sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Livro ensina homem a ser 'amigo da onça'


É possível que seres humanos e onças pintadas consigam compartilhar em paz o mesmo ambiente? O livro “Guia de convivência gente e onças”, lançado recentemente pela Fundação Ecológica Cristalino, de Mato Grosso, diz que sim. Focando pecuaristas do Pantanal e da Amazônia, a publicação dá dicas de como proteger o gado dos ataques do felino e lista uma série de motivos para que não se matem as onças pintadas.


Segundo o biólogo Sílvio Marchini, autor do livro, o desaparecimento do animal não se deve apenas à perda de seu ambiente natural, mas também a uma cultura de matar onças. “No Pantanal, por exemplo, caçar onça é uma tradição. Eles encaram isso como parte da identidade pantaneira”, afirma. “Por outro lado, na fronteira agrícola [onde começa a floresta amazônica] há uma população que veio de locais onde não existem mais onças, ou nem mesmo florestas, que muitas vezes são vistas como um obstáculo a ser vencido.”


Para muitos fazendeiros, a onça é encarada como um prejuízo à sua atividade econômica. De acordo com Marchini, nos locais onde o animal ainda é comum, os ataques do felino são responsáveis pela perda de 1 a 2% do rebanho todo ano. Por causa disso, seu livro tem uma seção especial explicando como os fazendeiros podem proteger seus bois do animal sem matá-lo.


Uma das dicas é não caçar as presas naturais das onças, como veados e porcos-do-mato. Outra recomendação é manter os bezerros e as vacas prenhes perto da sede da fazenda, evitando que eles fiquem próximos às áreas preferidas pelas onças.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Porto Velho (RO) no topo da lista dos dez municípios que mais desmataram


Confira abaixo a lista dos dez municípios amazônicos com maior índice de desmatamento detectado em setembro, segundo medição feita pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe):

Município Estado Área desmatada (km²)
Grajaú MA 70
Porto Velho RO 36
Brasnorte MT 36
Santa Maria das Barreiras PA 34
Cumaru do Norte PA 31
São Félix do Xingu PA 24
Peixoto de Azevedo MT 21
Manicoré AM 18
Santana do Araguaia PA 17
Barra do Corda MA 7

O Inpe ressalta que nem todo o desmatamento identificado em setembro pode ter sido realizado nesse mês, pois a cobertura de nuvens muitas vezes impede que os satélites detectem áreas degradadas, que são descobertas posteriormente, quando o céu está limpo.

Ritmo de desmatamento da Amazônia cai 22% em setembro, revela Inpe

O ritmo de desmatamento da Amazônia em setembro foi 22% menor do que em agosto, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Por meio de imagens de satélites, os técnicos do instituto calcularam que 587 quilômetros quadrados de floresta foram derrubados ou sofreram degradação florestal durante o período. A área equivale a cerca de um terço do município de São Paulo. Em agosto, o total desmatado foi de 756 km².

A medição faz parte do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que identifica apenas as áreas com área maior que 2.500 m². Devido à cobertura de nuvens, apenas 77% da Amazônia Legal pôde ser vista nas imagens analisadas. Os estados que ficaram mais encobertos foram o Amapá (92%) e o Pará (63%).
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O índice de desmatamento foi semelhante ao registrado no mesmo mês de 2007, com uma queda de 3%. Em setembro do ano passado, o Inpe registrou 603 km² de devastação. Se comparado à média dos últimos 12 meses (722 km²), o índice caiu 18%.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Presidente da Funai participa de Festival Yawanawá no Acre


O presidente da Funai, Márcio Meira, foi um dos convidados do tradicional Festival Yawanawá, que começou neste fim de semana na aldeia Esperança, em Tarauacá. O senador Tião Viana, o presidente da Assembléia Legislativa do Acre, deputado Edvaldo Magalhães, e o superintendente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck também participam do evento. A etnia comemora a demarcação da terra indígena Yawanawá, que passou de 84 mil hectares para 194 mil hectares de terra.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Expedição do WWF percorre o Rio Negro


Para registrar como vivem os animais e as pessoas em uma das regiões de mais rica biodiversidade do planeta, uma expedição da organização não-governamental WWF está subindo o rio Negro, no estado do Amazonas. A viagem, que começou em 17 de outubro e termina em 15 de novembro, leva uma equipe de 65 pessoas. Na primeira etapa da expedição, eles estão visitando o Arquipélago de Marinauá, considerados o maior conjunto de ilhas fluviais do mundo. Na segunda fase, os pesquisadores visitarão uma área onde está prevista a criação da Reserva Extrativista Rio Branco-Jauaperi. Eles farão um levantamento das necessidades das pessoas que vivem no local, ajudando a definir as regras para a criação da reserva.

sábado, 25 de outubro de 2008

Taxa de desmatamento na Amazônia fica abaixo da média no mês de setembro


desmatamento da Amazônia em setembro ficou abaixo da média dos três meses anteriores, disse ontem o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, se antecipando aos dados que serão divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana que vem.
"O próximo mês (setembro) vai ficar abaixo da média dos últimos três meses, que foi de 650 quilometros quadrados", disse Minc a jornalistas, depois de participar da primeira reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no centro do Rio de Janeiro.
"Isso não me alivia porque queremos desmatamento zero. Mas os dados preliminares mostram uma queda, mas eles só serão divulgados pelo Inpe no dia 29", afirmou o ministro.

Fundo Amazônia
Ao falar sobre o Fundo Amazônia, Minc disse não esperar que a atual crise nos mercados financeiros prejudique a injeção de recursos no fundo, e acrescentou que deve anunciar em breve o nome de empresas que farão doações. Até agora somente o governo da Noruega anunciou compromisso de doar US$ 1 bilhão para o fundo até 2015.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Governo do Acre e Funai vão investir mais recursos nos povos indígenas


O Governo do Estado do Acre e a Fundação Nacional do Índio (Funai) firmaram um termo de cooperação técnica com a proposta de implementar ações conjuntas no âmbito do Programa de Promoção dos Povos Indígenas (PPA 2008/2011). O programa prevê ações nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e cultura.

O termo de cooperação foi assinado pelo presidente da Funai, Márcio Augusto de Meira, e pelo governador Binho Marques, na Biblioteca da Floresta Marina Silva. Participaram da solenidade a senadora Marina Silva, os deputados Perpétua de Sá, Edvaldo Magalhães e Moises Dinis, o sertanista, José Carlos Meireles, o assessor especial para Assuntos Indígenas, Francisco Pianko, além de representantes indígenas.


Para o presidente da Funai a parceria fortalece a política indigenista do Acre de forma que os povos sejam valorizados e reconhecidos pela sociedade. Segundo o presidente o Estado dá exemplo para o restante do país da possibilidade de promoção do desenvolvimento, sem a intolerância e o preconceito com as comunidades indígenas. “Este documento formaliza a parceria para melhorar e ampliar nossa capacidade institucional em atender, promover e proteger os povos indígenas”.

A senadora Marina Silva destacou a importância do apoio dos governos sem que isso signifique uma interferência inadequada às formas de organização, cultura e nos processos internos. “Assim iremos fortalecer as políticas e a consolidação do programa de gestão ambiental nas terras indígenas”, destacou a senadora.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Pesquisa diz que pecuária é responsável por 80% do desmatamento na Amazônia



Um estudo realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela que a variação dos índices de desmatamento na Amazônia Legal acompanha as cotações do boi e da soja. Segundo a pesquisa, quanto maior o valor dos produtos, mais destruição haverá na maior floresta tropical do mundo. O Instituto aponta que cerca de três quartos do desmatamento ocorrido nos últimos anos cedeu lugar a pastos. “A pecuária continua sendo a principal ocupação das áreas desmatadas na Amazônia, ocupando de 75% a 81% do total desmatado entre 1990 e 2005”, diz trecho do estudo. Uma pequena parte da produção de gado bovino (4% em 2005 e 10% em 2006) seria exportada. No Brasil, o maior mercado consumidor da carne proveniente da Amazônia seria a região Sudeste, que compra 69% da produção voltada ao mercado interno. Em segundo lugar estaria o Nordeste – excluindo o Maranhão, por fazer parte da Amazônia Legal –, que consome 14%. Apenas 12% do gado seria consumido na própria Amazônia.


Grilagem de terras
Segundo o Imazon, o rebanho bovino na região saltou de 26 milhões de cabeças em 1990 para 73 milhões em 2006. O aumento se deveria principalmente à expansão da área de pastos – às custas de desmatamento –, aos ganhos de produtividade da pecuária, ao sucesso do controle da febre aftosa e à concessão de subsídios públicos para a atividade. De acordo com a pesquisa, um dos fatores que torna atrativa a pecuária na região é a ocupação ilegal de terras públicas – também chamada de “grilagem” de terras: “Fazendeiros que se apossam de terras públicas ganham mais do que o normal, pois não compraram a terra e nem pagam um aluguel pelo seu uso.”

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Médicos brasileiros testam planta amazônica contra o câncer em pacientes


Cientistas e médicos brasileiros estão testando em humanos o potencial de uma erva amazônica para o tratamento do câncer. É possivelmente a primeira vez que o Brasil submete um medicamento dessa natureza, obtido em solo nacional, aos rigorosos testes médicos para a aprovação de uma nova droga. A planta (foto) é a avelós (nome científico Euphorbia tirucalli), típica das regiões norte e nordeste do País. Sua ação medicinal já era mencionada na cultura popular, o que motivou a indústria farmacêutica a analisar sua ação em células em cultura e em animais. Os resultados foram bastante promissores.

Ao que tudo indica, a substância age nas células do câncer induzindo a apoptose -- uma espécie de suicídio celular. "É o que chamamos de morte celular programada", explicou o gerente do programa integrado de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, Auro Del Giglio, e um dos coordenadores do estudo. "Em células normais, é um procedimento que acontece para a renovação das células, com as antigas dando lugar às novas. Mas nas células do câncer isso quase nunca acontece, e a idéia é exacerbar essa tendência." Com isso, a droga tem o potencial para, se não fazer regredir, pelo menos conter ou reduzir o avanço da doença, induzindo a apoptose de muitas das células do tumor. Não custa lembrar que o câncer é basicamente um agrupamento de células que se rebelaram contra o corpo, multiplicando-se enlouquecidamente e consumindo os recursos do organismo todo em prol de seu próprio crescimento. Simples de descrever, dificílimo de tratar.

In vitro, a droga funcionou contra colônias de células de câncer de mama, melanoma e outros tipos de tumor. Mas ainda não dá para dizer que o remédio vá funcionar em humanos. "Nesse primeiro estudo, de fase 1, o que a gente faz é descobrir a dose certa", diz Del Giglio. "É um estudo para identificar a toxicidade e a segurança do medicamento." No momento, cinco pacientes estão passando por esse procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein. A idéia é concluir o estudo até o fim do ano e iniciar a fase 2 -- que envolve um grupo maior de pacientes com o objetivo de identificar o real potencial da droga como tratamento para tipos específicos de tumores-- em 2009. A partir daí, os cientistas já miram buscar aprovação da droga para que chegue às prateleiras, embora tenham ainda de ser conduzidas outras duas fases de estudos, de grande porte, para concluir o ciclo pelo qual passam todos os medicamentos antes de obter aprovação das autoridades competentes.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Instituto Butantan pretende abrir 'filial' na Amazônia


Referência mundial na pesquisa com espécies peçonhentas, o Instituto Butantan está captando recursos para abrir uma unidade na região do Brasil com maior demanda por antídotos para os ataques destes animais. A instituição já tem o terreno, doado pela União, onde o centro será construído, em Belterra (PA), a cerca de 40 quilômetros de Santarém (PA), a um custo em torno de R$ 10 milhões.

A propriedade tem 64 hectares, aproximadamente a mesma área de que dispõe o instituto em São Paulo, e fica próxima à Floresta Nacional de Tapajós.

A região de Santarém, segundo informações do próprio Butantan, é a que registra maior incidência de pessoas picadas por cobras, escorpiões e arraias. O principal hospital da cidade atende cerca de 250 casos por ano.

"É a única região do país em que há os principais tipos de cobras venenosas brasileiras: jararaca, cascavel, coral-verdadeira e surucucu", explica o diretor do Butantan, Otávio Mercadante. Também são comuns os acidentes envolvendo a arraia-de-fogo, animal que descansa no lodo de águas rasas e que muitas vezes acaba sendo pisado por banhistas, do que se defendendo com o espinho que traz na ponta da cauda.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Minc diz que não haverá 'licença política' para a usina de Jirau (RO)


O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta quarta-feira (15), em São Paulo, que não cederá a pressões para acelerar a concessão da licença de instalação para a usina de Jirau, no Rio Madeira. “Não haverá licença política”, afirmou o ministro. A declaração é uma resposta ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que havia pedido, nesta manhã, mais rapidez à área ambiental para liberar a construção. Para Lobão, a demora dos órgãos ambientais pode atrasar em até um ano o funcionamento da usina, previsto para janeiro de 2012. O atraso se deveria ao regime de chuvas da região. “Possibilidade [de conceder a licença rapidamente] pode haver, mas o nosso tempo não é o tempo da chuva. É o tempo do rigor da lei. Até porque, se passar uma licença em tempo recorde, o Ministério Público e a Justiça derrubam no dia seguinte, e aí você perde um ano, dois anos”, afirmou o ministro. O consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), concessionário de Jirau, informou que só será possível cumprir o cronograma e iniciar as obras em janeiro de 2009 caso obtenha a licença de instalação ainda neste mês. Minc já havia declarado, anteriormente, que a licença seria concedida até o final do ano.