segunda-feira, 1 de junho de 2009

Fazendeiros invadem terras indígenas na Amazônia para expansão da pecuária


A terra indígena dos Apyretewas, no Pará, está sendo comida pelas bordas. O território de 7.700 km² tem cerca de 1.200 invasões de pessoas que derrubam a mata para criar gado, segundo a Funai.

A reserva fica nos municípios de Altamira e São Félix do Xingu. O grupo que vive na área depende da caça, e eles têm sentido uma diminuição significativa no número de animais na região. Isso vem comprometendo a própria alimentação e a subsistência dos indígenas.

Pasto no lugar de floresta
Em outra região, nas proximidades de Marabá (PA), o desmatamento não ocorre em reservas indígenas, mas denúncias informam que pecuaristas transformaram a floresta em grandes fazendas de gado.

De avião, a paisagem que se vê embaixo é de grama, não de mata. A dona da área é a Agropecuária Santa Bárbara, que tem hoje 560 mil animais. A empresa já foi multada em mais de R$ 100 milhões por crime ambiental. A Espírito Santo é uma das sete fazendas da Santa Bárbara que foram embargadas pelo Ibama, o que impediria qualquer tipo de atividade produtiva. Da porteira até a sede são 22 km. Lá, cria-se mais de 70 mil cabeças de gado, e pelo tamanho dos pastos não dá nem para imaginar que a região faz parte da Floresta Amazônica.

O embargo do Ibama é para proteger a floresta. Como a área foi desmatada, o gado impede a vegetação natural de crescer novamente. O advogado da agropecuária, Vinícius Ribeiro, diz que já recorreu das multas. “Se há crime de desmatamento, esse foi cometido por quem praticou o crime. Pode ter sido quem vendeu [a terra] para a Santa Bárbara, pode ter sido o seu antecessor. O que caberá ao proprietário, se for a Santa Bárbara, será recompor essas áreas de reserva legal e de área de preservação permanente”, alega.

Bois ilegais
No Pará, 21 fazendas embargadas têm rebanhos de gado. Elas vendem para 13 frigoríficos e curtumes da região. Os dados são do Ministério Público Federal, que entrou com uma ação judicial contra quem cria e quem compra o boi de áreas ilegais. “A partir do momento que o frigorífico compra gado de um lugar que é embargado, o frigorífico é responsável solidário por aquele dano ambiental”, explica procurador da República Daniel Cesar Avelino.

Os procuradores também cruzaram dados e chegaram a uma relação de 72 empresas que compram desses frigoríficos - entre elas grandes redes de supermercados. “Estamos enviando a elas uma recomendação para que elas deixem de comprar desses frigoríficos, ou seja, deixem de participar dessa cadeia produtiva que acaba gerando dano para a floresta amazônica”, afirma o procurador Avelino.

Fora do Brasil
A carne e o couro do boi criado em áreas desmatadas também abastece o mercado externo. O Greenpeace rastreou durante três anos o caminho desses produtos e descobriu: a carne chega a grandes redes de supermercados misturada àquela que é produzida em áreas regulares.O couro é beneficiado na Ásia, na Europa e na América do Norte. Vira calçados, tênis, roupas, mochilas e assentos de automóveis mundo afora.

Nesta segunda-feira (1°) o Greenpeace lançou uma campanha mundial para alertar sobre o avanço da pecuária ilegal na Amazônia. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes diz que uma das grandes preocupações do setor é a preservação, mas que é difícil descobrir a origem do produto. “Nós não desejamos que o desmatamento ilegal seja ocupado pela atividade de criação de gado. Agora, o problema é que não há como rastrear.

Nós estamos implantando hoje no Brasil a rastreabilidade sanitária, e paralelamente estamos fazendo a rastreabilidade ambiental, mas isso demora tempo”, declara Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da associação. O Ministério do Meio Ambiente afirma que o governo está fiscalizando todas as fazendas embargadas e que vai restringir o crédito aos frigoríficos que compram dessas regiões.

"Nós falamos para o BNDES, que vai proceder empréstimos milionários para frigoríficos, para consultar previamente o Ibama, porque estão desmatando, entrando dentro de área indígena, de áreas de reserva. Esses não terão o crédito concedido", afirma o ministro do meio Ambiente, Carlos Minc.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito interesante legal para os estudantes
e muito legal pois nòs podemos aprender mas sobe a nossa cultura indigenas e saber mas dos nossos indios que precisan mas da nossa atenção!!!!