sábado, 29 de setembro de 2012

Países precisam fazer mais para evitar extinções de espécies, diz ONU

Os países do planeta precisam fazer mais para diminuir a extinção de animais e plantas dentro das metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2020, afirmam especialistas da instituição. A redução da extinção, dizem eles, também economizaria ao mundo bilhões de dólares por ano.

Apenas alguns países, como França, Guatemala e Grã-Bretanha, adotaram até agora novos planos nacionais para combater ameaças como a poluição ou as alterações climáticas, de acordo com o pacto estabelecido no Japão em 2010.

"Há muito mais a fazer", disse David Cooper, chefe da unidade científica, técnica e tecnológica no Secretariado da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB), em Montreal. Quase 200 nações se reunirão em Hyderabad, na Índia, de 8 a 19 de outubro, para avaliar o progresso rumo às metas para proteger a vida no planeta.
Gato Marsupial está ameaçado de extinção.  (Foto: Foto: Wildlife Explorer/Wikimedia Commons) 
 
Gato Marsupial é um animal ameaçado de extinção
(Foto: Foto: Wildlife Explorer/Wikimedia Commons)
Relatórios da ONU apontam que a Terra está sofrendo a maior onda de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos.

Os governos concordaram em 2010 com 20 metas, incluindo expansão das áreas protegidas e eliminação progressiva dos subsídios prejudiciais à proteção animal. As medidas, por exemplo, podem ajudar a salvar os recifes de coral, que são viveiros para peixes, ou a diminuir o desmatamento da Amazônia.

"Há um progresso substancial. É rápido o suficiente para atingir as metas até 2020 para a maioria deles? Provavelmente não", disse Cooper. A biodiversidade está ameaçada por uma expansão da população humana para 9 bilhões, até 2050. Hoje, são 7 bilhões de habitantes em todo o globo, aproximadamente.

As nações também têm tido dificuldades para ratificar um protocolo que estabelece regras para o acesso a recursos genéticos, como plantas tropicais raras usadas em medicamentos, e formas de compartilhar benefícios entre empresas, povos indígenas e governos.

Até agora, 92 países assinaram o Protocolo de Nagoya, mas apenas seis ratificaram, bem aquém dos 50 necessários para que ganhe força legal. A meta é que o protocolo esteja em pleno funcionamento até 2015.
 
Otimismo demais
"Estávamos um pouco otimistas demais", disse Valerie Normand, diretora sênior do programa para acesso e compartilhamento de benefícios na Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. O Secretariado da Convenção esperava que o protocolo pudesse entrar em vigor este ano. A expectativa agora é para 2014.
Cooper disse que muitos dos objetivos fixados para 2020 economizariam bilhões de dólares por ano, ao garantir que a agricultura, desmatamento ou pesca possam ser geridos de forma sustentável. Alguns locais de pesca, por exemplo, têm sido explorados ao ponto do colapso.

Em Nagoya, especialistas estimam que o financiamento anual para salvaguardar a biodiversidade totalizou cerca de US$ 3 bilhões por ano, mas alguns países em desenvolvimento queriam que aumentasse para cerca de US$ 300 bilhões.

"Estes números são grandes, mas são triviais em comparação com os benefícios que estamos recebendo da biodiversidade. Se não agirmos, os custos serão muito maiores", afirmou Cooper.
Ao menos 32% das raças de gado estão sob ameaça de extinção nos próximos 20 anos, diz a ONU. Já 75% da diversidade genética das culturas agrícolas foi perdida desde 1900.

Fonte: Portal G1

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