quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Efeito climático pode ter matado 17% mais árvores na Amazônia, diz estudo


Comente agora
Amazônia mostra sinais de degradação devido a mudanças climáticas (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)Imagem da Nasa mostra que efeitos de seca ocorrida na Amazônia em 2005 atingem árvores ainda hoje (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)
Um estudo realizado em conjunto entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros aponta que o número de árvores mortas na Amazônia por conta de tempestades, secas e outros fenômenos climáticos é subestimado em análises tradicionais, podendo ser de 9% a até 17% maior do que o previsto anteriormente.
A mortalidade destas árvores tem sido ignorada porque as análises comuns se baseiam apenas em trabalho de campo e em inventários florestais, disse  o pesquisador Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenador do grupo brasileiro que participou do estudo.
A pesquisa foi publicada nesta semana no site da renomada revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", mantida pela Academia Americana de Ciências. Além do Inpa, também participaram cientistas da Universidade da Califórnia, da Universidade Tulane e do Laboratório Nacional de Berkeley, todos nos EUA, além de pesquisadores do Instituto Max Planck para Biogeoquímica, na Alemanha.
Para dar uma ideia da força que eventos meteorológicos têm sobre a Amazônia, Higuchi citou como exemplo uma grande tempestade ocorrida na floresta, em janeiro de 2005, que destruiu mais de 500 milhões de árvores segundo suas contas. O fenômeno teve rajadas de vento de até 140 km/h.
Imagem de arquivo mostra Rio Branco, na Amazônia, em um de seus momentos mais críticos de seca. Evento foi atribuído por cientistas a efeitos do El Niño (Foto: Marie Hippenmeyer/Arquivo AFP)Imagem de arquivo mostra Rio Branco, na Amazônia, em um de seus momentos mais críticos de seca. Evento foi atribuído por cientistas a efeitos do El Niño (Foto: Marie Hippenmeyer/Arquivo AFP)
Nova ferramenta
Para fazer uma avaliação mais precisa do número de árvores destruídas por fenômenos climáticos e de sua contabilização nas emissões de CO2 pela floresta, os cientistas desenvolveram uma nova ferramenta que combina imagens de satélite da Amazônia e levantamentos "in loco".
Batizado de Trecos ("Tropical Tree Ecosystem and Community Simulator", no nome em inglês), o modelo foi preparado com imagens de satélite de uma série histórica com mais de 20 anos.
"Medir os efeitos do desmatamento é relativamente fácil, hoje em dia há vários métodos em campo e boa cobertura de satélite. Mas fenômenos como chuvas, tempestades e seca não seguem um padrão, são espalhados por toda a Amazônia. Há muita dificuldade de se chegar em certas áreas da floresta", afirma Higuchi.
Imagem de arquivo mostra tempestade tropical se formando sobre o Rio Negro, em 2011 (Foto: Evaristo Sá/Arquivo AFP)Imagem de arquivo mostra tempestade se formando sobre o Rio Negro (Foto: Evaristo Sá/Arquivo AFP)
Vítima do clima
A Amazônia vai ser cada vez mais vítima de efeitos agravados das mudanças climáticas, como secas prolongadas, diz o pesquisador brasileiro. No sul do Pará, principalmente, estiagens costumam ser extensas. "Há regiões que passam três, quatro meses sem uma gota de água", diz Higuchi.
Ele pondera que fenômenos como o El Niño estão afetando a Amazônia de maneira cada vez mais irregular. "Fenômenos climáticos, como secas e tempestades, estão ficando mais intensos, não só na floresta, como no Brasil e no mundo todo", afirma o pesquisador.
Ele demonstra preocupação com as emissões de CO2 que decorrem das árvores mortas por efeito do clima e que não são medidas de forma correta no Brasil. Para o pesquisador, este número também está subestimado. "Pode até dobrar o valor das nossas emissões de gás carbônico, por conta do que não está sendo medido", comenta.
Higuchi considera que a Amazônia precisa se preparar para possíveis mudanças no ambiente, efeitos do aquecimento global e outros fenômenos. Para ele, é preciso "dimensionar as vulnerabilidades da região".

sábado, 26 de janeiro de 2013

Governo fará novo inventário sobre florestas


Mariana OliveiraDo G1, em Brasília

Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (Foto: Mariana Olveira/G1)Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira
(Foto: Mariana Olveira/G1)
Após 30 anos, o governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira (24) que fará um novo inventário sobre a situação das florestas do país. O último estudo foi divulgado em 1983, com dados levantados no fim da década de 70, não abrangeu todo país e focou apenas na quantidade de madeira disponível.
O levantamento atual, que foi iniciado em Santa Catarina e no Distrito Federal em 2011 para testes, começa a ser feito a partir deste ano na floresta amazônica e no restante do país.
A previsão é obter informações sobre tipos de árvores existentes, qualidade dos solos, áreas degradadas e estoque de biomassa. A previsão é de conclusão em 2016.

O custo total do novo inventário é estimado em R$ 150 milhões, dos quais R$ 65 milhões serão liberados do Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O contrato com o BNDES foi assinado nesta quinta pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

"O inventário da década de 70, 80, não teve a preocupação da análise de dados, que pega a recuperação das florestas, controle de biomassa. Isso tem grande importância [...] para conhecer o que o Brasil tem em todos os seus ecossistemas em termos de floresta, no Cerrado, na Caatinga, na Amazônia", disse a ministra.

O projeto foi apresentado pela ministra em 2010 e, segundo ela, estava sendo "calibrado" desde então.  "Agora, estamos dando o arranque para, até 2016, ter todo o pais mapeado. Nenhum país do mundo, com a envergadura do Brasil, tem esse trabalho feito", disse Izabella Teixeira.
O governo informou que o novo levantamento prevê ainda entrevistas com moradores locais e formas de uso das florestas. O objetivo é obter dados de 20 mil pontos em todo país, sendo que 7 mil deles ficam na área da floresta amazônica. A cada cinco anos, há previsão de atualização dos dados.

Em 2013, o foco de levantamento das informações, segundo o diretor-geral do Serviço Florestal Brasíleiro (SFB), Antônio Carlos Hummel, é o chamado Arco do Desmatamento, formado por Rondônia, centro e norte do Mato Grosso e leste do Pará. O SFB, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, coordena o inventário nacional.

"Queremos conhecer a floresta por dentro. Não é só olhar a floresta, mas a qualidade da floresta e o que a população que vive no entorno acha da floresta. O Brasil é um país florestal, principalmente na Amazônia. [...] Vamos iniciar a implementação [do inventário] na Amazônia com foco no Arco do Desmatamento. Utilizamos o critério do arco porque é uma área em evidência", destacou Hummel.

Segundo o Serviço Florestal Brasileiro, cerca de 62% dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do Brasil são florestas. Além da pesquisa de campo, que será feita por universidades e institutos ambientais, haverá análise de imagens feitas via satélite.

Antônio Carlos Hummel explicou que o levantamento anterior, divulgado em 1983, traz dados principalmente de Minas Gerais e do Centro-Sul do país. "Não tínhamos a tecnologia de hoje, mas podemos fazer mais para frente um cruzamento das informações", explicou o diretor do SFB.

Custo total
Dos R$ 150 milhões estimados para a confecção do inventário, há quase R$ 33 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de recursos do próprio ministério e de fundos ambientais estaduais.

"O custo inicial, até 2016, é de R$ 150 milhões para fazer uma coisa que tenho certeza que vai ter um retorno que você multiplica por 10, 15 vezes", disse Izabella Teixeira. A ministra afirmou que a expectativa é de divulgação de dados parciais ainda neste ano.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Geleiras dos Andes derretem a ritmo mais rápido em 300 anos


Segundo pesquisa, o derretimento se deve a um aumento médio de temperatura na região.



As geleiras na região dos Andes sofreram uma redução média de 30% a 50% desde a década de 70 e estão diminuindo ao ritmo mais rápido nos últimos 300 anos, afirma um estudo divulgado na revista especializada "Cryosphere".
Realizada pelo Laboratório de Glaciologia e Geofísica Ambiental de Grenoble, na França, a pesquisa estudou dados de cerca de metade das geleiras da região andina, que fornecem toneladas de água para milhões de pessoas na América do Sul.
Segundo a pesquisa, o derretimento se deve a um aumento médio de temperatura de cerca de 0,7º C entre 1950 e 1994. De acordo com o estudo, o degelo está ocorrendo em toda a região tropical dos Andes, mas tem sido mais acentuado nas pequenas geleiras situadas a baixas altitudes.
Geleiras situadas abaixo de 5.400 metros perderam cerca de 1,35 metros de espessura de gelo por ano desde a década de 70, o dobro do índice das situadas a altitudes mais elevadas.
Redução média tem sido de 30% a 50% desde os anos 70 (Foto: BBC)
Redução média tem sido de 30% a 50% desde os
anos 70 (Foto: BBC)
Escassez de água
''Como a espessura destas geleiras de baixa altitude raramente supera 40 metros, com tamanha perda anual elas provavelmente irão desaparecer por completo nas próximas décadas'', afirma Antoine Rabatel, do instituto francês responsável pelo estudo.

Os pesquisadores disseram ter havido pouca mudança no que diz respeito à quantidade de chuva na região ao longo das últimas décadas e que, portanto, isso não poderia estar por trás na redução das geleiras. Se não ocorrerem mudanças na regularidade das chuvas na região, a região poderá enfrentar escassez de águas no futuro, afirmaram os cientistas.
O vale do Rio Santa, no Peru, poderá ser o mais afetado; centenas de milhares de habitantes se valem das águas glaciais para o uso na agricultura, para o consumo doméstico e para a energia hídrica.
Grandes cidades, como La Paz, na Bolívia, também poderão enfrentar problemas. 'Geleiras respondem por até 15% do abastecimento de água de La Paz ao longo do ano. E na temporada seca, essa proporção sobre para 27%'', afirma Álvaro Soruco, do Instituto de Investigações Geológicas e Ambientais da Bolívia.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) tem apontado para a importância das geleiras de montanhas como sensíveis indicadores da ocorrência de mudanças climáticas.
Em todo o mundo, as geleiras têm recuado desde o início do século 20, com poucas exceções. As geleiras do Himalaia que ainda são relativamente pouco estudadas estariam, segundo indícios, acumulando massa, em vez de estarem sofrendo degelo.
Cientistas afirmam que a geleira de Chacaltaya, na Bolívia, que costumava contar com a mais elevada pista de esqui do mundo, já quase desapareceu.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nasa mostra que seca de 2005 afetou área da Amazônia por anos


Um estudo da agência espacial americana (Nasa) revela que uma área da floresta amazônica com duas vezes o tamanho da Califórnia (equivalente a mais de 800 mil quilômetros quadrados) continuou sofrendo os efeitos de uma grande seca que começou em 2005. Os resultados foram publicados na revista “PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

A pesquisa sugere que a floresta tropical amazônica pode estar mostrando os primeiros sinais de degradação em larga escala devido à mudança climática.

Amazônia mostra sinais de degradação devido a mudanças climáticas (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)Oito anos depois, os danos causados pela seca de 2005 ainda são visíveis (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)

A equipe internacional de pesquisadores, liderados pela Nasa, avaliou mais de uma década de dados captados por satélite entre 2000 e 2009 sobre a Amazônia. A análise também incluiu medições da precipitação das chuvas tropicais,  do teor de umidade e da cobertura florestal.

Os resultados revelam que, durante o verão de 2005, mais de 700 mil quilômetros quadrados (70 milhões de hectares) de floresta no sudoeste da Amazônia enfrentaram uma extensa e severa seca.

A “megasseca”, como é chamada pelos pesquisadores, provocou danos generalizados à cobertura florestal, com a morte de galhos e quedas de árvores, especialmente as maiores e mais antigas, que são mais vulneráveis do que às demais por oferecem abrigo ao restante da vegetação.
Embora os níveis de precipitação tenham voltado ao normal nos anos seguintes à seca, os prejuízos continuaram durante a segunda grave seca que começou em 2010, acreditam os cientistas. Esse “golpe duplo”, afirma o artigo, sugere um efeito generalizado das mudanças climáticas nas regiões sul e oeste da Amazônia.

"Esperávamos que a cobertura da floresta se recuperasse depois de um ano com o vigor da nova vegetação, mas o dano parece persistir até a seca subsequente, em 2010", afirmou o coautor do estudo, Yadvinder Malhi, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Os pesquisadores atribuem a seca de 2005 ao aquecimento das temperaturas da superfície do mar do Atlântico tropical. "O mesmo fenômeno climático que ajudou a formar os furacões Katrina e Rita, ao longo da costa dos EUA, em 2005, provavelmente também causou a grave seca no sudoeste da Amazônia", acredita Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.

De acordo com ele, o estudo indica que as “megassecas” podem ter efeitos duradouros sobre as florestas tropicais. “Nossos resultados sugerem que, se as secas continuam ocorrendo em intervalos entre cinco e 10 anos, [...] elas podem alterar a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas da Amazônia".
  •  
Amazônia mostra sinais de degradação devido a mudanças climáticas (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech/GSFC)Em vermelho e amarelo, gráfico mostra as áreas mais afetadas pela seca em durante os meses de junho, julho e agosto de 2005. (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech/GSFC)

Em 2005, cerca de 30% (1,7 milhões de quilômetros quadrados) da bacia amazônica foi afetada, com mais de 5% da floresta submetida à seca, afirma o estudo. Cinco anos depois, a seca de 2010 afetou quase metade de toda a extensão da Amazônia. Os dados obtidos via satélite demonstram ainda um aumento no número de incêndios florestais e da mortandade de árvores.

Fonte: g1.globo.com/natureza.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Promessa de cura para doenças, 'vacina de sapo' está na mira da PF; Kampô é encontrado facilmente no AC


  • Divulgação/PF
    Anfíbio da espécie "Phyllomedusa bicolor", cuja secreção é usada por índios para dar sorte e curar doenças
    Anfíbio da espécie "Phyllomedusa bicolor", cuja secreção é usada por índios para dar sorte e curar doenças
A chamada "vacina de sapo" usada por povos indígenas da Amazônia está na mira da Polícia Federal. A secreção extraída de um anfíbio local chamado de "kampô" (Phyllomedusa bicolor) tem sido enviada para várias cidades do Brasil e do exterior - ela é vendida como suposta cura para as mais diversas doenças.

Por falta de comprovação científica dos supostos benefícios à saúde, desde 2004, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso, o comércio, a distribuição e a propaganda do kampô como medicamento fora das aldeias.
De olho no crescimento do comércio e exportação ilegal da secreção do sapo amazônico, a Polícia Federal (PF) desenvolveu uma nova tecnologia que pretende coibir a biopirataria da substância. Segundo informou a PF, por meio de sua assessoria, a caracterização do crime esbarra na dificuldade de identificação imediata do produto. "A secreção é uma gosma amarela, muitas vezes reservada em suportes de madeira, tubos ou lenços, e de difícil análise química por se tratar de material biológico complexo".

A técnica para identificação da "vacina de sapo" utiliza um aparelho chamado Maldi-TOF. De acordo com a PF, por ser seletiva e rápida, atende com eficiência e eficácia a atual demanda. "O tempo gasto entre a preparação da amostra e a análise dos resultados é de aproximadamente 60 minutos". O projeto da Polícia Federal no Acre, planejado e executado pelo perito criminal federal Cezar Silvino Gomes, foi premiado no último Encontro Nacional de Química Forense, promovido pela USP (Universidade de São Paulo), em 2012.

Medicinas da floresta
Oriunda da medicina tradicional indígena amazônica, a "vacina de sapo" é amplamente utilizada e conhecida entre as comunidades da região. Costuma ser aplicada pelos curandeiros da aldeia nos braços (em homens), ou nas pernas (em mulheres), para ajudar na caça e curar ‘panema’, uma espécie de depressão do índio.

As reações mais comuns de quem recebe a substância são mal-estar e náusea. Em seguida, os usuários dizem ter uma sensação de bem-estar e energia. "Usamos para falta de ânimo, para prevenir doenças e afastar o mal e o azar", explica o cacique Ni’i katukina, do Acre, que já esteve em São Paulo difundindo a "vacina".

COMO É A APLICAÇÃO DA 'VACINA'

  •  
  • Para a aplicação da 'vacina de sapo', são feitos, com um pedaço de madeira quente, entre sete e nove orifícios no braço (no caso de homens; nas mulheres, a aplicação é na perna). A secreção do sapo amazônico é, então, inserida embaixo da pele com um canivete. Vômitos, diarreia, náusea e mal-estar são sintomas comuns. O efeito começa cerca de 30 segundos depois da aplicação e dura aproximadamente 20 minutos. Segundo a tradição indígena, o local de aplicação está relacionado às atividades da pessoa. "Os homens precisam de força nos braços para a caça, e as mulheres necessitam de pernas fortes para conseguir caminhar carregando cestos de macaxeira e os filhos", explica o cacique Ni’i katukina
Vale destacar que o uso das chamadas "medicinas da floresta" requer cuidados. Há uma diferença entre os remédios ditos naturais e os fitoterápicos. Estes últimos têm efeito comprovado, autorização da Anvisa e registro no Ministério da Saúde. No caso do kampô, apesar da proibição, seu uso ocorre livremente nos centros urbanos. Em geral, está inserido no circuito esotérico e das terapias alternativas, em alguns casos associados a outras práticas dos índios amazônicos, como a ayahuasca, substância psicoativa usada no culto religioso do santo daime.

Coquetel de substâncias
Em 2008, um homem de 52 anos morreu após uma aplicação do kambô no interior de São Paulo. "Pode ser perigoso", afirma o biólogo e pesquisador Denizar Missawa, da Universidade Guarulhos e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip).

Embora seja contrário à proibição, o biólogo alerta que a substância tem uma ação no sistema cardiovascular que merece atenção. "É um coquetel de substâncias bioativas; se isolarmos cada uma delas, vamos encontrar medicamentos que agem em diferentes sistemas fisiológicos". Para ilustrar, ele usa o exemplo de alguém que está com dor de cabeça e toma uma farmácia inteira. "Com certeza, você terá tomado um medicamento para dor de cabeça, mas também tomou outros que servem para outras doenças, o que não é saudável", compara.

O pesquisador lembra, ainda, que a forma como as populações indígenas fazem uso do kampô é bem diferente do que tem sido propagado nas grandes cidades. "As aplicações são envoltas em cuidados, como dietas alimentares e comportamentais", observa Missawa.

Projeto kampô
Entre os catuquinas, um grupo indígena da Amazônia, o uso da "vacina de sapo" pelo homem branco também gera polêmica. Antes da resolução da Anvisa, lideranças contrárias à disseminação indiscriminada do kambô já haviam encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) uma solicitação de registro de seus conhecimentos tradicionais e uma denúncia de biopirataria. O pedido mobilizou governo e pesquisadores e gerou o Projeto Kampô, que desencadeou um processo de regulamentação do acesso ao patrimônio genético.

Atualmente, se alguma substância orgânica de interesse farmacológico associada a conhecimentos tradicionais for descoberta, deve haver divisão de lucros da patente entre laboratórios e comunidades envolvidas. "O acesso ficou extremamente restrito e burocrático; ficou proibido o transporte sem as devidas alterações", diz Missawa.

O biólogo conta que, em 2003, esteve à frente de uma pesquisa pioneira junto aos índios caxinauás – que também fazem uso do kampô. O projeto, entretanto, teve que ser interrompido. "Em 2004, viramos criminosos por causa da proibição do porte de material genético", lamenta. Ele conta que a equipe teve de terminar o trabalho quase de forma ilegal, embora o foco fosse saber como a vacina age no organismo, e não o patenteamento. "Acredito que foi o primeiro estudo de caraterização fisiológica da secreção, mas até trabalhos de natureza informativa foram proibidos e não pude publicá-lo em nenhuma revista".

Tiro no pé
Para o biólogo Missawa, em vez de restringir o acesso ao kampô, o Brasil deve investir em pesquisa, afinal não é a toa que mais de duas dezenas de pedidos de patente da substância já foram feitos por laboratórios estrangeiros. "A substância presente na secreção do sapo que despertou interesse são as dermaseptinas, peptídeos com capacidade antibiótica intensa, eficaz contra inúmeros microorganismos, inclusive algumas formas resistentes de bactérias".

HOMEM MORRE APÓS 'VACINA'

Em 2008, o comerciante Ademir Tavares, de 52 anos, morreu após ter recebido a "vacina de sapo" em Pindamonhangaba, no interior de SP, aplicada por um empresário. Tavares demorou muito para voltar do banheiro, o que chamou a atenção dos presentes. Quando foram até o banheiro, encontraram-no caído, de olhos abertos e sem respirar. Foi socorrido, mas chegou morto ao hospital
Nesse sentido, ele acredita que a proibição do kampô pode ser um tiro no pé, pois mira na biopirataria, mas acerta na bioprospecção. ou seja, na exploração legal de espécies de uma determinada região. "Ficou extremamente difícil qualquer pesquisa acadêmica, mesmo sem o intuito de bioprospecção".

O biólogo, em parceria com os índios Huni Kui (Caxinauá), tentou durante três anos autorização para outro estudo das características dos efeitos imunológicos da secreção do sapo da Amazônia, através do Laboratório de Imunoquímica do Instituto Butantan. Não obteve sucesso. "A burocracia é imensa e demorada, trazendo o desinteresse por parte das instituições em pesquisar o kambô, principalmente por ter o conhecimento tradicional associado", conta.

"Deveríamos pesquisar esta substância para transformá-la em medicamentos ou alertar possíveis riscos a saúde. A proibição dificulta muito qualquer pesquisa farmacológica, além de trazer transtorno para o índio que estiver levando em sua bolsa a sua medicina tradicional", acrescenta. 
Biopirataria
Um fato reforça o argumento do biólogo quanto à ineficiência da proibição do kambô com o objetivo de combater a biopirataria. Não é difícil retirar legalmente material genético amazônico na Guiana Francesa. Quem preferir pode comprar a secreção do sapo em sites peruanos. Muito mais simples do que burlar a lei brasileira severa e burocrática. "Não acredito que exista biopirataria no Brasil, o que tem é o tráfico", afirma Missawa.

De fato, centros alternativos nas grandes metrópoles promovem o tratamento com a "vacina de sapo" cobrando, em média, 100 reais por aplicação. "Uma paleta possibilita umas 100 aplicações, e considerando que para o índio ou ribeirinho ela é retirada gratuitamente da natureza e subtraindo-se a passagem de avião, ainda sobra um lucro considerável, que às vezes é dividido entre o aplicador e a instituição que promoveu o tratamento", detalha o pesquisador.

Também é comum no interior do Acre, em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e ao longo da BR 364, encontrar pessoas vendendo uma paleta com a secreção do sapo por um preço baixo. O "terapeuta alternativo" compra, transporta para a metrópole e obtém o lucro total nas aplicações.

Não é de se espantar, portanto, que a "vacina de sapo" já tenha chegado à Europa e aos EUA, embora ainda de forma discreta. "Está relacionada ao circuito da ayahuasca e das terapias alternativas, mas são basicamente iniciativas individuais, não institucionalizadas", diz a antropóloga Beatriz Labate, professora visitante do Programa de Política de Drogas do Centro de Pesquisa e Ensino Econômico - Cide, em Aguascalientes, no México.

Fonte: Portal Uol

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Reduzir gases-estufa a partir de 2016 evitaria secas e enchentes, diz estudo


Milhões de pessoas podem ser poupadas de secas e enchentes até 2050 se houver uma redução das emissões de gases do efeito estufa a partir de 2016 em vez de 2030, de acordo com estudo científico publicado neste fim de semana na revista "Nature Climate Change".

Especialistas britânicos e alemães explicaram que a redução imediata nas emissões poderia retardar alguns impactos por décadas e prevenir outros por completo.

Em 2050, um planeta se encaminhando para um aquecimento entre 2º C e 2,5º C, pode ter em 2100 duas possibilidades muito distintas, dependendo do caminho que se tome para chegar até lá.

Políticas que reduzam as emissões de carbono em 5% por ano até 2016 poupariam a exposição de até 68 milhões de pessoas a um maior risco de escassez de água em 2050, segundo Nigel Arnell da Universidade de Reading, do Reino Unido. Esse seria o melhor cenário possível.

Por outro lado, se as emissões caírem 5% anualmente a partir de 2030, o número de pessoas que escapariam desse risco ficaria entre 17 milhões e 48 milhões.

No cenário da redução a partir de 2016, entre 100 milhões e 161 milhões de pessoas poderiam ser poupadas de inundações. Já no cenário de 2030, o número de pessoas que se livrariam de enchentes ficaria entre 52 milhões e 120 milhões, indicou Arnell, diretor do Instituto Walker de mudanças climáticas da universidade britânica.

"Basicamente, em 2050, a política de 2030 teria entre metade e dois terços dos benefícios da melhor política (2016)", embora ambas apontem para uma mudança de temperatura similar, com elevações entre 2º C e 2,5º C em 2100. "Você pode atingir o mesmo ponto (de temperatura) no fim do século, mas os danos causados no caminho até esse ponto podem ser muito diferentes", complementa.

Chaminé de indústria na China (Foto: JF Creative / Image Source / AFP)Chaminé de indústria na China; cientistas afirmam que redução de emissões a partir de 2016 pode diminuir impacto de secas e enchentes nos proximos anos (Foto: JF Creative / Image Source / AFP)
 
Sem redução de emissões = cenário trágico
Em um cenário sem restrições nas emissões, as temperaturas poderiam aumentar entre 4º C e 5,5º C, de acordo com a pesquisa. Com uma média de aquecimento global de 4º C, cerca de um bilhão de pessoas poderiam ter menos água em 2100 do que têm hoje, e 330 milhões poderiam ser submetidas a grande risco de enchentes.

Uma redução nas emissões em 2016 parece improvável, com as nações buscando adotar um novo pacto global sobre o clima em 2015 para entrar em vigor até cinco anos depois.

A última rodada das Nações Unidas de debates sobre o clima em Doha, no Qatar, em dezembro, fracassou na tentativa de impor antes de 2020 cortes nas emissões de países que não haviam assinado o Protocolo de Kyoto, ainda que cientistas tenham alertado que a concentração de carbono na atmosfera continua aumentando. Três dos quatro maiores poluidores do mundo - China, Estados Unidos e Índia - estão entre os que não se comprometeram a limitar as emissões.

Diversos pesquisadores acreditam que a Terra terá um aquecimento muito além dos 2º C da meta da ONU em níveis pré-industriais. "Claro que reduzir a emissão de gases-estufa não vai impedir por completo os impactos do aquecimento global, mas nossa pesquisa pode dar tempo para a elaboração de prédios, sistemas de transporte e de agricultura melhor adaptados às mudanças climáticas", disse Arnell.
 
Relatório da ONU fez alerta sobre poluição em excesso
Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgado em novembro alerta que, mesmo se os países aplicarem até 2020 políticas públicas que ajudem a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o limite máximo proposto pelos cientistas para aquela data terá sido ultrapassado.

Esse limite representa para a ciência climática estagnar a elevação da temperatura global em, no máximo, 2 ºC acima dos níveis pré-industriais ainda neste século. Segundo o documento, mesmo que todos os países cumpram nos próximos oito anos o que foi prometido em acordos climáticos firmados em conferências da ONU, eles ainda emitiriam 8 bilhões de toneladas (gigatoneladas) de gases a mais que o limite proposto para 2020.

O teto de emissões fixado por cientistas para 2020 é de 44 gigatoneladas de CO2 equivalente (medida que soma a concentração de dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros gases).

No entanto, há um cenário pior, caso nada seja feito. Se nos próximos oito anos nenhum governo cumprir o que prometeu e as políticas verdes deixarem de ser vistas como prioridade - acrescentando ainda o desenvolvimento econômico previsto para o período, as emissões de gases ultrapassariam em 14 gigatoneladas o limite calculado pelos cientistas.


*Com informações da France Presse

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Exposição ao mercúrio ameaça saúde de mais de 10 milhões, diz ONU

Comunidades de países em desenvolvimento estão enfrentando maiores riscos sanitários e ambientais vinculados à exposição ao mercúrio, alertou o Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em comunicado divulgado na sexta-feira (11).

“O mercúrio se mantém como um grande desafio global, regional e nacional em termos de ameaça à saúde humana e ao meio ambiente”, afirmou o diretor do Pnuma, Achim Steiner.

De acordo com ele, partes da África, Ásia e América do Sul podem ver um aumento dos níveis de mercúrio no meio ambiente, em decorrência do uso do metal pesado no garimpo em pequena escala e na queima de carvão para geração de eletricidade.

A exposição “representa uma ameaça direta para a saúde de dez a 15 milhões de pessoas diretamente envolvidas na mineração do ouro em pequena escala, nesses três continentes”, informou o Pnuma.

O anúncio se antecipa a uma grande conferência sobre o mercúrio, que ocorre em Genebra na próxima semana, com o objetivo de concluir as discussões sobre um tratado global para minimizar os riscos da exposição ao mercúrio.

Trabalhadores de garimpos são expostos à mercúrio (Foto: Divulgação/UNEP-ONU/arlgold.com )Trabalhadores de garimpos são expostos à mercúrio (Foto: Divulgação/UNEP-ONU/arlgold.com )

Os novos relatórios do Pnuma, que serão divulgados em Genebra, revelam que as emissões de mercúrio decorrentes da mineração artesanal dobraram desde 2005, devido à elevação dos preços do ouro, entre outros motivos.

O diretor do programa disse ainda que um estudo realizado pelo Instituto Blacksmith, grupo com sede em Nova York que limpa locais contaminados, revela que um dispositivo de US$ 10,00 (equivalente a R$ 20,00) pode ser usado para aprisionar 90% ou mais do mercúrio usado no garimpo.

As principais barreiras ao uso destes métodos mais seguros são as condições socioeconômicas e a baixa conscientização dos riscos vinculados ao mercúrio, destacou o Pnuma.

“Nos últimos 100 anos, as emissões antrópicas dobraram a quantidade de mercúrio encontrada a cem metros de profundidade nos oceanos do mundo. Concentrações em águas mais profundas aumentaram 25%”, acrescentou a agência, destacando que grande parte da exposição humana ao mercúrio se deve ao consumo de peixe contaminado.

Estudos recentes afirmam que espécies que vivem no Ártico, como o urso polar, focas e crustáceos, precisam se adaptar ao constante degelo ou podem desaparecer para sempre devido ao aumento da temperatura do planeta. (Foto: Danile Beltra/Greenpeace/AFP) 
Houve um aumento nos níveis de mercúrio no Ártico,
diz relatório (Foto: Danile Beltra/Greenpeace/AFP)
 
O envenenamento por mercúrio afeta o sistema imunológico e pode levar a problemas como distúrbios psicológicos, perda dos dentes e disfunções nos tratos digestivo, cardiovascular e respiratório.

Os informes também destacam um aumento nos níveis de mercúrio no Ártico, onde 200 toneladas da substância são depositadas todos os anos.

“Devido à rápida industrialização, a Ásia é o maior emissor regional de mercúrio e responde por quase metade de todas as emissões globais”, destacou o comunicado do Pnuma.

O Comitê de Negociação Internacional sobre o Mercúrio ocorre entre 13 e 18 de janeiro em Genebra. Os novos estudos da ONU representam o primeiro relatório global das emissões de mercúrio em rios e lagos.

Fonte: g1.globo.com/natureza.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Desmatamento reduz diversidade de bactérias na Amazônia, diz estudo

Um estudo realizado em conjunto por pesquisadores brasileiros e americanos aponta que a destruição da floresta amazônica e sua transformação em pasto reduz a diversidade das comunidades de bactérias no solo, o que pode trazer impactos ambientais negativos.

A pesquisa foi publicada no fim de dezembro pelo prestigiado periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences". Entre as instituições responsáveis pelo levantamento estão a Universidade de São Paulo (USP), a Embrapa e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura, além da Universidade do Texas, em Arlington, a Universidade do Oregon e a Universidade de Massachusetts, as três nos EUA.

Região da floresta amazônica no Mato Grosso devastada para criação de pasto (Foto: Werner Rudhart/Arquivo/AFP)Região da Amazônia devastada para criação de pasto, no Mato Grosso (Foto: Werner Rudhart/Arquivo/AFP)

Assim como as espécies de animais e plantas, as bactérias reagem ao desmatamento, mas de maneira diferente, apontam os pesquisadores. Em um primeiro momento ocorre um aumento no número de espécies, mas as comunidades microbianas se tornam mais semelhantes ao longo da área devastada.
 
Essa "homogeneização", como é chamado o efeito, ocorre pela perda de micro-organismos endêmicos da floresta, entre outros fatores.

Vivian Pellizari, Professora da USP e uma das autoras da pesquisa, diz que o "crescimento taxonômico" das bactérias, isto é, o aumento no número de espécies, vem junto com uma "perda funcional", ou seja, uma redução nas espécies nativas, que atuam, por exemplo, nos ciclos de nutrientes do solo e na reciclagem de matéria orgânica.

"O número das espécies no solo de pastagem encontrado foi até maior, mas as espécies são menos relacionadas umas às outras do que na floresta", diz a professora. "A combinação da perda das espécies que havia inicialmente na mata e a homogeneização é um sinal que o sistema pode perder a capacidade de lidar com o estresse ambiental".

Um dos exemplos são as acidobactérias, que representam 21% do total de micro-organismos encontrados pelos cientistas na floresta. Em áreas de pasto, o grupo foi reduzido e passou a representar 13,4% da vida microbiótica no solo.

Greenpeace documenta área de desmatamento no município de Lábrea no sul do Amazonas (Foto: Greenpeace / Marizilda Cruppe) 
Região de mata devastada no município de Lábrea,
no AM (Foto: Greenpeace / Marizilda Cruppe)
 
Efeitos desconhecidos
Vivian diz que os efeitos da redução da biodiversidade microbiana ainda são desconhecidos. Eles vão ser levantados em uma nova pesquisa, a ser publicada em breve pelo grupo de cientistas.

Algumas hipóteses, afirma a professora, são alterações nos ciclos de nutrientes, como o ciclo do carbono e o do nitrogênio. Pode haver empobrecimento do solo e reflexos negativos no ecossistema. "Pode ser prejudicial até para o plantio e para a agricultura. A gente não sabe muito bem [os efeitos], ainda precisa ser estudado", avalia.

As comunidades de bactérias são essenciais para a manutenção da floresta, avalia Vivian.  "Os ciclos relacionados à saúde do solo têm nos micro-organismos os atores principais, para a conversão de substratos e manutenção do equilíbrio".
 
Seis brasileiros
No total, 13 cientistas participaram da pesquisa, sendo seis deles brasileiros. As amostras foram coletadas de uma fazenda de Rondônia. É a primeira vez que são levantados dados sobre a vida microbiana na Amazônia em uma escala maior, ressalta a professora. Antes, apenas estudos com amostras limitadas haviam sido realizados.

Vivian aponta que a recuperação da floresta em áreas de pastagem pode trazer de volta a diversidade microbiana, mas ressalta a necessidade de mais pesquisas sobre o tema. "Os resultados têm mostrado que a parte funcional tem essa tendência de retornar com a floresta secundária, quando a floresta é recuperada", pondera.
 
Fonte: g1.globo.com/natureza.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A todos os leitores deste blog: Feliz 2013!

Foto: Diego Gurgel
Foto: Diego Gurgel - Réveillon na Av. Amadeo Barbosa em Rio Branco-AC


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Vida marinha: Aumento da população de águas-vivas é temporário, afirmam pesquisadores americanos


População de águas-vivas está em alta (Foto: Mathieu Pujol / Biosphoto / AFP)População de águas-vivas está em alta (Foto: Mathieu Pujol / Biosphoto / AFP)

Um estudo internacional publicado recentemente mostra que o aumento na população das águas-vivas, percebido ao longo dos últimos anos, faz parte de um ciclo natural e não é uma tendência definitiva.

Recentemente, relatos de águas-vivas presas em redes de pescadores, canos de resfriamento de usinas e até mesmo de ataques a turistas se tornaram cada vez mais comuns em vários pontos do mundo. Isso levou a equipe liderada por Robert Condon, do Laboratório Marinho de Dauphin Island, nos Estados Unidos, a conduzir um estudo mais amplo e obter uma verdadeira dimensão da população do animal.
Os cientistas descobriram que a população de águas-vivas passa por flutuações, aumentando e diminuindo de tempos em tempos. Eles mostraram que, na década de 1970, havia ocorrido um pico semelhante ao atual, mas que não chamou a atenção porque as informações não circulavam tanto quanto hoje – ainda não havia a internet, por exemplo.

Nos próximos anos, os pesquisadores querem continuar monitorando a população do animal para determinar se as variações continuam dentro do normal. Eles ressaltam que o trabalho tem impacto econômico, pela maneira como as águas-vivas afetam o turismo e a pesca.
O estudo foi publicado pela “PNAS”, a revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Fonte: g1.globo.com/natureza.

Catedral da praça das Armas em Cuzco-Peru