domingo, 4 de janeiro de 2009

Fertilizante da Amazônia é a aposta de pesquisadores para controlar o aquecimento global


Um fertilizante que gera energia ao ser produzido e retira gás carbônico da atmosfera, ajudando a combater o processo de aquecimento global. Este é o biochar, um produto ainda em pesquisa pelos cientistas e que tem sua origem na Amazônia, antes da chegada dos europeus à região. Quando os colonizadores chegaram à floresta amazônica, depararam-se com áreas de terra escura com alto teor de carvão. Esse solo, hoje se sabe, foi criado pelos povos que ocupavam a Amazônia desde 5.000 a.C.

"A idéia mais aceita é que ele foi manipulado intencionalmente (para servir como adubo), mas isso não é unânime", explica o alemão Johannes Lehmann, um dos principais pesquisadores de biochar no mundo. O solo escuro foi apelidado de “terra preta de índio”. O professor da Universidade de Cornell, nos EUA, explica que o biochar é um método muito efetivo para sequestrar o carbono da atmosfera, prendendo-o no solo – possui cerca de 80% de carbono, contra 45% da biomassa da qual geralmente é produzido.

"Além de retirar carbono, ele controla a acidez do solo e reduz eventual contaminação por alumínio", explica. O biochar é produzido a partir de biomassa, ou seja, material orgânico. Fazendeiros podem poduzi-lo a partir de dejetos para os quais não têm uso, como fezes de animais ou cascas de cereais. O produto é feito por meio do processo de pirólise, uma espécie de queima em fornos com a presença de pouco ou nenhum oxigênio.

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