sexta-feira, 19 de março de 2010

Criadores paulistas produzem peixe para o mercado amazônico

Criadores de peixe de Mococa, em São Paulo, estão vendendo alevinos para abastecer mercados da região amazônica. O matrinchã, espécie mais comercializada, é nativo da região.

A espécie é nativa da bacia do Rio Amazonas, mas agora está também em águas paulistas. Há 15 anos, o matrinchã é criado em tanques em Mococa. Mais de dois milhões são produzidos por ano na empresa de piscicultura. A espécie pode alcançar 50 centímetros de cumprimento e dois quilos de peso. “É um peixe resistente e bom de carne. Isso trouxe interesse para a atividade”, falou o criador Martinho Colpani.

Criador
A tecnologia que permite a reprodução em grandes quantidades faz com que sobrem peixes pela região. Mas eles estão em falta em Estados como Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e o Amazonas.

Há três anos é assim. Desta vez, quarenta mil alevinos serão levados para Manaus. Eles precisam ter entre três e cinco centímetros. O trabalho começa com a coleta dos peixes. Do tanque seguem para a quarentena, onde ficam sem alimentação por 24 horas.

Depois de contados, são colocados em sacos plásticos com água e gelo. A mortandade é de apenas 1%. “A gente controla a temperatura da água na embalagem. Vai acondicionado dentro de caixas e papelão. O caminhão que transporta o peixe também é climatizado”, explicou o criador Thiago Colpani.

De Mococa a São Paulo são quatro horas de estrada. Depois disso, os peixes enfrentam mais quatro horas de voo em um avião cargueiro até chegar a Manaus. A jornada por estradas e aeroportos dura mais de dez horas. Já em terras amazonenses o carregamento de matrinchãs é recebido pelo criador Getúlio Miranda, que vai engordar os alevinos.

“Hoje, nós trazendo por esse valor chega mais barato do que o preço local”, calculou Miranda. Os peixes ficam prontos para o consumo em dez meses.

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