sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Inpe: pesquisa confirma que floresta amazônica perdeu 11.968 km² em um ano


A Amazônia Legal sofreu um desmatamento de 11.968 km² entre agosto de 2007 e julho de 2008, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (28).

O dado aponta um crescimento de 3,8% em relação ao período anterior (agosto de 2006 a julho de 2007), quando o instituto registrou 11.532 km² de devastação. A margem de erro da medição, contudo, é de 5% para cuima ou para baixo. "Estatisticamente, estamos no mesmo patamar de 2007”, afirmou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, que interpreta dos dados como uma estabilizaçào do ritmo de devastação.

Anual, o Prodes é o sistema mais detalhado de monitoramento de desmatamento. A área medida se refere somente ao desmatamento por corte raso, ou seja, o estágio final de devastação em que o solo já foi tomado por vegetação de pastagem.

O diretor se mostrou satisfeito com o resultado, pois a expectativa era de um aumento da devastação. “Temos motivos para ficar aliviados por o desmatamento ter se estabilizado”, afirmou Câmara.


O monitoramento de queimadas, outro sistema do Inpe, dava fortes indicativos desse aumento pois, na comparação dos períodos de agosto de 2006 a julho de 2007 e agosto de 2007 a julho de 2008, houve aumento de mais de 50% na quantidade de focos de incêndio. As queimadas, explicou Câmara, são um indicativo de degradação da floresta que pode resultar em corte raso. “Havia uma tendência de recrudescimento do desmatamento que não aconteceu por uma combinação de medidas coercitivas do governo e pressões de mercado”, analisou o diretor do Inpe.

Na análise por estado, o Pará aparece como campeão de desmatamento, com 5.180 km² perdidos. Ainda assim, em comparação com os dados 2006-2007, quando se registraram 5.425 km², houve uma redução de 4,5%.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ibama e PF combatem desmatamento na reserva ambiental Chico Mendes


Criada há 18 anos para manter a mata em pé e ajudar a população que vivia dos produtos da floresta, a reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, tem perdido grandes áreas de floresta para a abertura de pastos para a criação de gado.

Segundo o Ibama, já são mais de 10 mil animais vivendo dentro da área protegida. Para abrigar tantos bois, o desmatamento dentro da reserva já atinge 450 quilômetros quadrados – cerca de um terço do município de São Paulo. Uma operação do Ibama iniciada esta semana tenta combater a criação ilegal de gado dentro da floresta.

As regras estipulam que os moradores podem usar até 15 hectares para pasto, mas a área aberta tem ultrapassado esse limite, e pecuaristas de fora da reserva tem alugado terras reservadas para as famílias tradicionais. “Embora uma família não tenha grande patrimônio, eles mesmos admitem que foram desmatando ao longo dos últimos anos para alugar a pastagem para outros pecuaristas de dentro da reserva”, explicou o superintendente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck.

O criador José Xavier dos Santos, por exemplo, é morador da reserva há mais de 20 anos e é responsável pela criação de mais de 400 cabeças de gado em uma área que ultrapassa os mil hectares de floresta derrubada. “Nunca teve esse limite para nós. Então, o limite o que coubesse dentro do desmatamento, a gente usava.”, afirma.

Segundo o superintendente do Ibama, a única opção que resta ao Santos é a expulsão da reserva. “Vai ser retirado. Esperamos que ele saia por um acordo, que não precise sair na força”, declara Anselmo Forneck. Já Jorge Pontes cria 80 bois e ainda arrenda um pedaço da terra para manter 214 cabeças de gado do vizinho. Pelo desmatamento ilegal de 200 hectares ele vai ter que pagar uma multa de R$ 1 milhão. O ex-seringueiro tenta se justificar. “A extração de castanha e de borracha dá muito menos do que o gado. Se você vai cortar seringueiras, você vai cortar 10 dias para ganhar 300 e poucos reais. Um bezerro você vende por R$ 350,0o", afirma.

A operação continua nos próximos 15 dias. O alvo do Ibama é voltado para mais 28 grandes pecuaristas que derrubam a floresta Amazônica em troca de pasto para o gado. Ao todo, a reserva Chico Mendes tem cerca de um milhão de hectares. Perto de mil famílias tem autorização para morar no local.

domingo, 23 de novembro de 2008

Um país a caminho do naufrágio

O governo das Maldivas quer comprar terrenos no exterior para transferir a população das ilhas ameaçadas pela elevação do nível do mar

As Maldivas, paraíso tropical de ilhas e atóis de coral localizado no Oceano Índico, a 600 quilômetros da costa da Índia, estão com seus dias contados: segundo as previsões da ONU, o nível do mar deverá subir 59 centímetros até 2100. País mais baixo do planeta (o ponto mais alto está apenas 2,3 metros acima do nível do mar), as Maldivas podem ser a primeira nação a ser varrida do mapa devido ao aquecimento global. Em 80% de seu território, o relevo está abaixo de 1 metro. A situação é tão grave que, ao assumir na terça-feira da semana passada, o presidente Mohamed Nasheed prometeu "uma apólice de seguro antevendo o pior cenário possível". Trata-se de um fundo para financiar a compra de terras no estrangeiro. Caso o oceano continue a avançar sobre o país, seus habitantes poderão fazer as malas e se mudar para Índia, Sri Lanka ou Austrália – o destino final ainda não foi decidido. A elevação do nível dos oceanos é um fenômeno cíclico na história da Terra. Há 35.000 anos, as águas estavam em um patamar similar ao atual. Devido ao fim da Idade do Gelo, o nível caiu vertiginosamente nos milênios seguintes, até atingir 130 metros por volta de 15 000 anos atrás, quando passou a subir novamente e se estabilizou. A elevação das águas voltou a acelerar-se apenas no século XIX. "Trata-se de um fenômeno provocado pelo aquecimento global e que deve continuar nos próximos séculos", disse a VEJA o oceanógrafo australiano John A. Church, coordenador do comitê científico do Programa Mundial de Pesquisa Climática.
É um problema que afeta o mundo todo, já que 65% das cidades com mais de 5 milhões de habitantes estão em áreas costais de baixa altitude. A situação é ainda mais dramática para um grupo de pequenas ilhas, das quais as Maldivas fazem parte, que pouco podem fazer para combater o problema e que correm o risco de simplesmente desaparecer. "Esses países insulares foram formados num período histórico de estabilidade do nível do mar que simplesmente acabou, tornando-os vulneráveis", diz Church. Os efeitos do avanço da água na região já são notáveis. O pequeno arquipélago de Kiribati, na Oceania, tem apenas 110 000 habitantes espalhados em 33 ilhas. Duas delas já submergiram. O quebra-mar em torno do atol principal, Tarawa, está em pedaços e as palmeiras do litoral perderam suas folhagens por causa da salinidade da água que invade a praia. Na vizinha Tuvalu, um país formado por nove pequenos atóis de coral, o ponto mais alto está apenas 5 metros acima do nível do mar. A principal fonte de divisas é o aluguel do seu domínio na internet (.tv) para 650 000 empresas do mundo todo. Com esse dinheiro o país conseguiu pagar as taxas de admissão na ONU e manter um embaixador na sede da organização, em Nova York. Sua principal ocupação é pedir ajuda aos países ricos para enfrentar o avanço da maré. Em Malé, a capital das Ilhas Maldivas, 100 000 pessoas estão comprimidas em apenas 2 quilômetros quadrados – o tamanho da área protegida por um quebra-mar de 3 metros. O país, formado por 1.200 ilhas, das quais apenas 200 são habitadas, foi um protetorado britânico até 1965. Com a independência, virou um sultanato islâmico e depois uma república, onde os ditadores se revezaram no poder. Mohamed Nasheed é o primeiro presidente escolhido em eleições com mais de um candidato. As Ilhas Maldivas são o país mais rico do sul asiático, o que não significa muita coisa, já que seu PIB per capita é equivalente ao do Equador. O dinheiro para o financiamento de terra seca para transferir a população virá da principal fonte de renda do arquipélago, o turismo. O país de 370 000 habitantes recebe 460 000 turistas por ano. São recém-casados, amantes da natureza e hordas de surfista que procuram seus resorts de luxo e suas praias de areia branca e mar transparente para relaxar – e que, em breve, também vão precisar buscar outro destino para passar as férias.

sábado, 22 de novembro de 2008

Justiça Federal suspende licença de instalação da hidrelétrica de Jirau

A 3ª Vara Federal de Rondônia determinou que as obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Porto Velho (RO), sejam paralisadas. A informação foi divulgada neste sábado (22), pela Justiça Federal do estado. A decisão de suspender a licença parcial de instalação, concedida no último dia 13 pelo Ibama, é do juiz da 3ª Vara Federal de Rondônia, Élcio Arruda. Ainda cabe recurso contra a decisão.

A licença parcial de instalação permitia, inicialmente, a instalação do canteiro de obras e de uma pedreira e a realização do trabalho de secagem de parte do leito do rio. Em sua decisão, tomada na quinta-feira (20), o juiz Élcio Arruda destacou que as obras só poderão ser iniciadas quando o consórcio Energia Sustentável Brasil (Enersus) obtiver uma licença definitiva para a construção da usina.

A liminar expedida pelo juiz atende a um pedido de Ivan Marcelo Neves, secretário executivo do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), que havia impetrado ação na Justiça Federal com o pedido de revogação da licença ambiental concedida pelo Ibama.

O juiz Élcio Arruda já enviou ofício comunicando a decisão ao Ibama, a União Federal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Águas (ANA) e ao consórcio Enersus. Um eventual descumprimento da ordem acarretará em multa diária de R$ 100 mil ao consórcio Enersus, liderado pela empresa franco-belga Suez.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

IBAMA deve expulsar mais de 300 famílias da reserva ambiental Chico Mendes


Cerca de 300 famílias que moram na reserva Chico Mendes, em Xapuri, podem ser obrigadas a sair do local. Segundo o Ibama, essas pessoas estão ocupando a área de maneira irregular. O chefe da reserva, Sebastião Santos, disse que muitos produtores estão desmatando mais do que o permitido e criando gado na reserva, que por ser uma área de preservação permanente é proibida por lei.
O presidente da Federação da Agricultura do Acre, Assuero Veronez, saiu em defesa dos moradores da reserva. Segundo ele, a pecuária na região é uma alternativa de sobrevivência adotada pelas famílias devido à crise que atravessa a agricultura de subsistência.
O superintendente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, se encontra em Brasília discutindo o assunto junto ao Ministério do Meio Ambiente para tentar encontrar uma solução para o problema. O superintentente confirmou que vai conceder uma entrevista coletiva na próxima segunda-feira para esclarecer a questão.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Desmatamento causa alterações imprevisíveis de chuvas na Amazônia


Meinrat Andreae, climatologista e diretor do Instituto Max Planck de Química, da Alemanha, apresentou um panorama cheio de incertezas da ação humana sobre a floresta no Congresso Internacional Amazônia em Perspectiva que acontece até quinta-feira (20), em Manaus, reunindo quase mil pesquisadores e estudantes da biodiversidade e do uso da terra na Amazônia. “O desmatamento causa perturbações não-lineares e imprevisíveis no regime de chuvas”, alerta o cientista. Estudos selecionados pelo alemão apontam que as precipitações em áreas desmatadas podem crescer num primeiro momento e depois diminuir, cair linearmente ao longo do tempo ou até apresentar uma queda brusca seguida de redução mais moderada. Certo é, apenas, que a tendência é de diminuição, algo que a longo prazo pode ser fatal para o bioma amazônico, já que ele depende fundamentalmente de seu ciclo hidrológico para se renovar. Ainda assim, Andreae, que estuda a interação da biosfera com a atmosfera há mais de 30 anos, com ênfase na ação dos aerossóis, destaca que observações de curto prazo mostram que a floresta poderia se beneficiar da falta d’água: “Na seca de 2005 foi verificado que precisamente nas áreas mais secas as plantas estavam mais verdes. As plantas tinham mais luz, pois havia menos nuvens no céu, e havia água suficiente, já que a seca não foi muito prolongada, de modo que elas puderam aumentar a fotossíntese”. O alemão lembra ainda que, no passado, a selva tinha menos água. “Entre 4.000 e 8.000 anos atrás a Amazônia era mais seca”, cita. Por outro lado, com a redução da umidade da floresta, ela fica também mais suscetível às queimadas: “A maior parte da Amazônia é tão úmida que você pode jogar napalm nela que ela não vai pegar fogo. Mas num período mais seco, partes maiores da floresta ficam suscetíveis ao fogo. Cada queimada reduz a umidade da floresta e a deixa mais exposta a novas queimadas”. As queimadas e sua emissão de gases aerossóis têm outra forma de influência sobre as chuvas – os aerossóis servem de núcleo para a formação de gotas de chuva. No entanto, quando presentes em grande concentração, levam o vapor d’água para camada mais altas da atmosfera, onde forma granizo. Ao congelar, a água perde energia, o que altera o ciclo natural também de forma imprevisível.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Piloto acreano vence Rally Bolpebra

O piloto João Tarjino (foto), de Sena Madureira, mas que correu pela equipe de Rondônia foi o campeão geral do Rally Bolpebra 2008. A TV Aldeia cobriu o evento com exclusividade.

Depois de passar por trilhas nos arredores dos municípios de senador Guiomard e Capixaba, finalmente os pilotos puderam entraram na Amazônia boliviana. Onde o Rally Bolpebra cumpriu o seu principal objetivo: a integração entre os países por meio do esporte.
Mas foi no percurso dentro do Seringal Cachoeira, em Xapuri, que reservou as maiores emoções. À chuva deixou a trilha bem mais complicada e os pilotos tiveram de se esforçar para controlar as máquinas. Até mesmo os carros traçadas tiveram dificuldades para superar a lama. Depois de mais de oito horas de competição, finalmente os pilotos cumpriram a segunda etapa do rally, com a chegada na praça Ugo poli, em Brasiléia.
No terceiro dia de prova, os pilotos largaram para superar a última etapa do percurso. No ramal Porongaba, em Brasiléia, a mata fechada e o terreno acidentado da região se constituía num desafio a mais para os pilotos.

O sol forte e o verde da floresta deram um colorido todo especial a esta etapa do rally e os competidores se arriscavam em manobras cada vez mais ousadas para tentar a conseguir a vitória.
Tudo ia bem, quando um acidente no ramal da Eletra, envolvendo o piloto Rodrigo, movimentou a equipe médica e a direção de prova. O piloto ferido recebeu os primeiros atendimentos ainda no local pelos profissionais do Samu, que acompanharam todo o trajeto do rally. Com ferimentos leves, Rodrigo foi atendido no hospital de Brasiléia e depois liberado.

Depois de superarem três dias de competição e mais de mil quilômetros de trilas por dentro da floresta amazônica, os mais de 60 competidores finalmente cumpriram a prova, com a chagada na concha acústica do Parque da Maternidade.
O piloto de Sena Madureira, mas que corre pela equipe de Rondônia, João Tarjino, foi o campeão geral do rally na categoria especial.
O presidente da Federação Acreana de Motocross, Jefferson Cogo, e o secretário de Esporte, Cassiano Marques, fizeram uma avaliação positiva do Rally Bolpebra 2008.

Os carros também deram um show dentro das trilhas da reserva Chico Mendes

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Rally Bolpebra tem participação recorde de pilotos

Mais de 80 pilotos se inscreveram na edição desse ano do Rally Bolpebra para a disputa das categorias carros, motos e quadriciclos. No primeiro dia de competição, os competidores percorreram um trecho de 180 quilômetros na zona rural dos municípios de Bujari, Porto Acre e Rio Branco.

A TV Aldeia é a única emissora presente no evento e traz na próxima semana uma série especial sobre a maior competição de rally da Amazônia. O Rally Bolpebra é uma realização da Federação Acreana de Motociclismo (Femac) em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo Esporte e Lazer.



Velocidade e habilidade são fundamenatais para vencer o rally
Neste sábado e domingo, os pilotos percorrem trilhas dentro da floresta nos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Xapuri, Brasiléia e Assis Brasil, passando pela Bolívia e o Peru, com chegada prevista para o domingo à noite, na concha acústica em Rio Branco. Perfazendo um total de 1050 km.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ibama muda regras para comércio de peixes ornamentais


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mudou algumas regras para a comercialização de peixes ornamentais. A exportação agora vai ficar mais fácil e a captura de espécies como a arraia foi autorizada.

A arraia é muito procurada por donos de aquário do mundo inteiro. Desde 2005, estava proibida de ser capturada no Brasil. Uma instrução normativa do Ibama, publicada no final de outubro, permite a captura de animais nos estados do Pará e do Amazonas. Das seis espécies liberadas, quatro são encontradas em rios amazonenses.

A lei determina também o tamanho máximo dos animais que pode ser de 14 ou 30 centímetros, dependendo da espécie, com a proteção no período reprodutivo.
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“Todo esse comércio e essa captura vão continuar controlados, pesquisados e, em caso de qualquer modificação, a gente pode alterar essa instrução normativa”, explicou a bióloga Rafaela Vicentini, do Ibama.

Exportações
Oitenta por cento das exportações de peixes ornamentais do Brasil saíram da região do Alto Rio Negro, no Amazonas, onde cerca de 2 mil famílias dependem da atividade. Empresários do setor afirmam que a proibição à venda de espécies de alto valor que incluem também o aruanã favorece o contrabando e fez o país perder mercado no exterior. Das 24 empresas exportadoras de Manaus, apenas quatro continuam operando regularmente.
Concorrência


O Brasil vem perdendo mercado para Peru e Colômbia, onde as regras para a venda de peixes ornamentais são menos rígidas. Nestes países existem cerca de mil espécies que podem ser vendidas. No Brasil, este número gira em torno de 180. Com a oferta da arraia, os exportadores brasileiros vão diminuir essa desvantagem.


“Nossos clientes no momento em que precisavam de uma ou duas caixas de arraias deixaram de comprá-las do Brasil”, afirmou o exportador Asher Benzaken. Outra portaria do Ibama diminuiu a burocracia para os exportadores. A guia de transporte de peixes ornamentais, que deve ser preenchida em cinco vias, agora só vai ser usada dentro do país. Para exportação, todo o procedimento vai ser eletrônico, inclusive a autorização do Ibama por meio do Sistema de Comércio Exterior.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aquecimento global ameaça Pólo Norte


Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou, nesta quarta-feira (12), que as geleiras do Pólo Norte vão durar menos do que se esperava.

A imensidão de neve no Pólo Ártico parece inesgotável. Mas basta mudar o ângulo para notar a ameaça no ponto extremo do planeta.

Cientistas da Nasa reexaminaram fotos de satélite e dados e concluíram que o gelo da calota polar pode derreter totalmente no verão de 2012.

A última previsão era de que o degelo total da calota polar aconteceria entre os anos de 2040 e 2100. Segundo os cientistas da Nasa, a nova previsão já é resultado do aquecimento global, que provoca reações muito mais rápidas do que se esperava.

Uma animação da Nasa mostra a velocidade com que o gelo derreteu em 2007, em um recorde de área derretida. A calota diminuiu 22% em relação ao recorde anterior, de 2005.

O degelo abriu um canal que liga o Oceano Pacífico ao Oceano Atlântico, possibilitando até a passagem de navios. Uma outra animação dá a dimensão do problema. Um mapa mostra a variação do degelo nos meses mais quentes, entre 1979 e 2006. Muito menor, se comparada ao verão de 2007.

domingo, 9 de novembro de 2008

Certificação pode ajudar produtos amazônicos

Produtos tradicionalmente amazônicos, como o açaí, a castanha-do-Brasil ou a carne de búfalos da Ilha do Marajó podem ganhar espaço no mercado se os planos dos pesquisadores do Museu Goeldi, em Belém, derem certo. Eles estão começando a estudar os passos necessários para obter um registro semelhante ao do champanhe, na França, para ser utilizado em mercadorias genuínas da Amazônia.


Chamado de Indicação Geográfica, esse registro garante que a mercadoria é procedente de determinada região, e impede que produtos de longe dali utilizem o nome do local. No Brasil, esse tipo de certificado é concedido pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), e utilizado em selos, frases e logotipos nas embalagens das mercadorias.

Segundo a Coordenadora geral de Indicações Geográficas do instituto, Mara Alice Calliari, já há hoje no Brasil quatro selos desse tipo: o vinho do Vale dos Vinhedos e a carne bovina do Pampa Gaúcho, ambos no Rio Grande do Sul; o café do Cerrado de Minas Gerais e a cachaça de Paraty, no Rio de Janeiro.

A principal vantagem de se conseguir um registro desse tipo, segundo Calliari, é que o consumidor terá certeza da qualidade do produto, o que irá gerar agregação de valor. “[A certificação] comprova que aquele produto, daquela região, é único, só pode ser obtido daquela origem”, explica.

Uma das exigências do Inpi para conceder o certificado é que os produtores consigam provar que são especialistas naquilo. “É necessário que eles demonstrem um notório saber fazer. São maneiras de fazer um queijo, um vinho, que também são um patrimônio dos produtores daquela região. Isso vai permitir que o produto seja diferenciado”, conta a especialista do Inpi.

Nos últimos dias 6 e 7, um seminário promovido pelo Museu Goeldi discutiu a viabilidade de obtenção da certificação para produtos da região. De acordo com Antônio Pinheiro, do Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica do Goeldi, o principal desafio é organizar a produção. “É necessário ter o compromisso de manter a qualidade dos produtos, atendendo ao mercado de uma forma organizada”, explica.

sábado, 8 de novembro de 2008

Rally Bolpebra: fortalecendo o turismo e a integração na Amazônia


Depois de alguns ensaios entre entusiastas do esporte radical, em 2000 aconteceu a primeira edição do Rally Internacional Bolpebra. Desde então as edições tiveram formatos diferentes uma das outras, mas sempre visualizando a integração e o desenvolvimento do turismo regional. Em 2007 não houve competição. Mas para este ano, nos próximos dias 14, 15 e 16, será realizada a sexta edição do evento, intensificando essa união na Amazônia.

Em lançamento que aconteceu na sexta-feira (7), a Federação de Motociclismo do Estado do Acre (Femac) apresentou o percurso relembrando o primeiro ano de evento, em 2000, que teve apenas 12 pilotos e foram percorridos 2 mil quilômetros. Em 2006, o evento deu um salto ainda maior, com um trajeto até os Andes, no Peru.

Este ano 66 pilotos confirmaram presença, mas a meta é chegar a 70, sendo que, dos inscritos, 40 são de outros Estados. O Rally Internacional Bolpebra Amazônia no primeiro dia de competição sai de Rio Branco, passa por outras cidades e retorna à capital, percorrendo cerca de 200 quilômetros.

No segundo dia, novamente saindo de Rio Branco, os pilotos vão até Epitaciolândia, percorrendo trechos em território boliviano e pernoitando em Brasiléia. No dia seguinte, último de prova, a competição passa por Assis Brasil e outras cidades acreanas, sempre no eixo da BR-317, passando também por reservas florestais do Estado, com chegada a Rio Branco. Ao total, serão 1.050 mil quilômetros percorridos.

A competição será em etapa de deslocamento e especiais com trechos cronometrados. Na categoria moto e quadriciclo, a competição terá como fator decisivo a velocidade. Já a categoria carro, será a regularidade, onde é estabelecida uma média de velocidade com redução, ganhando quem for mais regular. 99% do trajeto das motos e quadriciclos também poderão ser percorridos pelos carros, onde isso não for possível, existe um roteiro alternativo.
Na última edição do Rally Bolpebra, disputada em 2006, com o percurso de mais de 1200 quilômetros entre Rio Branco e Cuzco, no Peru, o vencedor foi o piloto Jean Azevedo, número um do Brasil em provas de off-road.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Jordão deposita suas esperanças na Aleac


O programa Assembléia Aberta, uma iniciativa do parlamento acreano, que consiste em visitar todas as regionais do Estado para ouvir as dificuldades e necessidades dos municípios mais distantes, foi realizada nesta quinta-feira (6) no Jordão. O município possui cerca de seis mil habitantes, metade indígena da etnia kaxinawá, e 62% de analfabetos. O isolamento é a principal dificuldade enfrentada pelos moradores de Jordão. Não existe estrada e os únicos meios de transporte são o avião e o barco. Mas a passagem aérea para Rio Branco não sai por menos de 400 reais. Pelo rio até a cidade mais próxima (Tarauacá) a viagem pode durante até 10 dias. Em toda a cidade, só existem seis veículos. A frota reduzida talvez se explique pelo valor do litro do combustível que é de quase R$ 5. Como se não bastasse o Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDH) é o menor do Estado e o segundo menor do país.

Investimentos do poder público
Durante a realização da Assembléia Aberta ficou acertado que o município terá recursos de R$ 1,6 milhão no Orçamento Geral do Estado para ser investido na construção do ramal da Vila Murú e na reforma da pista de pouso. Uma ambulancha foi entregue ao prefeito Hilário Melo para realizar atendimento médico nas comunidades ribeirinhas da região. O projeto é fruto de uma emenda parlamentar da deputada federal Perpétua Almeida.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ONGs estrangeiras ganham mais três meses para se recadastrar

O Ministério da Justiça (MJ) prorrogou por 90 dias o prazo para as organizações estrangeiras sem fins lucrativos (ONGs) se regularizarem junto ao Cadastro Nacional de Entidades. O prazo para que as instituições apresentassem documentos, que venceria em 3 de outubro, foi adiado para 3 de fevereiro de 2009.

Para coibir irregularidades, principalmente nas organizações que atuam na Amazônia, uma portaria estabeleceu que as instituições deverão prestar conta anualmente ao MJ.

Entre os documentos que as ONGs precisam apresentar à Secretaria Nacional de Justiça, em Brasília, estão o estatuto da entidade, provando que ela foi criada legalmente em seu país de origem, e a ata da eleição de seus diretores, contendo nome, nacionalidade, profissão e domicílio de cada um.
Segundo a assessoria de comunicação do MJ, ainda não foi feito um levantamento de quantas organizações já realizaram o recadastramento.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mais de 40 espécies correm risco de extinção na Amazônia brasileira


As principais ameaças, a distribuição geográfica, as estratégias de conservação e informações biológicas sobre 627 animais brasileiros ameaçados de extinção agora podem ser consultadas em um livro, dividido em dois volumes, que soma mais de 1.400 páginas.

A publicação foi lançada nesta terça-feira, em Brasília, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com a Fundação Biodiversitas. Segundo o MMA, o principal objetivo de reunir essas informações em um livro é gerar uma base para consulta para os profissionais de meio ambiente e tomadores de decisão, como prefeitos e governadores, para conservar e recuperar as espécies.

Chamada de “Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção”, a publicação é baseada nas listas oficiais da fauna ameaçada, publicada pelo MMA em 2003 e 2004. Essa relação traz 160 aves, 154 peixes, 130 invertebrados terrestres, 78 invertebrados aquáticos, 16 anfíbios, 69 mamíferos e 20 répteis cuja população está diminuindo drasticamente.

De acordo com mapa do MMA, a Mata Atlântica é o bioma em que há mais animais correndo o risco de desaparecer. São 269 espécies, distribuídas por quase toda a costa brasileira. Em segundo lugar está o Cerrado, com 65 espécies, seguido pela Amazônia, com 41 animais ameaçados.

domingo, 2 de novembro de 2008

Em reserva biológica do Amazonas projeto ajuda a preservar tartarugas


Durante quatro meses, técnicos da Reserva Biológica Abufari, no centro-oeste do Amazonas, esperaram por este momento. Em uma praia nas margens do Rio Purus, os primeiros filhotes de três espécies de tartarugas começam a sair dos ovos. Neste ano, a expectativa dos integrantes do projeto Pró-Quelônios, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é quebrar o recorde do ano anterior, e registrar o nascimento de mais de 332 mil filhotes do animal, contados um a um.

O nascimento das tartarugas é acompanhado desde quando as grandes tartarugas descem dos pequenos igapós, em julho, para colocar seus ovos na praia da reserva biológica. Esse é o momento em que mais correm o risco de serem capturadas por traficantes de animais, que as capturam com redes e vendem nas grandes cidades da região.
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Em 2008, a equipe do Pró-Quelônios resgatou e devolveu à natureza 615 tartarugas. Também foram apreendidas 65 redes instaladas nos afluentes do Purus. Apelidadas de “capa-saco”, elas também capturam filhotes de peixe-boi e de golfinhos. Para encontrá-las, os técnicos da reserva saem de barco puxando um gancho submerso na água. Quando há alguma rede, ele enrosca. “Os traficantes trazem as tartarugas para Manaus, que é onde o mercado paga mais.

A tartaruga-da-Amazônia chega a pesar 65 quilos, e é vendida por 600, 700 reais”, revela o chefe da reserva biológica, Fernando Weber. Segundo ele, esse alto valor faz com que seja economicamente interessante para os caçadores de tartarugas percorrer os 850 quilômetros e os quatro dias de barco que separam a reserva da cidade de Manaus.
Floresta em Rondônia sofre com desmatamento ilegal


Na Floresta Nacional de Bom Futuro, em Rondônia, as grandes árvores já quase não existem. Em uma das áreas protegidas mais problemáticas do Brasil, a ocupação ilegal, as queimadas e a retirada clandestina de madeira já consumiram pelo menos 25% do território, e levaram embora grande parte do potencial econômico que poderia ser explorado de forma sustentável.


No último relatório divulgado pelo Inpe, apenas no mês de setembro 11,9 quilômetros quadrados de mata foram degradadas na Bom Futuro. Hoje, a floresta conta com quatro servidores, que trabalham em um escritório em Rondônia, para cuidar de uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados – área equivalente a duas vezes o município do Rio de Janeiro. No interior da área protegida, vivem pelo menos 1.500 pessoas, além de dezenas de milhares de cabeças de gado. Como a ocupação é ilegal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), responsável pela manutenção do local, não consegue obter números precisos.


Acabar com os problemas da Bom Futuro não é tarefa das mais simples. Dentro da área que deveria ser protegida já há duas vilas, escolas, igreja e até um posto de gasolina. Uma linha de ônibus, ligando a cidade de Buritis a Porto Velho, também já transita nas estradas abertas irregularmente na floresta, segundo a analista ambiental.

Uma das formas encontradas pelo Ministério do Meio Ambiente para proteger florestas nacionais realizar uma licitação e explorar a madeira por meio de manejo sustentável. Na Bom Futuro, essa não é uma boa alternativa, já que as árvores mais valiosas já foram quase todas cortadas.

sábado, 1 de novembro de 2008

Deu no O Globlo: Acre quer levar turistas para conhecer tribos na Amazônia

RIO - O governo do Acre quer que os brasileiros conheçam as tribos da Amazônia. Roteiro lançado recentemente na feira e Congresso da Abav inclui hospedagem em aldeia indígena, compartilhando de atividades diárias como caça e pesa, conhecendo também a culinária das tribos. O passeio inclui as aldeias dos Poyanawa, Iashaninka e Yanawa, as mais estruturadas entre as 14 etnias locais.
"Por enquanto, a maioria dos interessados é de outros países, mas queremos despertar a curiosidade dos brasileiros para vivenciar uma experiência diferente. A oportunidade é extraordinária", disse a gerente estadual de serviços turísticos, Ediza Pinheiro de Melo.
Segundo informações do Sebrae, que ajuda a estruturar os roteiros na região, os próprios índios pediram a ajuda do governo para explorar a atividade. Eles compraram um barco maior para transportar os visitantes e construíram banheiros (de padrão rústico) nas aldeias. Para quem exige um nível mínimo de conforto há pousadas próximas das aldeias ou áreas de campings.
O turismo diferenciado foi o nicho escolhido pelo Acre para desenvolver suas atrações turísticas.
A convivência nas aldeias é o produto mais recente. Os Caminhos de Chico Mendes, da Revolução, do Pacífico e da Biodiversidade são outras atrações disponíveis em que os turistas também podem conhecer o modo de vida local, a história do estado e a trajetória do ambientalista Chico Mendes, possibilitando experiências como entrar na floresta com um seringueiro para ver ou participar da coleta do látex e ter uma aula sobre as espécies locais e a importância da preservação ambiental.