sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

National Geographic' divulga melhores fotos de 2013

Da BBC

Um concurso da National Geographic premiou algumas das melhores fotos feitas no ano de 2013. A incrível imagem de um urso polar emergindo do mar na baía de Hudson, no Canadá, venceu o prêmio principal.
Mas há também belas imagens premiadas ou com menções honrosas em três categorias diferentes: pessoas, lugares e natureza. Veja a galeria completa.
Esta incrível imagem de um urso polar emergindo do mar congelado na baía de Hudson, do fotógrafo Paul Souders, ganhou o prêmio principal no concurso de fotos deste ano da National Geographic.  (Foto: Paul Souders/National Geographic Photo Contest 2013)Esta imagem de um urso polar emergindo do mar congelado na baía de Hudson, do fotógrafo Paul Souders, ganhou o prêmio principal no concurso. (Foto: Paul Souders/National Geographic Photo Contest 2013)
Um rinoceronte indiano, longe de casa e preso dentro do melancólico inverno do zoológico de Toronto. Esta foto de Stephen De Lisle recebeu menção honrosa na categoria 'Natureza' (Foto: Stephen De Lisle/National Geographic Photo Contest 2013)Um rinoceronte indiano, longe de casa e preso no inverno do zoo de Toronto. A foto de Stephen De Lisle recebeu menção honrosa na categoria 'Natureza' (Foto: Stephen De Lisle/National Geographic Photo Contest 2013)
Outra imagem de natureza que recebeu menção honrosa foi a de Réka Zsirmon, feita no rio Danúbio, na Hungria.  (Foto: Réka Zsirmon/National Geographic Photo Contest 2013)Outra imagem de natureza que recebeu menção honrosa foi a de Réka Zsirmon, feita no rio Danúbio, na Hungria. (Foto: Réka Zsirmon/National Geographic Photo Contest 2013)
Julie Fletcher também foi reconhecida na categoria 'Lugares'. 'Não havia chuva ou vento, mas na distância o céu parecia carregado e bravo, colocando sua ira sobre este cemitério de árvores mortas, em um lago que costuma ficar bastante seco', explica ela. (Foto: Julie Fletcher/National Geographic Photo Contest 2013)Julie Fletcher também foi reconhecida na categoria 'Lugares'. 'Não havia chuva ou vento, mas na distância o céu parecia carregado e bravo, colocando sua ira sobre este cemitério de árvores mortas, em um lago que costuma ficar bastante seco', explica ela. (Foto: Julie Fletcher/National Geographic Photo Contest 2013)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Fotógrafa capta momento em que crocodilo abocanha zebra no Quênia

Fotógrafa captou momento em que crocodilo devora exemplar de zebra, que atravessava o Rio Mara, no Quênia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)Fotógrafa captou momento em que crocodilo devora exemplar de zebra, que atravessava o Rio Mara, no Quênia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)
A fotógrafa Rebecca Blackwell, da Associated Press, clicou o momento em que um enorme crocodilo do Rio Mara, no Quênia, devora uma zebra. O flagrante aconteceu na terça-feira (3), no Parque Maasai Mara.

Segundo a agência, milhares de animais que tinham saído da região durante o processo tradicional de migração, rumo ao Parque Nacional Serengeti, no sul da Tanzânia, estão retornando antes do tempo previsto.

Guardas florestais afirmam que os bichos encontraram condições insuficientes de pasto na região e a forte seca que atinge a Tanzânia pode ter influenciado o retorno.
Durante a travessia de volta ao Quênia, os animais precisam atravessar rios. São nesses momentos que crocodilos aproveitam para “fazer uma boquinha”.
Grupos de gnus e zebras voltam para o Parque Maasai Mara, no Quênia, após migrarem para reserva na Tanzânia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)Grupos de gnus e zebras voltam para o Parque Maasai Mara, no Quênia, após migrarem para reserva na Tanzânia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)
Gnus atravessam rio rumo à reserva natural no Quênia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)Gnus atravessam rio rumo à reserva natural no Quênia (Foto: Rebecca Blackwell/AP)

sábado, 16 de novembro de 2013

ONU diz que 2013 pode ser o 7º ano mais quente desde 1850

O ano de 2013 tem tudo para ser considerado pela Organização Meteorológica Mundial como o sétimo mais quente desde 1850, quando foram iniciadas as medições deste tipo pela instituição. De janeiro a setembro, a temperatura global subiu 0,48º C acima da média registrada entre 1961 e 1990.
As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (13) durante coletiva de imprensa em Varsóvia, na Polônia, onde acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 19.
O documento afirma que os nove primeiros meses do ano aparecem, ao lado de 2003, no sétimo lugar entre os mais quentes da história e pode ser considerado um dos dez mais quentes já registrados.
Enquanto em 2012 as temperaturas extremas foram registradas nos Estados Unidos, em 2013 o calor foi mais intenso na Austrália.
O texto confirmou ainda que nível do mar tem subido, em média, 3,2 mm anualmente desde que as medições por satélite foram iniciadas, em 1993. A taxa é considerada "um novo recorde" pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o relatório, a taxa observada de aumento do nível do mar entre 2001 e 2010 era de 3 mm e a média observada no século passado foi de 1,6 mm de elevação ao ano.
Para Michel Jarraud, secretário-geral da organização, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2)  e outros gases de efeito estufa atingiram níveis máximos de emissões em 2012 e “nós esperamos que eles atinjam níveis sem precedentes, mais uma vez, em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente”, explicou.
Segundo relatório da OMM:
- Até setembro de 2013 as temperaturas registradas colocam o ano como o 7º mais quente desde 1850, empatado com 2003;
- Até o início de novembro, foram registrados 86 ciclones tropicais, tufões e furacões no planeta;
- Nível do mar tem elevado, em média, 3,2 mm/ano desde 1993.
 
Segundo ele, o nível dos oceanos subiu 20 centímetros apenas no século passado “fazendo com que as populações costeiras fiquem mais vulneráveis a tempestades. Vimos isso com consequências trágicas nas Filipinas”, disse o porta-voz da organização meteorológica.
Até o início de novembro deste ano, foram registrados 86 ciclones tropicais, de tufões a furacões no Atlântico. O índice se aproxima da média registrada entre 1981 e 2010, quando, anualmente, ocorreram 89 grandes tempestades.
Entre as tempestades registradas este ano está o tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas e causou destruição em muitas cidades do país.
Dados regionais
De acordo com o texto da agência da ONU, as temperaturas na América do Norte ficaram acima acima da média em 2013, mas foram mais moderadas que em 2012.

A Austrália registrou entre novembro de 2012 e novembro de 2013 temperaturas consideradas “as maiores de todos os tempos”. Em alguns locais do país, os termômetros registraram 49,6º C. Na Ásia, o Japão teve o verão mais quente já registrado. A China e a Coreia do Sul registraram em agosto temperaturas altas.

Sobre a quantidade de chuvas, o relatório apontou que a América do Sul registrou uma quantidade de precipitação muito abaixo da média, principalmente no Nordeste do Brasil, “onde partes desta região sofreram com a pior seca em 50 anos no início de 2013”. O texto afirma ainda que o Planalto brasileiro experimentou seu maior déficit de chuvas desde que os registros começaram, em 1979.

Já Alemanha, Polônia, Áustria, Suíça e outros países da Europa tiveram índices extremos de chuva no fim de maio e começo de junho, com inundações na região dos rios Danúbio e Elba.

Seca no Nordeste (Foto: TV Globo)Região Nordeste do Brasil sofreu este ano uma das piores secas já registradas (Foto: TV Globo)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Briga de gente grande na Amazônia!


Emissões nacionais caíram 36,7% entre 2005 e 2012, apontam ONGs


Levantamento feito por uma rede de organizações ambientais do país, e que analisou as emissões de gases de efeito estufa do Brasil entre 1990 e 2012, aponta que entre 2005 e 2012 a quantidade de gases liberados no país caiu 36,7%.
A redução foi puxada pelo setor de mudanças do uso do solo, que engloba índices de desmatamento. A diminuição foi de 68% em sete anos, segundo o estudo.
Os números são paralelos ao levantamento do governo federal divulgado este ano, que analisou as emissões até 2010 e constatou queda de 38,7% desde 2005.
No entanto, os números alternativos apontaram alta de 7,9% na quantidade de gases-estufa liberada pelo país ao analisar os últimos 22 anos, enquanto que as informações oficiais estimaram queda de 10,5% entre 1990 e 2010.
Os dados foram levantados pelo Observatório do Clima e fazem parte do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), plataforma on-line lançada nesta quinta-feira (7).
Seu objetivo, segundo Tasso Azevedo, consultor de sustentabilidade e clima e principal coordenador do sistema, será garantir informações claras sobre as emissões de gases nacionais, com atualização anual, além de ampliar a capacidade de entendimento da sociedade civil sobre como lidar com os gases-estufa lançados pelo país.
A plataforma analisou as emissões brutas, sem contabilizar dados de sequestro de carbono por meio de florestas em pé – metodologia utilizada pelo governo federal para realizar o inventário nacional de emissões. Pparalelo aos dados do governo, o estudo utilizou informações dos inventários nacionais lançados anteriormente.
Termelétrica de Cuiabá volta a funcionar (Foto: Assessoria/EPE)Usina termelétrica em Cuiabá, que foi acionada
este ano(Foto: Assessoria/EPE)
Apesar de queda, número é alto
Segundo o Seeg, em 2005 as emissões nacionais foram de 2,34 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.

Já em 2012, a estimativa caiu para 1,48 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (medida que soma emissões de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso).
Os índices dos dois anos analisados foram maiores que as emissões nacionais de 1990, quando o país registrou 1,39 bilhão de toneladas de CO2. No mundo, entre 90 e 2012, as emissões cresceram 37% e passaram de 38 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 52 bilhões de toneladas.
Em 2012, mudanças no uso da terra (que incluem desmatamento) foi o setor que mais emitiu gases. Agropecuária foi o segundo setor que mais emitiu, seguido da energia, processos industriais e resíduos sólidos.

A área de energia foi a que registrou maior crescimento de emissões nas últimas duas décadas. O total passou de 193 milhões de toneladas de CO2 em 1990 para 436 milhões de toneladas em 2012, crescimento de 126% em 22 anos.

“Apenas nos últimos dois anos, as emissões do setor energético aumentaram 13%, graças ao maior consumo de gasolina (+34%) e redução do consumo de álcool (-30%). Além disso, foram acionadas usinas termelétricas (movidas a carvão) por conta da seca no Nordeste. Nos tornamos menos eficientes nessa parte e estamos fazendo com que as emissões cresçam mais rápido do que a nossa economia”, explicou Azevedo.
Ele explicou ainda que o setor deve aumentar ainda mais suas emissões se o país não crescer a participação de fontes renováveis na matriz energética.
Com informações do globonatureza

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Amazônia teve mais de 400 espécies descobertas em quatro anos


A piranha 'vegetariana' Tometes camunani (Foto: Marcelo C. Andrade / Tommaso Giarrizzo / Michel Jégu/Tropical Ichtiology)A piranha 'vegetariana' Tometes camunani (Foto: Marcelo C. Andrade / Tommaso Giarrizzo / Michel Jégu/Tropical Ichtiology)
Mais de quatrocentas espécies de animais e plantas, entre elas uma piranha vegetariana, foram descobertas na região do Amazonas nos últimos anos, anunciou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Duzentos e cinquenta e oito plantas, 84 peixes, 58 anfíbios, 22 répteis, 18 pássaros e um mamífero - um macaco titi -, foram descobertos entre 2010 e 2013 na vasta região sul-americana, segundo um comunicado do escritório britânico da organização ecológica.
"Quanto mais os cientistas olham, mais encontram", explicou Damian Fleming, chefe dos programas do Brasil e do Amazonas na WWF-UK.
"Com uma média de duas novas espécies identificadas a cada semana nos últimos quatro anos, fica claro que a extraordinária Amazônia é um dos centros de biodiversidade mais importantes do mundo".

Entre as espécies descobertas, destaca-se o macaco titi Caqueta (Callicebus caquetensis), cujas crias têm um traço peculiar. A WWF-UK acredita que estas espécies se encontram apenas em partes reduzidas da região amazônica, o que supõe uma ameaça por causa do desmatamento. "A descoberta destas novas espécies reafirma a importância de assumir compromissos e gerenciar de modo sustentável esta biodiversidadúnica", afirmou Fleming.

"Quando eles se sentem contentes, ronronam como gatinhos", afirmou cientista Thomas Defler, que ajudou a descrevê-lo.
Também chama a atenção a piranha vegetariana (Tometes camunani), que se alimenta de algas.
Macaco Callicebus caquetensis (Foto: Javier Garcia/AP)Macaco Callicebus caquetensis (Foto: Javier Garcia/AP)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Estudo diz que risco de seca no sul da Amazônia é maior do que se pensava


Novo estudo publicado pela revista “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, alerta que a vegetação do sul da Amazônia tem um risco maior de mortalidade por causa da seca do que avalia o mais recente relatório de mudanças climáticas da ONU.
As medições de chuva apontam que, desde 1979, a estação seca amazônica tem aumentado em uma semana por década, enquanto a temporada de queimadas também tem se estendido.
O trabalho de Rong Fu, da Universidade do Texas, e sua equipe, contrasta fortemente com as previsões do painel climático da ONU, o IPCC, que considera que a estação seca na floresta amazônica deverá estar no máximo 10 dias mais longa até o fim do século, mesmo nos cenários mais negativos.
Segundo Fu, a duração da estação de seca é o mais importante fator de controle da floresta. “Se ela for muito longa, a floresta não sobrevive”, alerta o pesquisador. A estação de seca é importante porque o solo amazônico tem capacidade limitada de absorver água durante o período de chuvas, ou seja, a floresta tem um máximo de umidade de que disporá durante a estiagem.
Os autores acreditam que a mudança climática causada pelo homem é a explicação mais provável para o aumento da estação sec a na Amazônia, pois bloqueia a chegada de frentes frias subtropicais, que poderiam estimular a precipitação sobre a floresta, e, além disso, dificulta que o ar quente e seco próximo ao solo se misturar com massa frias e úmidas mais altas.
A Amazônia, em geral, costuma absorver carbono da atmosfera. No entanto, quando passa pro secas muito prolongadas, pode se tornar um ecossistema que libera carbono, contribuindo para o aquecimento global. Os pesquisadores alertam que, com o aumento das estações secas, esse processo pode se tornar norma, em vez de se exceção.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Senado aprova projeto de lei que restabelece antigo horário do Acre e faz valer plebiscito de 2010

O Senado aprovou nesta terça-feira,8, projeto de lei que revoga a lei que alterou o fuso horário do Acre e de parte do Amazonas. A lei passou por referendo no Acre e a população rejeitou a mudança. Com isso, um novo projeto passou a tramitar para revogar a alteração e fazer valer a vontade popular de permanecer com o fuso horário que historicamente vigorou no estado.
Com a aprovação do projeto, o Acre e parte do Amazonas voltam a ter duas horas a menos que Brasília. A lei rejeitada no referendo previa que eles passariam a ter apenas uma hora a menos em relação à capital federal.
“Não havia necessidade dessa mudança de horário. O correto seria fazer um plebiscito para saber se o povo do Acre queria mudar de horário ou não. Como não feito, agora vamos fazer valer a vontade do povo acreano”, disse o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) ao defender a aprovação do projeto.
Uma emenda de redação foi aprovada para separar os artigos que tratam dos horários do Acre e de parte do Amazonas. Dessa forma, se a presidenta Dilma Rousseff assim desejar, ela poderá vetar o trecho que trata apenas do Amazonas, onde não houve referendo e não há obrigatoriedade de a lei anterior ser revogada. Como a emenda foi apenas de redação, a matéria não precisará retornar para a Câmara dos Deputados e segue para sanção presidencial.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Frio fora de época: Nova frente fria chega ao Acre nesta terça-feira; 2013 é o mais frio dos últimos anos


Outubro chegou e com ele uma nova frente fria está prevista para atingir o estado nesta terça-feira, 1. Desta vez de fraca intensidade, mas que provocará muita chuva, na maior parte do Acre, afirma o climatologista Davi Friale. 

Em algumas áreas, poderão ocorrer chuvas fortes acompanhadas de raios, ventanias e, eventual, queda de granizo, principalmente, a partir da tarde, nos municípios de Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Jordão e Santa Rosa do Purus.

Na capital acreana e em Brasileia, os ventos mudam de direção, ainda, pela manhã, e passam a soprar de sudeste deixando do dia ventilado e com temperatura agradável, a partir do início da tarde.

A temperatura máxima cai bastante, na terça-feira, e deverá ficar entre 26 e 29ºC, em Rio Branco, Brasileia e municípios adjacentes. No centro do estado e no vale do Juruá, as máximas cairão bastante, na quarta-feira, ficando entre 25 e 28ºC.

As mínimas não terão queda significativa e deverão oscilar entre 17 e 19ºC, em Rio Branco e Brasileia. Em alguns pontos, poderão ocorrer transtornos à população, devido aos temporais, principalmente, no centro e no oeste do estado.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Relatório diz que mudança do clima pode afetar alimento e energia no país

A vazão de importantes rios do país e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelofornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos.
Neste ambiente, a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições será divulgado oficialmente nesta segunda-feira (9) durante a 1ª Conferência Nacional sobre o tema, que acontece na cidade de São Paulo.
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Possibilidades dramáticas
- agricultura pode perder até R$ 7 bilhões por ano com o clima;
- queda na produtividade do café, soja, arroz e outras culturas;
- redução de chuvas no Norte e Nordeste; aumento no Sul e Sudeste, com risco de inundações;
- risco para o abastecimento das águas subterrâneas;
- em todo o litoral, volume de pesca pode cair 6% em 40 anos.
Cada vez mais quente
Segundo o documento, a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais crítica com uma possível escassez de chuvas.

Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6 ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%.

Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrológico da floresta (principalmente entre os meses de julho e novembro), prolongando a estação de seca e alterando a distribuição de chuvas no país.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
Rio Tocantins está 2,5 metros acima do esperado para a época do ano (Foto: Reprodução/TV Mirante)Vazão do Rio Tocantins pode diminuir 20%
(Foto: Reprodução/TV Mirante)
Rios mais secos e pesca ameaçada
Bacias importantes do leste da Amazônia (nas proximidades do Pará) e do Nordeste podem ter reduções significativas em suas vazões. A estimativa é de queda de 20%. Segundo o documento, o Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento.
Essa diminuição afetaria, por exemplo, a geração de energia elétrica por hidrelétricas e a distribuição de eletricidade pelo país. Além disso, forçaria o governo a utilizar as termelétricas, consideradas mais poluentes.
No Sul do país, a Bacia do Paraná-Prata poderá ter aumento de vazão entre 10% e 40% nas próximas décadas. No entanto, os cientistas apontam que ainda há incertezas a respeito.
O relatório informa ainda que a mudança climática pode afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ameaçando a qualidade desse recurso armazenado no subsolo. Os pesquisadores apontam que, mesmo sabendo de tais consequências, ainda é prematuro afirmar quais danos ocorrerão devido a poucas pesquisas realizadas sobre o tema.

Quanto aos oceanos, o documento diz que a acidificação será acentuada se as emissões de gases permanecerem altas e o potencial de pesca em toda a costa brasileira poderá diminuir em 6% nos próximos 40 anos.
Aumento da temperatura por biomas no Brasil (Foto: G1)
Impactos na agricultura
Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no país atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.
Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.
De acordo com Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e coordenador do Volume que trata sobre "Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às mudanças climáticas", o café-arabica, importante variedade cultivada no país, também poderá sofrer com o calor. Plantado principalmente na região Sudeste (Minas Gerais lidera a produção), este grão não conseguirá se desenvolver em temperaturas acima de 34 ºC, oferecendo risco à expansão da cultura.
Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país. “A alternativa será trabalhar com variedades de café que tenham mais tolerância ao calor”, explica Assad. Apesar dos riscos à agricultura, ele comenta que o setor é o que tem planos de adaptação e mitigação mais avançados até o momento.
Em contrapartida, o calor pode beneficiar a cana-de-açúcar, planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança no cultivo de cana ocorreria em São Paulo, onde haveria "transferência" da produção da região oeste para o leste do estado.
Governo precisa agir contra desastres
Para Emílio La Rovere, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Volume 3 do relatório, que trata da "Mitigação à Mudança Climática", é necessário aperfeiçoar as políticas públicas voltadas à redução das emissões, planejando o combate a longo prazo, após 2020.

A data marca o prazo final para o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões, anunciadas em 2009 durante a conferência climática de Copenhague. Na época, o Brasil se comprometeu em diminuir entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais em comparação aos índices de 2005. Em junho deste ano, o governo anunciou que o país já atingiu cerca de 62% de sua meta.

La Rovere afirma que, se nada for feito para restringir as emissões pós 2020, o Brasil pode lançar na atmosfera 2,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente já em 2030. Para se ter ideia, o número supera o total de 2005, quando as emissões totalizavam cerca de 2 bilhões de toneladas. Em 2010, este número caiu para 1,25 bilhão de toneladas de CO2.

“Há uma dificuldade no pós 2020. Com o nível de desmatamento baixo, haverá uma pressão maior para o aumento da queima de combustíveis fósseis. Reduzir as emissões da indústria e dos transportes pode afetar a economia. A ideia é conseguir um crescimento econômico com menor consumo de energia e com mais energia renovável. Isso vai ser fundamental para que, após 2020, continuemos a reduzir as emissões”, explica Emílio.

Sobre planos de prevenção aos desastres climáticos, Eduardo Assad afirma que é necessário cuidar da já frágil região costeira do país, onde mora a maioria da população, realizando planos como o de zoneamento de risco urbano. Segundo ele, isso pode evitar, por exemplo, deslizamentos de encostas em períodos chuvosos.
“Não dá mais, como brasileiro, para aceitar mais desastres que matem mais de mil brasileiros de uma só vez. Medidas protetoras e preventivas têm de ser feitas urgentemente”, disse o pesquisador. "Os eventos extremos estão acontecendo com maior frequência. A população que não estiver preparada, vai sofrer com isso".
Imagem área mostra devastação em área de Nova Friburgo (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)Imagem aérea mostra devastação em bairro de Nova Friburgo, durante deslizamentos ocorridos por conta da chuva, em 2011. Falta de planejamento para prevenção de desastres naturais pode fazer novas vítimas (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Novo relatório climático diz que ação humana causa aquecimento global

Com informações do globonatureza
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC na sigla em inglês, divulgou nesta sexta-feira (26) um novo relatório que aumenta o grau de certeza dos cientistas em relação à responsabilidade do homem no aquecimento global.

Chamado de "Sumário para os Formuladores de Políticas", o texto afirma que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau - a edição anterior falava em mais de 90%.

O documento apresentado em Estocolmo, na Suécia, em conferência científica realizada ao longo desta semana, mostra também que o nível dos oceanos aumentou 19 centímetros entre 1901 e 2010, e que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para "níveis sem precedentes em pelo menos nos últimos 800 mil anos".
O novo relatório diz ainda que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2 ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900), caso a queima de combustíveis fósseis continue no ritmo atual e não sejam aplicadas quaisquer políticas climáticas já existentes.
Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimam ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte (veja abaixo uma tabela com os eventos climáticos possíveis, segundo os cientistas).
Trata-se da primeira parte de um conjunto de dados que servirá de base para as negociações climáticas internacionais. A última versão saiu em 2007, quando o estudo rendeu ao painel de especialistas o Prêmio Nobel da Paz. O primeiro capítulo divulgado nesta sexta, de um total de três, aborda A Base das Ciências Físicas. As demais partes serão publicadas em 2014.
IPCC - arte (Foto: G1)
Aquecimento quase certo
Os cientistas tratam como fato o aumento médio de 0,85 ºC na temperatura global entre 1880 e 2012 e que é “muito provável” que desde 1950 houve redução de dias e noites mais frios e aumento de dias e noites mais quentes em todo o planeta.


A temperatura da superfície do oceano teve aumento de 0,11 ºC por década entre 1971 e 2010, e a água marinha está mais ácida, fator que pode prejudicar o ecossistema.

Um ponto considerado polêmico do documento, o chamado "hiato" da mudança climática, foi mantido. O trecho explica que houve uma "desaceleração" no aumento da temperatura global entre 1998 e 2012, com taxa de aquecimento de 0,05 ºC por década, enquanto que período entre 1951 e 2012, essa taxa era de 0,12 ºC. Para o IPCC, esta desaceleração sentida não significa uma mudança de curso no aquecimento do planeta.


Ao avaliar quatro cenários de emissões de gases, o IPCC fez previsões de que até 2100 a temperatura no planeta pode aumentar entre 0,3 ºC e 1,7 ºC (no cenário mais brando, com menos emissões e políticas climáticas implementadas) e entre 2,6 ºC 4,8 ºC se não houver controle do lançamento de gases-estufa.

O relatório aponta também que é forte a evidência de que as camadas polares e glaciares do Ártico e Antártica têm perdido massa de gelo e reduzido sua extensão oceânica.
O texto diz que são “altamente confiáveis” as informações de que a Groenlândia e a Antártica perderam massa de gelo nas últimas duas décadas e que já há migração de ecossistema terrestre para áreas onde o frio predominava (e não havia chance de sobrevivência da maioria dos tipos de vegetais).
“O mais importante é que o gelo fora da região antártica continua com ritmo acelerado de derretimento e, principalmente, as geleiras não polares (encontradas em montanhas) continuam a reduzir rapidamente e a contribuir para o aumento do nível do mar”, explicou o glaciologista brasileiro Jefferson Simões, um dos revisores da parte que aborda as massas de gelo do planeta.
“Agora nós temos muito mais dados e um detalhamento maior, que possibilita que as previsões sejam corrigidas”, complementa.
Segundo o IPCC
- temperatura global aumentou 0,85 ºC entre 1880 e 2012;
- há 95% de chance de que o homem causou aquecimento;
- concentração de CO2 no ar é a maior em 800 mil anos;
- no pior cenário de emissões, a temperatura sobe 4,8 ºC até 2100;
- no mesmo cenário, nível do mar pode aumentar 82 cm até 2100;
- gelo do Ártico pode retroceder 94% até 2100 durante o verão;
Maior emissão de gases
Um dos dados apresentados pelo IPCC aponta que foi registrado um aumento de 43% na forçante radiativa entre 1985 e 2011.


A forçante radiativa é um índice que estima impactos climáticos causados pelo desequilíbrio entre as radiações solares absorvidas pela Terra e o calor devolvido pelo planeta à atmosfera, aquecendo-a. Essa troca de energia equilibrada garante uma temperatura global estável.
No entanto, uma maior emissão de gases e aerossóis pelo homem por conta de queimadas, desmatamento e queima de combustíveis fósseis (principalmente CO2) tem elevado a forçante e, consequentemente, retido uma maior quantidade de calor no planeta.
Segundo Paulo Artaxo, físico da Universidade de São Paulo e um dos coautores do capítulo divulgado, o aumento representa a elevação das concentrações de gases de efeito estufa “que continuam a subir rapidamente”.


Mares mais altos

De acordo com o IPCC, é muito provável que o nível do mar aumente no século 21 em todos os cenários de emissões estudados pelos cientistas. A elevação seria causada pelo aumento do degelo na região da Antártica e do Ártico.



No cenário mais brando, em que há corte de emissões e políticas climáticas, o nível do mar pode subir entre 26 centímetros e 55 centímetros até 2100. Já no pior cenário, com altas emissões de gases-estufa e não cumprimento de regras para a redução delas, o nível do mar aumentaria entre 45 centímetros e 82 centímetros.

O IPCC faz a previsão também de que 95% da totalidade do oceano tem probabilidade alta de aumentar o seu nível e que 70% das regiões costeiras do planeta sofrerão com o avanço do mar.
“É importante salientar que algumas regiões do globo podem ter aumento maior que este e outras regiões aumentos menores, pois este valor é uma média global”, afirma Artaxo.
Esperamos um grande impacto deste relatório nos formuladores de políticas"
José Marengo, pesquisador do Inpe e editor do relatório do IPCC
Credibilidade em xeque
Vazamento de e-mails com conversas entre autores, debatendo possíveis exageros presentes no relatório, ou até mesmo erros cometidos, como a conclusão de que as geleiras nas montanhas do Himalaia derretiam mais rápido do que as outras do mundo e "poderiam desaparecer até 2035, ou antes” – dado que o IPCC considerou um “lamentável erro” – levantou um debate sobre a credibilidade da instituição.


O fato alimentou a opinião de céticos em relação às mudanças climáticas. Mas, para cientistas brasileiros envolvidos na elaboração do documento e ouvidos pelo G1, foram problemas pontuais que não diminuíram a “confiabilidade científica” do painel.
"Houve uma mudança na forma de trabalhar, os capítulos foram enviados para revisão internacional. Esperamos um grande impacto deste relatório nos formuladores de políticas", afirma José Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O pesquisador, que é um dos editores do capítulo divulgado, duvida que a confiabilidade científica do texto do IPCC tenha diminuído. "O fato de que há críticos por aí não significa que está errado ou cheio de problemas", disse.
“A credibilidade não é colocada em dúvida por causa de questões menores perto de milhares de aspectos acertados no relatório. Sempre é possível que pequenos deslizes ocorram em qualquer tipo de trabalho, mas isso não tira o brilho de uma extensa análise feita por milhares de cientistas”, afirmou Paulo Artaxo.
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O homem e o clima
As conclusões do novo relatório do IPCC sobre os eventos climáticos
Eventos climáticos
Já aconteceram mudanças?

O homem contribuiu para essas mudanças?
Probabilidade de que ocorram mais mudanças até o fim do século 21

Dias mais quentes ou menos dias frios na maioria das áreas terrestres
Muito provável

Muito provável
Praticamente certo

Aumento de ondas de calor
Média confiança

Provável

Muito Provável

Aumento de chuvas fortes
Provavelmente haverá mais áreas com aumento do que com diminuição. Muito provavelmente na América do Norte central

Média confiança*

Muito Provável

Aumento da intensidade ou duração das secas
Baixa confiança em escala global

Baixa confiança*

Provável (com média confiança)

Aumento na atividade de ciclones tropicais
Baixa confiança em mudanças de longo prazo*

Baixa confiança*

Mais provável que ocorra do que que não ocorra

Aumento do nível do mar
Provável

Provável*

Muito provável

* Expressa o nível de confiança dos cientistas, com base nas informações disponíveis e no grau de concordância entre os especialistas a respeito de cada tema