segunda-feira, 30 de março de 2009

Imazon detecta 62 km² de desmatamento na Amazônia no mês de fevereiro




O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) registrou a destruição de 62 km² de florestas na Amazônia Legal em fevereiro, área equivalente a 1,5 vez o Parque Nacional da Tijuca, segundo relatório publicado nesta segunda-feira (30).


Em janeiro, haviam sido encontrados 51 km² de devastação. A medição do Imazon é feita paralelamente à do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao governo federal.A maior parte do desmatamento registrado pelo Imazon em fevereiro ocorreu em Mato Grosso (65%). O Pará teve 25%, seguido de Roraima e Amazonas, com 4% cada, e Rondônia, com 2%.


O instituto ressalta, no entanto, que devido à cobertura de nuvens, não foi possível enxergar 66% da Amazônia nas imagens de satélite utilizadas. O céu fechado faz com que o Inpe deixe de divulgar dados mensais de desmatamento durante o chamado “inverno” amazônico, período mais chuvoso. Nesta época, o instituto publica relatórios trimestrais sobre o assunto.Além dos 62 km² de desmatamento, foram detectados pelo Imazon outros 37 km² de degradação florestal – destruição parcial que deixa a mata mais rala.


Mato Grosso tem 75% dessa área. O acompanhamento da degradação é importante pois, em muitos casos, ela é um estágio inicial para o desmatamento total da floresta, o chamado corte raso. O índice de desmatamento de fevereiro de 2009 foi muito parecido com o do mesmo mês do ano passado, quando o Imazon localizou 63 km² de devastação na Amazônia.


A maior parte do desmatamento encontrado pelo Imazon no mês passado - 74% - está em áreas privadas, devolutas ou em diversos estágios de posse. O restante aconteceu em unidades de conservação (14%) e em assentamentos de reforma agrária (12%). Com 9,6 km² de devastação, o município de Novo Progresso (PA), foi o que teve mais desmatamento detectado no mês.

domingo, 29 de março de 2009

Ex-governador Jorge Viana fala sobre as hidrelétricas do Rio Madeira

"As pessoas do eixo sul e sudeste precisam entender que a Amazônia pode sim conciliar preservação ambiental com desenvolvimento sustentável. E as usinas do Rio Madeira são um bom exemplo disso”



Depois de uma visita ao canteiro de obras das usinas de Santo Antônio e Jirau (RO), na semana passada, mantive contato com o presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Jorge Viana, para gravarmos uma entrevista sobre o assunto. Prontamente o compromisso foi agendado com sua assessoria.

Na sexta-feira, dia 27, estive em seu escritório, no centro de Rio Branco, para conversar com um dos homens mais influentes da policia na Amazônia. Jorge Viana foi um dos principais defensores do uso dos recursos naturais para a geração de energia limpa e renovável quando governou o Estado por dois mandatos (1999 a 2002 e de 2003 a 2006).

- Durante o meu segundo mandato, estive por diversas vezes em Brasília com o presidente Lula sensibilizando as autoridades da importância dessa obra para o desenvolvimento da região -, frisou o ex-governador.

O complexo hidrelétrico do rio Madeira é um investimento na ordem de R$ 22 bilhões. Com mais R$ 8 bilhões do sistema de transmissão (linhão) esses recursos chegam a R$ 30 bilhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Atualmente são mais de três mil empregos direitos e vão chegar a dez mil até o próximo ano. Os setores de comércio e serviço tiveram um aumento de 30% no último trimestre a partir das obras das usinas, aponta a Associação Comercial de Rondônia. A Votoratim também abriu centenas de postos de emprego com a construção de uma Fábrica de Cimento, em Porto Velho, para abastecer as obras. De acordo com a Federação das Indústrias do Acre, algumas empresas acreanas também estão exportando produtos como postes e madeira para os canteiros de obras das usinas.

Senildo Melo: Diante de todo esse cenário, como Acre e Rondônia podem aproveitar melhor esse momento, ex-governador ?

Jorge Viana: “É um momento muito importante. As pessoas do eixo sul e sudeste precisam entender que a Amazônia pode sim conciliar preservação ambiental com desenvolvimento sustentável. E as usinas do rio Madeira é um bom exemplo disso”, disse.

Senildo Melo: Mas como seria efetivamente esse desenvolvimento ?


Jorge Viana:
“Se gera muito emprego agora com a construção das hidrelétricas, mas daqui a alguns anos teremos energia limpa, barata e com qualidade suficiente para que grandes indústrias se instalem na nossa região”, lembrou.

Senildo Melo: E a preservação do meio ambiente, não ficará comprometida com o impacto da obra ?


Jorge Viana: “De maneira alguma. Hoje a energia que chega para nós é gerada por meio de termoelétrica. Isso polui muito o meio ambiente porque é produzida a partir da queima do óleo diesel. No caso das hidrelétricas, o sistema adotado é o de turbinas de bulbo, que reduz o impacto em até 80% se comprado com outras hidrelétricas no país. Com isso, a área inundada é menor porque não existe a necessidade de se construir grande barragens como a de Itaipu”, comentou.

Senildo Melo: O Sr. acredita que as comunidades no entorno das usinas vão se beneficiar desse empreendimento ?


Jorge Viana: “Aí entra à tese que eu defendo desde os tempos de governador: é preciso se criar um meio, e aí temos de encontrar esse mecanismo, de uma espécie de compensação financeira a essas comunidades e aos governos de Rondônia e Acre pelo uso dos nossos recursos naturais. No caso o rio Madeira para a geração de energia”, concluiu.




Maquete da hidrelétrica de Santo Antônio; Quando estiver em pleno funcionamento vai gerar 3.150 megawats de energia.

sexta-feira, 27 de março de 2009

III Semana de Engenharia Florestal é encerrada nesta sexta-feira na Ufac

Neste sábado (28), no Seringal Porto Dias, no município de Acrelândia, acontece uma atividade de campo com a soltura de 20 mil tracajás do projeto S.O.S Quelônios.



Aconteceu na manhã desta sexta-feira (27), o encerramento da terceira Semana de Engenharia Florestal realizada pela Universidade Federal do Acre. O ciclo de palestras desenvolvidas no Anfiteatro da Ufac contou com ampla participação da comunidade acadêmica e de professores ligados ao curso.

O ex-governador e presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Jorge Viana, proferiu palestra sobre o uso múltiplo dos recursos florestais.

- Precisamos aprender com as comunidades tradicionais. Elas retiram as riquezas da floresta sem destruí-la. Eu continuo acreditando que o melhor meio para o desenvolvimento sustentável é aproveitar tudo o que a floresta nós reserva, mas respeitando sempre o meio ambiente -, disse Jorge Viana, que também é engenheiro Florestal pela Universidade de Brasília.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Crime ambiental: 25 mil litros óleo diesel são derramados em Tarauacá


Um oleoduto da usina da energia elétrica Guascor rompeu nesta quinta-feira (26) e derramou 25 mil litros de óleo diesel no município de Tarauacá, distante 450 km de Rio Branco.

A diretoria da empresa não se pronunciou oficialmente sobre os danos ambientais causados pelo incidente. Moradores da cidade armazenam o produto em tambores. Essa é a segunda vez que a Guascor provoca um dano ambiental dessa dimensão em Tarauacá. A primeira aconteceu no ano passado quando 30 mil litros foram derramados e ninguém foi punido.

Desta vez o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) enviou uma equipe de técnicos ao local. Eles avaliam o tamanho do dano e o tipo de punição prevista na legislação ambiental.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lula confirma nova visita ao Acre


A próxima visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado será no dia 26 de abril. A data foi confirmada pelo cerimonial da presidência República. Um dia antes, Lula vai à Manaus. A vinda do presidente à Rio Branco faz parte de uma agenda que visa incentivar o desenvolvimento sustentável na região. O programa tem como objetivo fortalecer o extrativismo nas comunidades amazônicas.

terça-feira, 24 de março de 2009

Colisão entre barcos deixa um morto e um ferido em Marechal Thaumaturgo


O acidente aconteceu por volta das 16h de sábado no Rio Amônia bem próximo ao município de Marechal Thaumaturgo. Duas pequenas embarcações conhecidas na região como bajólas, se chocaram em uma curva acentuada do rio. O aposentado Cordélio Cordeiro de Oliveira, 70 anos, morreu no momento do acidente. José Francisco Mapes de Oliveira, 39 anos, que estava na mesma embarcação, teve ferimentos graves e foi transferido para o Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul.
Antônio de Azevedo Barbosa, 35 anos, que pilotava a embarcação que descia o rio, escapou ileso. De acordo com o sargento Herculano, que comanda a guarnição da Polícia Militar no município, o piloto prestou socorro às vítimas e após se apresentar na delegacia foi liberado.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Hidrelétrica de Santo Antônio em Porto Velho prevê gerar 10 mil empregos

Presidente Lula disse que é o maior investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do país
A estimativa foi feita pelo Consórcio Madeira e Energia, da qual a Odebrecht é a responsável pela construção de uma das usinas hidrelétricas de Rondônia, a Santo Antonio. Serão 10 mil empregos diretos gerados em vários setores até o fim de 2010.

Atualmente a obra mantém 2 mil e 300 postos de emprego. 90% dos trabalhadores foram capacitados pelo Instituto Acreditar, da empresa Odebrecht. O custo total da obra de Santo Antônio é de 12 milhões de reais e a previsão é que até meados de 2012 já seja possível à geração de 3.150 megawatts de energia limpa, o que equivale a 4% de toda energia consumida pelo país. Mas a inauguração definitiva da usina acontece somente em 2015. A TV Aldeia enviou uma equipe para produzir uma série de reportagens especiais sobre o empreendimento. O material vai ao ar na próxima semana.

Jirau
Por enquanto a usina de Jirau ainda aguarda a liberação da licença ambiental por parte do Ibama para iniciar as obras. O Presidente Lula quando esteve em Porto Velho, na semana passada, prometeu a autorização o mais rápido possível. “Uma obra desse porte e que vai trazer tantos benefícios para o país não pode ficar parada um dia se quer”, comentou Lula.

Energia mais barata para o Acre
A tecnologia empregada é o sistema de bulbo, que aproveita a velocidade da água para movimentar os equipamentos e gerar a energia limpa. A previsão dos executivos das empresas é que a energia passe a ser gerada com mais qualidade. “Assim a energia ficará mais barata, já que não será mais gerada por meio da queima de óleo diesel. O Acre também será beneficiado com uma energia e qualidade e preço mais acessível”, concluiu Valdemar Camata (foto), gerente de Relações Institucionais da construtora Norberto Odebrecht.



quinta-feira, 19 de março de 2009

Cheia do rio Acre: nível baixa mas situação ainda é preocupante



De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Gilvan Vasconcelos, o nível do rio Acre baixou 7 centímetros nas últimas 24 horas. Passando de 14m08cm para 14m01cm nesta manhã. Cerca de 20 pessoas estão em casa de parentes ou em imóveis alugados. Duas foram removidas para os abrigos do Ginásio Álvaro Dantas.

Quatro equipes da prefeitura da Rio Branco estão atuando diariamente no atendimento às famílias vítimas da alagação. De acordo com o coronel Gilvan Vasconcelos, são 40 pessoas, dos quais 26 são funcionários da Emurb e Semsur e homens do Corpo de Bombeiros.

Interior do Acre
Nesta quarta-feira, 18, choveu durante várias horas seguidas na região de Sena Madureira, o que elevou o nível do rio Iaco, que chegou a 15,34 metros nesta quinta-feira. Em Sena a cota de transbordamento é de 15,20 metros mas não há famílias desabrigadas.

Em Cruzeiro do Sul o nível do rio Juruá baixou 20 centímetros de ontem para hoje. No Vale do Tarauacá/Envira a situação é de normalidade, segundo o relatório da Defesa Civil

terça-feira, 17 de março de 2009

Madeireiros expulsam indios isolados do Peru para a fronteira do Acre


Empurrados pela exploração ilegal de madeira na Amazônia peruana, índios que nunca tiveram contato com o mundo externo estão fugindo para o Brasil. A denúncia é feita em relatório lançado pela ONG Survival International, que acompanha a situação dos chamados “índios isolados” no mundo.
O problema acontece fronteira do estado do Acre, no extremo oeste brasileiro. Para confirmar a denúncia feita pela Survival, entrevistei o pesquisador da Funai, José Carlos Meirelles, que há 20 anos vive na região estudando tribos isoladas. Ele confirma as informações divulgadas pela ONG inglesa.

“A evidência mais forte de que esses índios foram expulsos de suas terras é que eles estão roubando mudas de banana e de mandioca da gente. Isso significa que eles saíram correndo, e não têm nem banana para plantar, porque estão com medo de ir buscar as mudas. Eles estão sem o que comer”, alerta o indigenista.

A exploração madeireira ocorre principalmente para a retirada do mogno. A madeira, uma das mais valiosas da Amazônia, é proibida de ser cortada no Brasil porque a planta corre risco de extinção. Para Meirelles, a única solução para o caso é o fim do consumo dessa madeira nobre.

“Enquanto houver gente disposta a pagar uma fortuna pela madeira, vai haver gente tirando mogno de onde for. O mundo precisa saber que cada americano que se enterra em um caixão de mogno, junto vai uns três índios isolados”, avisa.

Madeira boiando
Como a região é tomada por florestas, o sertanista precisa trabalhar com evidências para descobrir o que ocorre dentro da mata. Recentemente, objetos boiando no rio mostraram que a atividade madeireira ocorre a todo vapor na região: foram encontradas várias pranchas de mogno, além de galões de óleo.

As marcas da chegada dos índios isolados peruanos também são muitas. Meirelles coleciona flechas utilizadas por essas tribos, e já foi alvo de algumas delas. “Eles não sabem distinguir a gente dos madeireiros”, conta.

Risco de conflitos
Do lado brasileiro, há pelo menos três tribos que vivem sem contato. A região é protegida por reservas, mas Meirelles teme que ocorra um conflito entre os próprios indígenas isolados, já que os peruanos supostamente não reconheceriam as tribos brasileiras.

Em seu relatório, a Survival International pede ao governo peruano que expulse as madeireiras e não permita que ninguém entre na área para explorar recursos naturais, pois os índios correm risco de extinção, e podem morrer de doenças comuns, como a gripe, se entrarem em contato com brancos.

Segundo a ONG, um desses desastrosos encontros ocorreu em meados dos anos 1990, quando a tribo peruana Murunahua foi invadida por cortadores de mogno, e as doenças trazidas mataram pelo menos metade dos membros da comunidade.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Comunidade da Reserva Nacional do Macauã é beneficiada com energia

Levar energia alternativa às comunidades mais isoladas do Acre. Esse é o objetivo de uma parceria entre o governo do Estado, Governo Federal por meio do Programa Luz para Todos e prefeitura de Sena Madureira. No último sábado, a comunidade do Alto Rio Macauã, no seringal Cachoeira, na Reserva Extrativista Cazumbá Iracema, foi a primeira a receber uma unidade demonstrativa do Fogão Gera Luz.

Para chagar ao local é necessário percorrer um longo caminho. De Rio Branco a Sena Madureira são 144 km pela BR-364. O restante da viagem é feita de barco. Até a Reserva Extrativista Cazumbá Iracema, no Rio Macauã, são mais de cinco horas de voadeira subindo os Rios Iaco e Macauã. Mas se o mesmo percurso for realizado de batelão são dois dias de viagem.

Levar energia elétrica a comunidades tão distantes da Amazônia não é tarefa fácil. Mas a partir da implantação do programa Luz para Todos, em 2003, mais de 25 mil famílias no Acre já dispõe desse conforto, afirma a coordenadora estadual do programa, Nádma Farias.





Fogão Gera Luz

O seringal Cachoeira, na Floresta Nacional do Macauã, foi escolhido pela coordenação do programa para desenvolver o projeto de energia alternativa. Em pequenas embarcações a população veio em bom número para acompanhar a demonstração de uma unidade do Fogão Gera Luz, um invento da Fundação de Tecnologia do Acre. O fogão funciona a lenha, tem capacidade para alimentar quatro lâmpadas, uma TV e claro o fogão. Tudo ecologicamente correto. Apesar do sucesso, o governo do Acre ainda luta para o invento ser aceito pelo ministério de minas e energia.

Ao todo 320 famílias foram contempladas com energia alternativa do programa Luz para Todos. A reportagem completa você pode assistir nesta terça-feira, dia 17, nos telejornais da TV Aldeia.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Aquecimento global pode destruir 85% da floresta amazônica, prevê estudo

Pôr do sol sobre o Rio Amazonas fotografado por um astronauta da Nasa. (Foto: Observatório da Terra/Nasa)


Não só o desmatamento praticado pelo homem ameaça a Amazônia: cientistas britânicos apresentaram um estudo segundo o qual 85% da floresta amazônica pode desaparecer se a temperatura do planeta subir 4 graus centígrados.


A informação foi divulgada por sites de jornais ingleses como “The Times” e “The Guardian”. No caso de uma elevação de apenas 2 graus - aumento que é tido como inevitável por boa parte da comunidade científica ainda neste século -, 40% da Amazônia deve desaparecer, calculam os pesquisadores do Centro Hadley do Escritório de Meteorologia do Reino Unido, uma das principais instituições de pesquisa de mudanças climáticas do país.

No caso de um aumento de 3 graus, a seca decorrente poderia destruir 75% da maior floresta tropical do mundo. A previsão é baseada em modelos desenvolvidos por computador. A principal novidade, reporta a imprensa britânica, é que os modelos sugerem que a floresta sofre as conseqüências do aquecimento global de forma mais lenta do que se pensava – pode demorar até um século para que um aumento de temperatura destrua determinado pedaço de vegetação.

“Um aumento de temperatura acima de 1 grau já implica em perdas futuras na floresta amazônica. Mesmo a comumente citada meta de 2 graus já compromete entre 20% e 40% de perda. Em qualquer escala de tempo, deveríamos ter a perda de floresta na Amazônia como irreversível”, disse Chris Jones, segundo nota do “Guardian”. O estudo foi apresentado numa conferência sobre aquecimento global em Copenhague, na Dinamarca.

terça-feira, 10 de março de 2009

Sapos venenosos amazônicos têm origem nos Andes, conclui universidade dos EUA


A grande variedade de sapos venenosos encontrada na Amazônia tem raízes na Cordilheira dos Andes, não apenas de um processo evolutivo local como se pensava, concluiu um estudo da Universidade do Texas (EUA). Juan Santos, autor principal da pesquisa, afirma que os perigosos e coloridos sapos vieram da região andina para a planície amazônica há milhões de anos.

Para reconstruir a história dessas espécies de anfíbios em 45 milhões de anos, os cientistas estudaram seu DNA, já que não havia fósseis suficientes para o estudo. Foi criada uma árvore genealógica com 223 das 353 espécies de sapos venenosos conhecidos na região amazônica. A análise aponta que toda essa variedade descende de 14 espécies ancestrais que existiram há cerca de 23 milhões de anos. Onze delas têm origem nos Andes. A chegada dos sapos venenosos à Amazônia aconteceu antes mesmo de surgir a densa rede fluvial da região – calcula-se que o Rio Amazonas tenha surgido há 9 milhões de anos.

Segundo nota da Universidade do Texas, a pesquisa é a primeira a mostrar que os Andes contribuíram para a grande biodiversidade amazônica, o que contraria a ideia de que as inúmeras espécies existentes na floresta surgiram todas na própria região.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Rede Record anuncia investimentos de R$ 200 milhões em novelas só em 2009


Sei que essa notícia não tem nada a ver com o meio ambiente. Mas eu não me contive e decidi repercutir aqui no blog a informação de que A TV do Bispo Edir Macedo, a Rede Record, anunciou nesta segunda-feira (9) investimentos de R$ 200 milhões em 2009 só no setor de teledramaturgia. Uma maneira nada bíblica encontrada pela emissora, que se diz evangélica, de gastar o dinheiro fruto do dízimo dos fiéis da Igreja Universal. Ainda mais se levarmos em consideração o péssimo gosto da emissora ao investir em novelas como "Os Mutantes"!

- É lamentável que uma TV que foi montada com o dinheiro dos fiéis tenha fugido de sua proposta inicial: de divulgar o Reino de Deus através dos meios de comunicação -, disse a evangélica Maria José da Silva que frequenta a igreja.

Presidente Lula confirma visita a hidrelétricas do Rio Madeira


O cerimonial da presidência da República confirmou nesta segunda-feira (9) que a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Porto Velho acontece entre quarta e quinta-feira desta semana (dias 11 ou 12) para uma visita ao canteiro das obras de construção das usinas hidrelétrica de Jirau e São Antônio, em Rondônia. Lula quer conferir de perto o investimento de mais de 20 bilhões de reais do governo federal, que irá tornar a região Norte do país auto-suficiente em energia limpa.

A obra é gerenciada pela empresa Madeira e Energia, que abrange o consórcio Furnas e Odebrecht. Desde o início da obra, em meados de janeiro de 2009, o consórcio teve de responder na justiça a várias ações de movimentos contrários à realização do empreendimento. Mais de R$ 1 milhão em multas já foi aplicado pelos órgãos ambientais, que alegam descumprimento de parte do estudo de impacto ambiental.

Um grupo de pessoas ligadas ao movimento contrário às barragens promete realizar manifestações durante a visita presidencial.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Amazônia vai demorar 50 anos para se recompor após seca de 2005


A seca enfrentada em 2005 pela floresta amazônica causou uma mortandade de árvores que demorará cerca de 50 anos para ser compensada, aponta Ieda Amaral, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Ela é coautora do estudo divulgado pela revista "Science", que diz que as florestas tropicais da África e da América Latina podem acelerar o aquecimento global se o clima se tornar mais seco neste século. As plantas absorvem o dióxido de carbono (CO2) quando crescem, e o liberam quando morrem e apodrecem.

"A floresta amazônica foi surpreendentemente sensível à seca", disse Oliver Phillips, professor de ecologia tropical da Universidade Leeds (Inglaterra), responsável pelo estudo, que envolveu 68 cientistas.


Ieda Amaral produziu informações para o estudo na região de Manaus, bem no centro da Amazônia. Naquela região, conta, os efeitos da seca foram sentidos claramente. “Tivemos muitos casos de árvores mortas em pé”, conta. Mesmo as grandes árvores – algumas com 1,80 metro de diâmetro – apresentaram sintomas da estiagem. “Nesses exemplares de maior diâmetro notamos diminuição de até 2 centímetros no tronco”, relata Ieda.

O estudo, que utiliza medições feitas em campo em todos os países da Amazônia, estima que a floresta tenha absorvido
em média 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano desde a década de 1980, mas perdido 3 bilhões na seca de 2005, que matou árvores e retardou o crescimento das plantas.

"O impacto total foi de 5 bilhões de toneladas adicionais de dióxido de carbono na atmosfera. É mais do que as emissões anuais da Europa e do Japão combinadas", afirma Phillips.

A pesquisadora do Inpa diz que, por enquanto, ainda não se sabe exatamente as conseqüências dessas emissões e como fazer para evitar que se repitam, mas que a repercussão da pesquisa vai servir para que este campo do conhecimento se desenvolva mais rapidamente.

“É possível que a seca de 2005 seja parte de um ciclo natural. Neste caso, o melhor que o homem pode fazer é evitar outras emissões de gases de efeito estufa para que as da Amazônia tenham menor impacto”, explica Amaral.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ibama descobre acampamento de madeireiros na divisa do Brasil com o Peru


Atualmente o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) está realizando o monitoramento da fronteira do Brasil com o Peru que vai do marco 86 ao 40. Durante os sobrevôos, um acampamento de madeireiros e trilhas foram identificados, devido à área de mata fechada não foi possível definir se realmente trata-se de uma invasão ao território brasileiro. Segundo Marcio Vinícius, chefe do escritório do Ibama em Cruzeiro do Sul, uma melhor avaliação será feita em parceria com a Polícia Federal, caso seja constatada a invasão dos estrangeiros, uma operação será deflagrada.


Durante as atividades o Ibama constatou também, a retirada ilegal de madeira em alguns ramais da região do Juruá e o desmate de áreas considerável de floresta. No município de Mâncio Lima, por exemplo, foi constatada a derrubada de pelo menos 60 hectares de mata virgem em três propriedades diferentes. O Ibama retornou também a algumas fazendas embargadas por estarem em áreas não autorizadas para o desmate, os proprietários ignoraram a ordem e continuam utilizando normalmente os pastos nas áreas que deveriam está sendo reflorestadas.

O Ibama também está realizando a fiscalização nos rios e lagos principalmente próximos ao município de Ipixuna (AM) lugar onde é pescado a maior parte do peixe que abastece Cruzeiro do Sul. Marcio Vinícius disse que o trabalho é de orientação aos pescadores para que não descumpram o período do seguro defeso, que termina no dia 15 março. No ano passado quase 14 toneladas de peixe da espécie matrinxã, foram apreendidas pelo Ibama próximo a Cruzeiro do Sul, a pesca teria ocorrido ainda no período da proibição.

Banco Mundial aprova US$ 1,3 bilhão de empréstimo para projetos ecológicos no Brasil


O Banco Mundial (Bird) anunciou nesta quinta-feira (5) a aprovação de um empréstimo de US$ 1,3 bilhão para projetos ecológicos no Brasil, dentro de um pacote voltado para a luta contra a deterioração da floresta amazônica e em defesa da energia renovável. "O programa apóia o compromisso do Brasil para melhorar seus resultados ecológicos e de combate à pobreza, ao mesmo tempo em que implementa um modelo de competitividade e crescimento acelerados", indica o comunicado do Bird.

O empréstimo "apoiará o gerenciamento sustentável das terras agrícolas, das florestas e dos recursos hídricos, reduzirá o desmatamento no Amazonas, a degradação da terra, da água e de outros recursos essenciais para o bem-estar dos pobres, além de promover fontes renováveis de energia", explica o texto.

Outro objetivo do projeto é proteger os cerca de 95.000 km² que restam da Mata Atlântica, o que corresponde a 7,3% da área original deste ecossistema.

"O novo programa se apoia no bom trabalho que tem sido realizado pelo Brasil. É um complexo esforço de múltiplos atores do governo, e todos os ministérios devem ser parabenizados por isso", elogia Mark Lundell, chefe do projeto do Bird, citado no comunicado.

O empréstimo é a primeira operação dentro de um programa de desenvolvimento sustentável e meio ambiente do Bird. Os primeiros US$ 800 milhões serão desembolsados imediatamente, e os US$ 500 milhões restantes serão liberados conforme a conclusão das metas estabelecidas pelo programa, de acordo com o governo brasileiro.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Enchente no Rio Juruá deixa 20 famílias desabrigadas em Cruzeiro do Sul


Devido as constantes chuvas típicas do inverno amazônico, o nível das águas do Rio Juruá subiu e ultrapassou a conta de alerta, que é de 13 metros. De acordo com o chefe da Defesa Civil de Cruzeiro do Sul, tenente James Clay, 20 famílias estão desabrigadas. Ainda segundo ele, o maior problema é que outras 50 famílias estão vivendo em situação de risco, mas se recusam a abandonar as suas casas. O governo do Estado está disponibilizando abrigo e alimento para as pessoas atingidas pela cheia do Rio Juruá.