sábado, 16 de novembro de 2013

ONU diz que 2013 pode ser o 7º ano mais quente desde 1850

O ano de 2013 tem tudo para ser considerado pela Organização Meteorológica Mundial como o sétimo mais quente desde 1850, quando foram iniciadas as medições deste tipo pela instituição. De janeiro a setembro, a temperatura global subiu 0,48º C acima da média registrada entre 1961 e 1990.
As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (13) durante coletiva de imprensa em Varsóvia, na Polônia, onde acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 19.
O documento afirma que os nove primeiros meses do ano aparecem, ao lado de 2003, no sétimo lugar entre os mais quentes da história e pode ser considerado um dos dez mais quentes já registrados.
Enquanto em 2012 as temperaturas extremas foram registradas nos Estados Unidos, em 2013 o calor foi mais intenso na Austrália.
O texto confirmou ainda que nível do mar tem subido, em média, 3,2 mm anualmente desde que as medições por satélite foram iniciadas, em 1993. A taxa é considerada "um novo recorde" pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o relatório, a taxa observada de aumento do nível do mar entre 2001 e 2010 era de 3 mm e a média observada no século passado foi de 1,6 mm de elevação ao ano.
Para Michel Jarraud, secretário-geral da organização, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2)  e outros gases de efeito estufa atingiram níveis máximos de emissões em 2012 e “nós esperamos que eles atinjam níveis sem precedentes, mais uma vez, em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente”, explicou.
Segundo relatório da OMM:
- Até setembro de 2013 as temperaturas registradas colocam o ano como o 7º mais quente desde 1850, empatado com 2003;
- Até o início de novembro, foram registrados 86 ciclones tropicais, tufões e furacões no planeta;
- Nível do mar tem elevado, em média, 3,2 mm/ano desde 1993.
 
Segundo ele, o nível dos oceanos subiu 20 centímetros apenas no século passado “fazendo com que as populações costeiras fiquem mais vulneráveis a tempestades. Vimos isso com consequências trágicas nas Filipinas”, disse o porta-voz da organização meteorológica.
Até o início de novembro deste ano, foram registrados 86 ciclones tropicais, de tufões a furacões no Atlântico. O índice se aproxima da média registrada entre 1981 e 2010, quando, anualmente, ocorreram 89 grandes tempestades.
Entre as tempestades registradas este ano está o tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas e causou destruição em muitas cidades do país.
Dados regionais
De acordo com o texto da agência da ONU, as temperaturas na América do Norte ficaram acima acima da média em 2013, mas foram mais moderadas que em 2012.

A Austrália registrou entre novembro de 2012 e novembro de 2013 temperaturas consideradas “as maiores de todos os tempos”. Em alguns locais do país, os termômetros registraram 49,6º C. Na Ásia, o Japão teve o verão mais quente já registrado. A China e a Coreia do Sul registraram em agosto temperaturas altas.

Sobre a quantidade de chuvas, o relatório apontou que a América do Sul registrou uma quantidade de precipitação muito abaixo da média, principalmente no Nordeste do Brasil, “onde partes desta região sofreram com a pior seca em 50 anos no início de 2013”. O texto afirma ainda que o Planalto brasileiro experimentou seu maior déficit de chuvas desde que os registros começaram, em 1979.

Já Alemanha, Polônia, Áustria, Suíça e outros países da Europa tiveram índices extremos de chuva no fim de maio e começo de junho, com inundações na região dos rios Danúbio e Elba.

Seca no Nordeste (Foto: TV Globo)Região Nordeste do Brasil sofreu este ano uma das piores secas já registradas (Foto: TV Globo)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Briga de gente grande na Amazônia!


Emissões nacionais caíram 36,7% entre 2005 e 2012, apontam ONGs


Levantamento feito por uma rede de organizações ambientais do país, e que analisou as emissões de gases de efeito estufa do Brasil entre 1990 e 2012, aponta que entre 2005 e 2012 a quantidade de gases liberados no país caiu 36,7%.
A redução foi puxada pelo setor de mudanças do uso do solo, que engloba índices de desmatamento. A diminuição foi de 68% em sete anos, segundo o estudo.
Os números são paralelos ao levantamento do governo federal divulgado este ano, que analisou as emissões até 2010 e constatou queda de 38,7% desde 2005.
No entanto, os números alternativos apontaram alta de 7,9% na quantidade de gases-estufa liberada pelo país ao analisar os últimos 22 anos, enquanto que as informações oficiais estimaram queda de 10,5% entre 1990 e 2010.
Os dados foram levantados pelo Observatório do Clima e fazem parte do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), plataforma on-line lançada nesta quinta-feira (7).
Seu objetivo, segundo Tasso Azevedo, consultor de sustentabilidade e clima e principal coordenador do sistema, será garantir informações claras sobre as emissões de gases nacionais, com atualização anual, além de ampliar a capacidade de entendimento da sociedade civil sobre como lidar com os gases-estufa lançados pelo país.
A plataforma analisou as emissões brutas, sem contabilizar dados de sequestro de carbono por meio de florestas em pé – metodologia utilizada pelo governo federal para realizar o inventário nacional de emissões. Pparalelo aos dados do governo, o estudo utilizou informações dos inventários nacionais lançados anteriormente.
Termelétrica de Cuiabá volta a funcionar (Foto: Assessoria/EPE)Usina termelétrica em Cuiabá, que foi acionada
este ano(Foto: Assessoria/EPE)
Apesar de queda, número é alto
Segundo o Seeg, em 2005 as emissões nacionais foram de 2,34 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.

Já em 2012, a estimativa caiu para 1,48 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (medida que soma emissões de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso).
Os índices dos dois anos analisados foram maiores que as emissões nacionais de 1990, quando o país registrou 1,39 bilhão de toneladas de CO2. No mundo, entre 90 e 2012, as emissões cresceram 37% e passaram de 38 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 52 bilhões de toneladas.
Em 2012, mudanças no uso da terra (que incluem desmatamento) foi o setor que mais emitiu gases. Agropecuária foi o segundo setor que mais emitiu, seguido da energia, processos industriais e resíduos sólidos.

A área de energia foi a que registrou maior crescimento de emissões nas últimas duas décadas. O total passou de 193 milhões de toneladas de CO2 em 1990 para 436 milhões de toneladas em 2012, crescimento de 126% em 22 anos.

“Apenas nos últimos dois anos, as emissões do setor energético aumentaram 13%, graças ao maior consumo de gasolina (+34%) e redução do consumo de álcool (-30%). Além disso, foram acionadas usinas termelétricas (movidas a carvão) por conta da seca no Nordeste. Nos tornamos menos eficientes nessa parte e estamos fazendo com que as emissões cresçam mais rápido do que a nossa economia”, explicou Azevedo.
Ele explicou ainda que o setor deve aumentar ainda mais suas emissões se o país não crescer a participação de fontes renováveis na matriz energética.
Com informações do globonatureza