde, fortalecem o desenvolvimento econômico e reduzem a pobreza, provocando impactos positivos sobre o clima.
A coordenadora do Unfpa no Brasil, Taís Santos, lembrou que as mudanças climáticas têm impacto diferenciado sobre as populações e não afetam de forma linear os ricos e os pobres. Por se tratarem de uma das parcelas mais vulneráveis, as mulheres, segundo ela, têm papel importante no processo de reversão ou contenção das alterações de clima.
“O contingente feminino é bastante expressivo – metade da população mundial e mais da metade da população pobre do mundo. Elas têm todo o direito de opinar e de participar da tomada de decisões. É necessário que haja condições para que as mulheres se apoderem”, cobrou.
Como bom exemplo, o documento da Unfpa destacou o empreendedorismo feminino em Bangladesh. Na cidade indiana – que sofre regularmente com chuvas e enchentes –, um grupo de mulheres sugeriu, como forma de adaptação às mudanças climáticas, a troca da criação de galinhas por patos.
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