domingo, 25 de março de 2012

Reserva Extrativista Chico Mendes (Acre)

A economia do Estado do Acre sempre esteve baseada no extrativismo vegetal, ancorado pela extração de látex, pela coleta de castanha-do-brasil e pela extração de madeira. Esta economia tem características bastante frágeis em decorrência da desestruturação do sistema tradicional de produção de borracha, ainda o principal produto do extrativismo, da falta de política de produção, de preços e de mercados que estimulem o beneficiamento ou a industrialização dos produtos na região, bem como da falta de conhecimento científico direcionado à identificação do potencial de aproveitamento da região em bases sustentáveis.
Neste contexto, a elaboração de uma base de dados, que possibilite a compreensão do sistema ambiental, subsidiaria o planejamento e a gestão ambiental da Reserva Extrativista Chico Mendes visando a utilização racional dos recursos naturais desta área.
 
  
A fotografia mostra uma casa típica de uma família de seringueiros, construída pelo próprio morador, com materiais provenientes da floresta; o látex é beneficiado em "bola" ou em "folha fumada", como pode ser visto na figura em primeiro plano.
A Reserva Extrativista Chico Mendes está localizada no Estado do Acre, Brasil entre as latitudes 10o 00'S e 11o 00'S e as longitudes 68o 00'Wgr e 70o 00'Wgr, abrangendo 6 municípios: Rio Branco, Xapuri, Brasiléia, Sena Madureira e Assis Brasil e Capixaba. É categorizada como uma "Unidade de Conservação de Uso Sustentável". É a maior Reserva Extrativista do Brasil, com uma área de 931.062 ha, com uma população estimada em 9.000 habitantes, conferindo uma densidade demográfica de 0,9 hab/Km2; ao total são 1.500 famílias distribuídas em 48 seringais com aproximadamente 1.100  colocações, cada uma delas tendo em média 672 ha (CNS,1992 , ALECHANDRE et al., 1999).
A metodologia de análise ambiental envolve o uso de um Sistema de Informações Geográfica (SIG-IDRISI e SIG-MAPINFO), empregados para a realização do mapeamento da hidrografia, hipsometria, modelo digital de elevação do terreno, clinografia, malha viária, solos, ação antrópica,  e  uso do solo. Os elementos estruturais da paisagem foram analisados dentro de três bacias hidrograficas (as dos rios Acre, Xapuri e Iaco), identificadas a partir da análise do mapa de hidrografia.  Estas bacias de acordo com suas características individuais foram divididas em 4 Unidades de Gerenciamento (UGs), que foram utilizadas como unidade de estudo. A análise ambiental das UGs permitiu interpretar as condições ambientais da área de estudo e em seu entrono relacionadas aos aspectos sociais e interferências antrópicas.
 
Os resultados do presente estudo, permitiram observar que a RECM possui apenas 1% de área com ação antrópica, distribuídos de forma heterogênea, geralmente associados à presença de colocações, enquanto que seu entorno possui 16,73% de área com ação antrópica concentrados principalmente na região Sul e Sudeste, com dois usos principais para o solo, pecuária e agricultura itinerante (veja a figura abaixo). Deste modo concluímos que a RECM vem cumprindo seu papel de Unidade de conservação de Uso Sustentável, especialmente por sua grande extensão e densidade demográfica, entretanto, seu entorno apresenta-se bastante comprometido com os mais diversos tipos de atividades antrópicas, sugerindo a necessidade urgente de se observar os preceitos legais para utilização da zona de amortecimento, bem como o monitoramento constante em relação à evolução da atividade antrópica em seu interior e entorno.
 
Colaboração: COSTA, S.S.M.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Registro histórico da cheia do Rio Acre

Foto aérea do calçadão da Gameleira tomado pelas águas do Rio Acre.

sábado, 10 de março de 2012

Ilhas no Pacífico estão sumindo devido a mudança climática

O impacto das mudanças climáticas em Kiribati, uma nação insular localizada no Oceano Pacífico, com cerca de 800 km², pode obrigar toda a população de 113 mil pessoas a migrar, segundo o jornal inglês "Daily Telegraph". Anote Tong, presidente de Kiribati, afirmou que está negociando a compra de 50 km² em Fiji para alojar os cidadãos do país.
Parte das ilhas já estão desaparecendo sob o mar e a maioria da população está aglomerada em Tarawa, centro administrativo de Kiribati. “Este é o último refúgio, não existe para onde ir depois dele”, afirmou Tong.
Kiribati pode desaparecer com aumento do nível do mar (Foto: Reprodução)Kiribati pode desaparecer com aumento do nível do mar (Foto: Reprodução)
A proposta de comprar terras em Fiji é a última tentativa desesperada de encontrar solução para o problema, segundo o Telegraph. Em 2011, Tong já teria sugerido a possibilidade de construir ilhas artificiais, como plataformas de petróleo, para abrigar a população. “Nosso povo terá que se mover conforme as marés chegarem às nossas casas e vilas”, disse.
Como parte da nova ideia, o governo de Tong lançou um programa de Educação para a Migração, que visa qualificar a população para torná-la mais atraentes como migrantes. O povo de Kiribati teme que sua cultura não sobreviva após os movimentos migratórios.

sábado, 3 de março de 2012

31 de março: a hora do planeta

Movimento é celebrado em diversos locais do mundo





Mais um ano, a WWF promove a Hora do Planeta. O evento é uma manifestação simbólica, que busca a reflexão das pessoas quanto ao desperdício de energia e outros recursos. Assim, várias cidades do planeta aderiram ao movimento, apagando todas as luzes públicas ou de monumentos turísticos.
O desafio do movimento é ficar com as luzes apagadas durante uma hora (começando às 20h30 do dia 31 de março). No Acre o Palácio Rio Branco, um dos pontos turísticos do estado, deve ficar as escuras por 1 hora, a exemplo do ano passado.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasiléia começa a ser reconstruída após enchente



O governador Tião Viana determinou o envio de carros pipas para garantir água potável a população de Brasiléia. Segundo a prefeita Leila Galvão, 95% da cidade foi atingida pela alagação. Os abrigos públicos ainda alojam 2.110 pessoas.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Rio Acre inunda calçadão da Gameleira



Ao meio dia desta segunda-feira (20), o nível do Rio Acre atingiu 17m30cm e inundou o calçadão da Gameleira em Rio Branco. Algo assim não era visto desde a enchente de 1997.

Brasiléia: nível do Rio Acre atinge praça central

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Por volta das 18 horas deste sábado, as águas do Rio Acre começaram a chegar próximo a Praça Hugo Poli, onde está sendo realizado o Carnaval. Algumas famílias que moram na Rua Marechal Rondon e redondezas já estão sendo retiradas pelos funcionários da Prefeitura e Bombeiros
Por telefone, a assessora de comunicação da Prefeitura, Fernanda Hassem, está convocando as pessoas que possuem veículos utilitários (camionete e caminhões) e que queiram ajudar na retirada dos moradores, se desloquem até a rua Marechal Rondon.
Disse que os veículos do Município não estão dando conta e toda ajuda é bem vinda. Sobre o carnaval, confirmou que este sábado ainda está garantido, mas que não garante a partir de domingo, dia 19.

Fonte: oaltoacre.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Rio Acre deixa quase 3 mil peruanos desabrigados e cerca de 300 brasileiros em Assis Brasil


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Caminhões, tratores e barcos estão ajudando na retirada dos moradores no lado peruano. Fotos: Alexandre Lima

Texto: Alexandre Nunes

Uma cena nunca visto. Até mesmo moradores mais antigos do pequeno povoado de Iñapari com cerca de 3000 habitantes, localizado no lado peruano e vizinho da cidade de Assis Brasil, no Acre, distante 330 quilômetros da Capital, vem sendo invadidas pela enchente do Rio Acre.
Em Iñapari, somente barcos, tratores e caminhões conseguiam trafegar pelas ruas ajudando os moradores a retirar seus pertences, para que não fossem molhados e perdidos. Todas as casas e comércios foram invadidos pelas águas barrentas, com exceção de algumas casas com pisos a mais.
Até mesmo a Igreja localizada ao lado da praça central que estava abrigando os haitianos refugiados, foi atingida pelas águas. A cena de barcos, caminhões e tratores transportando os desabrigados, se misturava com algumas pessoas que levavam malas na cabeça, ou tentava salvar seus animais de estimação, os colocando em lugares mais altos, juntamente com os desabrigados.
Os prejuízos ainda não podem ser calculados em Iñapari, mas serão altos, já que 98% das casas e comércios foram atingidos. Já em Assis Brasil, dois bairros foram alcançados fazendo com que soldados do Exercito Brasileiro, funcionários da Prefeitura e pessoas solidárias ajudassem na retirada dos moradores e seus objetos.
Atenção em Brasiléia e Rio Branco
Com nível do Rio Acre subindo, a prefeita de Brasiléia, Leila Galvão (PT), irá se reunir com alguns setores, além do Corpo de Bombeiro, para traçar metas de emergência caso seja necessário.
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Até o final do dia, o local de medição do nível do Rio situado na cidade de Epitaciolândia, já havia atingido os 9 metros e continuava subindo. Na Capital, mais de 2000 pessoas foram desabrigadas fazendo com que o prefeito Raimundo Angelim (PT) assinasse pela manhã, o decreto de emergência.
Pelo menos até a semana que vem, o Rio Acre ainda poderá desabrigar mais famílias tanto na cidade de Assis Brasil, Brasiléia e muito mais na Capital. A prefeita de Assis Brasil, Eliane Gadelha (PT), anunciou o cancelamento da realização do carnaval da cidade.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Cheia do rio Acre: Prefeito de Rio Branco decreta situação de emergência; 500 famílias desabrigadas



Devido às fortes chuvas concentradas nos afluentes, o nível do rio Acre não pára de subir e alcançou a marca de 16m26cm, acima da cota de transbordamento que é de 14 metros. As águas já atingem 16 bairros da capital acreana, mais de 500 famílias num total de 2 mil pessoas estão desabrigadas pela enchente. Devido à cheia do rio Acre, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, decretou na manhã de hoje situação de emergência.

O bairro taquari é o mais prejudicado, pelo menos 300 famílias já foram removidas pela Defesa Civil. Os desabrigados são mantidos em alojamentos no Parque de Exposição Marechal Castelo Branco. Eles recebem alimentação e assistência a saúde.

Os gráficos apresentados pela Defesa Civil mostram que a cheia atual vem evoluindo rapidamente e ganhando as mesmas proporções da ocorrida em 1997.// a previsão é que o nível do rio continue subindo, aumentando o número de famílias desabrigadas.//

O governador em exercício, César Messias, disse que o estado já disponibilizou apoio ao município no sentido de garantir ajuda humanitária às famílias atingidas pela alagação.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Aquecimento pode aumentar casos de tempestades violentas, diz estudo


A imagem do satélite mostra o furacão Irene, em formato de redemoinho, apenas 28 minutos antes de a tormenta atingir Nova York, em agosto de 2011 (Foto: Nasa)A imagem do satélite mostra o furacão Irene, em
formato de redemoinho (Foto: Nasa)
Por causa do aquecimento global, a "tempestade do século" corre o risco de se tornar mais frequente, reduzindo sua ocorrência para décadas e até mesmo anos, segundo uma simulação feita na região de Nova York por cientistas americanos, divulgada nesta terça-feira (14).
Quando a tempestade tropical Irene varreu a costa leste dos Estados Unidos e do Caribe, em agosto de 2011, deixando dezenas de mortos e causando inundações maciças, muitos especialistas a qualificaram de "tempestade do século", um evento meteorológico tão violento e tão raro que só ocorre, em média, a cada cem anos.
Mas climatologistas do Instituto de Tecnologia de Massaschussetts (MIT, na sigla em inglês) e da Universidade de Princeton avaliaram que o aquecimento global vai aumentar fortemente a frequência de catástrofes naturais como esta, que poderão ocorrer a cada três ou vinte anos, segundo seus cálculos.
Projeções
Estes cientistas combinaram quatro modelos climáticos para fazer uma simulação informática de tempestades recentes (de 1981 a 2000) e suas projeções no futuro (de 2081 a 2100) em um raio de 200 km no entorno de Nova York, criando um total de 45.000 tempestades virtuais.
Aquela que corresponde atualmente à tempestade do século provoca uma elevação do nível das águas de dois metros, em média, em Nova York. Até 2100, um evento como estes ocorreria a cada três ou vinte anos, segundo os resultados, publicados na revista científica britânica "Nature Climate Change".
A cada 500 anos, em média, a região vive um episódio ainda mais intenso que provoca uma elevação de três metros no nível das águas. Até o fim do século XXI, esta frequência diminuiria para 25 a 240 anos, afirmaram.
Tanto em um caso quanto no outro, o mar inundaria facilmente os diques de Manhattan, que atualmente medem 1,5 metro, destacaram os estudiosos
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Chuvas originadas pela La Niña podem diminuir, diz ONU

O fenômeno climático La Niña, que normalmente está relacionado com fortes chuvas e enchentes na região Ásia-Pacífico e na América do Sul e secas na África, parece ter atingido o seu pico. Segundo a WMO (Organização Meteorológica Mundial, espera-se que desapareça entre março e maio.

Um padrão entre fraco e moderado do La Niña tem resfriado a região tropical do Pacífico desde outubro, um evento consideravelmente mais fraco do que em 2010 e 2011, disse um comunicado.

"Modelos de previsões e interpretações de especialistas sugerem que o La Niña está próximo de sua força máxima, portanto, é provável que comece a diminuir lentamente nos próximos meses."

"Entretanto, além de maio, há incertezas sobre o que é esperado para o oceano Pacífico, com nenhuma preferência em particular para El Niño, La Niña ou condições neutras", afirmou a agência, referindo-se ao fenômeno oposto, que aquece o Pacífico.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estudo inédito da WWF mostra que o Pantanal está ameaçado

Os jacarés descansam nos bancos de areia enquanto uma iguana se lança no mangue: no Pantanal, a natureza é generosa, mas este santuário de biodiversidade no coração da América do Sul está ameaçado pela agricultura intensiva e pelo desmatamento.
Ambientalistas do World Wildlife Fund (WWF) soaram o alarme por ocasião do Dia Mundial das Zonas Úmidas, celebrado todos os dias 2 de fevereiro desde 1997, para resgatar este santuário do Mato Grosso.
Os cientistas da ONG se apoiam em um estudo inédito publicado após três anos de pesquisas, realizado por cerca de 30 especialistas de quatro países (Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina), que compartilham a bacia do rio Paraguai, que nasce no Mato Grosso e percorre 2.600 km antes de desaguar no Rio Paraná, na Argentina.
Segundo o WWF, esta região que se estende por 1,2 milhão de km2 corre um grave risco ecológico.
O biólogo Glauco Kimura, coordenador do programa "Water for Life" ("Água para a vida") do WWF, é categórico: "o Pantanal está ameaçado. Isto pode parecer surpreendente, mas é a triste realidade. Nosso estudo demonstra que 14% da bacia do rio Paraguai deve ser protegida de maneira urgente".
Antes de percorrer de barco as curvas do rio Cuiabá, sobrevoado por algumas aves de rapina e por uma série de papagaios coloridos, Kimura e sua equipe se detêm na floresta da Chapada dos Guimarães.
A vista é excepcional. Mostra, de longe, o exuberante Pantanal, verdadeiro santuário ecológico. Mas é do alto, no Planalto (conhecido também como "Cerrado"), que vem o perigo.
"Comparo esta região a um prato", explica o ecologista. "O Planalto nas bordas e o Pantanal no fundo do prato. E o segundo sofre com os excessos do primeiro".
O desmatamento, a agricultura excessiva, o desenvolvimento urbano ou a multiplicação de represas hidroelétricas são alguns dos riscos para as águas que alimentam o Pantanal.
Percorrendo o Cerrado, são descobertos milhares de hectares de explorações agrícolas, sobretudo de soja. Em meio dos campos que se perdem de vista, um trator lança um líquido amarelo com um forte odor químico. São herbicidas.
Cerca de 15% da cobertura vegetal do Pantanal já foi destruída pelos cultivos de soja e pelos pastos para o gado, estima o WWF.
Isto alarma o canadense Pierre Girard, especialista em hidrologia do Centro de Pesquisas do Pantanal (independente), outro dos autores do estudo.
"A soja é cultivada onde nascem os rios que alimentam e formam posteriormente o Pantanal. Há riscos de erosão, mas também de contaminação do Pantanal", assegura.
Realizado igualmente em colaboração com a ONG The Nature Conservancy, o estudo do WWF insiste na necessidade para os países e as regiões envolvidas de unir seus esforços.
"Não há mais lugar para os cultivos abundantes como se existisse um estoque infinito de floresta nativa a destruir e de água doce a contaminar", afirma Kimura.
Para o biólogo, a proteção da bacia do rio Paraguai - onde apenas 11% do território é atualmente uma zona protegida - é vital para conservar a extraordinária riqueza da fauna e da flora, que possui 4.500 espécies diferentes.
"Portanto, é necessário proteger as fontes de água, criar mais zonas protegidas e melhorar as práticas agroalimentícias", assegura Kimura.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nascimento de tartarugas no interior da Amazônia quase triplica em 2011

O nascimento de quelônios no interior da Amazônia quase triplicou em 2011, graças ao trabalho de prevenção que uniu biólogos e a população ribeirinha da região de Mamirauá (AM), na reserva de mesmo nome – uma área de 10 mil km², equivalente a sete vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.
Ações para proteger ninhadas e conter a caça ilegal de exemplares de tartarugas-da-amazônica (Podocnemis expansa), tracajás (P. unifilis) e iaçás (P. sextuberculata), cuja carne e ovos são utilizados na alimentação humana, fez com que a quantidade de nascimentos aumentasse de 11.500, em 2010, para mais de 42 mil em 2011.
Um aumento de 265%, segundo o Instituto Mamirauá, responsável pelo trabalho de conservação das espécies vertebradas aquáticas (projeto Aquavert).
Tartarugas na Amazônia (Foto: Divulgação/Augusto Rodrigues)Tartarugas entram em rio da Amazônia próximo à reserva de Mamirauá (Foto: Divulgação/Augusto Rodrigues)
De acordo com a bióloga Cássia Santos Camillo, pesquisadora do instituto e coordenadora do projeto, um envolvimento maior de 3.500 moradores, distribuídos em 40 comunidades ribeirinhas, elevou a proteção dos ninhos de tartarugas.
A especialista afirma que o trabalho na região dos Rios Solimões e Japurá pode reverter o processo de extinção de espécies consideradas ameaçadas, como a tartaruga-da-amazônia.
“Apesar dela não estar na lista brasileira dos animais com risco de desaparecimento (elaborada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, o Ibama), aqui na região ela é considerada ecologicamente extinta”, afirma Cássia.
Espécie quase dizimada

Segundo Cássia, pesquisa histórica feita por ambientalistas afirma que a população desta tartaruga foi quase dizimada na área desde 1850. Relatos feitos na região de Tefé, também no Amazonas, afirmavam que anualmente eram encontrados cerca de 48 milhões de ovos da espécie ameaçada. Hoje, este número não passa de 20 mil.


“Isto porque os ovos de tartaruga-da-amazônia eram recolhidos e utilizados para fabricar óleo para iluminação pública de cidades como Manaus e Santarém (PA)”, explica a bióloga.
Os ninhos desta espécie aumentaram de 75, em 2010, para 150 em 2011. Cada ninhada pode gerar até 120 filhotes. De acordo com a especialista, o período de reprodução dos quelônios se inicia durante a seca na Amazônia, que começa em julho.
“Todo ano a gente espera um aumento no número de ninhos, mas isso é consequência da quantidade de regiões que estão sob proteção. Esperamos aumentar, gradativamente, nossa área de cobertura com o apoio das comunidades, que começam a definir em março quais serão as praias que ficarão protegidas. O problema é que nem sempre há respeito dessas normas, com a persistência da caça”, afirma.
Tartarugas na Amazônia (Foto: Diogo Grabin/Divulgação)Filhote de tartaruga da espécie iaçá é analisada por biólogo no Amazonas. (Foto: Diogo Grabin/Divulgação) Fonte: globonatureza

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rio Acre ultrapassa a cota de transbordamento

Fotos: Gilberto Sampaio

De acordo com a Defesa Civil de Rio Branco o nível do rio Acre atingiu 14m51cm, portanto acima da cota de transbordamento que é de 14 metros. Homens do Deracre usam um rebocador para retirar galhos de árvores que ficaram acumulados na pilastra da ponte metálica.


Nos bairros Taquari e Seis de Agosto, as águas inundaram ruas e deixaram os moradores ilhados. A canoa passou a ser o principal meio de transporte da comunidade. Essa é a primeira vez em 41 anos que acontecem duas enchentes no rio Acre no mês de janeiro.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

IBAMA fecha escritório em Cruzeiro do Sul (AC) e animais silvestres viram alvos fáceis de caçadores


Os moradores mais antigos de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, interior do Acre, que apreciam a carne de animais silvestres, já não estão enfrentando dificuldade para comprar o animal de sua preferência. A facilidade é devido à ausência da fiscalização do IBAMA que fechou seu escritório na cidade, durante o ano passado.
A carne ou até mesmos os animais abatidos são encontrados em muitos pontos do mercado clandestino, onde já existe uma relação de confiança entre clientes e os vendedores ilegais. A clientela é composta geralmente, por pessoas que no passado já viveram em seringais e que ainda não perderam o costume de saborear a carne de sua preferência.
Além de porco selvagem, veados, pacas, cutias, são vendidas aves como a nambu e jacupembas, entre outras.  As carnes chegam a ser oferecidas nas pensões que comercializam comidas. “É tudo por baixo dos panos, mas a gente encontra. Como a carne de caça tem um cheiro forte, as vendedoras cozinham em casa e já levam tudo preparado”, comentou um cliente que prefere não se identificar.
Nesta época de início de ano, quando o Rio Juruá ganha um maior volume de água, os animais silvestres se afugentam para as restingas e acabam se tornando alvos fáceis para os caçadores. Era neste período, em que o IBAMA geralmente realizava grandes apreensões, quando estava em funcionamento na região.
O chefe regional do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) na Região do Juruá, Isaac Ibernon, explica que o IMAC também tem a competência de fiscalizar, mas admite que a demanda de trabalho é superior a estrutura do órgão. Segundo ele, a saída do IBAMA aconteceu quase que de surpresa.
Fonte: Juruá Online

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Emissão de CO2 aumenta acidez do oceano e prejudica corais, diz estudo

O aumento da acidez dos oceanos verificado nos últimos 100 a 200 anos foi muito maior que as transformações que ocorreriam naturalmente, sem a interferência da ação do homem. A conclusão é de um time de cientistas internacionais ligados ao Centro de Pesquisa Internacional do Pacífico, da Universidade do Havaí, em um estudo publicado nesta segunda-feira (23), na "Nature Climate Change".
De acordo com a pesquisa, cerca de 65% do gás proveniente de atividades humanas entram no mar e, em contato com a água salgada, aumentam sua acidez. O fenômeno reduz a taxa de calcificação de organismos marinhos, como corais e moluscos.
Espécie ameaçada de coral Acropora (Foto: Albert Kok/Wikimedia Commons )Espécie ameaçada de coral Acropora (Foto: Albert Kok/Wikimedia Commons)
As conclusões do estudo são baseadas em simulações de condições do clima e do oceano verificadas na Terra nos últimos 21 mil anos, desde a última Era Glacial até o século 21. Durante as simulações, os pesquisadores analisaram o nível de concentração do aragonito, um tipo de carbonato de sódio que ajuda a medir a acidez dos oceanos. Quanto mais ácida é a água do mar, menor é a quantidade de aragonito.
Os resultados obtidos revelaram que o nível atual de aragonito é cinco vezes menor que o verificado na fase pré-industrial. De acordo com a pesquisa, essa redução pode representar uma queda de 15% na calcificação de corais e moluscos. Já nos próximos 90 anos, a redução da calcificação pode cair 40% em relação aos valores pré-industriais, considerando o contínuo uso de combustíveis fósseis, que emitem CO2.
“Em algumas regiões, as mudanças na acidez do oceano provocadas pelo homem desde a Revolução Industrial são cem vezes maiores que as mudanças naturais verificadas entre a última Era Glacial e os tempos pré-industriais”, disse Tobias Friedrich, um dos cientistas que lideraram a pesquisa, em material de divulgação.
Segundo ele, após o fim do último período glacial, a concentração de CO2 atmosférico aumentou de 190 partes por milhão (ppm) para 280 ppm ao longo de seis mil anos. Assim, os ecossistemas marinhos tiveram tempo suficiente para se adaptar. Já o aumento para o nível atual, de 392 ppm, levou apenas entre 100 e 200 anos, prejudicando a vida marinha.
De acordo com a pesquisa, os corais são vistos em locais com concentração de aragonito presentes em 50% do oceano atualmente. Até o final do século 21, essas condições seriam encontradas em apenas 5%.
“Nosso estudo sugere que severas reduções devem ocorrer na diversidade, complexidade e resistência dos corais até metade deste século”, afirmou o co-autor do estudo, Alex Timmermann.
Fonte: globoamazonia

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Opção de férias: Conheça o Acre

Pousada ecológica em Assis Brasil, na fronteira com o Peru, distante 350 km da capital Rio Branco. Viagem tranquila pela estrada do Pacífico.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Estudo mostra que mudança climática já causa problemas na Amazônia

Uma compilação de estudos de cientistas brasileiros e do exterior aponta que a expansão agropecuária e as mudanças climáticas já causam distúrbios na bacia amazônica -- principalmente na borda da floresta, nos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso.
O grupo integra o Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), que há 15 anos pesquisa os efeitos climáticos e humanos na região.
De acordo com o estudo divulgado na revista “Nature” desta quarta-feira (18), a soma de eventos decorrentes da expansão agrícola, da atividade madeireira em excesso e da mudança climática global resultariam em uma “catástrofe ambiental” no bioma, com reflexos na temperatura e no sistema de chuva.
Desta forma, haveria mais períodos de seca intensa, que alterariam a distribuição das precipitações na região amazônica, cuja população saltou de 6 milhões, em 1960, para 22 milhões, em 2010. A consequência disto é a queda na produtividade agropecuária, elevação de casos de doenças respiratórias, enchentes, redução da oferta de água potável, além de prejuízo à navegação e à geração de energia por hidrelétricas.
Seca no Rio Negro, em 2010, um dos principais afluentes do Rio Amazonas (Foto: Euzivaldo Queiroz/A Crítica/Reuters)Seca no Rio Negro, em 2010, um dos principais afluentes do Rio Amazonas (Foto: Euzivaldo Queiroz/A Crítica/Reuters)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Governo pode gastar mais de R$ 200 milhões com a segurança da Rio+20

O governo federal pretende investir até R$ 230 milhões na segurança dos participantes da conferência Rio+20, cúpula sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) que vai acontecer de 13 a 22 de junho em vários locais do Rio de Janeiro.
O encontro, que tem orçamento previsto em R$ 430 milhões, deve reunir ao menos uma centena de chefes de estado, segundo o Itamaraty, 50 mil pessoas credenciadas pela ONU como diplomatas, negociadores e imprensa, e um incontável número de participantes que integram ONGs e outras representações da sociedade civil.
O encontro principal, denominado Segmento de Alto Nível da conferência, vai acontecer no Rio Centro. Outras instalações como o Autódromo de Jacarepaguá, a Arena da Barra da Tijuca, o Parque dos Atletas, o Aterro do Flamengo e Píer Mauá também abrigarão eventos paralelos à conferência, como exposições e debates.
Segundo Laudemar Aguiar, secretário-geral do Comitê Nacional de organização da Rio+20, o alto investimento será necessário já que o item segurança é considerado “crucial” em um encontro deste porte. “Em junho deste ano, o Rio de Janeiro será área das Nações Unidas e a primeira condição para realizar o encontro no país é o comprometimento com a integridade dos participantes. É como se a sede da ONU, em Nova York, fosse transplantada para o Brasil”, disse Laudemar.
De acordo com Aguiar, que é diplomata do Ministério das Relações Exteriores, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Ministério da Defesa estarão envolvidos na proteção dos participantes da cúpula da ONU, garantindo ainda a segurança cibernética do evento. Além disso, ele citou que licitações para a escolha de empresas especializadas que prestarão serviço neste setor durante a conferência estão em fase final de realização. "Todo o dinheiro investido será demonstrado posteriormente", explica.
Laudemar Aguiar, secretário-geral do Comitê Nacional de organização da Rio+20 (Foto: Divulgação/MRE)Laudemar Aguiar, secretário-geral do
Comitê Nacional de organização da
Rio+20 (Foto: Divulgação/MRE)
Logística
Responsável também por organizar a parte logística, Aguiar diz que que o governo brasileiro, juntamente com o estado do Rio de Janeiro e a prefeitura da capital fluminense, trabalham na organização do transporte dos participantes da Rio+20.
“Já estamos vendo rotas e uma utilização conjunta da modalidade de transportes para o encontro, sem prejudicar o funcionamento da cidade", disse o diplomata.
Aguiar comentou que aguarda a manifestação de interesse das entidades da sociedade civil para preparar os locais onde serão montados pavilhões provisórios que abrigarão estandes e conferências paralelas.
“No fim de janeiro vamos divulgar a Rio+20 no Fórum Social Mundial (que vai acontecer de 23 a 28 de janeiro, em Porto Alegre. A ideia do governo brasileiro é de uma conferência participativa, com uma conectividade que vai aproximar os participantes”, explica.
Organização
De acordo com a organização da conferência da ONU, o encontro estará dividido em três fases. De 13 a 15 de junho está prevista a 3ª Reunião do Comitê Preparatório, que deverá acertar os últimos detalhes da negociação diplomática baseada nos três pilares do desenvolvimento sustentável (o econômico, o social e o ambiental).
De 16 a 19 de junho serão programados eventos com a sociedade civil e de 20 a 22 do mesmo mês acontece o encontro com a presença dos chefes de estado. A conferência que o Rio de Janeiro sediará é de uma modalidade de “uma por geração”, realizada a cada 20 anos. Portanto, deve definir objetivos políticos mais amplos.
Logomarca Rio+20 (Foto: Reprodução)Logomarca da Rio+20 (Foto: Reprodução)
Na última quarta-feira (11), foi divulgado o primeiro rascunho do texto-base que vai pautar o encontro.
Denominado “Draft Zero” (Rascunho Zero, na tradução do inglês), o material de 19 páginas convoca os países a criar soluções para erradicar a pobreza no mundo, reduzir o impacto na biodiversidade, além de resolver questões diplomáticas como a criação de uma “agência ambiental” independente, que seria sediada no Quênia.
O documento, que poderá ser modificado até o início da conferência, afirma que entre 2012 e 2015, as nações terão que criar metas para se chegar a uma economia verde, colocadas em prática em três anos e consolidadas até 2030. Apesar do apelo, organizações ambientais consideram o texto pouco ambicioso, principalmente nas questões sobre mudança climática.