quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ribeirinhos fazem pesca inteligente do pirarucu nos rios da Amazônia

Projeto é desenvolvido com sucesso pela ONG WWF-Brasil nos Estados do Acre e Rondônia


Em Rondônia, em um trecho de floresta ainda intacto, uma comunidade ribeirinha tenta explorar a natureza sem destruí-la. Preocupados com o volume de peixes da região, que vem diminuindo ano após ano, os moradores da reserva extrativista de Cuniã resolveram fazer a pesca inteligente do pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo.

Sem usar redes, para não capturar os animais menores, os moradores da reserva andam de canoa e caçam o pirarucu com arpões. Adenias, pescador experiente, trabalha com a pesca desde os 13 anos de idade, mas não acha nada fácil pegar o peixe gigante. “Ele bóia, você arpoa na direção daquela borbulha. A vista tem que ser boa", ensina. Os caboclos já sabem que a pesca predatória é ruim para a região. "A gente só vive da pesca e a população do Lago do Cuniã está aumentando muito".

O projeto também é desenvolvido com sucesso pela ONG WWF-Brasil no Estado do Acre. Nos municípios de Manoel Urbano e Feijó os comunidade, gestores, IBAMA e Secretaria de Agricultura e Produção Familiar (Seaprof) realizam todo ano o manejo do pirarucu.

Caça de jacarés
Cerca de 400 pessoas vivem na reserva extrativista. Um dos grandes medos da população pode ser também uma solução econômica. Ele se chama jacaré-açu. Há cinco anos, um desses animais matou uma criança de sete anos que brincava no rio. A população do animal cresceu muito desde que o Ibama proibiu a caça.

A comunidade pretende, com autorização dos órgãos ambientais, ter direito a explorar o jacaré-açu. Foi criada uma área na vila de moradores para o abate e o beneficiamento do couro do animal. O trabalho vai respeitar todas as normas.

“No tanque de decantação virá toda a salmoura, todo o resíduo que não vai ser aproveitado do jacaré. Serão eliminados todos os produtos, para que não polua o rio nem o solo”, mostra um morador. “

O manejo de pesca pretende atuar no tripé da sustentabilidade. Que manejo da pesca seja ecologicamente correto, ou seja, respeite a capacidade de recuperação do ambiente. Que seja economicamente justo, que gere um beneficio interessante e justo para esse pescador, que seja correto, que gere beneficio para o pescador como para a comunidade como um todo”, diz um representante da ONG WWF-Brasil.

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