sábado, 29 de setembro de 2012

ONU: Crime organizado explora até 90% da madeira de florestas tropicais do mundo

Greenpeace denunciou extração ilegal de madeira para uso em carvoarias. Crime organizado lucra até US$ 100 bi por ano com atividade

O crime organizado é responsável por até 90% da exploração madeireira nos principais países tropicais da Bacia Amazônica, da África Central e do Sudeste da Ásia, ameaçando os esforços para combater a mudança do clima, o desmatamento, a conservação da fauna e a erradicação da pobreza, segundo dados divulgados neste sábado pela ONU (Organização das Nações Unidas). 

A extração ilegal de madeira em todo o mundo já responde de 15% a 30% do seu comércio global, o que corresponde a um total entre US$ 30 bilhões e US$ 100 bilhões por ano (cerca de R$ 60 bilhões e R$ 200 bilhões, respectivamente), segundo novo relatório do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e da da Interpol, apresentado na Conferência Mundial sobre Florestas, em Roma, na Itália.

O relatório Carbono Verde: Comércio Negro declara que o comércio ilegal dificulta a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, chamada de iniciativa Redd, uma das principais ferramentas para catalisar a mudança ambiental positiva, o desenvolvimento sustentável, a criação de empregos e a redução de emissões de gases de efeito estufa.

As florestas do mundo capturam e armazenam dióxido de carbono e ajudam a diminuir os problemas da mudança climática. No entanto, o desmatamento, principalmente de florestas tropicais, é responsável por cerca de 17% de todas as emissões de gás carbônico causadas pelo ser humano - 50% maior do que a soma de emissões de navios, aviação e transporte terrestre. 
 
"Lavagem" de madeira
O relatório conclui que, sem esforço coordenado da comunidade internacional, madeireiros ilegais e cartéis vão continuar controlando operações de um porto a outro em busca de seus lucros, prejudicando o meio ambiente, as economias locais e, até mesmo, a vida dos povos indígenas. A Interpol apontou que os crimes estão associados ao aumento da atividade criminosa organizada, como a violência, assassinatos e atrocidades contra os habitantes das florestas indígenas.

Os grupos criminosos estão, segundo o documento, combinando táticas antiquadas (como subornos) com métodos tecnológicos (como hackear sites de governos). Operações ilegais também estão se tornando mais sofisticadas; madeireiros e comerciantes mudam suas atividades entre regiões e países para evitar esforços locais e internacionais de policiamento.

O relatório descreve 30 formas de aquisição e "lavagem" de madeira ilegal. Métodos primários incluem falsificação de licenças de corte e suborno para obter licenças (o documento pode custar em alguns países até US$ 50 mil, cerca de R$ 101 mil), mas também registra novos meios criminosos, como concessões e "hackeamento" de sites governamentais para obtenção ou alteração de licenças eletrônicas.

Uma nova forma de lavar milhões de metros cúbicos de madeira ilegal é misturá-la com madeira legalmente cortada por usinas de serra, celulose, papel e cartão. Outro truque comum é a alegação falsa de que a madeira de florestas selvagens que está sendo vendida é proveniente de florestas plantadas.

Fonte: UOL

Países precisam fazer mais para evitar extinções de espécies, diz ONU

Os países do planeta precisam fazer mais para diminuir a extinção de animais e plantas dentro das metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2020, afirmam especialistas da instituição. A redução da extinção, dizem eles, também economizaria ao mundo bilhões de dólares por ano.

Apenas alguns países, como França, Guatemala e Grã-Bretanha, adotaram até agora novos planos nacionais para combater ameaças como a poluição ou as alterações climáticas, de acordo com o pacto estabelecido no Japão em 2010.

"Há muito mais a fazer", disse David Cooper, chefe da unidade científica, técnica e tecnológica no Secretariado da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB), em Montreal. Quase 200 nações se reunirão em Hyderabad, na Índia, de 8 a 19 de outubro, para avaliar o progresso rumo às metas para proteger a vida no planeta.
Gato Marsupial está ameaçado de extinção.  (Foto: Foto: Wildlife Explorer/Wikimedia Commons) 
 
Gato Marsupial é um animal ameaçado de extinção
(Foto: Foto: Wildlife Explorer/Wikimedia Commons)
Relatórios da ONU apontam que a Terra está sofrendo a maior onda de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos.

Os governos concordaram em 2010 com 20 metas, incluindo expansão das áreas protegidas e eliminação progressiva dos subsídios prejudiciais à proteção animal. As medidas, por exemplo, podem ajudar a salvar os recifes de coral, que são viveiros para peixes, ou a diminuir o desmatamento da Amazônia.

"Há um progresso substancial. É rápido o suficiente para atingir as metas até 2020 para a maioria deles? Provavelmente não", disse Cooper. A biodiversidade está ameaçada por uma expansão da população humana para 9 bilhões, até 2050. Hoje, são 7 bilhões de habitantes em todo o globo, aproximadamente.

As nações também têm tido dificuldades para ratificar um protocolo que estabelece regras para o acesso a recursos genéticos, como plantas tropicais raras usadas em medicamentos, e formas de compartilhar benefícios entre empresas, povos indígenas e governos.

Até agora, 92 países assinaram o Protocolo de Nagoya, mas apenas seis ratificaram, bem aquém dos 50 necessários para que ganhe força legal. A meta é que o protocolo esteja em pleno funcionamento até 2015.
 
Otimismo demais
"Estávamos um pouco otimistas demais", disse Valerie Normand, diretora sênior do programa para acesso e compartilhamento de benefícios na Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. O Secretariado da Convenção esperava que o protocolo pudesse entrar em vigor este ano. A expectativa agora é para 2014.
Cooper disse que muitos dos objetivos fixados para 2020 economizariam bilhões de dólares por ano, ao garantir que a agricultura, desmatamento ou pesca possam ser geridos de forma sustentável. Alguns locais de pesca, por exemplo, têm sido explorados ao ponto do colapso.

Em Nagoya, especialistas estimam que o financiamento anual para salvaguardar a biodiversidade totalizou cerca de US$ 3 bilhões por ano, mas alguns países em desenvolvimento queriam que aumentasse para cerca de US$ 300 bilhões.

"Estes números são grandes, mas são triviais em comparação com os benefícios que estamos recebendo da biodiversidade. Se não agirmos, os custos serão muito maiores", afirmou Cooper.
Ao menos 32% das raças de gado estão sob ameaça de extinção nos próximos 20 anos, diz a ONU. Já 75% da diversidade genética das culturas agrícolas foi perdida desde 1900.

Fonte: Portal G1

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Espécies brasileiras entre as mais ameaçadas do mundo


Espécies na lista das mais ameaçadas de extinção.


A Sociedade Zoológica de Londres e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) divulgaram a lista dos 100 animais, plantas e fungos que estão mais próximos da extinção. A lista tem espécies de 48 países e foi compilada por oito mil cientistas da UICN.

Cinco espécies brasileiras estão na lista. Entre elas, um macaco, duas borboletas, um preá e um pássaro. Todos eles são vítimas do desmatamento de seus habitats no nordeste, sudeste e sul do país. O relatório, que se chama 'Inestimável ou Sem valor?', chama a atenção para a dificuldade de proteger espécies que não são consideradas 'úteis'. Os cientistas temem que não seja possível salvar espécies que não tragam benefícios óbvios para a sociedade humana. 'Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se elas desaparecerem, nenhuma quantia de dinheiro poderá trazê-las de volta', diz Ellen Butcher, coautora do levantamento.

Jonathan Baillie, da Sociedade Zoológica de Londres, diz que os doadores para projetos de conservação e as próprias organizações conservacionistas tendem a pensar 'o que a natureza pode fazer por nós?' ao priorizar projetos que ajudam espécies consideradas lucrativas. 'Temos uma decisão moral e ética importante a tomar: essas espécies têm direito de sobreviver ou nós temos o direito de levá-las à extinção?', diz Baillie.

Fonte: Com informações do UOL

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dia da Amazônia: Uma reflexão global



Hoje comemora-se em todo o mundo o dia da Amazônia. Mas será que temos mesmo o que comemorar? A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta. Ela ocupa um território muito extenso e tem uma variedade de animais, plantas e rios tão grande que ajuda a controlar o clima na terra. Aqui estão 50% de todas as espécies do planeta! Mas, o desmatamento crescente, o avanço do agronegócio, a exploração madeireira e ausência de políticas púbicas para a região podem antecipar o processo de extinção da Amazônia.

Atitude. É isso que o mundo precisa. Atitude consciente, sustentável e de preservação. Atitude de governos e do cidadão. Na somatória de forças podemos alcançar grandes conquistas numa guerra onde não há vencedores. Com a destruição da floresta todos perdem. Enquanto as autoridades discutem como aumentar o seu PIB interno, a Amazônia agoniza e o planeta pede socorro. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Funai apura denúncia de chacina de 80 índios na fronteira do Brasil com a Venezuela

Fotos de arquivo da tribo ianomâmi feitas por organização de direitos dos indígenas (Foto: ONG Survival International)Foto de arquivo da tribo ianomâmi feita por organização de direitos dos indígenas (Foto: ONG Survival International)
A Fundação Nacional do Índio (Funai) está investigando a denúncia de massacre de indígenas ianomâmi por garimpeiros em uma aldeia na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Uma equipe de técnicos da instituição está em contato com grupos indígenas na região via rádio para buscar informações.

O local onde ocorreu o massacre, a aldeia Irotatheri, é de difícil acesso e fica em território venezuelano, segundo a Funai. Para chegar até o local do massacre são necessários "de quatro a dez dias" de caminhada do ponto onde os técnicos estão, diz a assessoria da fundação.

Segundo relatos de três sobreviventes a organizações defensoras dos indígenas, o massacre teria ocorrido após tentativa de garimpeiros brasileiros de estuprar mulheres ianomâmi. Até 80 indígenas (número de membros da aldeia Irotatheri) podem ter sido mortos pelos garimpeiros, de acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam).
No Brasil
Outros ianomâmi que dizem ter escapado da chacina foram encontrados no Brasil, segundo informações do Instituto Socioambiental (ISA). Até então, os sobreviventes haviam sido achados na Venezuela. Os indígenas chegaram feridos à aldeia Onkiola, segundo o instituto. A vila fica na região de Auaris, no extremo noroeste de Roraima, distante 450 km da capital, Boa Vista.

Os garimpeiros teriam usado armas de fogo e explosivos contra a aldeia, segundo relatos dados pelos sobreviventes às ONGs. Para Marcos Wesley de Oliveira, coordenador do Programa Rio Negro, do ISA, e especialista na etnia ianomâmi, o Brasil e a Venezuela deveriam somar forças na investigação.

"Como são garimpeiros brasileiros em território venezuelano, trabalhar em cooperação é a melhor solução para todos, para elucidar o caso", diz Oliveira. Ele ressalta que os dois países "já tem vários acordos de cooperação, inclusive para vigilância e proteção de fronteira".

O especialista considera que o Brasil "não poderia e nem vai" se eximir de investigar um caso como este, até pelo histórico de apuração de outro massacre contra ianomâmis, ocorrido na década de 1990, em Haximu, também em Roraima.

O Ministério da Justiça não se posicionou sobre o caso. O Ministério Público Federal em Roraima, estado mais próximo à fronteira com a Venezuela, onde teria ocorrido o massacre, afirmou que os garimpeiros podem ser processados e até presos caso tenham entrado no Brasil.

A Polícia Federal deve emitir nota oficial. Segundo apurou a equipe de reportagem, o procedimento-padrão da força policial, neste caso, é aguardar que as autoridades venezuelanas procurem o Itamaraty, que então aciona o Ministério da Justiça e a PF para realizar investigação. O MPF em Roraima aguarda procedimento similar - um contato das autoridades da Venezuela com o Itamaraty para que haja investigação judicial.
Venezuela
A Promotoria Geral da Venezuela indicou uma comissão para investigar o suposto ataque, que teria sido cometido em julho, mas cujos detalhes só vieram à tona nos últimos dias.
De acordo com a ONG Survival International, os índios, que teriam encontrado os corpos carbonizados das supostas vítimas do massacre, só conseguiram reportar a ação muito tempo após ela ter sido cometida, já que os ianomâmi vivem em uma região isolada e as testemunhas levaram dias para chegar a pé até o povoamento mais próximo.

O massacre teria ocorrido no dia 5 de julho. A denúncia foi apresentada na Promotoria-Geral e a Defensoria Popular, em Puerto Ayachucho, na Venezuela, e também perante a 52ª Brigada de Guarnição Militar, que registrou os depoimentos.

Fonte: Rafael Sampaio (Portal G!)