terça-feira, 3 de abril de 2012

Brasil quer emplacar o peixe pirarucu como o ‘bacalhau da Amazônia’

O “gigante” dos rios amazônicos, com mais de três metros de comprimento e até 250 kg, quer ganhar fama nas mesas brasileiras e, no futuro, competir com os "parentes" nórdicos pelo título de melhor bacalhau do mundo.
Essa é a intenção de um projeto realizado no Amazonas que tem a pesca do peixe pirarucu (Arapaima gigas) como principal gerador de renda para ribeirinhos do Baixo Rio Solimões.
A carne do peixe é destinada à produção de bacalhau, resultante de um processo de beneficiamento, que poderá ser utilizado em pratos tradicionais que têm o pescado como ingrediente principal.
O gosto é parecido com o bacalhau comum, normalmente importado da Noruega, de acordo com o chef gastronômico Felipe Schaedler, que trabalha com a carne do pirarucu em um restaurante de Manaus. Ele disse ser possível substituir o pescado "estrangeiro" pelo brasileiro
“Todas as receitas tradicionais podem ser feitas com o pirarucu”, disse Schaedler, que já criou em parceria com outro chef ao menos oito pratos com o bacalhau da Amazônia.
Pescador captura exemplar de pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250 kg e medir três metros (Foto: Divulgação/Jimmy Christian)Pescador captura exemplar de pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250 kg e medir três metros (Foto: Divulgação/Jimmy Christian)
Consumo sustentável
Esta realidade só foi possível devido à implantação da primeira indústria de salga de pescados no interior da floresta, em Maraã, a 635 quilômetros de Manaus (AM). A fábrica, a primeira da América do Sul, de acordo com o governo do Amazonas, vai permitir uma produção em massa do "bacalhau da Amazônia" e sua comercialização para outras regiões do país.

Da primeira safra de pirarucus destinados à obtenção do bacalhau (60 toneladas), o Grupo Pão de Açúcar adquiriu cinco toneladas que serão vendidas a partir deste mês nas lojas dos supermercados Pão de Açúcar das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
O preço do quilo ficará entre R$ 35 e R$ 39, um valor competitivo se comparado ao bacalhau do Porto, por exemplo, que, em período de promoção, a mesma pesagem custa R$ 34,90.
É o primeiro passo para difundir o produto pelo resto do país, de acordo com Hugo Bethlem, vice-presidente executivo de Relações Corporativas do grupo, que também abrange as redes Extra e Assaí. Segundo ele, se o pescado “cair nas graças do consumidor", certamente haverá mais pedidos de compra.
“Esperamos que, com o tempo e a continuidade do manejo sustentável, consigamos elevar a venda deste pescado. Pode demorar um pouco, mas já demos o primeiro passo”, disse ele.
O grupo, segundo Bethlem, importa anualmente 5 mil toneladas de bacalhau, provenientes principalmente da Noruega e a rede é a terceira maior compradora de bacalhau do mundo.
O pescador Luiz Gonzaga segura embalagem com postas de bacalhau do pirarucu, o "bacalhau da Amazônia" (Foto: Eduardo Carvalho/G1)O pescador Luiz Gonzaga segura embalagem com postas de bacalhau do pirarucu, o "bacalhau da Amazônia" (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Sem impacto ambiental
De acordo com Eron Bezerra, secretário de Produção Rural do Amazonas, uma nova unidade da indústria de salga deve ser inaugurada ainda este ano em Fonte Boa, a 680 quilômetros da capital amazonense.

As duas unidades vão empregar diretamente 150 pessoas e gerar outros 5 mil empregos indiretos, principalmente na pesca.  Os empreendimentos tiveram investimento de R$ 4 milhões – divididos entre os governos estadual e federal, por meio da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
"Queremos concorrer com o bacalhau que vem da Noruega. Apesar da pesca ser controlada, temos muitos lagos dentro da Reserva Mamirauá e fora dela onde a pesca planejada poderá ser realizada. Queremos um nicho de mercado sustentável", disse.
Segundo recomendações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a pesca do pirarucu pode ocorrer apenas entre outubro e novembro, e em locais onde há atividades de manejo regulamentadas.
A primeira safra voltada para a produção de bacalhau ocorreu no ano passado e contou com 2.700 peixes que foram retirados de 37 lagos da Reserva Mamirauá.
“Esses peixes, encaminhados para a indústria, geraram uma renda de R$ 830 mil, valor que foi dividido por 530 pescadores. Isso ajuda a melhorar nossa condição de vida. Antes, o que pescávamos era apenas para alimentar minha família, meus filhos. Agora a gente consegue investir em uma casa melhor, em um novo motor para os barcos”, disse Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, 47 anos, líder da colônia de pescadores de Maraã.
De acordo com Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), é uma oportunidade de difundir o consumo consciente.
Canapé com farofa de Uarini, pirarucu desfiado e pacovan na escama do peixe. Bacalhau do pescado amazônico pode ser empregado em pratos tradicionais. (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Fonte: globonatureza

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Grandes cidades em países em desenvolvimento são extremamente vulneráveis às mudanças climáticas, diz IPCC


  • Enchente e deslizamento de terra em  Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, é um dos eventos relacionados à mudança climática
    Enchente e deslizamento de terra em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, é um dos eventos relacionados à mudança climática
A mudança climática afetou os extremos climáticos, com ondas de calor, recorde de altas temperaturas e, em muitas regiões, precipitação intensa na segunda metade do século passado, informa relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) sobre Gestão de Riscos de Eventos Extremos e Desastres para avançar na Adaptação às Mudanças Climáticas (SREX). A vulnerabilidade de grandes cidades em países em desenvolvimento, como o Brasil, e a seca no nordeste são destacados no relatório.
Para os cientistas do painel, a adaptação às mudanças e a gestão de riscos de desastres de eventos extremos deve ser prioridade em todos os países. “Vemos que os eventos climáticos extremos atingem todos os países, mas a um nível local. Por isso, são necessários detalhes locais para tomada de decisões, embora sem esquecer o contexto global, de diminuir as emissões de gases do efeito estufa e adaptar às mudanças”, lembra Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.


Pachauri destaca ainda que há uma grande disparidade nos impactos de eventos extremos similares nas diferentes partes do globo. O relatório aponta que os países em desenvolvimento são os que mais sofrem com as mudanças e por isso são também aqueles que mais devem investir na adaptação, baseado no conhecimento já existente.
O número de mortes por ciclone nas últimas décadas, exemplifica o relatório, foi maior em países pobres, sendo que a maioria da população exposta a este evento viva em países ricos. 11% das pessoas expostas a eventos extremos vivem em países pouco desenvolvidos, mas eles registram mais de 53% das mortes em desastres.
“Há muitas opções atualmente disponíveis que poderiam aumentar a preparação para a efetiva resposta a eventos climáticos extremos e melhorar a recuperação das áreas”, explica Vicente Barros, co-presidente do Grupo de Trabalho II. “Este relatório identifica lições aprendidas com vasta experiência em gestão de riscos de desastres e do foco crescente na adaptação às alterações climáticas”.
Seca e urbanização
A rápida urbanização e o crescimento das megacidades, especialmente em países em desenvolvimento, têm levado ao surgimento de comunidades urbanas extremamente vulneráveis, particularmente nos assentamentos informais e com a gestão inadequada do solo, afirma o relatório. Para lidar com essas vulnerabilidades críticas, será necessário considerar as forças sociais, políticas e econômicas, incluindo a migração rural-urbana, mudança nos meios de subsistência e as desigualdades econômicas como principais insumos para a tomada de decisões.
O relatório prevê um aumento em duração e intensidade das secas em algumas regiões do mundo, incluindo o nordeste brasileiro. Outras regiões que já sofrem com as secas e devem continuar a enfrentar o problema são: o sul da Europa e da região do Mediterrâneo, Europa central, centro da América do Norte, América Central e México e África Austral.
Ao mesmo tempo, há uma média confiança (numa escala com alta, média e baixa confiança) no aumento no comprimento ou no número de períodos quentes ou ondas de calor em muitas regiões do globo. Além disso, os cientistas acreditam no provável aumento na frequência de precipitações intensas ou aumento na proporção de quedas pesadas em muitas áreas do globo, em especial nas regiões de altas latitudes e tropicais, e no inverno nas latitudes médias do norte.
Conhecimento para adaptar
Os extremos climáticos são combinados com vulnerabilidades sociais e exposição a riscos para determinar os desastres relacionados ao clima. Assim, o Painel destaca que são necessárias políticas para evitar, se preparar para responder e se recuperar dos desastres para reduzir o impacto destes eventos e aumentar a resiliência das pessoas.
A exposição cada vez maior de pessoas e bens econômicos tem sido a principal causa, a longo prazo, do aumento das perdas econômicas relacionadas aos desastres do clima, indica o relatório. E os países com média e baixa renda são os mais vulneráveis.
De acordo com o relatório, as perdas econômicas ligadas a desastres associados ao clima são mais elevadas em países desenvolvidos. Mas as taxas de mortalidade e perdas econômicas expressas como uma proporção do PIB são maiores nos países em desenvolvimento. Durante o período de 1970 a 2008, mais de 95% das mortes por desastres naturais ocorreram em países em desenvolvimento. Em alguns países, em particular os insulares, as perdas têm elevadas, superando 1% do PIB em muitos casos e chegando a 8% nos casos mais extremos. Em alguns casos, como da ilha Niue na Polinésia afetada pelo ciclone Heta em 2004 e de Granada afetada pelo furação Ivan no mesmo ano, os custos superaram 200% do PIB.
“A principal mensagem do relatório é que nós sabemos o suficiente para tomar boas decisões sobre gestão de riscos de desastres relacionados com as mudanças climáticas. Às vezes, nós nos aproveitamos deste conhecimento, mas muitas vezes nós não fazemos isso”, diz Chris Field, co-presidente do Grupo de Trabalho do IPCC.
Segundo Field, o desafio é de um lado aumentar o conhecimento de base e de outro favorecer a tomada de boas decisões, mesmo em situações incertas. “As medidas mais eficazes são aquelas que suportam o desenvolvimento sustentável, fornecem uma
carteira diversificada de opções, e representam estratégias de "baixo arrependimento" no sentido de trazer benefícios para vários futuros”, analisa Field.
“O SREX oferece um nível de detalhe sem precedentes sobre as mudanças nos extremos climáticos já observados e também projetados, com base numa avaliação global de mais de 1.000 publicações científicas”, conta Qin Dahe, co-presidente do Grupo de Trabalho I do IPCC, que participou da elaboração do relatório.
No total, 220 autores de 62 países trabalharam no SREX, que conta com 592 páginas e deve ser divulgado pelo IPCC. Em abril e maio, ele será apresentado para políticos da América Latina, Ásia e África.
Fonte: Do UOL

domingo, 25 de março de 2012

Reserva Extrativista Chico Mendes (Acre)

A economia do Estado do Acre sempre esteve baseada no extrativismo vegetal, ancorado pela extração de látex, pela coleta de castanha-do-brasil e pela extração de madeira. Esta economia tem características bastante frágeis em decorrência da desestruturação do sistema tradicional de produção de borracha, ainda o principal produto do extrativismo, da falta de política de produção, de preços e de mercados que estimulem o beneficiamento ou a industrialização dos produtos na região, bem como da falta de conhecimento científico direcionado à identificação do potencial de aproveitamento da região em bases sustentáveis.
Neste contexto, a elaboração de uma base de dados, que possibilite a compreensão do sistema ambiental, subsidiaria o planejamento e a gestão ambiental da Reserva Extrativista Chico Mendes visando a utilização racional dos recursos naturais desta área.
 
  
A fotografia mostra uma casa típica de uma família de seringueiros, construída pelo próprio morador, com materiais provenientes da floresta; o látex é beneficiado em "bola" ou em "folha fumada", como pode ser visto na figura em primeiro plano.
A Reserva Extrativista Chico Mendes está localizada no Estado do Acre, Brasil entre as latitudes 10o 00'S e 11o 00'S e as longitudes 68o 00'Wgr e 70o 00'Wgr, abrangendo 6 municípios: Rio Branco, Xapuri, Brasiléia, Sena Madureira e Assis Brasil e Capixaba. É categorizada como uma "Unidade de Conservação de Uso Sustentável". É a maior Reserva Extrativista do Brasil, com uma área de 931.062 ha, com uma população estimada em 9.000 habitantes, conferindo uma densidade demográfica de 0,9 hab/Km2; ao total são 1.500 famílias distribuídas em 48 seringais com aproximadamente 1.100  colocações, cada uma delas tendo em média 672 ha (CNS,1992 , ALECHANDRE et al., 1999).
A metodologia de análise ambiental envolve o uso de um Sistema de Informações Geográfica (SIG-IDRISI e SIG-MAPINFO), empregados para a realização do mapeamento da hidrografia, hipsometria, modelo digital de elevação do terreno, clinografia, malha viária, solos, ação antrópica,  e  uso do solo. Os elementos estruturais da paisagem foram analisados dentro de três bacias hidrograficas (as dos rios Acre, Xapuri e Iaco), identificadas a partir da análise do mapa de hidrografia.  Estas bacias de acordo com suas características individuais foram divididas em 4 Unidades de Gerenciamento (UGs), que foram utilizadas como unidade de estudo. A análise ambiental das UGs permitiu interpretar as condições ambientais da área de estudo e em seu entrono relacionadas aos aspectos sociais e interferências antrópicas.
 
Os resultados do presente estudo, permitiram observar que a RECM possui apenas 1% de área com ação antrópica, distribuídos de forma heterogênea, geralmente associados à presença de colocações, enquanto que seu entorno possui 16,73% de área com ação antrópica concentrados principalmente na região Sul e Sudeste, com dois usos principais para o solo, pecuária e agricultura itinerante (veja a figura abaixo). Deste modo concluímos que a RECM vem cumprindo seu papel de Unidade de conservação de Uso Sustentável, especialmente por sua grande extensão e densidade demográfica, entretanto, seu entorno apresenta-se bastante comprometido com os mais diversos tipos de atividades antrópicas, sugerindo a necessidade urgente de se observar os preceitos legais para utilização da zona de amortecimento, bem como o monitoramento constante em relação à evolução da atividade antrópica em seu interior e entorno.
 
Colaboração: COSTA, S.S.M.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Registro histórico da cheia do Rio Acre

Foto aérea do calçadão da Gameleira tomado pelas águas do Rio Acre.

sábado, 10 de março de 2012

Ilhas no Pacífico estão sumindo devido a mudança climática

O impacto das mudanças climáticas em Kiribati, uma nação insular localizada no Oceano Pacífico, com cerca de 800 km², pode obrigar toda a população de 113 mil pessoas a migrar, segundo o jornal inglês "Daily Telegraph". Anote Tong, presidente de Kiribati, afirmou que está negociando a compra de 50 km² em Fiji para alojar os cidadãos do país.
Parte das ilhas já estão desaparecendo sob o mar e a maioria da população está aglomerada em Tarawa, centro administrativo de Kiribati. “Este é o último refúgio, não existe para onde ir depois dele”, afirmou Tong.
Kiribati pode desaparecer com aumento do nível do mar (Foto: Reprodução)Kiribati pode desaparecer com aumento do nível do mar (Foto: Reprodução)
A proposta de comprar terras em Fiji é a última tentativa desesperada de encontrar solução para o problema, segundo o Telegraph. Em 2011, Tong já teria sugerido a possibilidade de construir ilhas artificiais, como plataformas de petróleo, para abrigar a população. “Nosso povo terá que se mover conforme as marés chegarem às nossas casas e vilas”, disse.
Como parte da nova ideia, o governo de Tong lançou um programa de Educação para a Migração, que visa qualificar a população para torná-la mais atraentes como migrantes. O povo de Kiribati teme que sua cultura não sobreviva após os movimentos migratórios.

sábado, 3 de março de 2012

31 de março: a hora do planeta

Movimento é celebrado em diversos locais do mundo





Mais um ano, a WWF promove a Hora do Planeta. O evento é uma manifestação simbólica, que busca a reflexão das pessoas quanto ao desperdício de energia e outros recursos. Assim, várias cidades do planeta aderiram ao movimento, apagando todas as luzes públicas ou de monumentos turísticos.
O desafio do movimento é ficar com as luzes apagadas durante uma hora (começando às 20h30 do dia 31 de março). No Acre o Palácio Rio Branco, um dos pontos turísticos do estado, deve ficar as escuras por 1 hora, a exemplo do ano passado.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasiléia começa a ser reconstruída após enchente



O governador Tião Viana determinou o envio de carros pipas para garantir água potável a população de Brasiléia. Segundo a prefeita Leila Galvão, 95% da cidade foi atingida pela alagação. Os abrigos públicos ainda alojam 2.110 pessoas.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Rio Acre inunda calçadão da Gameleira



Ao meio dia desta segunda-feira (20), o nível do Rio Acre atingiu 17m30cm e inundou o calçadão da Gameleira em Rio Branco. Algo assim não era visto desde a enchente de 1997.

Brasiléia: nível do Rio Acre atinge praça central

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Por volta das 18 horas deste sábado, as águas do Rio Acre começaram a chegar próximo a Praça Hugo Poli, onde está sendo realizado o Carnaval. Algumas famílias que moram na Rua Marechal Rondon e redondezas já estão sendo retiradas pelos funcionários da Prefeitura e Bombeiros
Por telefone, a assessora de comunicação da Prefeitura, Fernanda Hassem, está convocando as pessoas que possuem veículos utilitários (camionete e caminhões) e que queiram ajudar na retirada dos moradores, se desloquem até a rua Marechal Rondon.
Disse que os veículos do Município não estão dando conta e toda ajuda é bem vinda. Sobre o carnaval, confirmou que este sábado ainda está garantido, mas que não garante a partir de domingo, dia 19.

Fonte: oaltoacre.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Rio Acre deixa quase 3 mil peruanos desabrigados e cerca de 300 brasileiros em Assis Brasil


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Caminhões, tratores e barcos estão ajudando na retirada dos moradores no lado peruano. Fotos: Alexandre Lima

Texto: Alexandre Nunes

Uma cena nunca visto. Até mesmo moradores mais antigos do pequeno povoado de Iñapari com cerca de 3000 habitantes, localizado no lado peruano e vizinho da cidade de Assis Brasil, no Acre, distante 330 quilômetros da Capital, vem sendo invadidas pela enchente do Rio Acre.
Em Iñapari, somente barcos, tratores e caminhões conseguiam trafegar pelas ruas ajudando os moradores a retirar seus pertences, para que não fossem molhados e perdidos. Todas as casas e comércios foram invadidos pelas águas barrentas, com exceção de algumas casas com pisos a mais.
Até mesmo a Igreja localizada ao lado da praça central que estava abrigando os haitianos refugiados, foi atingida pelas águas. A cena de barcos, caminhões e tratores transportando os desabrigados, se misturava com algumas pessoas que levavam malas na cabeça, ou tentava salvar seus animais de estimação, os colocando em lugares mais altos, juntamente com os desabrigados.
Os prejuízos ainda não podem ser calculados em Iñapari, mas serão altos, já que 98% das casas e comércios foram atingidos. Já em Assis Brasil, dois bairros foram alcançados fazendo com que soldados do Exercito Brasileiro, funcionários da Prefeitura e pessoas solidárias ajudassem na retirada dos moradores e seus objetos.
Atenção em Brasiléia e Rio Branco
Com nível do Rio Acre subindo, a prefeita de Brasiléia, Leila Galvão (PT), irá se reunir com alguns setores, além do Corpo de Bombeiro, para traçar metas de emergência caso seja necessário.
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Até o final do dia, o local de medição do nível do Rio situado na cidade de Epitaciolândia, já havia atingido os 9 metros e continuava subindo. Na Capital, mais de 2000 pessoas foram desabrigadas fazendo com que o prefeito Raimundo Angelim (PT) assinasse pela manhã, o decreto de emergência.
Pelo menos até a semana que vem, o Rio Acre ainda poderá desabrigar mais famílias tanto na cidade de Assis Brasil, Brasiléia e muito mais na Capital. A prefeita de Assis Brasil, Eliane Gadelha (PT), anunciou o cancelamento da realização do carnaval da cidade.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Cheia do rio Acre: Prefeito de Rio Branco decreta situação de emergência; 500 famílias desabrigadas



Devido às fortes chuvas concentradas nos afluentes, o nível do rio Acre não pára de subir e alcançou a marca de 16m26cm, acima da cota de transbordamento que é de 14 metros. As águas já atingem 16 bairros da capital acreana, mais de 500 famílias num total de 2 mil pessoas estão desabrigadas pela enchente. Devido à cheia do rio Acre, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, decretou na manhã de hoje situação de emergência.

O bairro taquari é o mais prejudicado, pelo menos 300 famílias já foram removidas pela Defesa Civil. Os desabrigados são mantidos em alojamentos no Parque de Exposição Marechal Castelo Branco. Eles recebem alimentação e assistência a saúde.

Os gráficos apresentados pela Defesa Civil mostram que a cheia atual vem evoluindo rapidamente e ganhando as mesmas proporções da ocorrida em 1997.// a previsão é que o nível do rio continue subindo, aumentando o número de famílias desabrigadas.//

O governador em exercício, César Messias, disse que o estado já disponibilizou apoio ao município no sentido de garantir ajuda humanitária às famílias atingidas pela alagação.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Aquecimento pode aumentar casos de tempestades violentas, diz estudo


A imagem do satélite mostra o furacão Irene, em formato de redemoinho, apenas 28 minutos antes de a tormenta atingir Nova York, em agosto de 2011 (Foto: Nasa)A imagem do satélite mostra o furacão Irene, em
formato de redemoinho (Foto: Nasa)
Por causa do aquecimento global, a "tempestade do século" corre o risco de se tornar mais frequente, reduzindo sua ocorrência para décadas e até mesmo anos, segundo uma simulação feita na região de Nova York por cientistas americanos, divulgada nesta terça-feira (14).
Quando a tempestade tropical Irene varreu a costa leste dos Estados Unidos e do Caribe, em agosto de 2011, deixando dezenas de mortos e causando inundações maciças, muitos especialistas a qualificaram de "tempestade do século", um evento meteorológico tão violento e tão raro que só ocorre, em média, a cada cem anos.
Mas climatologistas do Instituto de Tecnologia de Massaschussetts (MIT, na sigla em inglês) e da Universidade de Princeton avaliaram que o aquecimento global vai aumentar fortemente a frequência de catástrofes naturais como esta, que poderão ocorrer a cada três ou vinte anos, segundo seus cálculos.
Projeções
Estes cientistas combinaram quatro modelos climáticos para fazer uma simulação informática de tempestades recentes (de 1981 a 2000) e suas projeções no futuro (de 2081 a 2100) em um raio de 200 km no entorno de Nova York, criando um total de 45.000 tempestades virtuais.
Aquela que corresponde atualmente à tempestade do século provoca uma elevação do nível das águas de dois metros, em média, em Nova York. Até 2100, um evento como estes ocorreria a cada três ou vinte anos, segundo os resultados, publicados na revista científica britânica "Nature Climate Change".
A cada 500 anos, em média, a região vive um episódio ainda mais intenso que provoca uma elevação de três metros no nível das águas. Até o fim do século XXI, esta frequência diminuiria para 25 a 240 anos, afirmaram.
Tanto em um caso quanto no outro, o mar inundaria facilmente os diques de Manhattan, que atualmente medem 1,5 metro, destacaram os estudiosos
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Chuvas originadas pela La Niña podem diminuir, diz ONU

O fenômeno climático La Niña, que normalmente está relacionado com fortes chuvas e enchentes na região Ásia-Pacífico e na América do Sul e secas na África, parece ter atingido o seu pico. Segundo a WMO (Organização Meteorológica Mundial, espera-se que desapareça entre março e maio.

Um padrão entre fraco e moderado do La Niña tem resfriado a região tropical do Pacífico desde outubro, um evento consideravelmente mais fraco do que em 2010 e 2011, disse um comunicado.

"Modelos de previsões e interpretações de especialistas sugerem que o La Niña está próximo de sua força máxima, portanto, é provável que comece a diminuir lentamente nos próximos meses."

"Entretanto, além de maio, há incertezas sobre o que é esperado para o oceano Pacífico, com nenhuma preferência em particular para El Niño, La Niña ou condições neutras", afirmou a agência, referindo-se ao fenômeno oposto, que aquece o Pacífico.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estudo inédito da WWF mostra que o Pantanal está ameaçado

Os jacarés descansam nos bancos de areia enquanto uma iguana se lança no mangue: no Pantanal, a natureza é generosa, mas este santuário de biodiversidade no coração da América do Sul está ameaçado pela agricultura intensiva e pelo desmatamento.
Ambientalistas do World Wildlife Fund (WWF) soaram o alarme por ocasião do Dia Mundial das Zonas Úmidas, celebrado todos os dias 2 de fevereiro desde 1997, para resgatar este santuário do Mato Grosso.
Os cientistas da ONG se apoiam em um estudo inédito publicado após três anos de pesquisas, realizado por cerca de 30 especialistas de quatro países (Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina), que compartilham a bacia do rio Paraguai, que nasce no Mato Grosso e percorre 2.600 km antes de desaguar no Rio Paraná, na Argentina.
Segundo o WWF, esta região que se estende por 1,2 milhão de km2 corre um grave risco ecológico.
O biólogo Glauco Kimura, coordenador do programa "Water for Life" ("Água para a vida") do WWF, é categórico: "o Pantanal está ameaçado. Isto pode parecer surpreendente, mas é a triste realidade. Nosso estudo demonstra que 14% da bacia do rio Paraguai deve ser protegida de maneira urgente".
Antes de percorrer de barco as curvas do rio Cuiabá, sobrevoado por algumas aves de rapina e por uma série de papagaios coloridos, Kimura e sua equipe se detêm na floresta da Chapada dos Guimarães.
A vista é excepcional. Mostra, de longe, o exuberante Pantanal, verdadeiro santuário ecológico. Mas é do alto, no Planalto (conhecido também como "Cerrado"), que vem o perigo.
"Comparo esta região a um prato", explica o ecologista. "O Planalto nas bordas e o Pantanal no fundo do prato. E o segundo sofre com os excessos do primeiro".
O desmatamento, a agricultura excessiva, o desenvolvimento urbano ou a multiplicação de represas hidroelétricas são alguns dos riscos para as águas que alimentam o Pantanal.
Percorrendo o Cerrado, são descobertos milhares de hectares de explorações agrícolas, sobretudo de soja. Em meio dos campos que se perdem de vista, um trator lança um líquido amarelo com um forte odor químico. São herbicidas.
Cerca de 15% da cobertura vegetal do Pantanal já foi destruída pelos cultivos de soja e pelos pastos para o gado, estima o WWF.
Isto alarma o canadense Pierre Girard, especialista em hidrologia do Centro de Pesquisas do Pantanal (independente), outro dos autores do estudo.
"A soja é cultivada onde nascem os rios que alimentam e formam posteriormente o Pantanal. Há riscos de erosão, mas também de contaminação do Pantanal", assegura.
Realizado igualmente em colaboração com a ONG The Nature Conservancy, o estudo do WWF insiste na necessidade para os países e as regiões envolvidas de unir seus esforços.
"Não há mais lugar para os cultivos abundantes como se existisse um estoque infinito de floresta nativa a destruir e de água doce a contaminar", afirma Kimura.
Para o biólogo, a proteção da bacia do rio Paraguai - onde apenas 11% do território é atualmente uma zona protegida - é vital para conservar a extraordinária riqueza da fauna e da flora, que possui 4.500 espécies diferentes.
"Portanto, é necessário proteger as fontes de água, criar mais zonas protegidas e melhorar as práticas agroalimentícias", assegura Kimura.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nascimento de tartarugas no interior da Amazônia quase triplica em 2011

O nascimento de quelônios no interior da Amazônia quase triplicou em 2011, graças ao trabalho de prevenção que uniu biólogos e a população ribeirinha da região de Mamirauá (AM), na reserva de mesmo nome – uma área de 10 mil km², equivalente a sete vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.
Ações para proteger ninhadas e conter a caça ilegal de exemplares de tartarugas-da-amazônica (Podocnemis expansa), tracajás (P. unifilis) e iaçás (P. sextuberculata), cuja carne e ovos são utilizados na alimentação humana, fez com que a quantidade de nascimentos aumentasse de 11.500, em 2010, para mais de 42 mil em 2011.
Um aumento de 265%, segundo o Instituto Mamirauá, responsável pelo trabalho de conservação das espécies vertebradas aquáticas (projeto Aquavert).
Tartarugas na Amazônia (Foto: Divulgação/Augusto Rodrigues)Tartarugas entram em rio da Amazônia próximo à reserva de Mamirauá (Foto: Divulgação/Augusto Rodrigues)
De acordo com a bióloga Cássia Santos Camillo, pesquisadora do instituto e coordenadora do projeto, um envolvimento maior de 3.500 moradores, distribuídos em 40 comunidades ribeirinhas, elevou a proteção dos ninhos de tartarugas.
A especialista afirma que o trabalho na região dos Rios Solimões e Japurá pode reverter o processo de extinção de espécies consideradas ameaçadas, como a tartaruga-da-amazônia.
“Apesar dela não estar na lista brasileira dos animais com risco de desaparecimento (elaborada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, o Ibama), aqui na região ela é considerada ecologicamente extinta”, afirma Cássia.
Espécie quase dizimada

Segundo Cássia, pesquisa histórica feita por ambientalistas afirma que a população desta tartaruga foi quase dizimada na área desde 1850. Relatos feitos na região de Tefé, também no Amazonas, afirmavam que anualmente eram encontrados cerca de 48 milhões de ovos da espécie ameaçada. Hoje, este número não passa de 20 mil.


“Isto porque os ovos de tartaruga-da-amazônia eram recolhidos e utilizados para fabricar óleo para iluminação pública de cidades como Manaus e Santarém (PA)”, explica a bióloga.
Os ninhos desta espécie aumentaram de 75, em 2010, para 150 em 2011. Cada ninhada pode gerar até 120 filhotes. De acordo com a especialista, o período de reprodução dos quelônios se inicia durante a seca na Amazônia, que começa em julho.
“Todo ano a gente espera um aumento no número de ninhos, mas isso é consequência da quantidade de regiões que estão sob proteção. Esperamos aumentar, gradativamente, nossa área de cobertura com o apoio das comunidades, que começam a definir em março quais serão as praias que ficarão protegidas. O problema é que nem sempre há respeito dessas normas, com a persistência da caça”, afirma.
Tartarugas na Amazônia (Foto: Diogo Grabin/Divulgação)Filhote de tartaruga da espécie iaçá é analisada por biólogo no Amazonas. (Foto: Diogo Grabin/Divulgação) Fonte: globonatureza