Grande parte dos incêndios registrados na Amazônia vem das queimadas agrícolas: para limpar o terreno, produtores ateiam fogo à capoeira – mata rala que rebrota em local já desmatado – e as chamas acabam atingindo área de floresta. Uma solução proposta pelo projeto Tipitamba, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é a utilização de uma máquina trituradeira, puxada por um trator, que limpa o terreno sem a necessidade do fogo.
“A biomassa [folhas e galhos triturados] serve de adubo orgânico, para conservação do solo e como material de cobertura”, explica o pesquisador Osvaldo Kato, coordenador do projeto. Segundo Kato, como os solos na Amazônia são muito pobres, é necessário um tempo de descanso entre cada plantio.
No nordeste paraense, onde ele trabalha, a técnica tradicional é plantar uma safra, deixar o terreno descansar por cerca de 10 anos e depois atear fogo à vegetação que nasceu ali, para plantar novamente. Com a trituração da capoeira, seria possível cultivar duas safras seguidas, e o tempo de descanso cai para cinco anos. “Isso possibilita reduzir a abertura de novas áreas no ano seguinte”, conta.
Como as máquinas para a trituração são caras – os equipamentos podem custar entre R$ 20 mil e 200 mil, sem contar o trator –, Kato treina grupos de agricultores para que utilizem as máquinas em conjunto. Além de significar economia na compra e manutenção dos equipamentos, a união de produtores diminui o risco dos incêndios.
“Se o vizinho usa fogo e não tem cuidado, pode causar um prejuízo muito grande ao vizinho que está aderindo [à técnica da agricultura sem queimada]”. Uma outra sugestão do pesquisador para que pequenos agricultores possam ter acesso às máquinas é incorporá-las às patrulhas mecanizadas das prefeituras. Essas patrulhas são um conjunto de equipamentos agrícolas utilizados para ajudar os produtores menores e fazer pequenas obras.
Um comentário:
Caro amigo Senildo, muito boa a materia gostaria de saber mais sobre essa maquina, pois acredito que ela ira ajudar na preservação do meio ambiente. Abraços.
Davi Cunha
Instituto Chico Mendes
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