BRASÍLIA – Até o final do ano, 110 mil propriedades do Pará serão acompanhadas pelo Programa Boi Guardião. A iniciativa monitora por satélite fazendas de criação de gado na Amazônia, com o objetivo de verificar se houve desmatamento. Em caso de danos ao ambiente, os produtores passam a sofrer limitações no comércio dos animais para os frigoríficos.
Analistas comparam imagens de satélite a novos retratos, feitos a cada seis meses, para ver se as áreas ocupadas pela pecuária permanecem as mesmas. Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) cadastram as propriedades, munidos de GPS. O acompanhamento e a análise dos dados são feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O coordenador do Laboratório de Tratamento de Imagens de Satélite (Latis), Divino Figueiredo, acredita que a visualização precisa, permitirá o controle seguro do desmatamento.
Cerca de 15 mil propriedades incluídas no projeto piloto estão sob monitoração desde o ano passado e foi iniciado o georreferenciamento (registro da localização geográfica) de mais de 80 mil fazendas.
Controle
A propriedade que derrubar árvores ilegalmente será identificada e poderá perder o direito à Guia de Trânsito Animal (GTA), fundamental para o transporte dos animais. “Sem esse documento, o pecuarista não pode movimentar os animais para outras fazendas ou para frigoríficos”, adverte o coordenador de Trânsito e Quarentena Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Felipe Carvalho.
No futuro, com a introdução desse modelo on-line em todo o País, as informações sobre origem e destino do gado poderão ser consultadas em tempo real. Além disso, o sistema permitirá a atualização mais ágil do Cadastro Nacional de Explorações Pecuárias, que registra as propriedades brasileiras.
Os municípios Água Azul do Norte, Eldorado dos Carajás, Marabá, Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Tucumã no sudeste do Pará Integram o projeto piloto. Ao longo de 2010, o sistema incluirá mais 38 municípios do centro-sul do Pará, também classificados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres de febre aftosa. Na terceira etapa, que começa no final deste ano, o monitoramento alcançará 67 municípios do nordeste do estado, o Baixo Amazonas e a região da Ilha do Marajó, com 32 cidades, além da totalidade de Rondônia e Mato Grosso. A medida estará plenamente implantada até o final do primeiro semestre de 2011.
O programa foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com parceria do governo do Pará, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os frigoríficos.
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