segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Encontro mundial reúne 2.500 especialistas para debater efeito estufa


Começou nesta segunda-feira (31), em Genebra, na Suíça, a Conferência Mundial sobre o Clima, que reúne 2.500 autoridades e especialistas sobre o assunto. O diretor-geral da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Michel Jarraud, disse que autoridades discutirão medidas para melhorar a previsão do tempo de longo prazo, especialmente na África e em nações em desenvolvimento. "Nós chegamos a um ponto em que sentimos que há uma grande lacuna que precisa ser preenchida", disse.

A conferência de Genebra não é parte do processo da Conferência de Copenhague, que no fim do ano tentará concluir um acordo mundial para substituir o Protocolo de Kyoto, prevendo cortes nas emissões de gases causadores do efeito estufa. Porém, os envolvidos no encontro desta semana ressaltaram a importância do evento para auxiliar todos os países a obterem informações para adaptação às condições climáticas extremas previstas pelo aquecimento global.

A OMM já alertou que o aquecimento mudará decisões em temas como defesa contra enchentes, agricultura e geração de energia. Essas atividades, lembra a entidade da Organização das Nações Unidas (ONU), são em geral realizadas com a experiência de padrões meteorológicos e níveis dos mares de anos anteriores. "Agora nós precisamos antecipar mudanças, não podemos mais nos basear no passado para tomar decisões para o futuro", afirmou Jarraud.

A reunião desta semana discute um documento chamado "Estrutura Global para Serviços Climáticos", que pode moldar decisões sobre água, agricultura, pesca, florestas, transporte, turismo, energia e preparo para desastres naturais. Segundo Jarraud, a iniciativa se baseia em grande parte em cooperações já existentes no setor das previsões climáticas, que precisam ser ampliadas. As informações são da Dow Jones.

domingo, 30 de agosto de 2009

Decisão sobre candidatura à presidência será tomada só em 2010, diz Marina


Senadora pelo Acre assinou filiação ao PV

A senadora Marina Silva assinou neste domingo (30) sua filiação ao PV em cerimônia em São Paulo, mas disse que a decisão sobre a candidatura à presidência será tomada só em 2010.

"Me sinto honrada com o convite para disputar a presidência e com a recepção da ideia pelas pessoas. Mas a decisão só vamos tomar em 2010", disse Marina, que é senadora pelo Acre.

Segundo Marina, a decisão de deixar o PT foi muito “difícil e dolorosa”, mas disse que a decisão de se filiar ao PV agora se faz alegre. Ao falar sobre a saída do PT, a senadora chorou.“Às vezes, dentro de uma casa, é necessário que a gente saia para fazer a sua própria casa.


Isso não significa se que está rompendo com o seu passado. Estou saindo para fazer outra casa, e para morar talvez na mesma rua”, disse a senadora, que foi recebida por militantes do PV aos gritos de "Brasil urgente, Marina presidente".

“Não foi fácil chegar até aqui. Tenho 30 anos de militância no PT, e neste tempo realizamos muitas coisas boas”, lembrou Marina, apontando também seus objetivos no PV. “Não venho com a ilusão de um partido perfeito, mas de que homens e mulheres de bem podem aperfeiçoar as instituições”.

Disputa com Dilma
Sobre um suposto embate com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que teria motivado sua saída do PT, Marina disse que "a sociedade tem visões diferentes sobre essa questão do desenvolvimento sustentável e isso ocorre também dentro do governo. Não vou me colocar de vítima da ministra Dilma".

Segundo a senadora, quando ela era ministra do Meio Ambiente, "o que não havia consenso [entre ela e Dilma] seguia para o presidente Lula arbitrar. Quando era ministra, até fizemos algumas coisas juntas".

Luz do partido
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que "valeu a pena manter o PV vivo por mais de 20 anos. Valeu a pena para esperar esse momento histórico, para receber a Marina Silva"."Ela é a luz que ilumina o nosso partido e que manterá o nosso partido aceso", disse o deputado.

Gabeira aproveitou o evento para fazer críticas ao governo federal e ao Congresso. "É fundamental mencionar a ética na politica. Esse tema é importante porque temos no governo hoje um governo moralmente frouxo e um Congresso apodrecido."

O presidente do partido, José Luiz de França Penna, disse que a decisão de sair candidata ou não a presidente é da senadora. “Se a Marina decidir, nós vamos apoiar. É uma questão de conforto – de ela se sentir confortável com a candidatura. Se na trajetória ela decidir por outra coisa, nós a apoiamos.”

sábado, 29 de agosto de 2009

Floresta Amazônica registra recuperação de 20% da área derrubada


O primeiro mapa da regeneração florestal na Amazônia traz uma notícia boa e outra má. A boa é que 20% de tudo o que foi desmatado na região entre 1988 e 2007 se recuperou, formando matas secundárias (capoeiras). A má é que essas matas secundárias têm meia-vida curta: em menos de cinco anos metade da área regenerada volta a virar lavoura e pasto.

Assim, dos estimados 132 mil km² de florestas secundárias que existiam na região em 2006, 60 mil terão sido reconvertidos em 2011. Segundo o pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que elaborou a estimativa, entender a dinâmica de perda e ganho dessas capoeiras é crucial para saber quais são as reais emissões de CO2 do Brasil por desmatamento: afinal, enquanto se regenera, a floresta sequestra carbono do ar. O atual inventário brasileiro de emissões considera uma regeneração de 12%.

Os cálculos sobre a regeneração foram feitos por Claudio Almeida, diretor do Centro Regional da Amazônia do Inpe, inaugurado ontem em Belém. São estimativas ainda preliminares, feitas com base em 26 imagens de satélite (cenas) do Prodes, o sistema de sensoriamento remoto que calcula a taxa oficial de desmatamento.

"Vamos concluir até novembro um levantamento de porta a porta, com quanto entrou e quanto saiu [se perdeu] de vegetação secundária em 2008", disse Almeida à Folha.
O dado deverá vir acompanhado de uma estimativa de quanto carbono essas novas vegetações conseguem absorver, em comparação com o que é emitido pelo corte raso.

Tapete amarelo
O Prodes mapeia desde o fim dos anos 1980 a perda de floresta na Amazônia, mas ninguém sabe direito o que acontece com a vegetação depois. "A gente não olha mais para a cena depois que ela entra no tapete amarelo", diz Almeida. "Tapete amarelo" é como os técnicos do Inpe chamam as áreas desmatadas, marcadas nos mapas do Prodes com essa cor.

O primeiro mergulho no tapete amarelo tem revelado um ciclo de abandono e retomada das pastagens. "Num dado momento, o proprietário fica descapitalizado e abandona o pasto. Dali a três, quatro anos, ele vende a área e o pasto é limpo de novo, ou ele mesmo refaz a pastagem", afirma o cientista.

Ontem Almeida divulgou os dados de regeneração para Amapá, Mato Grosso e Pará. Mato Grosso detém o pior índice. Cerca de 11% dos 201,7 mil km2 derrubados no Estado voltaram a ter algum tipo de floresta. No Pará, foram 22%, dos 233,4 mil km2 desmatados. No Amapá, um quarto (ou 25%) dos 2.440,3 km 2 destruídos pelo homem se regenerou.
Segundo Paulo Barreto, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), os números são positivos. "Se você considerar que as áreas foram desmatadas para serem usadas, é bastante coisa", diz.Segundo ele, as diferenças regionais se devem aos fatores econômicos e naturais que limitaram o desenvolvimento da pecuária ou da agricultura. Ainda não se sabe o estágio dessas florestas secundárias, nem há por enquanto a diferenciação entre reflorestamento e crescimento natural.

As informações devem ser captadas ao longo do levantamento, que se tornará anual. Com ele, será possível aferir, além da regeneração florestal, quais áreas se tornaram pastos e quais são lavouras. Hoje, o dado é compilado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas com base só em declarações dos fazendeiros. É tido como inexato.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Expoacre Juruá

Cruzeiro do Sul, as margens do rio Juruá, vive dias de prosperidade


Cruzeiro do Sul, município com 77 mil habitantes, distante 675 km da capital Rio Branco é a sede da mais importante feira cultural e de negócios do Vale do Juruá, a Expoacre Juruá. O evento tem como principal patrocinado o governo do Estado e foi aberto na última sexta-feira (27) e contou com a participação de empresários e produtores de Pucalpa, no Peru. A expectativa de público para as quatro noites (o encerramento acontece no domingo, dia 30) é de 50 mil pessoas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Integração: comitiva peruana será recebida nesta sexta em Cruzeiro do Sul

É o segundo grande passo para a integração entre o Estado do Acre e o departamento peruano Ucayali. Um grupo de 140 peruanos devolve a visita da comitiva brasileira que esteve recentemente na cidade de Pucalpa. O prefeito Vagner Sales organiza uma grande recepção para os visitantes que vão conhecer a fundo os negócios e a cultura da região do Juruá.

Logo no desembarque do vôo que chega de Pucalpa, por volta das 16:45 dessa quinta-feira, os visitantes são recebidos pelo grupo de danças Tucumã. As dançarinas vestem camisetas alusivas ao encontro e colocam no pescoço dos convidados um colar feito com biojóias por artesãos do Vale do Juruá.

E logo depois dos trâmites migratórios de padrão internacional, ouvirão um coral de crianças com músicas de boas vindas e de amizade. Do aeroporto os peruanos seguem para o Instituto de Ciência e Tecnologia do Vale do Juruá (IEVAL) onde participarão de outro encontro cultural em um ambiente de música de voz e violão durante um coquetel. A faculdade será o cenário do II Encontro Político e Empresarial sobre Integração Fronteiriça Acrea Ucayali e Comércio Aéreo
Pucalpa-Cruzeiro do Sul.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

BR-364: “O Desafio Continua”


Esse é o título da nova série de reportagens que começou a ser exibida ontem (25) nos telejornais da TV Aldeia, a emissora pública de alma acreana. Os desafios de se construir estrada na Amazônia, as chuvas inesperadas para o período, os mais de dois quilômetros de pontes e o aquecimento da economia no Vale do Juruá. Esses são os temas principais dos documentários. Os vídeos também podem ser vistos pelo site do governo do Acre na internet www.ac.gov.br , não perca!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Capital Rio Branco sobe 588 posições no ranking nacional

Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal aponta capital, Cruzeiro doSul, Assis Brasil como líderes no Acre.


O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal(IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro para acompanhara evolução dos municípios brasileiros e os resultados da gestão das prefeituras, apontou Rio Branco,Cruzeiro do Sul e Assis Brasil como as cidades mais desenvolvidas do Acre. RioBranco, com índice de 0,7148, é a mais próxima de entrar no grupo das cidadesbrasileiras de alto desenvolvimento, principalmente graças aos números deemprego e renda. No fim do ranking aparece Jordão, com índices inferiores a0,4.

Osdados considerados são de 2006. A média brasileira do IFDM foi de 0,7376, superior aos 0,7129 de 2005(alta de 3,47%). O IFDM considera indicadores de saúde, educação, emprego erenda e varia numa escala de 0 (pior) a 1 (melhor) para classificar odesenvolvimento humano. Os critérios de análise estabelecem quatro categorias:baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto(0,8001 a 1) desenvolvimento humano.

OEstado do Acre registrou um IFDM médio de 0,5993, contra 0,5751 em 2005 – altade 4,2% e 20º lugar no ranking nacional. Pelos números de 2005, o estado era o23º. Rio Branco era a 26ª no ranking das capitais e manteve a colocação.

Com relação aos municípios do estado, entre asquatro líderes duas já figuravam no topo da lista. Marechal Thaumaturgo deu umsalto, passando de 0,3811 para 0,4531 graças à melhora nos indicadores deemprego e renda, educação e saúde. A grande maioria das cidades do estadomelhorou de situação entre 2005 e 2006, com destaque para Santa Rosa do Purus,Xapuri e Porto Acre, todas com crescimento superior a 16%. Como destaquenegativo aparecem Feijó, Acrelândia e Manoel Urbano, com quedas de 4,2%, 4,9% e11,8%, respectivamente.

Das três áreas consideradas no IFDM, o indicador de empregoe renda apresentou o ganho mais considerável, com aumento de 9,6% em relação a2005. Educação registrou aumento de 0,5%. Saúde registrou um aumento de 3%. OEstado do Acre está abaixo da média nacional nas três medições.

IFDM é o único comperiodicidade
anual e recorte por municípios

OÍndice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi construído para atender auma das ações propostas no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro,elaborado há três anos com a participação de mais de mil pessoas entreempresários, técnicos e especialistas e acadêmicos de diversas áreas. Todos osanos o IFDM é divulgado, e a sociedade pode acompanhar a evolução dodesenvolvimento.

O IFDMsupre a inexistência de um parâmetro para medir o desenvolvimentosócio-econômico dos municípios e distingue-se por ter periodicidade anual, recortemunicipal e abrangência nacional. O mais bem-sucedido entre os demaisindicadores, o IDH-M, criado pela Organização das Nações Unidas, por exemplo,baseia-se em dados do censo demográfico, realizado a cada 10 anos.

As fontesde dados do IFDM são oficiais e sua metodologia permite a comparaçãoquantitativa serial e temporal dos municípios analisados, possibilitandoinclusive a agregação por estados. A comparação entre municípios ao longo dotempo mostra, com precisão, se uma melhor posição no ranking se deveu a fatoresexclusivos de um determinado município ou à piora dos demais. A comparaçãoabsoluta de cada município permite medir se as políticas públicas resultam emmelhores condições socioeconômicas para a população.

Umanovidade nesta edição do IFDM é o gráfico de dispersão da variação. Ele édividido em quadrantes e retrata a variação percentual dos índices entre 2005 e2006, distribuída conforme o patamar do índice observado em 2006. No primeiroquadrante estão 1.570 municípios que já tinham desenvolvimento de moderado aalto e registraram crescimento. No segundo estão 1.246 municípios que, emboraestejam na faixa de desenvolvimento de moderado a alto, tiveram recuos. Noterceiro estão 1.725 municípios que, apesar de estarem classificados em nívelde desenvolvimento baixo e regular em 2006, apresentaram melhorias. No quartoestão 1.019 municípios de baixo grau de desenvolvimento que ainda registrarampiora em seus índices.

Osdados oficiais mais recentes que estão disponíveis, específicos para os municípiose utilizados para medir as três áreas (emprego e renda, educação e saúde) quecompõem o índice, são de 2006. Em cada uma dessas áreas, os municípios,capitais e estados do país podem ser comparados entre si no grupo a quepertencem, isolada e evolutivamente. Ano passado, em sua primeira edição, oIFDM foi calculado para 2000 e 2005.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Marina confirma filiação ao PV, mas só confirmará candidatura à Presidência em 2010.

Ex-ministra anunciou saída do PT na última semana.


A senadora Marina Silva (AC) confirmou nesta segunda-feira (24) que irá se filiar ao PV. Segundo ela, este é o segundo passo da sua nova trajetória política, depois de deixar o PT, partido no qual militou por quase 30 anos. Se dizendo uma "mantenedora de utopias", a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que a filiação irá ocorrer em evento no próximo domingo, em São Paulo.

O partido já havia anunciado a filiação.Sobre a possível candidatura à Presidência, Marina disse a jornalistas estar honrada pelo fato de o PV considerá-la "candidata prioritária", mas que qualquer anúncio oficial sobre isso só será feito, em 2010. "No momento, quero discutir um plano estratégico que contemple o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável para o Brasil que deve ser considerado a maior potência ambiental do planeta", argumentou.

Dilma
Mesmo não assumindo a candidatura, ressaltou que ela e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff - favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua sucessão - têm visões muito diferentes sobre a estratégia de como realizar os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Os brasileiros é que têm que fazer o julgamento do que é melhor para o Brasil. Ela defende as ideias dela e eu defendo as minhas", disse, referindo-se a uma possível disputa eleitoral com Dilma.

Meio ambiente
Neste momento, disse Marina, o desafio é sensibilizar os partidos políticos e o Congresso Nacional para incluírem as diretrizes ambientais como prioritárias. "Não se pode pensar em desenvolvimento se essa questão não estiver permeando as ações internas programáticas dos partidos, nem fizer parte das ações essenciais de todos os ministérios de maneira integrada", argumentou.

A ex-ministra elogiou os investimentos na política social feitos pelo governo Lula, mas ressaltou que "ninguém pode viver a vida inteira dependendo de Bolsa Família". E voltou a criticar a legislação articulada pelo ex-ministro Mangabeira Unger, de regularização fundiária na Amazônia.

"Não é possível que aqueles que cometeram irregularidades sejam beneficiados e os que seguiram o caminho correto prejudicados. Seria necessário apenas regularizar 7 milhões de hectares para os médios e pequenos agricultores e não os 77 milhões de hectares que beneficiarão os grandes latifundiários e conglomerados jurídicos." Marina agradeceu o presidente Lula por ter vetado um dos pontos da lei, mas reclamou que ele "não vetou o mais importante que dispensa a fiscalização das terras a serem regularizadas".

Cruzeiro do Sul e região recebem treinamento em geotecnologias do Sipam


Inicia nesta segunda (24) e prossegue até sexta-feira treinamento promovido pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) para técnicos municipais em Cruzeiro do Sul. Além do município, representantes de Porto Walter, Jordão, Marechal Taumaturgo, Mancio Lima, Rodrigues Alves, Tarauacá e Feijó também participarão do curso, que ensina a lidar com dados geográficos utilizando o computador, através do software gratuito Terraview.
A intenção do Programa SipamCidade é que os municípios passem a conhecer melhor as características naturais de seu território e utilizem as informações geográficas para planejar suas ações, sempre levando em conta o meio ambiente. Para isso, além da capacitação, o Sipam fornece CD com banco de dados cada município, onde constam informações sobre rios, tipos de solo, relevo, clima, etc... Além da finalidade ambiental, o programa pode ser usado para planejar qualquer tipo de ação em que se pretenda cruzar informações com localização espacial.

Ernesto Batista da Silva Filho e Thiago Rodrigues são os analistas do Sipam responsáveis pelo curso, que acontece das 8h às 18h, na escola Taumaturgo de Azevedo, em Cruzeiro do Sul. Em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Acre (SEMA), o Sipam, órgão federal ligado à Casa Civil da Presidência da República, já realizou treinamentos como esse para nove municípios acrianos, reunidos em cursos em Epitaciolândia e Rio Branco. O objetivo é capacitar técnicos de todos os municípios do estado.

sábado, 22 de agosto de 2009

Lula assina acordo para construção de rodovia na Bolívia


Bolívia - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou às 11h50 à base aérea de Chimore, na Bolívia, uma pequena localidade na região de Chapare, berço político do presidente Evo Morales. Depois de ser recebido na base aérea, Lula se reuniu rapidamente com presidente boliviano e depois seguiu para um estádio de futebol na localidade de Villa Tunari onde cerca de cinco mil pessoas, de acordo com a polícia local, se aglomeraram para ouvir os dois presidentes.

A visita de Lula à Bolívia acabou se transformando em festa no reduto eleitoral de Evo Morales, que está em plena campanha para a reeleição. O estádio ficou tomado pelas bandeiras multicoloridas whipalas, símbolo do povo indígena boliviano. As eleições na Bolívia para a presidência do país e para o parlamento estão marcadas para o dia 6 de dezembro.
Lula e Morales assinaram um acordo que prevê o investimento brasileiro de US$ 332 milhões, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a construção de uma rodovia entre as cidades bolivianas de Villa Tunari e San Ignacio de Moxos. A rodovia será construída por uma empresa brasileira e terá 306 quilômetros, ligando os vales de Cochabamba e a Amazônia boliviana. A contrapartida da Bolívia será de US$ 80 milhões para a construção da obra.

No futuro, a estrada também terá ligação com corredor interoceânico, cuja construção está prevista em um acordo assinado em dezembro de 2007, entre Lula, Morales e a presidente do Chile, Michelle Bachelet. A previsão é de que o corredor se estenda entre os portos de Santos e Iquique, no Chile, passando pela Bolívia.

A pauta da conversa entre os dois presidentes estão também as importações pelo Brasil do gás natural produzido pela Bolívia. Com a crise financeira mundial e seus reflexos principalmente sobre o setor industrial brasileiro, o Brasil passou a importar cada vez menos gás do país vizinho.

Diante disso, o governo boliviano quer rever o preço e o volume do gás enviado ao Brasil e exportar uma parte maior de seu principal produto de exportação para outros países.

No primeiro semestre desse ano, as importações brasileiras de gás da Bolívia sofreram uma queda de 27,6% em relação ao primeiro semestre de 2008, ano que o Brasil chegou a importar em média 31,19 milhões de metros cúbicos por dia. Atualmente essa importação chega a 22,58 milhões de metros cúbicos por dia, volume menor que o mínimo previsto no acordo firmado em 1999, que prevê o consumo mínimo de 24 milhões de metros cúbicos do combustível.

O acordo firma um compromisso de 20 anos a partir da data de sua assinatura e prevê a cláusula take or pay, que estabelece o pagamento mesmo que o produto não seja retirado pelo Brasil. Com a importação abaixo dos 24 milhões de metros cúbicos, a Petrobras é obrigada a pagar o mínimo de remuneração à Yacimentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, estatal boliviana de exploração de petróleo.O presidente Lula tambtém pediu mais atenção do presidente Boliviano com os brasileiros que moram na fronteira com os departamentos de Pando e Beni.

Forte chuva obriga motoristas a passarem toda a noite na BR-364

Chuva não prejudica a continuidade das obras na rodovia


A chuva que caiu no Acre durante esta sexta-feira (21) castigou a BR-364 no trecho entre os municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano e Feijó causando a interdição da rodovia na manhã deste sábado. Ao longo do percurso de 260 km, vários veículos ficaram pelo caminho. De acordo com o engenheiro do Deracre, Romes de Souza, até a tarde de hoje a estrada será liberada.
- Assim que as máquinas das empreiteiras recuperarem o trecho danificado a tranca será aberta-, concluiu Romes.


A caminhonete do Deracre, que dava apoio a uma equipe da TV Aldeia para a produção de uma série de reportagens na região foi a única a conseguir superar a lama do terreno.


Saímos de Cruzeiro do Sul às 7 horas da manhã de sexta-feira (21) e já passavam das 2 horas da madrugada deste sábado (22) quando finalmente chegamos em Rio Branco. A experiência de 40 anos de estrada do motorista do Deracre, Damião Machado (foto), foi fundamental para vencermos mais esse desafio.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Desenvolvimento sustentável

Investimentos garantem prosperidade no Vale do Juruá


Construção de estradas, pontes, avenidas, hospitais e aeroportos. Esses são alguns dos investimentos realizados pelo governo do Acre em parceria com o governo federal no Vale do Juruá. Confiante, a iniciativa privada investe no setor de comércio e serviço gerando ainda mais emprego e renda na região.


Cruzeiro do Sul mais parece um imenso canteiro de obras. “Tenho setenta e dois anos e jamais havia visto um governo investir tanto no Juruá como esse governo do PT”, disse o soldado da borracha aposentado Napoleão Batista, morador de Cruzeiro do Sul.


De acordo com o engenheiro civil, responsável pela supervisão das obras da BR-364 no Juruá, Nelson Sepero Filho, somente a recuperação do trecho de 160 km entre Tarauacá e Cruzeiro, mais a construção da ponte sobre o rio Juruá e da variante somam R$ 560 milhões. Recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do governo do Estado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Encantos da Amazônia

A região é ideal para o turismo de aventura


Na rodovia para o Vale do Juruá, belas paisagens naturais e um relevo montanhoso chamam a atenção de quem passa por essa região do Acre. Os rios e igarapés são a vida da população ribeirinha que vive por aqui. A foto acima revela os mistérios do rio Gregório. Praia de água doce e muito verde são algumas das atrações do lugar.


No último trecho da BR-364, que liga o município de Tarauacá à Cruzeiro do sul, 160 km de um total de 260 km estão sendo recuperados por empreiteiras contratadas pelo governo do Acre. A previsão é que a obra fique pronta até dezembro desse ano.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina anuncia saída do PT e deve se filiar ao PV para disputar presidência em 2010

Desejo de fazer mais pelo meio ambiente foi motivo da saída.


Militante do Partido dos Trabalhadores há 30 anos, a senadora Marina Silva (AC) anunciou nesta quarta-feira (19) que vai deixar a sigla. A ex-petista, no entanto, não confirmou a sua filiação ao Partido Verde, mas disse que "a partir de agora começam as conversações" com a nova legenda.

"Nesse momento, trata-se de dar conhecimento à sociedade brasileira da decisão que é fruto de uma reflexão com companheiros e dirigentes do partido, que significa me desligar do PT depois de 30 anos", disse Marina. Apesar da afirmação da senadora de que milita há 30 anos no PT, Marina passou a integrar oficialmente o partido em 1985, quando se filiou.

A decisão de Marina reforça os rumores das últimas semanas de que a senadora trocaria de partido para concorrer ao Palácio do Planalto em 2010. A senadora classificou como um "convite honroso" a proposta do PV para que ela seja candidata à presidência da República, mas preferiu não falar da suposta candidatura antes de formalizar a filiação no novo partido.

"Saí do PT para poder ficar livre para negociar com outro partido. Não ficaria bem, negociar com um partido estando em outro", argumentou Marina. A senadora agradeceu aos militantes e colegas do PT que apelaram por sua permanência na sigla. "O fato de sair de casa, não significa que estamos rompendo com as pessoas com as quais convivemos durante tantos anos", afirmou a senadora.

Marina disse que estava deixando o PT para ir "em busca do sonho" de lutar pelo desenvolvimento sustentável do meio ambiente. A senadora comunicou a decisão por telefone ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), na manhã desta quarta. Ela também entregou uma carta em que justificou a sua saída do PT.

Feira do Pirarucu em Manuel Urbano

Pescadores devem capturar mais de três toneladas do pescado


A cidade de Manuel Urbano vai viver uma semana especial. De 21 a 23 deste mês, acontece a terceira edição da Feira do Pirarucu Manejado. Na ocasião, pescadores dos lagos Santo Antônio, Grande, Novo e Novo Destino vão capturar e comercializar cerca de três toneladas do maior peixe de água doce do mundo.

Organizada anualmente, a feira vem coroar o sucesso do projeto de manejo do pirarucu (Projeto Alto Purus), coordenado pelo Governo do Estado via Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), WWF-Brasil e a Colônia de Pescadores de Manuel Urbano.
Durante a feira serão comercializados diversos produtos derivados do pirarucu, desde o filé (conhecido como manta) até produtos artesanais confeccionados com as escamas do peixe.

Além disso, restaurantes locais vão servir pratos feitos a partir do pirarucu. Outras atividades da feira envolvem palestra sobre organização social e comunitária realizada pelo setor de cooperativismo da Seaprof, jogos, apresentações e atrações culturais da região e exposições de pirarucus vivos, para que os visitantes conheçam de perto o peixe, que pode ultrapassar os três metros de comprimento.

De acordo com Carlos Leopoldo, técnico da Seaprof responsável pelo manejo de pesca, a feira é de grande importância para a região. Segundo dados do Governo do Estado, em 2008 os pescadores envolvidos com o manejo arrecadaram R$ 12 mil. Para este ano, a perspectiva é de que a cifra alcance os R$ 18 mil.

"Significa um importante incremento na renda das famílias locais, que vão poder comercializar o que pescarem. Também está previsto um bom fluxo de turistas em Manuel Urbano, o que movimentará o comércio local", afirma Leopoldo.

A todo vapor!

Obras da Br-364 não param nem durante à noite


Os cerca de 250 km que restam para a conclusão do asfalto da Br-364 estão em ritmo acelerado. O trecho mais adiantado é o lote 1 de responsabilidade da construtora Camter, que corresponde a 37 km entre Sena Madureira e Manoel Urbano. Cerca de 12 km já estão prontos para receber a capa asfáltica.

Ao todo os postos de emprego abertos ao longo da rodovia somam mais de 2 mil. Na estrada que dá acesso ao município de Manoel Urbano, a construtora JM trabalha firme para entregar o trecho de 14 km completamente pavimentado até dezembro desse ano. Um sonho acalentado por décadas pelos moradores da região.


Sobre o rio Purus, a empresa Cidade se dedica na construção da segunda maior ponte da Br-364. Com 407 metros de comprimento, a obra tem um custo total estimado em R$ 37,5 milhões com recursos do PAC e do governo do Acre.

De acordo com o engenheiro responsável pela obra, Salim Thomaz, os trabalhos se concentram na fundação da ponte e a inauguração está prevista para o fim de 2010.

Engenheiros do Deracre supervisionam cada trecho da obra para evitar atrasos no cronograma. Uma equipe da TV Aldeia percorre toda a rodovia de Rio Branco à Cruzeiro do Sul, a convite do Deracre, para mostrar na próxima semana um documentário com o desafio das construtoras para concluir o maior sonho do povo acreano até o fim de 2010: a Br-364.


Já passavam das 22 horas quando chegamos em Tarauacá. A chuva forte que caiu entre os municípios de Manoel Urbano e Feijó atrasou nossa viagem. Nesta quarta-feira (19) faremos o trecho Tarauacá-Cruzeiro do Sul.

Para quem demorou doze dias para fazer todo esse percurso (em 2007) caminhando e sobre o lombo de animais, terminando por conquistando o prêmio José Chalub Leite de jornalismo daquele ano, viajar numa caminhonete traçada por essa região do Acre é puro lazer!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Comitiva do Deracre percorre Br-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul


Uma comitiva do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) composta por engenheiros e uma equipe da TV Aldeia embarcou nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (18) com destino a Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá. O objetivo da missão é vistoriar e documentar as obras de pavimentação da Br-364, nos trechos entre Sena Madureira-Manoel Urbano e Feijó-Cruzeiro do Sul.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cruzeiro do Sul: fiscais do Ibama apreendem tartaruga gigante

O animal era mantido em local inadequado e vendido a R$ 600,00


Normalmente a maior tartaruga da Amazônia chega a medir 90cm, mas o animal capturado no Rio Môa em Cruzeiro do Sul, mede 1m de comprimento e pesa 64 quilos. Segundo o Ibama, a tartaruga estava em situação de maus tratos e seria comercializada ao preço de R$600.

Através de uma denúncia anônima os agentes do Ibama encontraram a tartaruga nos fundos da casa de um ribeirinho na comunidade rural Narí do Môa. De acordo com Márcio Vinícius, chefe do escritório regional do órgão, o animal estava fora da água, coberto com palhas para evitar o calor e em pouco tempo poderia não resistir.

O homem que estaria disposto a comercializar a tartaruga não foi encontrado e está sendo procurado para responder pelo crime ambiental.

A tartaruga foi removida para a sede do Ibama na cidade e será devolvida as águas do Rio Môa na área do Parque Nacional da Serra do Divisor.

Governo do Acre irá pagar para pessoas conservarem a floresta Amazônica

Os locais mais ameaçados pelo desmatamento, como os arredores da rodovia BR-364, serão os primeiros a receber incentivos do governo.



O governo do Acre está disposto a gastar R$ 478 milhões nos próximos 15 anos para pagar pessoas que conservarem ou recuperarem a floresta. Extrativistas, índios e agropecuaristas serão recompensados se conseguirem evitar desmatamentos e reduzirem emissões de gases que geram efeito estufa.

O plano não é focado apenas na conservação. Quem conseguir produzir mais com menos espaço ou conseguir obter renda com a floresta em pé também pode ser recompensado. O projeto foi lançado para consulta pública no portal do governo na última quinta-feira (13), onde pode receber sugestões até o início de novembro.

Segundo Eugênio Pantoja, chefe de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente do Acre, o projeto será colocado em prática em 2010. As primeiras áreas beneficiadas serão as mais suscetíveis ao desmatamento, como os arredores da rodovia BR-364, que corta praticamente todo o estado, ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul.

O governo do Acre ainda está estudando quais serão as fontes de recursos para o pagamento, mas uma das grandes esperanças é poder vender o carbono que não foi emitido por meio de um mecanismo conhecido como REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

Nesse sistema, quem consegue proteger suas florestas pode receber recursos de países ou empresas que precisam compensar suas emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, essa troca é feita de forma voluntária, mas poderá ser contabilizada na meta oficial de emissões caso o mecanismo seja aprovado pela ONU na reunião sobre clima que ocorrerá no final do ano, em Copenhague.

Metas para desmatamento
No documento lançado para consulta pública, o governo do Acre estabelece metas para redução do desmatamento no estado. Da atual média de 602 km² de florestas destruídas anualmente, pretende-se chegar até 2020, a cerca de 120 km².

Se os planos derem certo, em 15 anos o estado pode evitar a devastação de 3.649 km² de florestas – o equivalente a três municípios do Rio de Janeiro. A meta também constará no plano estadual de controle do desmatamento, que será lançado pelo governo nos próximos dias.

domingo, 16 de agosto de 2009

Desequilíbrio ambiental


Com seu habitat natural destruído pela ação predatória do homem, esse grupo de papagaio resolveu buscar alimento neste açaizeiro, que fica nos fundos do meu quintal no bairro Floresta. O açaí maduro saciou a fome do bando e garantiu por enquanto a sobrevivência da espécie. Isso em plena Amazônia.

sábado, 15 de agosto de 2009

Ação no vale do Araguaia encontra 30 fazendas em desacordo com lei ambiental

Principal irregularidade é desmatamento de áreas protegidas.


Em operação numa área que abrange partes do nordeste de Mato Grosso e do sudeste do Pará, agentes do Ibama multaram 30 fazendas por desmatarem áreas de floresta amazônica ilegalmente. O total de multas aplicadas entre 14 de julho e 12 de agosto ultrapassa os R$ 55 milhões.

Apenas três propriedades visitadas pelos fiscais respeitavam as áreas de preservação permanente e a reserva legal - na Amazônia, as fazendas têm de manter 80% de sua área coberta com vegetação. Também as beiras dos rios têm de ter sua mata ciliar conservada.

Foram embargados 166 quilômetros quadrados de terra, segundo o chefe da fiscalização do Ibama no Tocantins, Lenine Cruz, que coordenou a ação.


Cruz comenta que a adequação dos pecuaristas locais à legislação “por enquanto está muito longe do ideal”. Houve problemas para identificar os responsáveis pelas irregularidades ambientais, já que, na região, há um grande número de posseiros e assentamentos sem muita estrutura, além de problemas de documentação. Algumas áreas possuem mais de um proprietário, dificultando o trabalho da fiscalização.

Outra dificuldade são as grandes distâncias a serem percorridas. “Conseguíamos fazer no máximo umas três autuações por dia”, explica o coordenador. A fiscalização aconteceu em Vila Rica (MT), Santana do Araguaia (PA), Cumaru do Norte (PA) Santa Maria das Barreiras (PA), em região que se situa entre o Rio Araguaia e a rodovia BR-158.

Para localizar as irregularidades, foram usados os dados de detecção de desmatamento por satélite do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acumulados desde 2005. A operação continua em regiões próximas, como Canarana e Confresa, ambos em MT.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Projeto da Arena Amazônia, que vai sediar a Copa de 2014, deverá ter um orçamento menor que os R$ 580 milhões


O governo do Amazonas quer reduzir em R$ 180 milhões o custo da Arena Amazônia, que vai sediar a Copa do Mundo de 2014. O projeto original orçado em R$ 580 milhões deverá ser reduzido a R$ 400 milhões. Além do teto retrátil - orçado em R$ 40 milhões - que sairá do projeto, os arquitetos terão de encontrar uma maneira de não rebaixar a Avenida Constantino Nery, o que reduziria mais R$ 90 milhões.

“Estamos avaliando porque podemos ter um estádio funcional, que atenda as exigências da FIFA e que não necessariamente seja o melhor estádio do Mundo”, disse o Secretário de Planejamento do Amazonas, Denis Minev.

Os outros R$ 50 milhões seriam economizados no luxo dos camarotes vips e outras áreas internas, além do próprio custo da obra em geral, que foi baseado no projeto feito pelos arquitetos alemães da Gerkan.

“A própria empresa está contratando os arquitetos brasileiros para adequar o projeto às técnicas de construção do Brasil. Na Europa se usa uma tecnologia, aqui outra”, disse Minev.

O secretário não descartou a possibilidade de o custo total da obra ficar a baixo dos R$ 400 milhões. As mudanças serão feitas em comum acordo com a FIFA e serão levadas à entidade no segundo Seminário das cidades sedes que no Rio de Janeiro, nos dias 23 e 24 desse mês.

Quanto ao prazo para lançar o edital de licitação da Arena, estipulado pela FIFA em 31 de agosto, este já foi flexibilizado pela FIFA. Caso as mudanças sejam aprovadas, a licitação será adiada, mas obedecendo o novo prazo dado pela FIFA.

Licitações
Dos 26 projetos a serem licitados, o principal é o estádio, que tem um prazo de três anos para ser construído a partir de janeiro de 2010. De acordo com o o secretário Denis Minev, o cronograma da FIFA determina que a obra principal seja iniciada no primeiro trimestre do ano que vem, portanto, até o mês de março.

“Temos alguma folga, tanto no início, quanto no final da obra, porque queremos aprontar o estádio e sediar a Copa das Confederações ”, afirmou Minev.
Os centros de treinamentos terão de ser construídos próximos ao estádio, com isso, além do Estádio da Colina, Denis Minev também citou como opção, o complexo do SESI.

ONG fotografa madeireiros em reserva de índios isolados no Peru

Terra indígena fica próxima à fronteira com o Brasil.


Madeireiros peruanos estão invadindo terras indígenas e ameaçando povos que não têm contato com o mundo externo. É o que mostram fotos aéreas tiradas pela ONG Round River, dos EUA, dentro da reserva Murunahua, no nordeste do Peru.


A reserva faz fronteira com o Brasil, em um local onde também vivem tribos isoladas brasileiras. As fotos, tiradas em março, foram divulgadas nesta quinta-feira (13) pela ONG inglesa Survival International, que trabalha na proteção de povos tribais.


Segundo o pesquisador Chris Fagan, autor das imagens, não foi possível ver pessoas dentro do acampamento madeireiro. “Mas eu tenho certeza absoluta de que há gente morando lá. Acampamentos abandonados ficam cobertos pela vegetação em poucos meses”, afirma. Além do local fotografado, Fagan encontrou mais três acampamentos durante o sobrevoo sobre as tribos peruanas.


Alguns índios muhuhahua já foram contatados por madeireiros, segundo a Survival International. Eles estimam que metade dessas pessoas morreram, pois os povos isolados não têm anticorpos para doenças comuns, como a gripe.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Incêndio em área urbana de Senador Guiomard deixa moradores em pânico

Verão amazônico deixa vegetação propícia a queimadas


No início da tarde desta quinta-feira, 13, um incêndio causou preocupação aos moradores do bairro COHAB, em Senador Guiomard [25 km distante de Rio Branco].

Segundo populares, o fogo talvez tenha sido causado por crianças que brincavam próximas à área incendiada, localizada no loteamento Cafezal.

Funcionários da Secretaria Municipal de Obras foram chamados às pressas e deram início ao combate ao fogo, enquanto aguardavam a chegada do Corpo de Bombeiros.

O prefeito James Gomes e o Secretário de Obras Eliseu Soares, que estavam próximos ao local vistoriando obras da prefeitura, colaboraram com os funcionários, para evitar que as chamas atingissem as casas próximas ao matagal.

Cerca de uma hora após o primeiro chamado, homens do Corpo de Bombeiros chegaram no loteamento, mas já encontraram a situação controlada. De acordo o bombeiro Charles, é comum incêndio no loteamento.

O prefeito James Gomes, ao constatar a demora para a chegada dos bombeiros, devido a distância entre Rio Branco e Senador Guiomard, falou da necessidade de um posto de Brigadistas no Quinari.

"Vamos procurar a Secretaria de Segurança para ver a possibilidade de instalar um posto do Corpo de Bombeiros em nossa cidade. Felizmente nossos homens conseguiram controlar as chamas, mas e se fosse na estrada e chamas com maior intensidade? Esta é uma necessidade que precisa ser avaliada", disse James Gomes.

Falta de árvores aquece o solo e mata micróbios, aponta pesquisador acreano

Cientista do AC estuda efeitos nocivos da luz solar direta sobre o chão.


Quando uma floresta é derrubada, não são apenas as plantas e animais que desaparecem. Com o fim da sombra, pequenos seres vivos – como fungos, bactérias e minhocas – também deixam de viver ali. Isso pode comprometer a qualidade do solo, impedindo que uma nova floresta cresça ou mesmo o terreno seja utilizado para a agricultura.

No Acre, uma pesquisa começa a ser feita para medir como a falta de árvores na Amazônia pode aquecer o solo e alterar suas características. Em Rio Branco, o geólogo Roberto Matias, da Funtac (Fundação de Tecnologia do Estado do Acre) enterrou seis sensores. A metade deles está no solo exposto, a profundidades diferentes e outra metade debaixo de uma árvore.

Em três meses de pesquisa, Matias já conseguiu observar uma diferença de até 13 graus entre os dois locais de medição. “No dia 7 de agosto, às 13 horas daqui, chegamos a ter uma temperatura máxima de 39,75 graus centígrados no solo exposto, enquanto debaixo da árvore tivemos temperatura de 26,14 graus”, relata. A medição ocorreu na superfície, a dois centímetros de profundidade.

Para os próximos meses, quando a seca for maior no Acre, as temperaturas podem ser mais altas. “Acredito que em setembro e outubro tenhamos uma diferença maior. Ainda há umidade no solo, e sem umidade a temperatura vai aumentar.”

Segundo o pesquisador, uma temperatura perto dos 40 graus na superfície pode prejudicar muito a qualidade da terra. “Você não dá condições de os microorganismos se regenerarem. Essas populações entram em extinção, e não há como recuperar esse solo. Aí temos áreas de deserto.”

A rápida evaporação da água e o calor irradiado para a atmosfera também são efeitos negativos causados pelo aquecimento do chão, afirma o geólogo. A solução para evitar tudo isso, segundo o pesquisador, é recuperar áreas degradadas. No meio de 2010, quando a temperatura de um ano inteiro for medida, a Funtac pretende definir medidas para que a desertificação – que já começa a ocorrer em várias regiões da Amazônia – não atinja as terras do Acre.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Gripe suína

Em Cobija, turistas brasileiros se protegem como podem


O uso de máscara tem sido o principal recurso encontrado pelos turistas brasileiros para se proteger do vírus da “nova gripe”. Na fronteira com o Departamento de Pando, na Bolívia, o movimento intenso de pessoas circulando pela zona franca de Cobija deixou todos em alerta com o risco de uma epidemia. Até por isso, o uso da máscara cirúrgica se tornou uma cena comum nas ruas de Pando.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Negociações sobre substituto do Protocolo de Kyoto estão emperradas


Representantes de cerca de 190 países se reúnem na cidade de Bonn, na Alemanha, a partir desta segunda-feira (10) até a sexta-feira (14) para mais uma rodada de negociações em busca de um acordo para combater as mudanças climáticas.

A expectativa é de que um tratado para substituir o Protocolo de Kyoto (que estabelece metas para redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa) a partir de 2012 seja aprovado na reunião anual das Nações Unidas sobre o assunto, marcada para dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.

No entanto, os países desenvolvidos e em desenvolvimento chegaram a um impasse sobre limites de emissões.

As metas apresentadas pelos ricos são consideradas insatisfatórias pelo bloco dos países em desenvolvimento. Por outro lado, China e Índia se recusam a adotar qualquer tipo de meta de emissões, sob o argumento de que isso poderia atrapalhar o desenvolvimento.

O encontro de cinco dias vem sendo visto como a grande esperança para destravar as negociações, a menos de 120 dias do início do encontro de Copenhague. Mas os obstáculos são grandes.

O apoio financeiro para adaptação de alguns países pobres - os mais duramente atingidos pelas mudanças climáticas - de modo a tirar as suas economias da dependência de combustíveis fósseis também está longe de ser um consenso.


Fonte de dinheiro
O problema não são as altas cifras necessárias, nisso todos concordam, mas a fonte dessa verba milionária.

Em Bonn, os representantes vão tentar reduzir a versão atual do pré-acordo, com cerca de 200 páginas. O problema é que há poucos meses, antes das primeiras reuniões, o texto tinha apenas 50 páginas. Ou seja: a cada rodada de negociações, mais ideias vêm sendo lançadas, em vez de chegar-se a acordos sobre os temas polêmicos.

O representante máximo da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer, destacou que "o tempo está se esgotando".

"O desafio desta seção é reduzir o texto. Temos muito chão para percorrer", disse De Boer, que recentemente afirmou que os países ricos devem estar prontos a "pôr na mesa" em Copenhague pelo menos US$ 10 bilhões.

A secretaria-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática vem insistindo que o custo de combater o aquecimento global precisa ser dividido, e que o dinheiro deve ser usado para ajudar países em desenvolvimento.

Além disso, a secretaria sustenta que os principais países também devem estar dispostos a assinar um acordo com metas para redução de emissões de gases.

Em seu relatório de 2007, o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) recomendou reduções de 25% a 40% nas emissões até 2020, para manter o aquecimento global dentro dos limites considerados aceitáveis pelos cientistas.

sábado, 8 de agosto de 2009

Amazônia pode ter o dobro de espécies de pássaros do que se pensava

Cantos diferentes revelam que aves 'iguais' são de espécies distintas.


Ouvindo passarinho nas matas da Amazônia o pesquisador Mario Cohn-Haft, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) fez uma descoberta que pode mudar muito o que se conhecia sobre as aves da região.

Ele percebeu que pássaros muito parecidos visualmente, considerados da mesma espécie, tinham cantos bem diferentes. Analisando o DNA dos animais, Cohn-Haft chegou à conclusão de que eram espécies distintas. “Em geral, quando há uma diferença de voz, há uma diferença molecular”, afirma.

A descoberta é uma reviravolta na catalogação das espécies amazônicas. Atualmente, há cerca de 1.300 pássaros conhecidos na região. Considerando as primeiras pesquisas já realizadas, que chegaram a desmembrar uma só espécie em oito novas, o pesquisador calcula que o número de passarinhos na Amazônia poderá chegar a 3.000.

“A previsão é de que mais que dobre o número de espécies sem que nenhuma nova espécie seja descoberta”, afirma, lembrando que os pássaros novos serão identificados a partir de animais já conhecidos.

A nova biodiversidade encontrada por Cohn-Haft está escondida principalmente em pássaros pequenos, que vivem em matas fechadas de terra firme. Para não confiar apenas nos ouvidos na hora de estabelecer a diferença entre os cantos dos animais, o pesquisador usa programas de computador que analisam a melodia emitida pelos bichos.

O cientista prevê que sejam necessários muitos anos para conseguir pesquisar mais de 1.700 novos tipos de aves. “O trabalho é caro e lento. Nossa grande preocupação é se o homem vai destruir em um ritmo mais rápido [essas novas espécies] do que estamos descobrindo”, alerta.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Aquecimento global ameaça sobrevivência de tribo no Xingu

Base da alimentação, peixes estão desaparecendo dos rios.


Enquanto os jovens da tribo Kamaiurá, nus e pintados, se preparam para os jogos de guerra ritualizados de um festival, eles finalizam seu assustador canto com um som de sopro – uma tentativa simbólica de eliminar o odor de peixe, para que não sejam detectados pelos inimigos. Durante séculos, peixes de lagos e rios da selva têm sido o principal item da alimentação dos kamaiurás, e a mais importante fonte de proteína.

Porém, o cheiro de peixe já não é mais um problema para os guerreiros. O desmatamento, e, segundo sustentam alguns cientistas, as mudanças climáticas globais, estão deixando a região amazônica mais seca e mais quente, dizimando populações de peixes e colocando em risco a própria existência dos kamaiurás. Assim como outras pequenas culturas indígenas do mundo todo, com pouco dinheiro ou sem capacidade de se mover, eles estão lutando para se adaptar às mudanças.

Nós, os macacos velhos, aguentamos a fome, mas os pequenos sofrem – estão sempre pedindo mais peixe", disse Kotok, o chefe da tribo, parado em frente a uma cabana contendo as flautas sagradas da tribo, numa noite recente. Ele usava uma camiseta sobre a vestimenta tradicional da tribo, que é basicamente nada.

Kotok, que, como todo kamaiurá, possui apenas um nome, contou que os homens agora pescam noites inteiras sem uma mordida em suas iscas, em riachos onde os peixes costumavam ser abundantes. Todos nadam com segurança em lagos que, antes, transbordavam de piranhas.

Responsável por três esposas, 24 filhos e centenas de outros membros da tribo, ele disse que sua existência, antes idílica, havia se tornado um pesadelo. "Estou estressado e inquieto – tudo mudou tão depressa. A vida se tornou muito dura", disse, em português, falando através de um intérprete. "Como chefe, tenho de ter visão e olhar a estrada mais adiante, mas não sei o que acontecerá com meus filhos e netos".

Extinção cultural
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas diz que até 30% dos animais e plantas enfrentam um risco elevado de extinção, caso as temperaturas globais subam dois graus Celsius nas próximas décadas.

Contudo, antropólogos também temem uma onda de extinções culturais em dezenas de pequenos grupos indígenas – a perda de suas tradições, suas artes, sua linguagem. "Em alguns lugares, as pessoas terão de sair para preservar sua cultura", disse Gonzalo Oviedo, conselheiro-sênior de política social na União Internacional para Conservação da Natureza, em Gland, na Suíça. "Mas alguns grupos pequenos e marginais vão ser assimilados e desaparecer".

Almoço de macacos
Para se virar sem os peixes, as crianças estão comendo formigas em seu tradicional e esponjoso pão achatado, feito de sua farinha de mandioca tropical. "Não há muitas por aí, pois as crianças as comeram", disse Kotok sobre as formigas. Algumas vezes, membros da tribo matam macacos para comer sua carne.

Porém, segundo o chefe, "você precisa comer 30 macacos para encher o estômago". Vivendo no meio da floresta, com pouco dinheiro e nenhum transporte, apontou ele, "não temos como ir à loja de mantimentos buscar arroz e feijão para substituir o que está faltando". Tacuma, o velho pajé da tribo, disse que a única ameaça rivalizando com a mudança climática foi o vírus do sarampo, que chegou ao centro da Amazônia em 1954, matando mais de 90% dos kamaiurá.

Tribos do gelo
Culturas ameaçadas pela mudança climática permeiam todo o mundo. Elas incluem habitantes de florestas tropicais como os kamaiurá, que enfrentam a diminuição dos suprimentos de comida, comunidades árticas remotas, onde as únicas estradas eram rios congelados que hoje fluem na maior parte do ano, e residentes de ilhas baixas, cuja terra é ameaçada pela alta dos mares.

Muitos povos indígenas dependem intimamente dos ciclos da natureza e tiveram de se adaptar às variações climáticas – uma estação de seca, por exemplo, ou um furacão que mata animais. Globalmente, entretanto, a mudança é grande, rápida e inevitável, levando a apenas uma direção: um clima mais quente.

Assentamentos de esquimós, como Kivalina e Shishmaref, no Alasca, estão "literalmente sendo varridos do mapa", disse Thomas Thornton, antropólogo que estuda a região. É que o gelo do mar, que há muito protegia sua costa, está derretendo, e os mares ao redor estão aumentando.

Sem gelo endurecido fica difícil, quando não impossível, caçar focas, um pilar da alimentação tradicional. Alguns grupos esquimós estão processando poluidores e nações desenvolvidas, exigindo indenizações e ajuda na adaptação.

"Na opinião deles, eles não causaram o problema. Porém, seu estilo de vida está sendo ameaçado pela poluição dos países desenvolvidos", disse Thornton, pesquisador do Environmental Change Institute, na Universidade de Oxford. "O recado é que isso diz respeito a pessoas, e não apenas ursos polares e vida selvagem".

Acordo internacional
Em dezembro passado, durante negociações climáticas em Poznan, na Polônia, a Organização das Nações Unidas criaram um "fundo de adaptação", pelo qual as nações ricas poderiam, em teoria, ajudar os países pobres a se adaptar às mudanças climáticas.

No entanto, as contribuições são voluntárias, e até agora não houve nenhuma, explica Yvo De Boer, secretário-executivo da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. "Ajudaria muito se os países ricos pudessem assumir compromissos financeiros", disse.

Migração impossível
Ao longo da história, a reação final de culturas indígenas ameaçadas por condições climáticas insustentáveis, ou conflitos políticos, sempre foi se mudar. Hoje, entretanto, isso muitas vezes não é possível.

As terras ao redor dos nativos estão geralmente ocupadas por uma população em expansão, e grupos que já foram nômades estão se estabilizando, construindo casas e escolas, e até mesmo declarando a criação de um estado. Para os kamaiurás, as opções parecem limitadas. Eles vivem no meio do Parque Indígena Xingu, um vasto território que já foi escondido pela floresta, mas que hoje é cercado por fazendas e ranchos.

Desmatamento
Cerca de 12.950 quilômetros quadrados de floresta amazônica estão sendo desmatados anualmente, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Com muito menos verde, há menos umidade no ciclo de água regional, trazendo imprevisibilidade a chuvas sazonais e deixando o clima mais seco e quente.

Isso alterou os ciclos da natureza que há muito regulavam a vida kamaiurá. Eles acordam com o sol e não possuem refeições definidas, comendo quando sentem fome. Os estoques de peixe começaram a escassear na década de 1990, e "simplesmente desmoronaram" a partir de 2006, disse Kotok.

Com temperaturas mais altas, menos chuva e menos umidade na região, os níveis da água nos rios estão extremamente baixos. Os peixes não conseguem chegar a seus locais de desova. No ano passado, pela primeira vez, a praia do lago próximo à aldeia não estava coberta por água na estação chuvosa, tornando inútil o método da tribo para capturar tartarugas – colocando comida em buracos que se enchem, atraindo os animais.

Ciclos alterados
A agricultura da tribo também sofreu. Durante séculos, os kamaiurás faziam suas plantações quando determinada estrela aparecia no horizonte. "Quando ela aparecia, as pessoas celebravam, pois era o sinal para se plantar mandioca, já que viria o vento e as chuvas", lembra Kotok.

Porém, há sete ou oito estações, a aparição da estrela deixou de ser seguida por chuva, uma divergência fatal, forçando a tribo a adaptar seu calendário. Desde então, tudo tem sido um jogo de tentativa e erro. No ano passado, famílias tiveram de plantar sua mandioca quatro vezes – ela morreu em setembro, outubro de novembro, por falta de umidade no solo.

Somente em dezembro o plantio prosperou. O milho também fracassou, conta Mapulu, irmã do chefe. "Ele brotou e secou", disse ela. Especialista em plantas medicinais, Mapulu conta que uma raiz usada para tratar diarreia e outras doenças se tornou praticamente impossível de encontrar, pois a vegetação da floresta havia mudado.

A grama que eles usavam para unir as colunas principais de suas cabanas também se tornou difícil de achar. Contudo, talvez o maior medo dos kamaiurás sejam os incêndios florestais de verão. Antes úmida demais para queimar, a floresta aqui está em perigo pelo clima seco. Em 2007, o Parque Indígena Xingu pegou fogo pela primeira vez.

Milhares de acres foram destruídos. "Todo o Xingu estava queimando – isso machucou nossos pulmões e olhos", diz Kotok. "Não tínhamos para onde escapar. Nós sofremos junto com os animais".

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Incêndio devasta área equivalente a Brasília em terra indígena de MT

Há um mês, fogo consome região de cerrado de difícil acesso.


Um incêndio de dezenas de quilômetros quadrados consumiu boa parte da terra indígena Utiariti, em Mato Grosso, e quase ninguém viu. Desde o início de julho, o sistema de monitoramento de queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já identificou 303 focos de queimada na mata, mas equipes de combate ao fogo não foram acionadas para combatê-los.

O pico do incêndio ocorreu em 30 de julho, mas focos de fogo ainda são detectados pelos satélites. Segundo o coordenador do monitoramento de queimadas do Inpe, Alberto Setzer, não é possível medir com precisão a área que foi queimada, mas nas fotos espaciais se vê uma mancha preta extensa na vegetação, indicando que muitos quilômetros quadrados pegaram fogo.

Acesso difícil
Até o momento, ninguém trabalha para combater o incêndio. Segundo o responsável pelo posto da Funai dentro da terra indígena, Joelson Avelino Kinizokemaece, a fumaça pode ser vista a cerca de cem quilômetros de distância. “Achamos que o fogo tinha acabado na sexta-feira à noite, mas não acabou”, afirma.

Kinizokemaece pretende pedir apoio das brigadas de incêndio da região para aplacar as chamas. De acordo com ele, o local do incêndio é formado por uma vegetação de cerrado bem fechada, sem estradas ou aldeias por perto.

“O acesso até esse fogo é difícil”, informa. Segundo Elmo Monteiro, chefe do Prevfogo – órgão federal que coordena o combate a incêndios florestais –, os brigadistas ligados ao Ibama só podem agir quando acionados por meio da Funai, já que não podem entrar em terras indígenas sem autorização. “Por enquanto, não recebemos solicitação de apoio”, informou.

O major bombeiro Agnaldo Pereira, superintendente da Defesa Civil em Mato Grosso, informa que há pessoal e equipamento disponível para agir contra o fogo, mas faz a mesma ressalva de Monteiro. "Terra indígena é de responsabilidade do governo federal. Há uma série de restrições para entrar lá", diz.

Sem controle
Pedro Zunizakai, indígena que vive na aldeia Bakawal, dentro da terra indígena, explica que o fogo teria começado por causa de moradores de uma aldeia vizinha chama Quatro Cachoeiras.

“Um vizinho nosso foi pescar e acho que ele tacou fogo. Quando saiu da pescaria, fez isso para limpar e ter uma saída do rio. Começou na beira e subiu para o cerrado. Ele pensou que ia queimar só uma parte, mas continuou até agora”, relata.

Segundo Pedro, a Funai treinou os índios da reserva para combater o fogo, mas não há um funcionário da fundação para coordenar o trabalho de contenção do incêndio e, por isso, nada está sendo feito. “Até agora (segunda-feira, 03) não compareceu ninguém”, diz.

A aldeia Bakawal, segundo Pedro, tem 72 moradores. Ele calcula que o fogo esteja a cerca de 30 quilômetros do local. “A fumaça não chegou na aldeia, mas escureceu o tempo”, conta. A queimada é muito grande, de acordo com o índio pareci: “Dá até medo”, diz.

domingo, 2 de agosto de 2009

Com diminuição das chuvas na Amazônia aumentam as queimadas, alerta Inpe

Governo prepara brigadas de combate ao fogo na região.


A época com menos chuvas na Amazônia já começou e, por isso, tem aumentado também a incidência de queimadas na região.

A maior presença de focos de fogo é claramente observável na região do “arco do desmatamento”, faixa que se estende por todo o limite sul e leste do bioma amazônico, onde a floresta faz transição para o cerrado, paisagem natural também muito afetada pelas queimadas.

Em comparação a junho, o mês de julho teve um aumento de mais de 100% nos focos de queimada detectados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na Amazônia Legal. Em comparação ao mês anterior, o aumento foi ainda maior - mais de 650%.

No final do mês de julho, apareceram até alguns focos no Amazonas, em regiões centrais da floresta, mais úmidas, como Autazes, Urucará e Presidente Figueiredo, que, segundo o Inpe, estão há mais de 20 dias sem chuva.

Como o aumento e posterior redução das queimadas é um fenômeno que acontece todos os anos, os órgãos ambientais já contam com isso e fazem planos para tentar minimizar o dano à floresta.

Elmo Monteiro, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que faz parte do Ibama, aponta que novas brigadas estão sendo organizadas nos estados amazônicos para entrar em ação já a partir da próxima semana.

O Prevfogo é sediado em Brasília e conta com coordenações estaduais que avisam as brigadas sobre os incêndios detectados por satélite. “Os brigadistas estão espalhados pelos municípios mais afetados pelo desmatamento”, explica Monteiro.

Bombeiros
Além dos brigadistas do Prevfogo, que recebem treinamento e equipamento para combate a incêndios florestais, o sistema conta também com a colaboração dos bombeiros de cada estado. “Mas há muitos municípios que não têm bombeiros. Aí fica a cargo apenas dos brigadistas”, comenta.

O chefe do Prevfogo explica que está em curso um programa de conscientização dos agricultores da região, em parceria com a Embaixada da Itália, para alertá-los para os riscos do uso do fogo para limpar terrenos, em especial na época mais seca do ano.

“Muitos deles acham que quanto mais seca está a vegetação, melhor, porque queima mais rápido. Só que o fogo queima a área dele, a do vizinho e por aí vai”, comenta.Monteiro diz que o fogo florestal de origem natural, causado, por exemplo, por raios, raramente acontece.

“Geralmente as queimadas ocorrem pelo mau uso do fogo”, aponta. Segundo ele, os pequenos agricultores acabam causando mais queimadas porque não têm recursos para compra de equipamentos para limparem suas áreas de plantação.

sábado, 1 de agosto de 2009

Imazon detecta aceleração da devastação nas margens de rodovia federal


Em poucos meses, uma área de floresta equivalente a 60 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi destruída nas margens da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA). Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Imazon (Instituto do Homem e meio Ambiente da Amazônia), apenas três municípios paraenses, próximos a essa estrada, concentraram 95,1 km² de florestas derrubadas.


Os números fazem parte do estudo mensal sobre desmatamento publicado pela ONG. Segundo o Imazon, em junho a floresta amazônica perdeu 150 km². O número representa queda de 75% em relação a junho de 2008, quando o desmatamento somou 612 quilômetros quadrados. Quando comparado com os últimos 11 meses, o número apresenta queda de 74%. De agosto de 2008 a junho de 2009, o desmatamento acumulado foi de 1.234 km², contra 4.755 km² no período anterior.

Na medição de junho, o estado que apresentou maior devastação foi o Pará (121 km²), seguido de Mato Grosso (11 km²), Rondônia (11 km²), Amazonas (5 km²), Tocantins (2 km²) e Acre (0,3 km²). No Amapá não foi detectado desmatamento, enquanto a porção maranhense pertencente à Amazônia Legal não foi analisada pela ONG. A cobertura de nuvens prejudicou a visibilidade dos satélites, pois cobriu 58% de toda a região.

Estrada da destruição
Os municípios de Novo Progresso, Altamira e Itaituba, no Sul do Pará, ficaram no topo da lista de devastação. O desmatamento nesses locais seguiu a rota de BR-163, e invadiu a Floresta Nacional de Jamanxim, que perdeu 18,8 km² de matas na medição realizada em junho. Para o pesquisador Adalberto Veríssimo, um dos responsáveis pelo levantamento, esse local é hoje o epicentro do desmatamento da Amazônia.

“Há uma corrida muito forte de especulação de terras naquela região, e a maneira de legitimar posses é desmatando”, afirma. Segundo o cientista do Imazon, os desmatadores da Floresta de Jamanxim têm esperanças de que o governo cancele parte da reserva, assim como foi feito em Rondônia, onde parte da Floresta Nacional do Bom Futuro foi trocada por uma reserva estadual, beneficiando invasores.

Queda do desmatamento
Veríssimo endossa as declarações do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que o desmatamento entre agosto de 2008 e julho de 2009 será o menor já identificado nos últimos 20 anos, pois as últimas medições do Imazon indicam uma queda muito forte no ritmo de destruição.

O pesquisador alerta, contudo, que no final deste ano o desmatamento pode subir novamente. O crescimento da economia, somado a um verão seco, podem estimular o corte das árvores. Além disso, Veríssimo aponta a proximidade das eleições como um dos fatores que aumentam a devastação “Infelizmente, a floresta é barganhada”, afirma.