Os moradores mais antigos de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, interior do Acre, que apreciam a carne de animais silvestres, já não estão enfrentando dificuldade para comprar o animal de sua preferência. A facilidade é devido à ausência da fiscalização do IBAMA que fechou seu escritório na cidade, durante o ano passado.
A carne ou até mesmos os animais abatidos são encontrados em muitos pontos do mercado clandestino, onde já existe uma relação de confiança entre clientes e os vendedores ilegais. A clientela é composta geralmente, por pessoas que no passado já viveram em seringais e que ainda não perderam o costume de saborear a carne de sua preferência.
Além de porco selvagem, veados, pacas, cutias, são vendidas aves como a nambu e jacupembas, entre outras. As carnes chegam a ser oferecidas nas pensões que comercializam comidas. “É tudo por baixo dos panos, mas a gente encontra. Como a carne de caça tem um cheiro forte, as vendedoras cozinham em casa e já levam tudo preparado”, comentou um cliente que prefere não se identificar.
Nesta época de início de ano, quando o Rio Juruá ganha um maior volume de água, os animais silvestres se afugentam para as restingas e acabam se tornando alvos fáceis para os caçadores. Era neste período, em que o IBAMA geralmente realizava grandes apreensões, quando estava em funcionamento na região.
O chefe regional do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) na Região do Juruá, Isaac Ibernon, explica que o IMAC também tem a competência de fiscalizar, mas admite que a demanda de trabalho é superior a estrutura do órgão. Segundo ele, a saída do IBAMA aconteceu quase que de surpresa.
Fonte: Juruá Online
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