quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ribeirinhos fazem pesca inteligente do pirarucu nos rios da Amazônia

Projeto é desenvolvido com sucesso pela ONG WWF-Brasil nos Estados do Acre e Rondônia


Em Rondônia, em um trecho de floresta ainda intacto, uma comunidade ribeirinha tenta explorar a natureza sem destruí-la. Preocupados com o volume de peixes da região, que vem diminuindo ano após ano, os moradores da reserva extrativista de Cuniã resolveram fazer a pesca inteligente do pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo.

Sem usar redes, para não capturar os animais menores, os moradores da reserva andam de canoa e caçam o pirarucu com arpões. Adenias, pescador experiente, trabalha com a pesca desde os 13 anos de idade, mas não acha nada fácil pegar o peixe gigante. “Ele bóia, você arpoa na direção daquela borbulha. A vista tem que ser boa", ensina. Os caboclos já sabem que a pesca predatória é ruim para a região. "A gente só vive da pesca e a população do Lago do Cuniã está aumentando muito".

O projeto também é desenvolvido com sucesso pela ONG WWF-Brasil no Estado do Acre. Nos municípios de Manoel Urbano e Feijó os comunidade, gestores, IBAMA e Secretaria de Agricultura e Produção Familiar (Seaprof) realizam todo ano o manejo do pirarucu.

Caça de jacarés
Cerca de 400 pessoas vivem na reserva extrativista. Um dos grandes medos da população pode ser também uma solução econômica. Ele se chama jacaré-açu. Há cinco anos, um desses animais matou uma criança de sete anos que brincava no rio. A população do animal cresceu muito desde que o Ibama proibiu a caça.

A comunidade pretende, com autorização dos órgãos ambientais, ter direito a explorar o jacaré-açu. Foi criada uma área na vila de moradores para o abate e o beneficiamento do couro do animal. O trabalho vai respeitar todas as normas.

“No tanque de decantação virá toda a salmoura, todo o resíduo que não vai ser aproveitado do jacaré. Serão eliminados todos os produtos, para que não polua o rio nem o solo”, mostra um morador. “

O manejo de pesca pretende atuar no tripé da sustentabilidade. Que manejo da pesca seja ecologicamente correto, ou seja, respeite a capacidade de recuperação do ambiente. Que seja economicamente justo, que gere um beneficio interessante e justo para esse pescador, que seja correto, que gere beneficio para o pescador como para a comunidade como um todo”, diz um representante da ONG WWF-Brasil.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Grilagem de terras favorece desmatamento em Rondônia

Estado já perdeu 38% de sua cobertura florestal.


Quarenta anos de desmatamento, queimadas e rebanhos ilegais: quase metade da floresta amazônica existente em Rondônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento.

Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.

Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.

Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho é possível encontrar gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Vivem ali 3.500 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.

“Eu nunca tinha trabalhado na roça, mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia”, aponta o agricultor. Mas nem todos foram enganados.

“Achei que aqui era uma terra da União, como eu acho que é até hoje”, diz Eliseu, que mora há seis anos dentro da floresta nacional e não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda. “Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não têm documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso”, justifica. Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha.

Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: “Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Moradores dos distritos de Extrema e Califórnia ameaçam fechar Br-364


A região de Ponta de Abunã, distante 325 quilômetros de Porto Velho, na divisa com o Estado do Acre, reclama mais uma vez do abandono e da falta de assistência que a prefeitura da Capital não oferece as 4 mil famílias que residem nos distritos de Fortaleza do Abunã, Vista Alegre do Abunã, Extrema, Nova Califórnia.
Os moradores da região ameaçam interditar na primeira semana de agosto por tempo indeterminado a BR-364, na tentativa de convencer as autoridades a marcar um plebiscito criando ali um novo município.Ponta do Abunã com uma área de 5.259 quilômetros quadrados, representando 15,5% do território de Porto Velho, contribuindo com 33,3% de arrecadação deste município, sofre com a falta de assistência nas áreas de saúde, educação e infra-estrutura.

No entanto, essa região que possuí mais de 450 mil cabeças de bovinos e produz diariamente mais de 12 mil litros de leite dia, envia seus pacientes e contribuintes para serem atendidos no Estado do Acre.

Revolta
Um grupo de pessoas revoltado com o estado de abandono que se encontra a região criou o movimento popular “Pró Emancipação do Abunã” lideradas pelos empresários Raimundo Ferreira Neto, Aparecido Bispo de Oliveira e Jonas Rodrigues de Lima. Eles formalizaram por meio de um documento com centenas de assinaturas, o pedido para a realização de um plebiscito.

O documento foi endereçado aos presidentes do Tribunal Superior Eleitoral, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Assembléia Legislativa de Rondônia, ao ministro da Justiça e aos governadores de Rondônia e Acre, e outras autoridades.Para Raimundo Ferreira Neto, “a população está revoltada e vamos fechar a Br 364 em sinal de protesto e as autoridades estão avisadas”.

Nos comércios e residências, as faixas sinalizam o descontentamento dos habitantes da região onde se lê: “Plebiscito já.” A população clama que o TRE “honre o compromisso marcando a data do plebiscito,” acentua Raimundo. Aparecido Bispo de Oliveira, entende que o Estado de Rondônia, pode legislar criando um município em Ponta do Abunã, sem contrariar a legislação federal. Ele mostra que nos últimos cinco anos foram criados 57 novos municípios, em outros estados.

Logística
O coordenador de logística do grupo, Jonas Rodrigues de Lima, diz: “não tenho mais nada a perder, depois deste movimento vendo tudo o que tenho aqui e vou embora. São 17 anos de trabalho.”

A logística deles é de impressionar, mais de mil homens estão dispostos a ocupar a Br 364. 15 reses estão à disposição para ser abatidas e transformadas em alimentos. 2 mil litros de óleo diesel para abastecer os ônibus e caminhões que vão transportar as famílias das glebas e linhas.

O líder da tribo indígena Caxarari, Ari Ferreira Simão diz que mobilizará 300 índios armados para apoiar o movimento. Ainda de acordo com Jonas Rodrigues de Lima, 600 sem terras que estão acampados do ouro lado da fronteira em território Acreano, vão participar engrossando o protesto.

sábado, 25 de julho de 2009

Índios isolados do Acre

Texto: Edmilson Ferreira
Foto: Gleílson Miranda


As incursões realizadas em 2008 e 2009 ao alto rio Envira confirmaram ao sertanista José Carlos dos Reis Meirelles que há uma intensa movimentação de índios isolados na fronteira do Brasil, no estado do Acre, com o Peru. A população dos isolados, estimada por Meirelles, dobrou nos últimos anos por conta, principalmente, da demarcação de terras indígenas e da política de proteção a cargo da Frente de Proteção Etnoambiental Rio Envira.

Localizada na foz do rio Xinane, no Município de Feijó, a base da Frente foi criada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 1987 e hoje também conta com um posto de vigilância no alto rio Tarauacá.

Há cinco anos o próprio sertanista foi flechado no rosto, provavelmente por índios temerosos dos brancos que neles atiravam de espingarda durante caçadas na mata. Desde esse episódio, as políticas oficiais de proteção garantiram uma paz que permitiu que a população dos três grupos de isolados já identificados por Meirelles se elevasse para pelo menos quinhentos índios.

Um quarto povo, caçador e nômade, os Mashco-Piro, percorre amplas extensões da floresta em ambos os lados da fronteira e, no verão, costuma acampar em pequenos tapiris nas praias para coletar ovos de tracajá.

Apesar de hoje ser nitidamente favorável no Estado do Acre, a situação dos isolados pode mudar a qualquer momento devido, principalmente, à extração ilegal de madeiras nobres e ao tráfico de drogas no lado peruano.

A presença de madeireiros peruanos no Parque Nacional Alto Purus e em reservas territoriais criadas para a proteção dos isolados forçou, em 2007, a migração de um grupo de isolados para as cabeceiras do igarapé Xinane, na Terra Indígena Kampa e Isolados do Rio Envira, do lado brasileiro.

A solução para esses graves problemas, segundo Meireles, é o estabelecimento de acordos e ações conjuntos entre os governos brasileiro e peruano visando a vigilância dos limites das terras indígenas, reservas territoriais e unidades de conservação localizadas na fronteira comum, o combate à atividade madeireira ilegal e o incentivo a práticas sustentáveis de uso e conservação da floresta pelas comunidades locais.

Em 15 horas de sobrevoo, Meireles percorreu recentemente a região de fronteira acompanhado do Assessor Especial dos Povos Indígenas do Governo do Acre, Francisco Pianko. "Pela estrutura das malocas e o tamanho dos roçados, esses povos estão decididos a morar ali por muito tempo", disse Pianko.

"Mas eles têm necessidades e vão às comunidades em busca de ferramentas", observa. O desafio hoje é suprir essa demanda sem qualquer processo de atração. "A orientação do Governo do Acre é protegê-los onde estão, apoiando o trabalho da Frente da Funai para a sua proteção do territórios dos isolados e para que as comunidades indígenas e de brancos do entorno compreendam e participem dessa política de proteção".

Três grupos em 10 malocas e 75 casas

Malocas indígenas mostram a existência dos grupos isolados (Foto: Gleilson Miranda/Secom) De acordo com a Coordenação Geral de Índios Isolados (CGII), da Funai, existem hoje pelo menos 60 evidências de índios isolados, como são chamados aqueles índios que ainda procuram manter distância das ameaças representadas por diferentes atividades econômicas.

A contagem realizada há uma semana indica que a população de isolados não pára de crescer e há um processo de imigração do Peru para o Acre. Sem contar os Mashco-Piro, já são pelo menos quinhentas pessoas vivendo em dez malocas (conjunto de cabanas) estabelecidas em diferentes aldeias. Esta pode constituir uma das maiores populações de isolados na Amazônia brasileira e em todo o planeta.

Os principais agrupamentos de malocas estão localizados nas cabeceiras dos igarapés Xinane e Riozinho, afluentes do rio Envira, e na cabeceira do igarapé Paranazinho, afluente do rio Humaitá. As principais malocas estão distantes a mais de 100 quilômetros umas do outro, o que pode indicar de que se trata de povos diferentes.

Os isolados vivem hoje em três terras indígenas demarcadas pela Funai (TI Alto Tarauacá, TI Kampa e Isolados do Rio Envira, e TI Riozinho do Alto Envira), com extensão agregada de 627 mil hectares. Outras seis terras indígenas e o Parque Estadual Chandless são também usados pelos isolados para caçar, pescar e extrair vários produtos da floresta.

Os isolados do Acre vivem tempos de paz e prosperidade, com famílias cada vez mais numerosas. Extensas áreas de cultivo, com roçados que chegam a cinco hectares, são a confirmação de que, a partir das intervenções da Funai, em parceria com o governo estadual, os grupos se sentem seguros e estão implantando atividades de longo prazo. Eles cultivam macaxeira, milho, algodão, banana, mamão, cará, urucum e outros produtos.

O algodão, para a produção de redes e outros tecidos, também está presente. As derrubadas dos roçados são feitas na maioria dos casos com facões e machados roubados de casas de famílias Kaxinawá, Ashaninka e Madijá e de seringueiros e agricultores que vivem no entorno dessas terras indígenas.

Para evitar esses saques, e possíveis conflitos, a Funai optou, nos últimos cinco anos, por realizar dois sobrevoos, nos quais foram lançados machados e terçados para que os isolados cultivem seus roçados. Em outubro passado, o Governo do Acre e a Presidência da Funai assinaram Termo de Cooperação Técnica, que contempla uma agenda para o fortalecimento das ações Frente de Proteção Ambiental, com a instalação de novo posto de vigilância, expedições terrestres e sobrevôos de monitoramento e a realização de oficinas de sensibilização nas comunidades indígenas que compartilham terras com os isolados e que vivem no seu entorno.

Recursos financeiros do Plano de Valorização dos Povos Indígenas do Acre, lançado em abril passado pelo governador Binho Marques, e de emenda parlamentar da Senadora Marina Silva serão destinados a essas atividades até o ano que vem. "O Acre faz o dever de casa", repete o sertanista Meirelles.

El Niño pode trazer seca ao nordeste e à Amazônia, diz agência dos EUA

Fenômeno também poderá provocar enchentes no sul do país.


A chegada do fenômeno climático El Niño poderá provocar seca no nordeste brasileiro e na região amazônica e enchentes no sul do país entre o fim deste ano e o começo de 2010, segundo avaliação da agência nacional e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
Após registrar um aumento constante das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico central nos últimos seis meses, a NOAA confirmou o início do El Niño.

O fenômeno climático é caracterizado pelo aumento das temperaturas na zona equatorial do Pacífico, que ocorre a cada quatro ou cinco anos e afeta o clima em todo mundo.
Para muitos, a simples menção ao El Niño é um sinal de alarme. Há pouco mais de uma década, entre 1997 e 1998, ocorreu um dos mais fortes El Niño da história, com catástrofes climáticas que deixaram milhares de mortos.

Danos
As inundações nas Américas (que afetaram principalmente vastas regiões do Chile, da Bolívia, do Equador e dos Estados Unidos) e na África destruíram colheitas na maioria dos países afetados.
As secas se propagaram pela Austrália e partes do sudeste asiático, provocando incêndios florestais. O fenômeno afetou ainda a pesca na América do Sul, por conta da redução nos estoques de peixes.

O furacão Mitch, em 1998, cuja força também foi relacionada ao fenômeno climático, provocou intensas inundações na América Central que deixaram mais de 9 mil mortos.
Calcula-se que os danos totais provocados pelo El Niño em todo o mundo chegaram a US$ 34 bilhões.

Prognósticos
Ainda é cedo para prever se o fenômeno neste ano terá uma força semelhante à da década passada, mas os prognósticos da NOAA refletem um consenso sobre o seu crescimento e o seu desenvolvimento.

"As condições atuais e as tendências recentes favorecem o desenvolvimento contínuo de um fortalecimento de leve a moderado do El Niño até o outono de 2009 no hemisfério norte, com possibilidade de fortalecimento a partir de então", diz a agência.

Segundo Michelle L'Heureux, diretora da NOAA para Previsão do El Niño, se a potência do fenômeno climático for de moderada a forte, "as condições no centro e no leste da Bacia Amazônica serão mais áridas que o normal entre novembro de 2009 e março de 2010, e entre janeiro e maio de 2010 estarão mais secas no nordeste do Brasil".

"Ao mesmo tempo, as condições estarão mais úmidas na costa oeste da América do Sul. O Equador e o norte do Peru o sentirão entre janeiro e abril de 2010, e o Uruguai, o nordeste da Argentina e o sul do Brasil entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010", disse L'Heureux à BBC.

Efeitos positivos
A pesar de a chegada do El Niño ser vista por muitos como um anúncio de tragédia a caminho, a especialista explica que os seus efeitos positivos ou negativos devem depender de sua força.

"O El Niño pode, por exemplo, trazer chuvas benéficas no fim do ano ao sudeste do Texas, que atualmente enfrenta uma seca. Mas se chover demais, isso pode se converter em uma ameaça, por causa das possíveis inundações", diz L'Heureux.

Outro possível efeito positivo, segundo ela, seria a redução da intensidade dos furacões no Caribe. L'Heureux diz ainda que não existem ainda evidências de que a incidência do El Niño poderia estar sendo reforçada pelo aquecimento global.

"O El Niño é um fenômeno natural que vem ocorrendo há milhares de anos. Até o momento não há evidências de uma relação entre esse fenômeno e as mudanças climáticas", diz ela.
"O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas diz claramente que não há indícios consistentes sobre futuras mudanças na amplitude ou na freqUência do El Niño no século 21", conclui.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Frente fria baixa as temperaturas no Acre

Uma massa polar que já atua no sul do país avança rapidamente e deve baixar a temperatura a partir de sexta-feira em todo o Acre. Segundo a Divisão de Meteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), os acrianos acordarão na sexta (24) com um clima bem mais ameno do que no dia anterior. Em Rio Branco, enquanto a quinta-feira tem previsão de máxima de 33°C, a sexta-feira terá queda na temperatura máxima para 26°C.
Já o auge da frente fria acontecerá no sábado, quando os termômetros irão baixar para até 15°C na capital e 14°C na região de Brasiléia, Xapuri e Assis Brasil. No restante do estado, a temperatura mínima irá variar entre 16°C e 19°C.
Como avança rápido, a massa de ar traz muitas nuvens carregadas, causando ventos e chuvas em boa parte do estado. O fenômeno deve começar a se dissipar no domingo, quando volta a esquentar. Mesmo assim, a noite ainda promete um clima mais agradável.
Segundo os meteorologistas, esse fenômeno deverá causar as temperaturas mais baixas do ano até agora.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Frente fria chega ao Acre na sexta-feira

De acordo com o meteorologista Davi Frialli, uma frente fria se aproxima do território acreano. A previsão é que a friagem chegue com força ao Estado nesta sexta-feira (24). Ainda segundo Davi Frialli, a mínima em Rio Branco pode chegar a 12 graus na madrugada de sábado, mas a sessão térmica será de 8 graus. As imagens de satélite ajudam a identificar o fenômeno típico da região nesta época do ano.

domingo, 19 de julho de 2009

Reabertura da BR-364 movimenta a economia de Rio Branco a Cruzeiro do Sul


Com a chegada do verão e a reabertura da BR-364 pelo governo do Estado a economia das regiões do Juruá e Vale do Acre serão aquecidas. O vai e vem de mercadorias, produtos e gêneros alimentícios impulsionam os mais diferentes setores da economia garantindo emprego e renda para milhares de trabalhadores.

Isso sem falar na obra de pavimentação da BR364 que soma cerca de R$ 700 milhões. Cada trecho fica sob a responsabilidade de uma empreiteira, que por sua vez contrata centenas de operários. De acordo com o diretor do Deracre, Marcus Alexandre, a partir desse ano a estrada não mais será fechada e o acesso pela rodovia vai acontecer o ano inteiro.

- Cada empresa ficará responsável por um lote. Esse trecho deve receber manutenção o ano inteiro até a pavimentação final da rodovia -, disse Marcus Alexandre.

sábado, 18 de julho de 2009

Cientistas querem descobrir remédios a partir de peixes amazônicos

Medicamentos e produtos veterinários serão estudados em Manaus.


Para quem não é biólogo, pode parecer uma insensatez gastar anos de estudo para entender como funcionam os sistemas de respiração dos peixes amazônicos. Adalberto Val, diretor do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), gastou mais de 20 anos de sua vida debruçado sobre esse assunto, e garante que, além de beneficiar os próprios peixes, suas pesquisas têm retorno para o ser humano.

Um grande passo para que isso aconteça está sendo dado por um centro de estudos criado há pouco tempo na Amazônia, o Adapta (Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia). Por meio da pesquisa de peixes e outros organismos aquáticos, cerca de cem cientistas se juntaram para descobrir substâncias medicinais.

A meta dos pesquisadores é, nos próximos três anos, já ter pelo menos dez substâncias de valor comercial. “Queremos produtos de importância veterinária e medicamentos, como antibióticos e hormônios de crescimento”, afirma Val. Como exemplo do que os peixes podem oferecer, o cientista afirma que há uma espécie que consegue sintetizar vitamina C. Com pesquisas, pode-se descobrir como o ser humano pode se beneficiar disso na sua alimentação.

De todas as cores e tamanhos
A possibilidade de descobrir essas substâncias nos peixes vem da extrema diversidade desses animais na Amazônia. “A região tem a maior quantidade de espécies de peixes de água doce no mundo”, afirma o diretor do Inpa. Além disso, a floresta agrega ambientes muito distintos, como rios caudalosos, florestas e campos inundados, e pequenos igarapés.

Toda essa mistura foi estudada durante muitos anos em diversas instituições. No Adapta, um banco de dados já está sendo estruturado para concentrar essas informações, tentando entender como os peixes conseguem suportar ambientes tão distintos, e como reagem a mudanças trazidas pelo homem, como a contaminação das águas e o desmatamento.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Municípios acrianos recebem treinamento do Sipam em Rio Branco

O objetivo do treinamento é difundir o uso de geotecnologias.

Inicia na próxima segunda (20), no horto florestal de Rio Branco, o treinamento oferecido pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) para capacitar técnicos municipais quanto ao uso de dados geográficos por meio digital.

Durante uma semana, representantes de Acrelândia, Bujari, Capixaba, Manuel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomar aprenderão a usar o programa (software) Terraview e receberão um CD contendo um banco de dados de seu município.

O objetivo do treinamento, parte do programa SipamCidade, é difundir o uso de geotecnologias para apoiar a gestão municipal das cidades da Amazônia Legal e construir com os técnicos uma rede de intercâmbio de dados espaciais. “Estes conhecimentos permitem que as prefeituras conheçam o seu território, saibam quais as dinâmicas que estão acontecendo, melhorem processos de gestão e possam embasar os seus projetos para conseguir financiamento”, explica Ernesto da Silva Filho, analista ambiental do Sipam responsável pelo treinamento.

Na administração municipal, os técnicos poderão utilizar os recursos do programa e as informações do banco de dados para planejar obras, delimitar áreas de preservação, escolher locais para instalação de aterros sanitários, ou seja, realizar ações públicas com atenção ao meio ambiente.Este é o segundo treinamento realizado pelo SipamCidade no Acre. Em junho, o curso aconteceu em Epitaciolândia e teve a participação de técnicos de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri.

Para atender todos os municípios acrianos, uma última etapa está prevista para agosto.Em Rio Branco, o treinamento acontece de 20 a 24 de julho, das 8h às 12h e das 14h às 18h, na sala multimeios da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, localizada no Horto Florestal de Rio Branco.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cinco projetos vão ganhar apoio do Fundo Amazônia, diz Minc


Governos, ONGs e pesquisadores serão beneficiados.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta quinta-feira (16) que foram selecionados os cinco primeiros projetos que receberão recursos do Fundo Amazônia. Pelo menos seis instituições serão beneficiadas, e o total desembolsado será de R$ 45 milhões.


Minc não deu mais detalhes sobre os programas financiados, mas adiantou que os projetos pertencem ao Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e governo do Amazonas.


“Escolhemos os melhores projetos para mostrar. Todo mundo ficará de olho para ver se isso é maquiagem verde, picaretagem” disse Minc durante palestra na reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Manaus.


Em relação ao projeto ligado ao governo amazonense, o ministro adiantou que será ligado a pagamento por serviços ambientais. “[O pagamento será] para aqueles que recuperarem corredores de biodiversidade, áreas degradadas e matas ciliares.”

BR-319
Questionado sobre a negação da licença à reforma da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, Minc voltou a afirmar que não irá liberar a obra enquanto os parques, reservas e postos de fiscalização não estiverem instalados ao longo da estrada. “Enquanto a gente não for lá e fotografar uma por uma as 28 unidades de conservação, não vai sair [a licença].”

Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia, criado pelo governo brasileiro e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bancará projetos que contribuam para diminuir o desmatamento.


Diferentemente dos empreendimentos financiados pelo banco, os projetos bancados pelo fundo receberão recurso a fundo perdido, ou seja, não precisam devolver a quantia investida.


Até agora, a principal doação ao fundo foi feita pela Noruega, que desembolsou US$ 110 milhões (cerca de R$ 220 milhões), mas prevê enviar até US$ 1 bilhão se o Brasil conseguir diminuir o ritmo de desmatamento.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Melhor petróleo do Brasil é extraído do Campo de Urucu no interior do Amazonas

Retirada de 2.300 metros de profundidade é feita por 70 poços na selva.


De um campo de exploração no centro do Amazonas é retirado o petroleo de melhor qualidade do Brasil, além de gás natural. Uma atividade como essa em um ambiente tão sensível como a selva amazônica exige muitos cuidados. Por esse motivo, o Campo de Urucu só é acessível por avião ou barco.

Ainda de longe já é possível ver uma chama onde menos se espera - no centro de uma floresta virgem. Em volta, uma pista de pouso, um polo de controle e 70 poços ligados por pequenas estradas. A boa quantidade de gás e a alta qualidade do petróleo que foram o que levou o Brasil a assumir o risco de iniciar a exploração em um ambiente tão delicado.

O petróleo de Urucu, que sai de uma profundidade de 2.300 metros é um tipo especial, leve, rico em produtos nobres e muito valorizado. É o melhor petróleo produzido no país. A extração não é grande - menos de 2% da produção brasileira - mas dá para abastecer grande parte da Amazônia.

Mais do que petróleo, Urucu produz gás. Dali sai todo o gás de cozinha consumido no Norte do país e em parte do Nordeste. Dos poços também sai um outro tipo de gás, o natural. Para aproveitá-lo, está em fase de acabamento um supergasoduto, que começa em Urucu, passa por Coari e chega a Manaus. O gás vai substituir o óleo que hoje é queimado em termoelétricas, pois polui menos e é mais barato.

"Você pode colocar energia em toda essa região a partir do gás que é transportado de forma mais limpa, porque volatiliza, não suja o ambiente", diz o gerente-executivo de Exploração da Região Norte e Nordeste da Petrobrás, Christóvan Sanches.

O gasoduto vai custar R$ 4,5 bilhões, quase o dobro do previsto. A obra enfrentou chuvas, pântanos e inundações. Alguns tubos tiveram de ser transportados por helicópteros. Um levantamento das doenças que poderiam atacar os operários teve resultado assustador.

“Quarenta e sete doenças tropicais: malária, leishmaniose e até febre do oeste do Nilo. A gente estaria sujeito porque tem uma ave migratória, que pousa na região, e poderia nos contaminar", explica Mauro de Oliveira Loureiro, gerente-geral da obra do gasoduto.

O controle das doenças, no entanto, foi bem-sucedido. "Não tivemos nenhum caso de contaminação de malária durante a obra, mesmo tendo períodos em que quase temos nove mil pessoas trabalhando", diz Loureiro.

Todo o material usado em Urucu é trazido por balsas. A decisão foi isolar a área do resto da civilização. A construção de estradas de acesso poderia trazer posseiros e madeireiros para uma região de floresta virgem e rios limpos.

No Rio Urucu, vê-se como a intervenção na natureza provocada pela exploração do gás e do petróleo é pequena e localizada. O porto Urucu surge de uma hora para a outra em meio a um ambiente preservado. Não foi preciso destruir uma larga extensão de floresta.

Rio traiçoeiro
O belo rio de águas escuras é traiçoeiro. A navegação exige perícia dos marinheiros. "Ele não tem espaço para você manobrar direito, é muito estreito, e você tem que ter bastante cuidado", conta o comandante do barco, Manoel da Silva. Quem antes vivia do trabalho duro e mal pago na exploração da floresta, hoje tem emprego com carteira assinada. "Nasci no interior, cortando seringa, fazendo roça", conta Juvenal Rodrigues Feitosa, de 55 anos.

O jardineiro Raimundo Ferreira da Silva, que cria mudas para reflorestamento é outro amazonense que se livrou da vida difícil de seringueiro para trabalhar em Urucu: "A gente pegou um dinheiro melhor, um trabalho mais seguro". O pessoal que trabalha no campo faz turnos, 14 dias de trabalho isolado na floresta por 14 dias de descanso com a família em Manaus e em outras cidades do Brasil.

"A Amazônia acho que todo mundo tem um sonho em conhecê-la. Tem hora que eu estou trabalhando em Urucu e eu fico pensando, no mapa. A distância de Betim para cá. Nunca imaginei estar aqui", afirma Giovanini Araújo, mineiro de Betim.

Tempo livre
Difíceis são os momentos de descanso, quando a saudade da família bate forte. Sempre tem um jogo de dominó, muita conversa jogada fora e o suor da ginástica. Quem quiser, pode aproveitar a escola montada especialmente para os funcionários. Bilga Cândido da Silva é camareira em Urucu.

Ela gostou do sistema que permite que ela fique 14 dias com os filhos nas folgas em Manaus. No campo ela consegue fazer o que sempre quis: estudar. "Você passa o dia trabalhando. À noite já vem para a escola e está ocupando aquele espaço que fica vago, com saudade da família. Está aprendendo e ainda ocupa o tempo", conta.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Cacau selvagem da Amazônia vira chocolate fino na Europa

Ribeirinhos coletam o fruto nas florestas de Boca do Acre (AM).


O cacau selvagem colhido em um dos lugares mais remotos da Amazônia virou matéria-prima para chocolates finos na Europa. Ribeirinhos de Boca do Acre, na confluência do Rio Acre com o Purus, no sul do Amazonas, colhem o cacau e o vendem a uma cooperativa que beneficia os frutos para enviá-los à Alemanha, onde são ingrediente de chocolates que custam cerca de 3 euros por unidade (mais de R$ 8). Segundo Jaime Sass, diretor-administrativo da Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar), este ano já foram colhidas 6 toneladas de frutos nativos.

Os cacaueiros estão espalhados pelos rios da região. Ribeirinhos fazem a colheita e levam os frutos até a beira do rio, onde são recolhidos com barcos. “Temos muitos gastos devido às grandes distâncias que precisamos percorrer para recolher o cacau”, explica Sass. Após o recolhimento, os frutos são descascados e colocados em caixas de fermentação por alguns dias. Em seguida, são secos em estufas.

O cacau de Boca do Acre é transportado em barcos. (Foto: Reprodução)
Apesar das dificuldades, o extrativismo de cacau é uma maneira para os ribeirinhos conseguirem dinheiro, já que a maioria deles se dedica apenas à pesca e à agricultura de subsistência.

Segundo o diretor da Cooperar, eles conseguem até R$ 50 com um dia de trabalho. Ao todo, cerca de 200 ribeirinhos de Boca do Acre trabalham com o cacau durante três meses (março a maio) ao ano.A parceria com os alemães funciona desde 2006. A Cooperação Técnica Alemã, empresa pública que apoia o desenvolvimento em países estrangeiros fez a ponte entre os extrativistas do Amazonas e a fábrica de chocolates.

Uma fundação alemã pagou a instalação de estufas de secagem e a indústria se compromete a cobrir os gastos da cooperativa quando houver imprevistos que aumentem os custos, como a cheia prolongada deste ano, que dificultou a colheita.

sábado, 11 de julho de 2009

Recuperação de ramais 2009

Programa do governo do Acre vai investir R$ 38 milhões na zona rural.


No sábado (11) o governador Binho Marques fez o lançamento do programa de recuperação de ramais e o anúncio da pavimentação de mais 10 km quilômetros da estrada AC-90.

Ao todo serão recuperados mais de setecentos quilômetros de ramais na região da transacreana. Um investimento de R$ 38milhões e 700 mil com investimento do governo do Estado e BNDES.
A cerimônia de lançamento do programa de ramais 2009 atraiu dezenas de trabalhadores rurais. A transacreana é considerada o maior celeiro produtor de graus de Rio Branco. Na ocasião, também foi assinada a ordem de serviço para o asfaltamento de trecho de 10 km estrada transacreana, que já dispõe de energia elétrica do programa luz para todos.

Cinco patrulhas mecanizadas foram destinadas para o trabalho de recuperação das estradas vicinais. O senador Tião Viana destacou que o investimento do governo do Estado no setor produtivo é fruto do apoio da bancada federal em Brasília e da parceria com as associações e sindicatos rurais.

Mais informações nos telejornais da TV Aldeia às 7 horas (Jornal da Manhã), 12 horas (Jornal do Meio Dia) e às 9 da noite (Notícias da Aldeia).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ibama aponta 'graves falhas' em estudo para obra em estrada na Amazônia

BR-319, a ser recuperada, corta trecho de floresta ainda intocada.


O Ibama publicou nesta sexta-feira(10) parecer técnico sobre o estudo de impacto ambiental (EIA) da obra de recuperação da rodovia BR-319 (PortoVelho - Manaus) em que pede complementações ao Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) consideradas fundamentais pelo instituto para permitir a análise da obra do ponto de vista ambiental.

“Considerando as graves falhas no diagnóstico dos meios físico e biótico, bem como necessidade de complementações do meio socioeconômico, o EIA não reúne as mínimas condições e informações que permitam avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento”, aponta o parecer.

O documento afirma ainda que “muitas das medidas mitigadoras propostas [no EIA] são inexeqüíveis e/ou extrapolam as atribuições do empreendedor”.

Oficialmente concluída em 1976, a rodovia, que corta um longo trecho de floresta ainda intocada, tem cerca de metade de seus 887 km intransitáveis. Sua reconstrução está prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo, e é de importância estratégica para a capital amazonense, que no momento é acessível do centro-sul do país apenas por via aérea ou fluvial. Por outro lado, teme-se que a via abra uma frente de desmatamento, a exemplo do que aconteceu com rodovias no Pará e em Mato Grosso.

Licenciamento
O estudo de impacto ambiental, de responsabilidade do empreendedor da obra – neste caso, o Ministério dos Transportes, por meio do Dnit -, é o documento em que são apresentados os riscos ambientais que a reforma oferece e também as medidas necessárias para contê-los.

No caso da BR-319, está sendo criado um conjunto de reservas estaduais e federais para fazer uma “blindagem ecológica” no entorno da estrada. O MMA deve dizer se as medidas são suficientes e se estão sendo implementadas corretamente para, então, conceder a licença ambiental.

A equipe técnica do Ibama afirma que a preservação da região entre os Rios Madeira e Purus (cortada pela BR-319) “não estaria assegurada de forma satisfatória, na medida em que as unidades de conservação propostas não abrangem todas as ecorregiões dentro do interflúvio, deixando grandes espaços vazios a serem ocupados por projetos de assentamentos e preservando as propriedades já tituladas, formando uma faixa de terra que certamente se tornará uma barreira à fauna e à flora na medida em que as mesmas forem sendo exploradas”.

Reservas sustentáveis
Sobre as unidades de conservação de uso sustentável (ou seja, onde pode haver certos tipos de atividades de exploração da floresta) propostas, a equipe do Ibama levanta incerteza sobre sua viabilidade, alertando que podem “levar a região a um quadro de degradação acelerada e sem controle”.

Consultado pelo Globo Amazônia, o Dnit informou que seus técnicos “estão trabalhando na elaboração de um pedido de revisão e resposta aos questionamentos complementares formulados pela equipe técnica do Ibama”.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Estudo aponta que até 4.550 espécies de plantas podem desaparecer na Amazônia


Pesquisadores da Wake Forest University, nos EUA, fizeram simulações com mais de 40 mil das 50 mil espécies de plantas da Amazônia e chegaram à conclusão de que até 4.550 delas podem ser extintas até 2050 devido ao uso do solo da região para agricultura e pecuária.
Os pesquisadores Miles Silman e Kenneth Feeley estimaram taxas de perda do habitat natural na região e a partir disso calcularam quantas espécies vegetais devem desaparecer. No cenário mais otimista considerado por eles, 2.400 espécies estariam condenadas até 2050.

Apesar de prever milhares de extinções, os modelos calculados pelos pesquisadores, caso se mostrem corretos, podem ser considerados positivos do ponto de vista da conservação ambiental, pois outros estudos semelhantes costumam prever números muito mais graves.

Os autores acreditam que isso acontece porque estes outros estudos consideravam que todas as espécies estavam distribuídas uniformemente pelo território. Feeley e Silman calcularam seus modelos levando em conta que a Amazônia Ocidental e as áreas próximas à calha do Rio Amazonas têm maior biodiversidade.

Segundo o artigo, a ser publicado na edição de julho da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), uma das principais novidades do estudo é a conclusão de que a extinção ou não de uma espécie de planta na Amazônia não tem tanto a ver com a vastidão do território pelo qual se espalha, mas com a localização de seu habitat.
Esse tipo de simulação, afirma o artigo, é importante porque aponta os riscos que os diferentes usos do solo representam para as diferentes espécies em cada parte da Amazônia. As 40 mil plantas vasculares (aquelas consideradas “superiores”, com tecidos especializados para o transporte de água e seiva) incluídas no estudo representam cerca de 80% da diversidade que se estima haver na Amazônia.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Arte e Consumo no Igarapé Fundo

Documentário sobre o igarapé inicia gravações nesta quinta-feira.

Por Miriane Teles
O projeto “Consumo Consciente – Cinema e Cidadania” aprovado no edital Arte e Consumo 2008 do PROCON inicia as gravações nesta quinta-feira (9). O objeto documentário é o Igarapé Fundo, que corta a Zona de Atendimento Prioritário da Nova Estação – ZAP 3, englobando os bairros: Manoel Julião, Nova Estação, Vila Ivonete, Monte Alto, Isaura Parente, Jardim América e Conjunto Esperança, uma das regiões mais populosas de Rio Branco.

O documentário tem sido concebido coletivamente, desde o dia 29 de junho está ocorrendo um mini-curso de cinema no Horto Florestal. Ele conclui hoje a parte teórica, que está na fase de oficinas técnicas de produção cinematográfica. O grupo de alunos é formado por jovens, associados da Assacine, estudantes do Colégio Estadual Dom Aguiar, que está localizado na ZAP 3 e interessados por cinema. Eles optaram pela a área de trabalho no documentário, sendo: direção, roteiro, produção, câmera e som. E foram capacitados.

A questão do consumo consciente foi trabalhada de forma profunda, pois tudo isso foi antecipado por palestras do PROCON sobre o tema “Consumo Consciente”, outra com membros do Catar sobre a visão de quem trabalha com produtos reutilizáveis e a do filósofo Marcos Afonso acerca da ética envolvida no ter, ser, tempo e espaço.

Documentário é um gênero que tem como marca o compromisso com a exploração da realidade. “Na pesquisa encontramos personagens interessantes, como uma senhora que mora próximo do igarapé e escreveu a punho um livro a história dele”, conta a aluna da oficina, Maíra Menezes e acrescenta o coordenador do projeto, Gilberto Ávila que a história do igarapé terá uma nova perspectiva pelo olhar do documentário.

As gravações prosseguem até dia 17 desse mês. A fase seguinte é a edição e finalização com perspectiva de lançamento no mês de outubro. “A expectativa é a melhor possível, uma vez que o caráter social e ambiental do documentário tem nos revelado surpresas positivas para o trabalho” conclui a produtora, Talita Oliveira.

Mais informações no blog: http://cinemaecidadania.wordpress.com/

Deracre adia reabertura da BR 364 por causa das chuvas na região do Purus



O diretor do Deracre, Marcos Alexandre, anunciou nesta quarta-feira, 08, em Manoel Urbano, quer a abertura da BR-364 até Cruzeiro do Sul, marcada para a próxima sexta-feira, 10, foi adiada por causa das fortes chuvas que caem no trecho entre Manoel Urbano e Feijó. Uma nova data ainda não foi marcada. "Este é um ano atípico. Choveu muito nesta terça-feira a noite, choveu hoje pela manhã e ainda deve chover mais nas próximas horas", esclarece Alexandre.

A decisão de adiar a abertura anual da rodovia foi tomada, segundo o diretor do Departamento de Estradas e Rodagens para garantir a segurança dos motoristas. Segundo ele há muitos trechos que por causa das recentes chuvas, apresentaram problemas, o que pode ser perigoso para quem seguir pela estrada.

Cinco empresas trabalham no trecho entre Manuel Urbano e Feijó. São cerca de 1.500 homens e 400 equipamentos que atuam nos 224 quilômetros em obras. "Não há nenhum trecho desses 224 quilômetros que não estejam sendo trabalhados", explica o diretor.

Além do serviço de terraplanagem, dez pontes são construídas no trecho, além de bueiros e galerias. Há pontes de 40 metros e de 200 metros neste trecho. Já no trecho da BR 364 entre Feijó e Cruzeiro do Sul o tráfego de veículos é liberado durante todo o ano.

Decisão inédita: Justiça decide acabar com autorização do uso do fogo no Acre


A Justiça Federal, por meio do Juiz David Wilson de Abreu Pardo, da 1ª Vara Federal, concedeu liminar em ação civil pública movida pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual no Acre para proibir progressivamente a autorização de queimadas no estado e fixar prazo para que o poder público adote medidas compensatórias, com vistas a reparar as consequências socioeconômicas advindas da supressão do uso do fogo.

A decisão determina que o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) autorize, de imediato, concessões para o emprego do fogo apenas para implantação de agricultura familiar e sempre em extensão inferior ao limite de três hectares. A partir de 2010, devem ser consideradas concessões para o emprego do fogo apenas para implantação de agricultura familiar de subsistência e sempre no limite de até um hectare por propriedade ou produtor rural, se este tiver em seu poder mais de um imóvel.

De acordo com a decisão judicial, a partir de 2011 o IMAC deverá negar autorizações para queima na região abrangida pelos municípios de Rio Branco, Porto Acre, Senador Guiomard, Acrelândia, Plácido de Castro, Capixaba, Bujari, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia, Sena Madureira, Tarauacá e Feijó. A partir de 2012 o IMAC não poderá mais autorizar queima em todo o território do estado do Acre. Além dessa medida, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) não poderão mais conceder autorizações para queima em unidades de conservação ou em suas zonas de amortecimentos.

A decisão também determina que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o estado do Acre e os municípios devem apresentar, no prazo de 60 dias, suas opções quanto ao modo de subsidiar - por meio da oferta de tecnologias apropriadas, processo educativo e outras formas de pulverização-, o acesso a métodos alternativos ao emprego do fogo, a fim de assegurar a transição entre a agricultura itinerante e intensiva, em consonância com as prazos definidos ao IMAC.

Em acordo judicial firmado com o Ministério Público, os municípios de Rio Branco e Epitaciolândia já se comprometeram a efetivar medidas para evitar as queimadas, tais como a contratação de técnicos para assistência aos produtores rurais, o apoio ao acesso às linhas de crédito rural disponíveis para a agricultura familiar, a disponibilização de máquinas agrícolas visando a mecanização, bem como a promoção da educação ambiental.

Ibama aplica R$ 34 milhões em multas dentro de reserva em Rondônia

Na última semana, um carro do instituto foi queimado no local.


A megaoperação do Ibama realizada na Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, já rendeu pelo menos R$ 34 milhões em multas ambientais. A maior parte das autuações foi aplicada a agropecuaristas que destruíram grandes áreas de floresta dentro da reserva, que é uma das mais devastadas do país.

Carro queimado
Desde maio, quando o Ibama chegou à área, 370 criadores de gado foram notificados para deixar o local. “Estamos cumprindo uma decisão judicial que determina que o criador seja notificado e seja dado um prazo de 180 dias. A partir desse prazo, o gado pode ser apreendido”, informa Volnei. “Já saíram muitos animais, mas depois desse acordo, houve uma parada na saída do gado.”

Os fiscais do Ibama também já apreenderam 14 motosserrras, cinco tratores, cinco caminhões carregadores de toras e uma arma de fogo. Para garantir a segurança dos agentes, a operação conta com reforço do Exército, Força Nacional de Segurança e Polícia Militar, que montaram bases nos quatro principais acessos à reserva. A segurança se justifica.

No final de junho, o Ibama de Rondônia recebeu uma carta contendo ameaças aos fiscais. “(...) tem muita gente com vontade de resolver isso na bala”, dizia um trecho do bilhete. Dias depois, um carro do instituto foi incendiado dentro da reserva.

Invasão histórica
A reserva de Bom Futuro foi criada em 1988. Segundo Volnei, as primeiras invasões começaram sete anos depois. Imagens de satélite fornecidas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) mostram que em 1989 a mata estava intacta (veja infográfico abaixo). “Todo mundo entrou depois da criação, e todo mundo sabendo que a reserva existia”, informa o chefe da reserva.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pesquisadores descobrem novo macaco na rota da BR-319 entre Rondônia e Amazonas

Rodovia, que liga Porto Velho a Manaus, corta ‘coração’ da floresta.

Uma nova subespécie de macaco acaba de ser descoberta no Amazonas e já corre risco. O pequeno primata, batizado cientificamente como Saguinus fuscicollis mura, foi encontrado entre os rios Madeira e Purus, justamente sob o traçado da rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). A rodovia, que hoje está abandonada e intransitável, tem a reforma prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra aguarda apenas a licença do Ibama para começar, e ambientalistas afirmam que a estrada poderá trazer uma devastação sem precedentes para a região.



O nome mura, dado pelo ecólogo Fábio Rohe, um dos autores da descoberta, é uma homenagem aos índios muras, que viviam próximos ao lugar onde o macaco foi encontrado. A escolha, segundo o cientista, serve para dar um alerta. “Os mura foram muito prejudicados pelos brancos. De certa forma, eles representam a resistência da natureza ao mundo civilizado”, conta o cientista, que trabalha na WCS Brasil (Wildlife Conservation Society) dentro do Programa Conservation Leadership Programme (CLP).

Bicho versátil

A descoberta do novo macaco ocorreu em 2007 durante uma expedição de um grupo de cientistas ligados à rede Geoma. De acordo com Rohe, o bicho é conhecido pelos moradores da região, mas ninguém sabia que se tratava de uma nova subespécie, já que ele é semelhante a outros macacos amazônicos, todos chamados genericamente de sauim ou choim.

Depois de comparar cores, medidas e localização de pelo menos 13 parentes próximos do mamífero, o pesquisador comprovou que o animal era uma variação da espécie Saguinus fuscicollis, e a descrição da subespécie foi publicada na revista científica "International Journal of Primatology" em junho deste ano. Além de Rohe, participaram da descoberta os pesquisadores José de Sousa e Silva Jr, Ricardo Sampaio e Anthony Rylands.

O novo macaco é pequeno. Tem em média 23 cm de altura, 31 cm de rabo e pesa 350 gramas. Segundo Rohe, o sauim é um bicho versátil, que consegue sobreviver tanto em matas densas quanto em florestas ralas, como as que margeiam os campos naturais ao longo da BR-319. Ele consegue se alimenta principalmente de insetos e de frutas.

Estradas, usinas e gasoduto

Novo macaco tem vários parentes espalhados pela Amazônia. (Foto: Fábio Rohe/Arquivo Pessoal)

Não é apenas a reforma da rodovia que gera temor entre os biólogos que trabalham na Amazônia. A construção das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, e o projeto do gasoduto Urucu-Porto Velho também assustam os estudiosos do meio ambiente, que preveem uma corrida de migrantes para o sul do Amazonas.

“Não sabemos ainda quais serão as consequências da obra [das usinas] para o curso do Madeira. Além do desmatamento, a obra vai fazer com que mais pessoas vão morar na região”, alerta o cientista da WCS. “Mas certamente, se não houver um trabalho de fiscalização sem precedentes no Brasil, a BR-319 será a veia de destruição da Amazonia central brasileira.“

Nova gralha

Uma espécie de gralha também foi descoberta recentemente no traçado da BR-319, e corre ainda mais risco do que o macaco. Como ela consegue viver apenas nos ambientes de transição entre os campos naturais e a floresta, pode ser muito prejudicada pelas queimadas que passarão a ocorrer na região.

Imagens da Nasa mostram diminuição das queimadas na Amazônia em 2008

Mapa mostra quantidade de fumaça sobre a floresta entre 2005 e 2008.

Medições realizadas pelo satélite Aura, da Nasa, mostram uma forte redução das queimadas na Amazônia em 2008 em comparação com os três anos anteriores. Mapa mostra quantidade de fumaça sobre a floresta entre 2005 e 2008. Para fazer a análise, pesquisadores da universidade de Hampton, nos EUA, usaram medições dos aerossóis – partículas suspensas no ar. No mês de setembro, historicamente o mais afetado pelas queimadas, os satélites apontaram que o ar estava mais limpo que nos anos anteriores, o que significa menos fumaça sobre a floresta.

Segundo nota publicada pela Nasa no site Observatório da Terra, praticamente todas as queimadas da Amazônia são causadas por seres humanos. Entre os fatores que influenciariam a ocorrência de queimadas estariam o clima – quando é mais seco, estimula o fogo –, o preço de produtos agrícolas como a soja e a carne – quanto mais caros, mais desmatamento para abertura de campos e pastos – e a fiscalização das leis ambientais.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Binho cria reserva ecológica Japiim-Pentecoste em Mâncio Lima

Região é rica em biodiversidade, ecoturismo e pesca sustentável

Edmilson Ferreira


O governador Binho Marques assinou no último sábado, 4, o decreto de criação da Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim-Pentecoste, em Mâncio Lima. A unidade de conservação possui cerca de 25 mil hectares e compreende uma extensão de várzea incorporada aos rios Japiim e Moa.


A criação dessa ARIE, apontada como prioritária na fase 1 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre, consolida o corredor ecológico formado pelo Parque Nacional da Serra do Divisor e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável São Salvador, além das terras indígenas Nukini, Naua e Poyanawa.


Estudos botânicos identificaram três espécies de orquídeas desconhecidas para a ciência na ARIE Japiim-Pentecoste. Também foram encontradas 41 espécies de peixes pertencentes a 33 gêneros e 17 famílias. De acordo com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) a partir do estudo socioeconômico foi possível verificar a importância da área para a subsistência das famílias residentes no interior e ao entorno. A população local decidiu por transformar a região em unidade de conservação para que houvesse preservação sem a proibição da utilização dos recursos naturais.


O estudo identificou ainda baixa ocupação humana e possui potencial turístico e pesqueiro como atividades econômicas sustentáveis. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) levou à comunidade todas as informações sobre unidade de conservação. Pelo menos 600 pescadores de Mâncio Lima ficaram esclarecidos quanto ao objetivo das UCs. Em novembro de 2007 realizou-se a consulta pública com a presença de 160 pessoas representantes de associações, sindicatos e comunidade indígenas.


Os objetivos de uma ARIE são manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-la com os objetivos de conservação da Natureza.
A ARIE Japiim-Pentecoste reduz os desmatamentos na região e mantêm os recursos naturais existentes, garantindo o peixe, o açaí e o buriti para 70% da população que utiliza desses recursos para subsistência. Para Binho Marques, a implantação de um orquidário é também uma possibilidade de prospecção econômica sustentável a partir da ARIE.


O ato de assinatura do decreto foi realizado durante a celebração de convênios do Programa de Desenvolvimento Social dos Municípios do Acre (Pró-Acre) entre Governo do Estado e Prefeitura de Mâncio Lima. "A gente vê o resultado de uma forte parceria em saúde, infraestrutura, educação e meio ambiente", disse Cleísa Cartaxo, presidente do Imac.

Roçado sustentável gera renda a pequenos produtores do Acre

Uso da mucuna preta elimina a necessidade do fogo nas propriedades


O roçado sustentável é um programa desenvolvido pela secretaria de agricultura e produção familiar (Seaprof) que elimina a necessidade de uso do fogo e garante a segurança alimentar de pequenos e médios produtores.

Na propriedade de doze hectares do seu Severino, localizada no ramal Espinhara no município do Bujari a 20 km de Rio Branco, funciona uma unidade demonstrativa do roçado sustentável. Murilo Matos, técnico da Seaprof, explica que o uso da mucuna preta recupera recuperar o solo desgastado.

Além do feijão, seu Severino cultiva mandioca e milho. Com pouco investimento e orientação técnica adequada, o produtor comemora a segunda safra de milho no ano, a safrinha.

Com o apoio da Seaprof seu Severino resolveu investir também nos sistemas agro-florestais. Nesta área de cerca de dois hectares ele cultivou mais de 20 espécies madeireiras da região, algumas ameaçadas de extinção como o mogno por exemplo.

O agricultor cultivou ainda na mesma área mulateiro, cerejeira, seringueira e dezenas de árvores frutíferas como cupuaçu e banana. Com uma renda média de cinco salários mínimos, o pequeno agricultor conseguiu provar que é possível extrair o que a floresta tem de melhor sem agredir o meio ambiente.

domingo, 5 de julho de 2009

Pesquisador encontra animais ameaçados de extinção em parque do Amazonas

Parque de Anavilhanas, no Rio Negro, tem 37 espécies de mamíferos.


Que pedaço do planeta pode abrigar 37 espécies de mamíferos, oito delas ameaçados de extinção? Em um dos lugares mais belos da Amazônia, o biólogo Bruno Marchena registrou exatamente esses números. Os animais foram avistados no Parque Nacional de Anavilhanas, no Rio Negro, a cerca de 40 quilômetros de Manaus.

Habitam o parque onças-pintadas, gatos-maracajás, jaguatiricas, cuxiús, tatus-canastra, ariranhas, peixes-bois e tamanduás-bandeiras, todos na lista oficial de animais ameaçados de desaparecer. Além desses bichos, também vivem por lá antas, veados, porcos-do-mato e dezenas de outros mamíferos.

Segundo Marchena, toda essa diversidade vem dos diferentes tipos de floresta que cobrem o parque. Além das matas altas de terra firme, há campinas, capinaranas (matas ralas), chavascais (campos alagados) e matas de igapó (matas alagadas). “É um dos locais menos modificados na Amazônia”, ressalta o biólogo.

Trilhas noturnas
Marchena estudou os mamíferos de Anavilhanas para ajudar a montar o plano de manejo do parque, que define como a região será utilizada para o turismo. A tarefa não foi fácil, já que a maioria dos bichos não dá as caras de dia. É necessário enfrentar quilômetros de trilhas no meio da mata, à noite, para conseguir avistá-los.

“Fazíamos cerca de dez horas de caminhada por dia. Algumas vezes precisou dormir no mato. Consegui visualizar espécies que eu não veria durante o dia, como a jaguatirica, gato maracajá e o tatu-canastra”, conta.

Destino turístico
Até novembro 2008, Anavilhanas era uma estação ecológica. Para estimular o turismo, o local foi transformado em parque nacional. A principal atração são as suas quatro centenas de ilhas, que na época seca formam praias de areia branca que contrastam com as águas escuras do Rio Negro.

A observação de animais também é um atrativo do parque. Não são os bichos encontrados por Marchena, contudo, que chamam a atenção dos turistas. “Não é fácil ver um mamífero. As espécies mais comuns para se ver são as aves e os jacarés”, conta o biólogo.

sábado, 4 de julho de 2009

Chuvas podem atrasar reabertura da 364

Pavimentação da BR 364 é um sonho antigo do povo acriano.


As empreiteiras que venceram a licitação para a construção do trecho Sena Madureira/Manuel Urbano/Feijó trabalham na reabertura da BR-364. As chuvas inesperadas para este período de estiagem pode causar um atraso na liberação da rodovia mais importante do Estado. A previsão inicial do Deracre para a reabertura era para o dia 15 de julho, mas essa data pode ser prorrogada devido a dificuldade operacional.

A pavimentação da BR 364 é um sonho antigo alimentado pelo povo acriano deste a década de 70. 680 km separam a capital Rio Branco de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá. A rodovia é importante porque liga o Estado de Norte a Sul, aquece a economia local e contribui para o desenvolvimento da região. Atualmente cerca de 60% da rodovia está concluído. Todas as pontes, inclusive a que será erguida sobre o rio Juruá, com mais de 2 km de extensão, já foram licitadas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Salão do turismo exibe roteiros

Arquitetura e natureza unidas no Centro-Oeste


O roteiro Brasília e Chapada dos Veadeiros (GO) oferece uma combinação daarquitetura reconhecida mundialmente de Oscar Niemeyer e Lucio Costa com a naturezaescancarada do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. O turista terá a oportunidadede conhecer o primeiro Patrimônio Histórico Cultural modernista do mundo e, ao mesmotempo, fazer trilhas, mergulhar em cachoeiras e entrar em contato com o cerradopuro, intacto, livre da interferência humana.


Erguida em mil dias, Brasília figura nos livros de arquitetura como o maisimportante e maior projeto modernista concretizado no mundo. Os prédios, monumentose áreas públicas, em harmonia com os espaços vazios e a natureza, garantem uma amplavisão do horizonte.


O visitante tem a impressão de andar num museu a céu aberto, comobras de arte que levam a assinatura de grandes artistas como Burle Marx, AthosBulcão, Marianne Peretti, Alfredo Ceschiatti e Bruno Giorgi. Destacam-se a Catedral,O Congresso Nacional, a Igreja Dom Bosco, os palácios do Planalto e do Alvorada.Além dos monumentos, a capital reúne um pouco de cada região brasileira. São nordestinos, mineiros, paulistas, goianos, gaúchos, povos de todos os estados quedeixaram a terra natal para juntos construírem uma cidade no Planalto Central.


Ariqueza cultural ressoa nas diferentes tradições, sotaques, festas, artes e navariada gastronomia. Não a toa a cidade recebeu o título de Capital Americana daCultura 2008 da Organización Capital Americana de La Cultura – CAC. A pouco mais de 200 quilômetros da capital, o visitante vai conhecer a vegetaçãoexuberante do cerrado.


É hora de deixar o concreto de lado e renovar as energias numbanho de cachoeira inesquecível. As formações rochosas do Vale da Lua, produzidaspelo choque entre a água com as pedras, produzem um cenário único e inesquecível. OParque Nacional Chapada dos Veadeiros é o local ideal para um bom teste deresistência.


O visual de cachoeiras e matas rasteiras relaxa a mente durante aslongas trilhas, mas é preciso ter fôlego para chegar ao final.Além das diversas opções de quedas d’água, o local conta com uma infraestruturabásica, com restaurantes simples e opções gastronômicas um pouco mais sofisticadas.Tudo com o mínimo possível de interferência urbana.


A ideia é proporcionar aovisitante o maior contato possível com a natureza, tanto que a Vila São Jorge, naentrada da Chapada, não tem asfalto por uma opção dos moradores locais. Preservação e infraestrutura O presidente Lula e os ministros do Turismo e do Meio Ambiente, Luiz Barretto eCarlos Minc, lançaram em setembro de 2008 o programa Turismo nos Parques. Ele prevêações conjuntas para preservação dos Parques Nacionais e promoção dessas áreas comoatrativos turísticos.


A ideia é aproximar setor turístico das riquezas naturais do país. Para tanto, ogoverno prevê investir R$ 28 milhões (sendo R$ 10 milhões do Ministério do Turismo eR$ 18 milhões do Ministério do Meio Ambiente) em seis unidades de conservaçãoambiental.Entre as áreas beneficiadas está o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO).


Todo ano ele recebe aproximadamente 18 mil visitantes. O governo vai investir umtotal de R$ 4,2 milhões para recuperação do centro de visitantes, de estradas e dasprincipais trilhas. Deste total, R$ 2 milhões serão empenhados pelo MTur e orestante pelo MMA. De 2003 a 2008 o MTur investiu R$ 173,2 milhões em infraestrutura, R$ 22,2 milhõesem eventos e R$ 2,3 milhões na divulgação de Goiás como ponto turísitco.


Outros R$103,8 mil foram aplicados no Museu das Artes Divino, em Pirinópolis (GO), dentro doPrograma de Qualificação dos Museus para o Turismo. Edvanaldo Ferreira Costa – Produção Associada Além das belezas naturais e arquitetônicas, o turista tem a oportunidade de entrarem contato com o artesanato local. No 4º Salão do Turismo, Edvanaldo Ferreira Costarepresentará a região.


As mãos hábeis dele são capazes de transformar pedras emescultura. Com um gurpião, espécie de serrote, ele corta a matéria-prima do tamanho desejado.Em seguida começa o trabalho de paciência e técnica. Com um formão, equipamento deaço com um cabo de madeira, ele transforma a pedra-sabão em esculturas de santos ouanimais selvagens.


Para produzir uma peça de um metro o artista demora de dois a três dias. Depois doentalhe, ele lixa por três vezes com técnicas diferentes. Em seguida ele passa overniz ou a cera a depender do gosto do cliente. Edvanaldo produz o material há 20anos. A matéria-prima vem de Anápolis (GO).


quarta-feira, 1 de julho de 2009

BNDES vai exigir rastreabilidade dos frigoríficos

Indústrias terão que saber a origem do boi que compram.

Como resposta às denúncias de que a pecuária é a principal responsável pelo desmatamento na Amazônia, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os grandes frigoríficos se preparam para anunciar, na semana que vem, um compromisso ambiental que prevê uma série de exigências para a concessão de empréstimos por parte do banco.
Dentre as exigências, segundo fontes, está a implementação de um programa de rastreabilidade que permita dizer se a carne que chega aos supermercados tem origem em fazendas que contribuem para o desmatamento do bioma amazônico. Detalhes do compromisso foram acertados em reunião realizada na última sexta-feira em São Paulo, com representantes dos frigoríficos e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
A rastreabilidade é tida como a única forma de garantir com segurança que o gado não está avançando em áreas de desmatamento. Entretanto, os desafios para se colocar um “brinco” na orelha do boi são muitos. O principal é o notório alto índice de sonegação no setor.
“A sonegação é muito forte e, se você coloca o brinco no boi, você tem de declarar o animal”, diz um executivo do setor com passagem pelo governo. Estima-se que 35% do abate realizado no País seja informal. “Se não houver um grande incentivo, não vai funcionar.”
Além da informalidade, há a questão do custo. Quando o chamado Sisbov, sistema de rastreamento bovino do Ministério da Agricultura, foi implantado, em 2002, havia uma expectativa de que os frigoríficos pagariam mais pelo boi rastreado, o que não aconteceu. “Os frigoríficos passaram a pagar o mesmo preço pelo boi rastreado e deram um deságio no preço do boi não rastreado”, conta um fazendeiro que não quis se identificar.
Criado em 2002 para atender às exigências fitossanitárias da União Europeia, o Sisbov tinha como meta rastrear 100% do gado nacional até 2007. Em 2007, apenas 10 mil fazendas de gado, de um universo de mais de um milhão, estavam cadastradas.
E, mesmo assim, após uma vistoria da União Europeia no início de 2008, apenas 80 das 10 mil fazendas foram aprovadas. Mas o número de fazendas que fazem rastreamento e estão habilitadas a exportar para a UE tem crescido, e hoje chega a 1,1 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.