sexta-feira, 28 de maio de 2010

Greenpeace divulga primeiras imagens de expedição ao Ártico


Há duas semanas no navio Esperanza, que partiu para a expedição "Ártico sob pressão", equipe da ONG ambientalista Greenpeace divulgou nesta sexta-feira (27) a primeira série de fotos da viagem, destinada a descrever os impactos da mudança climática na região.

Na primeira etapa da expedição, que conta com a participação de cientistas, o foco foi a acidificação dos oceanos. Eles funcionam como uma "esponja" e absorvem, a cada ano, cerca de 8 bilhões de toneladas de CO2 do ar. Grande parte desse volume é gerado pela queima de combustíveis fósseis, segundo o Greenpeace. Se as emissões continuarem a subir, em 2060 a acidez dos oceanos pode ser 120% mais alta – maior mudança sofrida pelos mares em 21 milhões de anos. A sobrevivência dos corais, plâncton e outros seres marinhos fica criticamente ameaçada.


Para coletar informações, cientistas do Instituto Leibniz de Ciências Marinhas (IFM-Geomar), da Alemanha, carregam no Esperanza 30 toneladas de equipamentos científicos, incluindo nove sistemas de monitoramento marinho chamados "mesocosmos".
A segunda etapa da expedição vai estudar e documentar a formação de uma nova rota marítima que se formou no Ártico com o degelo. A ONG explica que a indústria avança nessa nova fronteira, colocando em risco o ambiente e a vida selvagem na região.

O cientista Peter Wadhams, diretor do Grupo de Física Oceânica Polar da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai embarcar no Esperanza em agosto para analisar a espessura do gelo e o ritmo de derretimento, em continuidade ao trabalho iniciado na expedição do Greenpeace realizada no ano passado.

A ONG pede uma moratória de todas as atividades industriais na região, incluída a pesca. Algo similar já foi feito na Antártida, onde uma moratória assinada em 1991 por 39 países proíbe, por 50 anos, todo tipo de exploração mineral.

Apesar das diferenças entre os dois polos – a Antártida é um continente cercado pelo oceano, enquanto o Ártico é um oceano cercado por terra –, ambos têm muito em comum. Seus ecossistemas são incrivelmente frágeis e suscetíveis às atividades humanas.
Fonte: uol


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