quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Comer menos carne ajuda o planeta e o coração, afirma estudo

Passar por cima da terceira porção de carne assada, salvar o planeta e fazer um favor ao seu coração, simultaneamente.

Esse é o conselho de Alan Dangour, da London School of Hygiene and Tropical Medicine e colegas que, juntos, exploraram o potencial da indústria do gado no Reino Unido, a fim de ajudar a reduzir as emissões de carbono pela metade até 2030, em relação aos níveis de 1990, além de fazer uma avaliação sobre os efeitos na saúde da nação.

Eles descobriram que a indústria poderia reduzir as suas emissões, mas apenas se o gado consumido e produzido no Reino Unido fosse reduzido em 30%. Fazendas também poderiam otimizar a eficiência energética, por exemplo, capturando carbono em adubos.

Os cortes nos gastos de saúde seriam consideráveis: 18 mil pessoas deixariam de morrer prematuramente em decorrência de ataques cardíacos --uma redução de 17%--, assim como haveria menos ingestão de gorduras saturadas, tipicamente encontradas nas gorduras da carne.

Os efeitos não se limitariam apenas às nações ricas. A equipe descobriu que o Brasil poderia alcançar os mesmos benefícios de saúde. "Nós não estamos dizendo para que sejam vegetarianos, estamos falando em reduzir a quantidade de produção e de consumo", diz Dangour. A poupança poderia ser ainda maior, se as taxas de morte por câncer colorretal e obesidade forem incluídas, diz ele.

O agrônomo Kenneth Cassman, da Universidade de Nebraska, alerta que o corte na produção em uma região pode impulsioná-la em outro lugar, causando o efeito reverso: um aumento nas emissões globais.

"Reduzir a produção de produtos de origem animal em um país desenvolvido como o Reino Unido faz pouco para influenciar as tendências mundiais na produção e consumo, onde a maior parte do aumento na demanda, daqui e até 2050, virá de países em desenvolvimento", diz ele.

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