domingo, 2 de novembro de 2008

Em reserva biológica do Amazonas projeto ajuda a preservar tartarugas


Durante quatro meses, técnicos da Reserva Biológica Abufari, no centro-oeste do Amazonas, esperaram por este momento. Em uma praia nas margens do Rio Purus, os primeiros filhotes de três espécies de tartarugas começam a sair dos ovos. Neste ano, a expectativa dos integrantes do projeto Pró-Quelônios, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é quebrar o recorde do ano anterior, e registrar o nascimento de mais de 332 mil filhotes do animal, contados um a um.

O nascimento das tartarugas é acompanhado desde quando as grandes tartarugas descem dos pequenos igapós, em julho, para colocar seus ovos na praia da reserva biológica. Esse é o momento em que mais correm o risco de serem capturadas por traficantes de animais, que as capturam com redes e vendem nas grandes cidades da região.
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Em 2008, a equipe do Pró-Quelônios resgatou e devolveu à natureza 615 tartarugas. Também foram apreendidas 65 redes instaladas nos afluentes do Purus. Apelidadas de “capa-saco”, elas também capturam filhotes de peixe-boi e de golfinhos. Para encontrá-las, os técnicos da reserva saem de barco puxando um gancho submerso na água. Quando há alguma rede, ele enrosca. “Os traficantes trazem as tartarugas para Manaus, que é onde o mercado paga mais.

A tartaruga-da-Amazônia chega a pesar 65 quilos, e é vendida por 600, 700 reais”, revela o chefe da reserva biológica, Fernando Weber. Segundo ele, esse alto valor faz com que seja economicamente interessante para os caçadores de tartarugas percorrer os 850 quilômetros e os quatro dias de barco que separam a reserva da cidade de Manaus.

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