terça-feira, 30 de setembro de 2008

Desmatamento da Amazônia cresce 133%


Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o ritmo de desmatamento da Amazônia subiu 133,6% em agosto. O cálculo, feito por meio de imagens de satélites, indica que nesse mês foram destruídos 756,7 km² quilômetros quadrados de floresta, área equivalente à metade do município de São Paulo. Em julho, o instituto registrou 323,9 km² de florestas derrubadas.

A medição foi realizada pelo sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que identifica apenas as áreas desmatadas ou degradadas que tenham área maior que 2.500 m². Devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos são detectados.Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o crescimento do ritmo de desmatamento é ainda maior, atingindo 228,7%. Em agosto de 2007, o Inpe registrou 230,2 km² de áreas devastadas.
Os focos de desmatamento já podem ser vistos no mapa interativo Globo Amazônia, que mostra os pontos de destruição da floresta e possibilita aos internautas protestar contra queimadas e desmatamentos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Prisão de Leopoldo Fernandez suspende negociações de paz na Bolívia


O diálogo entre o governo Evo Morales e a oposição foi suspenso nesta terça-feira (16)na Bolívia. O motivo da interrupção, segundo os oposicionistas, é a prisão do governador de Pando , Leopoldo Fernández.Ao saber da prisão, o principal representante oposicionista no diálogo, Mario Cossío, governador de Tarija, abandonou uma reunião com membros do governo no palácio presidencial em La Paz sem falar com a imprensa. Mais tarde, no aeroporto de Santa Cruz, ele declarou que o diálogo com Morales "não morreu, mas está em agonia".O senador oposicionista Roberto Ruiz, que participou da reunião, disse que a "libertação imediata" de Fernández significaria a assinatura do acordo de pacificação nacional.

Numa ação ousada exército boliviano prende governador de Pando


Por volta das 10h30 horas da manhã desta terça-feira finalmente o exército boliviano consegue prender o governador de Pando, Leopoldo Fernandez, acusado de financiar as milícias de oposição ao governo central e por não cumprir o estado de sítio. Cerca de 200 homens das Forças Armadas cercaram a prefeitura e levaram sem qualquer resistência o líder dos autonomistas. O comboio trazendo Leopoldo Fernandez seguiu para o Aeroporto Internacional de Cobija e um avião militar o levou para La Paz.

Soldados disparam contra a imprensa
Quando a imprensa internacional tentou se aproximar do aeroporto, para registrar as imagens da decolagem, foi surpreendida com disparos de fuzil e metralhadora. Por pouco os jornalistas que cobriam o fato não eram alvejados.

Tranqüilidade nas ruas após a prisão

Em Cobija guardas patrulham o centro da cidade para evitar novas manifestações. Alguns comércios chegaram a abriram as portas pela manhã, mas fecharam agora à tarde. A previsão é que o movimento comercial volte a ser normalizado nesta quarta-feira.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Forças Armadas da Bolívia tentam manter estado de sítio em Cobija


O exército boliviano continua ocupando o departamento de Pando para tentar garantir o cumprimento do estado de sítio decretado pelo governo federal desde o último fim de semana. Hoje manifestantes chegaram a ocupar a frente da prefeitura de Cobija, mas foram dispensados pelo exército. A prefeitura da cidade de Filadelfia, a 50 quilômetros de Cobija, foi incendiada durante a madrugada. A tarde, o corpo de um boliviano aparentando ter 50 anos de idade foi encontrado boiando no rio Acre pelo Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Acre. A instabilidade na região de fronteira já começa a prejudicar o comércio nas cidades acreanas de Brasiléia e epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia.

Entenda os protestos contra Morales na Bolívia
Cinco dos nove departamentos (Estados) da Bolívia iniciaram nesta segunda-feira (08) a terceira semana de protestos contra o presidente Evo Morales. Estradas foram bloqueadas, escritórios estatais tomados e as fronteiras com Brasil, Argentina e Paraguai foram fechadas.
Manifestantes entram em confronto com a polícia, durante protestos em Santa Cruz
As manifestações estão concentradas na região do Chaco boliviano, no sudeste do país, onde as maiores reservas de gás do país fazem fronteira com Brasil, Argentina e Paraguai. Há bloqueios nos departamentos (Estados) oposicionistas de Tarija, Beni, Pando, Chuquisaca e Santa Cruz.
Os governadores desses departamentos lideram os protestos contra o governo de Morales. No centro do debate estão: a nova Constituição, proposta pelo presidente boliviano, e um programa de pensão aos idosos do país, que conta com verbas obtidas da renda do gás.
O presidente anunciou neste sábado (06) que enviou ao Congresso um projeto de lei para a convocação dos dois referendos que faltam para a ratificação da nova Constituição. Em 28 de agosto, Morales decidiu, por decreto, que as duas consultas acontecerão dia 7 de dezembro.
Mas a Corte Nacional Eleitoral declarou-se impedida de preparar a votação, porque os referendos teriam de passar pelo Parlamento. Em resposta, Morales acusou o tribunal de "subordinação à direita", mas acabou baixando o tom do discurso.
O governo não tem maioria no Senado. Agora, Morales deve repetir estratégia que já usou em episódios anteriores: convocar sessão conjunta do Parlamento -com a Câmara, os governistas são maioria- enquanto milhares de simpatizantes cercam o edifício para pressionar pela votação.

domingo, 14 de setembro de 2008

Exclusivo - Leopoldo Fernandez: “Mesmo ameaçado de prisão lutarei pela autonomia do governo de Pando”

Em Cobija realizando cobertura sobre os conflitos no Departamento de Pando, na fronteira do Acre com a Bolívia, pela TV Aldeia, fui recebido em sua residência pelo governador de Pando, Leopoldo Fernandez, para uma entrevista exclusiva. Veja os principais trechos:

Senildo Melo: O Sr. imaginava que os conflitos ganhassem essas proporções?
Leopoldo Fernandez:
“Jamais. Esperava que houvesse um entendimento entre o presidente Evo Morales e os governadores dos departamentos. Agora as manifestações estão sem controle”, concluiu.
Senildo Melo: Qual foi o estopim para essa verdadeira guerra entre civis e militares?
Leopoldo Fernandez: “Com certeza a decisão de corte dos recursos do hidrocarboneto de 95%, que de direito são dos departamentos foi o principal motivo. Esse governo central é autoritário e violento. Ele ordena as forças armadas da Bolívia para atirar contra a população. Mas nós vamos lutar pela autonomia até o fim”, disse.

Senildo Melo: É verdade que o presidente Evo Morales teria decretado a sua prisão?
Leopoldo Fernandez:
“Ele pensa que eu estou financiando esses protestos do Comitê Cívico de Pando contra o governo central. Mas não é tão fácil assim. Seria preciso uma intervenção militar no estado. Mas eu desconfio que esse Evo é capaz de tudo”, desabafou.

Senildo Melo: O Sr. teme pela sua vida?
Leopoldo Fernandez:
“Sim. Tenho tomado alguns cuidados com a minha segurança e da minha família. Os soldados de La Paz estão ocupando a cidade e eles não dialogam, eles atiram sem receio de matar”, completou.

Senildo Melo: O governador do Acre, Binho Marques, está preocupado com os conflitos. Como o Sr. espera resolver isso para que não prejudique as relações turísticas e comerciais com o Acre?
Leopoldo Fernandez:
“O governador Binho Marques é um importante aliado. Lamentamos que esses conflitos na região de fronteira já estejam prejudicando as relações comerciais entre Acre e Cobija. Os turistas não querem mais vir para cá. Mas quando conseguirmos a autonomia dos estados essas relações serão retomadas”, finalizou.

sábado, 13 de setembro de 2008

Um rastro de morte e destruição se abateu sobre a outrora pacata Cobija


De acordo com informações vindas de Pando, na Bolívia, o clima continua tenso nas cidades de Cobija e Polvini, onde oficialmente 16 campesinos (índios e agricultores) morreram durante confronto com os manifestrantes da direita boliviana e 52 ficaram feridos e estão internados no hospital de Cobija. Lojas foram queimadas e saqueadas. O Presidente Evo Morales decretou estado de sítio em todo Departamento de Pando. A partir de agora, niguém entra ou sai da Bolívia sem a autorização do exército boliviano. Muitos brasileiros que vivem em Cobija buscam refúgio em Brasiléia. O exército boliviano tomou o aeropoto Internacional de Cobija.
Como começou
Vale ressaltar a a revolta do Comitê Cívico de Pando teve início quando o presidente Evo Morales cortou 95% do repasse dos cinco departamentos mais desenvolvidos da Bolívia para cobrir gastos com a Previdêncvia Social. O manifestantes pedem a devolução desse recurso, que é retirado dos impostos de todos os hidrocarbonetos, combustíveis vendidos pela Bolívia.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ribeirinhos encontram dificuldades para escoar produção pelo rio Acre


Tão difícil quanto vender o produto no porto do Mercado Novo, em Rio Branco, é conseguir navegar com a produção -, diz o colono Raimundo Fé em Deus. Uma vez por semana o produtor faz o percurso Porto Acre-Rio Branco num batelão de sua propriedade levando mais de cinco toneladas de produtos da região como banana, melancia e melão. São 12 horas de viagem. Tempo que poderia ser reduzido pela metade se não fosse o baixo nível das águas do rio Acre. - Em alguns trechos, como a da cachoeira do Catuaba, temos de desembarcar o produto para poder seguir viagem e mais a frente embarcar tudo novamente -, acrescentou Fé em Deus. Ele também compra a produção de muitos ribeirinhos que vivem às margens do rio. Durante os períodos de estiagem, quando o nível das águas é de pouco mais de um metro e meio, os desafios aumentam. A grande quantidade de ganhos de árvore e bancos de areia no leito do manancial favorece o risco de acidente. Qualquer vacilo o batelão pode parar no fundo do rio. Sem opções de transporte terrestre, já que na localidade onde seu Raimundo vive, o ramal está em péssimo estado e o preço do frete cobrado encarece ainda mais o produto. O jeito é se arriscar num rio cheio de curvas e armadilhas.

Venda e desvalorização do produto para o atravessador


Ao desembarcar no porto do Mercado Novo, no bairro Cadeia Velha, o ribeirinho tem outro desafio ainda maior: vender o produto. Como dificilmente o cliente vai até o batelão devido à falta de estrutura do local, a única opção do colono é vender seu produto (a preço de banana) ao atravessador, que compra uma melancia por R$ 1,50 e revende ao cliente por cerca de R$ 10. Um lucro oito vezes maior. Tal prática vem desestimulando os ribeirinhos, que muitas vezes voltam para casa sem nem mesmo cobrir os custos com o transporte.
A prefeitura de Rio Branco reconhece o problema e promete solucioná-lo com a construção do Ceasa. A obra segue em ritmo acelerado, próximo à terceira Ponte. Segundo o secretário de Agricultura do Município, Mário Jorge Fadel, com a inauguração do Ceasa, em meados de 2009, a figura do atravessador será eliminada.
- Com o Ceasa, o colono vai poder comercializar seu produto tanto no atacado quanto no varejo. O consumidor também terá acesso livre ao local. A venda e o lucro serão garantidos -, afirma o secretário.

Geógrafo alerta para o risco de catástrofe ambiental
Assim como nosso personagem, a maioria dos ribeirinhos que vivem às margens do rio Acre, ao longo dos seus 6 mil quilômetros de extensão, desde Assis Brasil até a foz em Boca do Acre, no Amazonas, vem sofrendo com o assoreamento e a poluição do leito do manancial. O geógrafo Claudemir Mesquita, da secretaria Municipal de Meio Ambiente, faz uma previsão sombria sobre o futuro do rio Acre.
- Precisamos parar de agredir o rio Acre. A poluição ambiental, o desmatamento e a pecuária estão fazem desaparecer o mais importante rio da nossa vida. O poder público precisa tomar uma providência urgente para impedir a destruição das nascentes do rio. Se todos nos mobilizarmos ainda há tempo para salvar o manancial -, disse Claudemir Mesquita.
Há anos estudando a seqüência de tragédias ambientais envolvendo o rio Acre, como enchentes e secas cada vez mais severas, o pesquisador faz uma afirmação contundente.
- Se continuarmos nesse ritmo de devastação ambiental os nossos filhos e netos, ou seja, as próximas gerações, não terão oportunidade de tomar banho nesse rio. Estamos matando, todos os dias, a fonte que sacia a nossa cede. Eu me arrisco em afirmar que a ausência de água potável no planeta será o estopim para o início da terceira guerra mundial -, concluiu.

Aqüífero do Segundo Distrito pode ser a salvação
Caso uma tragédia se abatesse sobre a capital acreana e o baixo nível do rio Acre levasse a um colapso no abastecimento de água de Rio Branco, o aqüífero do Segundo Distrito seria a única fonte de captação de água potável da capital. Um estudo realiza pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) descobriu que o aqüífero tem potencial para abastecer uma cidade com até 500 mil habitantes. Portanto, quase o dobro da capital do Acre que é de 300 mil pessoas. Mas ainda falta um projeto e investimento do poder público para a exploração sustentável dessa verdadeira mina de ouro escondida no subsolo da capital. Por enquanto, hoje apenas as empresas de água mineral lucram com a exploração descontrolada do aqüífero.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

IMAC inicia operação Linha Fria


Cerca de 20 equipes compostas por 70 agentes do IMAC, Corpo de Bombeiros e Pelotão Florestal integram a operação Linha Fria. O objetivo é intensificar a fiscalização visando à prevenção de queimadas e transporte ilegal de madeira nos municípios do baixo e alto Acre e na regional Tarauacá/Envira.

De acordo com o IMAC, em agosto de 2007 foram registrados 278 focos de queimadas contra 127 no mesmo período desse ano. Uma redução de 60%. Segundo o coordenador da operação Linha Fria, Ivo Sena (foto), a realização de cursos de prevenção e o combate a incêndios nas propriedades rurais também contribuíram para essa redução.

A presidente do IMAC, Cleisa Cartaxo (foto), confirmou que a licença para atividade de queimadas continua suspensa até 15 de outubro.