“Estoques mundiais de peixe estão diminuindo rapidamente, e muitas
espécies valiosas já estão próximas da extinção”, afirmou a Interpol em
nota divulgada nesta terça. “A última década viu um aumento nas redes
criminosas organizadas e transnacionais envolvidas em crimes de pesca”,
completou o texto.
Navio
da guarda costeira do Japão persegue barco de pesca ilegal na costa do
país, em imagem do início de fevereiro (Foto: Reuters/11th Regional
Coast Guard Headquarters-Japan Coast Guard/Divulgação)
A organização ambiental The Pew Charitable Trusts calcula que até um
quinto de toda a pesca feita no mundo seja ilegal. Além disso, ela
aponta que as novas tecnologias aumentam a capacidade dos barcos
ilegais, tanto para permanecer mais tempo no mar quanto para pescar mais
fundo. Outros pontos ressaltados pelos ecologistas são a poluição dos
oceanos e o aquecimento global, que também ameaçam as populações de
peixes.
Para David Higgins, chefe do Programa de Crimes Ambientais da Interpol, a operação que vai do Pacífico Sul até o Oceano Ártico precisa ter atenção não só com quem pesca, mas também com quem revende o produto ilegal. “O supermercado consegue comprovar de onde vem o peixe?”, questionou.
Um estudo divulgado na semana passada pelo grupo de conservação marinha
Oceania feito com mais de 1,2 mil produtos em 700 pontos de venda nos
EUA mostrou que a identificação dos peixes nos rótulos estava errada em
um terço dos casos.
Para a Interpol, a ação pode, inclusive, prevenir que aconteça com
peixes e frutos do mar um escândalo de falsificação semelhante ao da
carne de cavalo, recentemente encontrada em produtos industrializados
que diziam conter carne bovina na Europa.
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