terça-feira, 26 de fevereiro de 2008


Um voto sustentável

Antes que a campanha eleitoral ganhe fôlego e os candidatos se manifestem sobre os seus respectivos programas de governo em todo o Brasil, é importante destacar a enorme responsabilidade dos prefeitos sobre a gestão sustentável das cidades. É deles, por exemplo, a atribuição constitucional de tratar adequadamente do lixo. Num país em que 60% dos resíduos sólidos são abandonados em vazadouros a céu aberto, disseminando doenças e contaminando as águas subterrâneas, é importante que os eleitores cobrem dos candidatos à construção de aterros sanitários e o incremento de programas de reciclagem, que já empregam aproximadamente 50 mil catadores em todo o país. Com idade entre 35 e 40 anos, a maioria desses catadores tem baixa escolaridade e poucas chances no mercado de trabalho informal. A classe política ainda não entendeu que o incremento da reciclagem significa a geração de renda e emprego em escala, com benefícios ambientais expressivos.
A questão do lixo está inserida dentro do planejamento estratégico das cidades, consolidado no plano diretor. Um outro instrumento importante de planejamento e que incorpora a variável ambiental num processo de discussão envolvendo a sociedade civil, é a agenda 21 local. A falta de planejamento desorganiza as ações de caráter preventivo e reduz a figura do prefeito à de um mero gerenciador de crises.

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