A Amazônia Legal sofreu um desmatamento de 11.968 km² entre agosto de 2007 e julho de 2008, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (28).
O dado aponta um crescimento de 3,8% em relação ao período anterior (agosto de 2006 a julho de 2007), quando o instituto registrou 11.532 km² de devastação. A margem de erro da medição, contudo, é de 5% para cuima ou para baixo. "Estatisticamente, estamos no mesmo patamar de 2007”, afirmou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, que interpreta dos dados como uma estabilizaçào do ritmo de devastação.
Anual, o Prodes é o sistema mais detalhado de monitoramento de desmatamento. A área medida se refere somente ao desmatamento por corte raso, ou seja, o estágio final de devastação em que o solo já foi tomado por vegetação de pastagem.
O diretor se mostrou satisfeito com o resultado, pois a expectativa era de um aumento da devastação. “Temos motivos para ficar aliviados por o desmatamento ter se estabilizado”, afirmou Câmara.
O monitoramento de queimadas, outro sistema do Inpe, dava fortes indicativos desse aumento pois, na comparação dos períodos de agosto de 2006 a julho de 2007 e agosto de 2007 a julho de 2008, houve aumento de mais de 50% na quantidade de focos de incêndio. As queimadas, explicou Câmara, são um indicativo de degradação da floresta que pode resultar em corte raso. “Havia uma tendência de recrudescimento do desmatamento que não aconteceu por uma combinação de medidas coercitivas do governo e pressões de mercado”, analisou o diretor do Inpe.
Na análise por estado, o Pará aparece como campeão de desmatamento, com 5.180 km² perdidos. Ainda assim, em comparação com os dados 2006-2007, quando se registraram 5.425 km², houve uma redução de 4,5%.
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