segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Forças Armadas da Bolívia tentam manter estado de sítio em Cobija


O exército boliviano continua ocupando o departamento de Pando para tentar garantir o cumprimento do estado de sítio decretado pelo governo federal desde o último fim de semana. Hoje manifestantes chegaram a ocupar a frente da prefeitura de Cobija, mas foram dispensados pelo exército. A prefeitura da cidade de Filadelfia, a 50 quilômetros de Cobija, foi incendiada durante a madrugada. A tarde, o corpo de um boliviano aparentando ter 50 anos de idade foi encontrado boiando no rio Acre pelo Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Acre. A instabilidade na região de fronteira já começa a prejudicar o comércio nas cidades acreanas de Brasiléia e epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia.

Entenda os protestos contra Morales na Bolívia
Cinco dos nove departamentos (Estados) da Bolívia iniciaram nesta segunda-feira (08) a terceira semana de protestos contra o presidente Evo Morales. Estradas foram bloqueadas, escritórios estatais tomados e as fronteiras com Brasil, Argentina e Paraguai foram fechadas.
Manifestantes entram em confronto com a polícia, durante protestos em Santa Cruz
As manifestações estão concentradas na região do Chaco boliviano, no sudeste do país, onde as maiores reservas de gás do país fazem fronteira com Brasil, Argentina e Paraguai. Há bloqueios nos departamentos (Estados) oposicionistas de Tarija, Beni, Pando, Chuquisaca e Santa Cruz.
Os governadores desses departamentos lideram os protestos contra o governo de Morales. No centro do debate estão: a nova Constituição, proposta pelo presidente boliviano, e um programa de pensão aos idosos do país, que conta com verbas obtidas da renda do gás.
O presidente anunciou neste sábado (06) que enviou ao Congresso um projeto de lei para a convocação dos dois referendos que faltam para a ratificação da nova Constituição. Em 28 de agosto, Morales decidiu, por decreto, que as duas consultas acontecerão dia 7 de dezembro.
Mas a Corte Nacional Eleitoral declarou-se impedida de preparar a votação, porque os referendos teriam de passar pelo Parlamento. Em resposta, Morales acusou o tribunal de "subordinação à direita", mas acabou baixando o tom do discurso.
O governo não tem maioria no Senado. Agora, Morales deve repetir estratégia que já usou em episódios anteriores: convocar sessão conjunta do Parlamento -com a Câmara, os governistas são maioria- enquanto milhares de simpatizantes cercam o edifício para pressionar pela votação.

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