domingo, 14 de setembro de 2008

Exclusivo - Leopoldo Fernandez: “Mesmo ameaçado de prisão lutarei pela autonomia do governo de Pando”

Em Cobija realizando cobertura sobre os conflitos no Departamento de Pando, na fronteira do Acre com a Bolívia, pela TV Aldeia, fui recebido em sua residência pelo governador de Pando, Leopoldo Fernandez, para uma entrevista exclusiva. Veja os principais trechos:

Senildo Melo: O Sr. imaginava que os conflitos ganhassem essas proporções?
Leopoldo Fernandez:
“Jamais. Esperava que houvesse um entendimento entre o presidente Evo Morales e os governadores dos departamentos. Agora as manifestações estão sem controle”, concluiu.
Senildo Melo: Qual foi o estopim para essa verdadeira guerra entre civis e militares?
Leopoldo Fernandez: “Com certeza a decisão de corte dos recursos do hidrocarboneto de 95%, que de direito são dos departamentos foi o principal motivo. Esse governo central é autoritário e violento. Ele ordena as forças armadas da Bolívia para atirar contra a população. Mas nós vamos lutar pela autonomia até o fim”, disse.

Senildo Melo: É verdade que o presidente Evo Morales teria decretado a sua prisão?
Leopoldo Fernandez:
“Ele pensa que eu estou financiando esses protestos do Comitê Cívico de Pando contra o governo central. Mas não é tão fácil assim. Seria preciso uma intervenção militar no estado. Mas eu desconfio que esse Evo é capaz de tudo”, desabafou.

Senildo Melo: O Sr. teme pela sua vida?
Leopoldo Fernandez:
“Sim. Tenho tomado alguns cuidados com a minha segurança e da minha família. Os soldados de La Paz estão ocupando a cidade e eles não dialogam, eles atiram sem receio de matar”, completou.

Senildo Melo: O governador do Acre, Binho Marques, está preocupado com os conflitos. Como o Sr. espera resolver isso para que não prejudique as relações turísticas e comerciais com o Acre?
Leopoldo Fernandez:
“O governador Binho Marques é um importante aliado. Lamentamos que esses conflitos na região de fronteira já estejam prejudicando as relações comerciais entre Acre e Cobija. Os turistas não querem mais vir para cá. Mas quando conseguirmos a autonomia dos estados essas relações serão retomadas”, finalizou.

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