sábado, 3 de dezembro de 2011

Brasil é o 6º emissor de gases-estufa do planeta



Mais da metade de todas as emissões de carbono liberadas na atmosfera são geradas por apenas cinco países. O Brasil aparece na sexta posição, segundo um ranking publicado neste sábado durante a COP-17 (17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), que acontece em Durban, na África do Sul.

China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão lideram a lista, seguidos de Brasil, Alemanha, Canadá, México e Irã.

Os primeiros dez países são responsáveis por dois terços das emissões globais, acrescentou o documento, compilado pela empresa radicada no Reino Unido, Maplecroft, especializada em análise de risco.

Três dos seis maiores emissores são gigantes emergentes que demandam energia e desenvolvem suas economias a uma velocidade vertiginosa.

A China, que superou os Estados Unidos alguns anos atrás no topo da lista, produziu 9.441 megatoneladas de CO2-equivalente (CO2e), uma medida que combina dióxido de carbono (CO2) com outros gases aprisionadores de calor, como metano e óxido nitroso.
O método de cálculo utilizado combinou números de 2009 para o consumo de energia com números estimados para 2010.

A maioria das emissões dos países é de dióxido de carbono, graças à enorme demanda de energia. O uso de energias renováveis está aumentando, mas continua pequeno em comparação com o de combustíveis fósseis.

A Índia produziu 2.272,45 megatoneladas de CO2e, parte significativa de metano gerado na agricultura.

"Embora o uso per capita de energia na China e na Índia seja relativamente baixo, a demanda em geral é muito grande", explicou Chris Laws, analista da Maplecroft.
"Quando combinado com o alto uso de carvão e outros combustíveis fósseis, isto resulta em grandes emissões nos dois países", acrescentou.

A produção brasileira, de 1.144 megatoneladas derivados do uso energético, seria significativamente maior se o desmatamento fosse levado em conta.

Entre as economias avançadas, os Estados Unidos --o primeiro país em emissões per capita entre as grandes potências-- produziram 6.539 megatoneladas de CO2e.

A Rússia, com 1.963 megatoneladas, ficou em quarto. Suas emissões caíram após a derrocada da União Soviética, mas espera-se que subam.

No Japão, onde a geração é de 1.203 megatoneladas de CO2e, os temores de segurança com relação à energia nuclear levaram a uma maior dependência em combustíveis fósseis, e um pico em emissões de carbono, disse Laws.

Ele destacou, no entanto, que o governo japonês anunciou sua intenção de preencher a lacuna energética com fontes renováveis.

"É improvável que a tendência de aumento das emissões de gases efeito estufa seja mitigada em médio e longo prazos", relatou por e-mail.

O índice dos 176 países, com base nos níveis anuais de emissões de gases de efeito estufa, combina dados sobre as emissões de CO2 de uso energético e emissões de gases não CO2.
Os dados vieram de várias fontes, entre elas a EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos Estados Unidos.

As negociações de Durban, que envolve 194 países no âmbito da UNFCCC (Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) se estendem até o próximo dia 9.


FONTE: FRANCE PRESSE

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