segunda-feira, 27 de julho de 2009

Moradores dos distritos de Extrema e Califórnia ameaçam fechar Br-364


A região de Ponta de Abunã, distante 325 quilômetros de Porto Velho, na divisa com o Estado do Acre, reclama mais uma vez do abandono e da falta de assistência que a prefeitura da Capital não oferece as 4 mil famílias que residem nos distritos de Fortaleza do Abunã, Vista Alegre do Abunã, Extrema, Nova Califórnia.
Os moradores da região ameaçam interditar na primeira semana de agosto por tempo indeterminado a BR-364, na tentativa de convencer as autoridades a marcar um plebiscito criando ali um novo município.Ponta do Abunã com uma área de 5.259 quilômetros quadrados, representando 15,5% do território de Porto Velho, contribuindo com 33,3% de arrecadação deste município, sofre com a falta de assistência nas áreas de saúde, educação e infra-estrutura.

No entanto, essa região que possuí mais de 450 mil cabeças de bovinos e produz diariamente mais de 12 mil litros de leite dia, envia seus pacientes e contribuintes para serem atendidos no Estado do Acre.

Revolta
Um grupo de pessoas revoltado com o estado de abandono que se encontra a região criou o movimento popular “Pró Emancipação do Abunã” lideradas pelos empresários Raimundo Ferreira Neto, Aparecido Bispo de Oliveira e Jonas Rodrigues de Lima. Eles formalizaram por meio de um documento com centenas de assinaturas, o pedido para a realização de um plebiscito.

O documento foi endereçado aos presidentes do Tribunal Superior Eleitoral, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Assembléia Legislativa de Rondônia, ao ministro da Justiça e aos governadores de Rondônia e Acre, e outras autoridades.Para Raimundo Ferreira Neto, “a população está revoltada e vamos fechar a Br 364 em sinal de protesto e as autoridades estão avisadas”.

Nos comércios e residências, as faixas sinalizam o descontentamento dos habitantes da região onde se lê: “Plebiscito já.” A população clama que o TRE “honre o compromisso marcando a data do plebiscito,” acentua Raimundo. Aparecido Bispo de Oliveira, entende que o Estado de Rondônia, pode legislar criando um município em Ponta do Abunã, sem contrariar a legislação federal. Ele mostra que nos últimos cinco anos foram criados 57 novos municípios, em outros estados.

Logística
O coordenador de logística do grupo, Jonas Rodrigues de Lima, diz: “não tenho mais nada a perder, depois deste movimento vendo tudo o que tenho aqui e vou embora. São 17 anos de trabalho.”

A logística deles é de impressionar, mais de mil homens estão dispostos a ocupar a Br 364. 15 reses estão à disposição para ser abatidas e transformadas em alimentos. 2 mil litros de óleo diesel para abastecer os ônibus e caminhões que vão transportar as famílias das glebas e linhas.

O líder da tribo indígena Caxarari, Ari Ferreira Simão diz que mobilizará 300 índios armados para apoiar o movimento. Ainda de acordo com Jonas Rodrigues de Lima, 600 sem terras que estão acampados do ouro lado da fronteira em território Acreano, vão participar engrossando o protesto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tenho certeza que toda a população tem todo direito de chamar atenção para um problema que a maioria dos interiores de Porto Velho enfrenta.Em epoca de eleição os candidatos vão lá e ilude o povo que vai emancipar tudo lorota por isso, e se teoricamente os governantes não olham para extrema pelo menos na pratica isso pode surtir algum efeito positivo para Extrema.