segunda-feira, 27 de abril de 2009

Empresários do Acre visitam hidrelétricas do rio Madeira de olho em bons negócios

Enviado especial à Porto Velho (RO)


Um grupo de aproximadamente 40 empresários saiu de Rio Branco de ônibus, na manhã do dia 23 de abril, com a missão de conhecer o complexo de hidrelétricas do rio Madeira, formado pelas usinas de Jirau e Santo Antônio. A maior obra público-privada do país, com investimentos de cerca de R$ 22 bilhões, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E posteriormente, identificar possíveis oportunidades de negócios.

A primeira parada da comitiva foi no consórcio Energia Sustentável do Brasil, que venceu a licitação para a construção da obra, que é executada pela empreiteira Camargo Corrêa. Já nas instalações da usina, os empresários puderam perceber que a obra está atrasada. Homens e máquinas trabalham na construção do canteiro de obras e na ensecadeira. O atraso se deu em virtude da não liberação da licença ambiental por parte do Ibama. Uma licença provisória permite a realização da obra.

Somente nesta fase, 2300 operários, capacitados pelo Sesi e o Instituto Camargo Corrêa, trabalham na obra. Só de refeições são servidas duas mil e quinhentas diariamente. De acordo com a direção da empreiteira, até o fim do próximo ano serão dez mil trabalhadores envolvidos na construção da usina de Jirau e na cidade de Nova Mutúm Paraná.

Quando a usina de jirau estiver em funcionamento, em meados de 2012, vai gerar 3300 megawatts de energia, suficientes para alimentar dez milhões de casas com energia limpa e renovável.

No escritório da empresa, um grupo de empresários de Rondônia também se juntou à comitiva acreana. O ex-senador Sibá Machado e conselheiro da Enersus intermediou o encontro com a direção da Camargo Corrêa. Atualmente, 90% da mão de obra contratada e 50% dos insumos são captados juntos ao estado de Rondônia.

Sem perda de tempo, os empresários acreanos procuraram saber da direção da Camargo Corrêa quais os produtos e serviços que poderiam ser negociados diretamente com o consórcio. Apesar de certa resistência por parte da direção da empresa, o gerente geral de produção da Camargo Corrêa destacou a iniciativa dos empresários e vislumbrou algumas possibilidades de negócios. Entre eles com uma indústria de transformação localizada no parque Industrial de Rio Branco, para a produção de transformadores.

À noite, um novo encontro entre empresários dos dois estados. Durante a reunião, houve consenso de que somente com a união dos empresários dos vários setores será possível aproveitar as oportunidades de negócios, que serão ampliados com o anúncio da construção de outras seis hidrelétricas no Peru.

Na manhã do dia seguinte, os empresários foram convidados pela direção da Norberto Odebrecht para conhecer as instalações da usina de Santo Antônio.

Cerca de mil equipamentos se reveza na escavação do leito do rio para a instalação de 46 turbinas do tipo bulbo, que aproveita a vazão natural do rio para a geração de energia. De acordo com o presidente do consórcio Madeira Energia, José Bonifácio, a hidrelétrica terá capacidade de produzir 3300 megawatts de energia, que será distribuída por meio de uma linha de transmissão para Rio Branco e Araraquara, no interior de São Paulo.

Para o coordenador da missão, George Pinheiro (foto), a iniciativa dos empresários visa garantir a participação das empresas e indústrias do Acre no maior investimento do capital público-privado do país.




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