terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mudanças climáticas

Terça-feira, 17 de Agosto de 2010

Pesquisadores e ambientalistas alertam: 2010 será o ano mais quente da história do Acre
Imagem registrada pelo Imac durante um sobrevoo a região de Rio Branco

Davi Friale
As mudanças climáticas tem sido uma constante no Acre nos últimos anos. Agora pesquisadores e ambientalistas fazem uma previsão sombria: O ano de 2010 será ainda mais seco e quente do que os índices registrados em 2005. Essa previsão pode se cumprir se levarmos em consideração que ainda nem chegamos ao mês de setembro, considerado o pico da estiagem.

Para o pesquisador ambiental, Davi Friale, o clima passa por uma profunda mudança. Os dias e as noites estão ficando mais frias na Amazônia. Tal fenômeno se constitui num complicador a mais. Isso porque a Bolívia e os estados de Rondônia e Mato Grosso são recordistas em queimadas. O problema é que toda essa fumaça acaba estacionando sobre o Acre trazendo sérios problemas a saúde da população e a aviação.

Eufran Amaral e Cleísa Cartaxo
Na segunda-feira (16), por exemplo, o aeroporto de Rio Branco teve de ser fechado pela Infraero, por medida de segurança, para pousos e decolagens. Nesta terça-feira (17) os voos diurnos foram liberados, mas somente com o auxílio de instrumento.

Mas o Acre também não está livre dessa prática degradante das queimadas. De acordo com a presidente do Imac, Cleísa Cartaxo, os focos de calor se intensificam nos fins de semana.

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“Existe uma cultura perversa de que a fiscalização não atua aos fins de semana e então as pessoas aproveitam para queimar. Mas isso não é a realidade. Hoje estamos trabalhando em várias frentes, com diversos órgãos de repressão e utilizando dois helicópteros”, disse. E ela fez um alerta: “Quem for flagrado promovendo queimada urbana será punido com multa que pode chegar a mil reais por propriedade”.

Risco de colapso no abastecimento de água    

Semy Ferraz
Outro evento que vem preocupando autoridades e ambientalistas é quanto ao nível do Rio Acre. Nesta terça-feira (17) ele se aproximava da cota de 2 metros. A menor cota foi registrada em 2005, 1m64cm.

Segundo o presidente do Saerb, Semy Ferraz, se a população não se conscientizar e não usar o produto de forma racional um colapso no sistema de abastecimento de água de Rio Branco será inevitável.

Para o geógrafo Claudemir Mesquita, especialista em recursos hídricos, o problema do Rio Acre é que com o passar do tempo mataram seus igarapés, nascentes e a mata ciliar.

“Não dá mais para brincar de proteger o Rio Acre. Os governos precisam agir o quanto antes. Se não corremos o risco de ficar sem água potável morando na maior bacia hidrográfica do planeta: a Amazônia”, alerta o pesquisador.  

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