Estudo da Universidade Autônoma de Barcelona aponta que a concessão de áreas de exploração de petróleo e gás natural ameaçam a biodiversidade da Amazônia peruana.
Segundo artigo dos pesquisadores Martí Orta and Matt Finer publicado na revista especializada “Environmental Research Letters”, nunca antes o governo concedeu tantas áreas para exploração do subsolo na região.
Os cientistas reuniram pela primeira vez um histórico completo das atividades relacionadas ao setor petrolífero naquela zona. Eles concluíram que atualmente 41% da Amazônia peruana está loteada em 52 concessões.
Os pesquisadores levantaram que a região teve um boom de exploração de petróleo no final da década de 1970 e começo da década de 1980. Desde então, há uma tendência de queda da extração do óleo, mas a produção de gás natural vem aumentando e está maior do que nunca.
Ainda de acordo com o levantamento, a maioria das concessões foi feita em áreas sensíveis do ponto de vista ambiental ou da questão indígena. Um quinto das reservas ambientais e mais de metade das terras indígenas na Amazônia peruana têm concessões em seus domínios.
Outro dado preocupante é que mais de 60% das terras para as quais se propõem criar reservas para índios isolados (que não têm contato com o “homem branco”) estão dentro de áreas de concessão.
Os autores sugerem que o Peru deveria aumentar o debate interno sobre a necessidade de preservação de sua porção da Amazônia e poderia refletir sobre a adoção de projetos semelhantes à iniciativa Yasuní-ITT, pela qual o Equador tenta levantar fundos internacionais para evitar a exploração do subsolo de uma área de floresta com altíssima biodiversidade.
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